O Homem da Minha Vida Enquanto isso, um tempo antes de todo aquele barulho, Mel passeava à beira mar com Iara e Nice. — Meu marido fica louco comigo porque eu me junto com vocês e saiu pelo mundo, como se fosse solteira. Iara riu e comentou: — Como se fossemos adolescentes, você quer dizer!Mel achou graça e também concluiu: — Quando estamos as três, parece que volto no tempo, de fato!De repente, um carro freia próximo a elas e desce um príncipe. — Rodolpho! — Mel exclamou. Ele veio correndo, a abraçou e beijou intensamente. Quem estava por ali ficou surpreso.Nice e Iara cobriam a boca e sorriam. Rodolpho abriu a porta do carro e conduziu Mel para dentro dele e saiu em disparada até a sua casa à beira mar. — Vem meu amor! Finalmente ficaremos juntos! — ele disse puxando a moça para fora do carro.Mel olhou para o jardim da casa, a piscina enorme e sorriu. — Como é linda a sua casa!Rodolpho saiu na direção da porta principal e eles entraram.Mel ficou boquiaberta ol
O Homem da Minha Vida Mel pulou de sobressalto, cobrindo os seios com uma toalha branca. — Meu Deus, são meus irmãos! ––ela exclamou desesperada. Rodolpho se levantou rapidamente e a abraçou dizendo: — Querida! Calma, vou com você e resolveremos tudo isso!Mel se afastou ofegante. — Não! Meu pai me mata, Rodolpho! Eu tenho que ir!— ela falava andando de um lado para o outro procurando as suas roupas, enquanto os gritos dos irmãos insistiam em chamá-la.Rodolpho sorriu carinhoso e a apertou nos seus braços falando sem parar: — Meu amor, calma! Agora você é uma mulher, já tem quase vinte e oito anos! Que mal eles podem te fazer? Esse tempo de repressão já passou! Mel se afastou para olhar Rodolpho, havia, uma angústia no olhar, um medo, uma prisão psicológica imposta pelo pai de que ela lhe devia obediência e isso significava sacrificar a sua própria vida, naquele momento, mas ela não tinha consciência disso.Rodolpho ficou impaciente, tinha a sensação de que via a mesma M
O Homem da Minha Vida Enquanto isso, Mel chegava ao seu cativeiro. Estava exausta, de tanto chorar.Os homens desceram do caminhão e a conduziram a um casebre perdido no meio do mato. — Que lugar é esse? Para onde estão me levando?— Mel falava enquanto era arrastada. Seus pés já perderam as sandálias e feriam ao contato com o chão áspero. Algumas pedrinhas machucavam os seus dedos delicados…A porta de madeira velha cedeu ao pontapé de um dos homens e Mel foi empurrada para dentro e obrigada a sentar numa cadeira, onde foi amarrada com cordas.Mel estava apavorada, pois aqueles homens tinham a expressão fria e não a olhava nos olhos.Ela acompanhou o movimento deles apertando o nó das cordas e suplicava: — Por que estão fazendo isso comigo? Deixem-me ir, por favor!Um deles respondeu, enquanto se certificava de que ela não conseguiria se soltar das amarras: — Só estou fazendo o meu trabalho! Não gosto de muita conversa não moça!O outro foi saindo falando: — Vamos embora logo
O Homem da Minha Vida Mel ficou pensando naquela revelação, tentando justificar o ato da sua mãe de apoiar o seu pai lhe afastando de Rodolpho, mesmo sabendo que ela sempre o amou.Mel suspirou, gostaria de aceitar aquilo como desculpa, mas sentia muita mágoa da mãe. A mulher se deitou e logo adormeceu. Mel ficou revirando-se na cama e pensou que talvez fosse a sua chance de fugir, mas quando tentou se levantar, sentiu que as cordas que amarravam as suas pernas pareciam lhe cortar e voltou a deitar-se. A mulher se mexeu e Mel ficou quietinha esperando ela voltar a roncar. Depois de um tempo, conseguiu sentar na cama e com ajuda das mãos, mesmo amarradas, ela começou a tentar desamarrar as cordas das pernas. Ela se animou ao perceber que as cordas começaram a ceder.De repente, Mel sentiu ser puxada para trás e seu corpo caiu sobre a cama, em seguida, viu a luz que seria de uma vela, vindo pela porta do quarto. — O que houve mulher? A moça tentou fugir?— era a voz do sequestrad
O Homem da Minha VidaMais tarde, Rodolpho foi atrás de notícias de Mel. — Ela foi embora daqui novamente!— Tito disse encarando Rodolpho. — Não pode ser! Eu não acredito nisso!— Rodolpho retrucou.Dino vinha de dentro da casa e sorriu ao ver Rodolpho. — Por favor, preciso ver a sua irmã!— Rodolpho disse desesperado. Dino olhou para o irmão mais velho e respondeu sem graça: — Ela foi embora!Rodolpho colocou as mãos na cintura e olhou para os lados sem acreditar.Iara e Nice chegavam nesse momento. Rodolpho sorriu aliviado. — Meninas! Preciso ver a Mel!— ele disse.Tito ficou apreensivo e disse com olhar intimidador para as moças: — Mel viajou! — Duvido!— Nice rebateu passando a mão na barriga.Iara cruzou os braços em sinal de que concordava com a amiga. — Ela nunca viajaria sem nos avisar!— ela disse irritada.Rodolpho saiu puxando as moças na direção do seu carro. — Me ajudem a encontrá-la, por favor!— ele implorou se encostando no carro. Iara deu uma olhada p
O Homem da Minha Vida Mel abriu os olhos e se assustou ao ver os olhos de surpresa dos seus irmãos. Quando ela começou a compreender o que se passava, os viu abrirem passagem para José de Aquino.O quarto de Mel era bem pequeno, por isso, alguns dos rapazes tiveram que sair para o pai entrar.Mel fechou o semblante e se segurou aos lençóis da cama como se pensasse que o pai fosse lhe arrancar à força dali e levá-la de volta ao cativeiro. O cheiro das cobertas pareciam um luxo que há muito não sentia. — Eu sinto muito, filha!— ele disse com voz embargada. Mel engoliu em seco e se encolheu como um animal acuado.José deu um longo suspiro sofrido e continuou a se justificar: — Eu fiquei tão feliz quando soube que você voltou para casa e sofri muito ao saber que andava atrás daquele moço rico, depois de tanto tempo! Mel respirava com dificuldade, seu peito estufava, enquanto ela tentava controlar a raiva que sentia.José franziu a testa impaciente e não parou mais de falar: — P
O Homem da Minha Vida Helena sacudiu a cabeça dispersando lembranças, enquanto se virava para a filha com os olhos lacrimejando e na sua dor, vinha apenas uma indagação: — Filha, eu tentei evitar que você carregasse um filho indesejado do filho do doutor!Mel olhou penalizada para a mãe e deixou que ela a abraçasse com toda a sua dor. — Foi isso que aconteceu com você mãe!— Mel quis saber, enquanto acariciava os cabelos finos e grisalhos da mãe. Helena assentiu a cabeça e se afastou secando as lágrimas desajeitadamente, enquanto se esforçava para desabafar sem voltar a chorar: — Eu já carregava o Títo na barriga aos quinze anos, filha! Eu nunca pude contar para o Enrico! Eu nunca pude voltar lá e contar!Mel puxou a mãe, a ajeitando na beira da sua cama e deixou que ela se sentasse e ela se ajeitando do seu lado, continuou falando: — A mãe me convenceu a deixar as coisas como estavam, porque se eu voltasse, o Enrico podia querer tirar o filho de mim e tudo seria bem pior!Me
O Homem da Minha Vida Mel se virou na cama, sentiu o cansaço lhe vencer e se entregou aos olhos cansados.Iara e Nice saíram de mansinho para não acordar a amiga.Helena as alcançou no terraço. — Preciso falar com vocês!—ela disse, enquanto via as moças se virarem para ela. Iara olhou impaciente, apertando os olhos antes de falar: — Nada que a senhora me disser vai me convencer de que fez o que qualquer mãe faria!Nice assentiu com a cabeça, enquanto segurava a barriga.Helena suspirou com tristeza e apenas disse: — Eu fiz o que a minha mãe faria!As moças bufaram e saíram pisando fundo. Helena olhou na direção do mar e foi à procura do marido. Chegando lá, logo o avistou cabisbaixo e foi sentar ao seu lado. — Eu sabia que estava aqui, sempre faz isso quando está infeliz— ela disse com voz calma. José ergueu o olhar para a imensidão daquelas águas límpidas e agora calmas. As ondas de espumas dançavam sobre o azul como uma cortina que balançava ao vento e José só desejava