TaraPlaneje um encontro falso, disseram. Vai ser fácil. Ninguém nunca disse isso.A hostess , que está quinhentos dólares mais rica graças a mim, nos guia até nossa mesa ao lado da jornalista. Isso é tudo em que consigo pensar enquanto Mason assume seu ar de indiferença e sua mão encontra minha lombar. O calor que emana dele se infiltra na minha pele, e fico tentada a me aconchegar perto dele.— Gostariam de mais alguma coisa, sr. e sra. Delaney?A jornalista ruiva ergue os olhos de seu cardápio. Um brilho de surpresa perpassa seus traços enquanto seus olhos observam Mason de cima a baixo.Balanço a cabeça enquanto ele responde por nós:— Não, obrigado.A mão dele sai das minhas costas enquanto ele puxa minha cadeira. Eu me sento, e ele me empurra para perto da mesa. Ao contrário das outras vezes, em vez de se afastar, ele se aproxima.Seus lábios roçam na minha orelha quando ele cochicha:— É melhor que você esteja certa em relação a isso.Sinto um calafrio.— Confie um pouco em mi
MasonPensei que a ideia de Tara de ter um encontro falso era ridícula até realmente me sentar na frente dela e perceber que eu teria toda a sua atenção por pelo menos duas horas.Isso me faz lembrar de nossa lua de mel e do jantar que tivemos. Mas dessa vez ela está totalmente concentrada em atuar, enquanto eu estou mais interessado em conhecê-la.Não a pessoa que ela é no horário de expediente ou os vislumbres escondidos que tenho quando ela baixa a guarda, mas quem ela é de verdade.Aproveito que a jornalista foi ao banheiro para tirar mais informações dela.— Se não tivesse que trabalhar, o que você faria nos fins de semana?Ela recua.— Tipo, se eu tivesse um dia de folga?— Você tem os domingos de folga.— Normalmente estou morta demais até para me mexer, então prefiro vegetar no quarto. Só saio para buscar água ecomida.— Por quê?— Porque estou exausta. Trabalhar para você suga toda a minha energia, então, quando chega o fim de semana, não tenho forças.Essa conversa está volt
TaraDemora três dias para a jornalista publicar uma matéria sobre nós. Eu tinha torcido para que os resultados fossem promissores, mas ela superou todas as minhas expectativas.— Eu falei! — Coloco meu celular na mesa de Mason.Ele o pega e lê a matéria que descreve que uma fonte interna descobriu um lado oculto de Mason Delaney. Ao queparece, o homem mais frio de Nova York tem um fraco por uma única pessoa em todo o mundo.E .O jeito como a jornalista descreve nossa relação é algo tirado de um filme. Segredos murmurados à luz de velas.Olhares furtivos quando um de nós estava olhando para ooutro lado. Um beijo sob as estrelas, com os dois ignorando completamente o mundo ao redor.Ele franze a testa.— Isso nunca aconteceu.— É uma coluna de fofoca, não o Wall Street. Eles não estão aqui para apresentar os fatos.— É uma surpresa que ainda estejam no mercado com essa mentalidade.— Porque matérias como a nossa já têm um milhão de leituras até agora. Só o dinheiro da publicidade é
MasonTerminava de checar uma pilha de papéis que precisavam da minha assinatura, cada documento mais tedioso do que o anterior. A rotina estava começando a pesar, mas precisava me concentrar.A porta do escritório se abre de repente, e acredito que seja Tara, minha assistente. Não desvio o olhar dos papéis até que ouço o som abrupto de algo sendo jogado sobre a mesa. Ergo o olhar e encontro Jen parada em minha frente, a expressão séria e determinada.— O que é isso? — pergunto sem rodeios, franzindo o cenho.Jen suspira, cruzando os braços com uma atitude desafiadora.— O currículo da sua secretária barra... esposa — diz com um certo desgosto evidente na voz. — Você conhece sua esposa o suficiente?Semicerro os olhos, minha mente correndo para entender as implicações daquelas palavras. Instantaneamente, deduzo que Otto deve estar por trás disso. Ele sempre tem um plano, uma jogada para desestabilizar tudo.— Saia do meu escritório — digo sério, controlando o tom de voz.Jen não se mo
Tara~ Vamos ver o papai? ~ pergunto para Thomas, enquanto as portas do elevador se abrem.Ele sorri, balbuciando algumas palavras em resposta, e meu coração se enche de ternura. Carrego-o no colo, sentindo seu peso e a segurança que ele transmite.Alguns funcionários nos lançam olhares e sorrisos gentis enquanto caminhamos pelos corredores. Thomas parece ser a estrela da empresa, e os sorrisos direcionados a ele me fazem sentir uma pequena alegria, mesmo no meio de tanto trabalho.Não era de costume tirar Thomas da creche no meio do expediente, mas hoje senti que seria uma boa ideia levá-lo para ver Mason.Talvez fosse uma tentativa inconsciente de aliviar a tensão que parecia pairar no ar desde os últimos acontecimentos. Mason não passava tanto tempo com Thomas quanto gostaria, e eu queria proporcionar esse momento de proximidade para eles dois.Chegando à porta do escritório de Mason, digo animada:~ Olha quem veio ver você! ~ Empurro a porta com um sorriso no rosto, pronta para ve
MasonSegundo meu GPS, eu estava próximo do endereço real de Tara.A única coisa que era verdadeira no meio daquele mar de mentiras era o fato de Tara morar no Texas. Mais alguns minutos se passaram, e finalmente parei em frente a uma casa humilde, com um jardim que precisava urgentemente de cuidados.As janelas da casa estavam cobertas, impedindo que eu descobrisse se havia alguém em casa ou não. Mas mesmo assim, andei até a porta e toquei a campainha.Fico ali parado, sentindo uma mistura de nervosismo e determinação. O lugar emanava uma sensação de abandono e solidão.O jardim, outrora talvez cheio de vida, estava agora tomado por ervas daninhas. As cortinas fechadas nas janelas faziam parecer que a casa queria se esconder do mundo, guardando seus segredos a sete chaves.Enquanto esperava, minha mente vagava, tentando juntar todas as peças do quebra-cabeça que era Tara. Tantas coisas não faziam sentido, tantas perguntas sem respostas. A sensação de que estava prestes a descobrir al
TaraMason não estava em nenhuma parte da empresa, o viram sair, mas não sabiam para onde havia ido.Aquela tarde se arrastou como uma eternidade de incertezas. Liguei repetidamente para o celular de Mason, desesperada por qualquer sinal dele, enquanto Thomas, cansado da espera, finalmente adormeceu ao meu lado no banco do parque.Resolvi então ir para casa, deixando Leanne esperando. Não seria eu quem avisaria quando ela decidisse partir.Ao entrar em casa, uma sensação de vazio tomou conta de mim. Percorri todos os cômodos, esperando encontrá-lo em algum lugar, mas não havia nenhum sinal de Mason.Voltei a ligar para seu celular, impaciente, enquanto a noite começava a cair lentamente. Thomas continuava adormecido, alheio à minha aflição crescente.Quando tudo parecia perdido, ouço a porta se abrir. Meu coração disparou de alívio e irritação ao mesmo tempo. Corri em direção ao som e o vi entrando, como se nada estivesse errado.~ Quer me dizer aonde estava?! ~ grito, misturando alív
MasonPela babá eletrônica, observo Thomas dormindo em seu quarto, me perguntando se sentiria a falta dela, assim como eu estava desde do momento que a mandei ir embora.Expiro profundamente enquanto me dirijo à cozinha.Depois daquela curta viagem infernal e da conversa com a mãe de Tara, não tenho energia para cozinhar nada, mas meu estômago roncando exige algum tipo de nutrição.Vasculho a despensa, revirando itens diferentes até me decidir pelo favorito de Tara.Macarrão de caixinha.A pressão no meu peito se intensifica enquanto considero todas as vezes que ela cozinhou para mim ao longo das semanas. Podia não ser nada gourmet, mas eu não ligava desde que ela me fizesse companhia.Companhia que não tenho mais porque a afastei por ter sido usado.Coloco dois jogos americanos sem parar para pensar.Levo dez minutos até me dar conta do erro, e minha garganta aperta a ponto de ser difícil respirar. Tento comer, mas tudo tem gosto de papelão para mim. Minhas entranhas se reviram mais