Dante subiu de dois em dois os degraus da primeira escadaria, o mesmo ocorreu com a segunda. Resmungou algumas palavras em latim entredentes e, de repente, seus pés eram capazes de fazê-lo saltar até cinco degraus agora, como um coelho.
Tão repentinamente, estava no quarto andar e, tão logo chegou, um som de explosão ecoou por entre as paredes e um cheiro de erva doce preencheu o ar. Era uma das poções explosivas que Dante ensinara June a fazer.
Uma cauda imensa chicoteou bem em sua direção naquele segundo, felizmente, a magia do salto ainda estava bastante ativa, o que o fez conseguir saltar por sobre o rabo e rolar para longe do golpe.
De longe, a cobra não parecia assim tão monstruosamente grande, mas de perto como estava agora, podia ver o corpo dela tomando o espaço de toda a sala, uma parte prensava a cadeira onde Maximus estava preso contra a parede, outra havia esba
Beck só conseguiu assistir, enquanto sangue escorria em abundancia da barriga dela para as coxas. O cheiro de sangue preencheu as narinas de Beck, aguçando seus sentidos e reavivando suas forças.Foi o suficiente para que ele conseguisse mover a pata que perfurava seu peito. Sentia seu sangue fervilhar em suas veias, mesmo que já estivesse morto, agarrou a criatura e a tombou no chão com toda sua força explosiva. Não esperou nenhum segundo, começou a golpear as escamas do peito do demônio com suas garras, uma vez, duas, e mais uma, e de novo e de novo, até que suas mãos estivessem cobertas de sangue negro, até que o sangue do demônio corroesse sua pele e aquele cheiro pútrido invadisse suas narinas, irritando-as cada vez que bufava. Não ligou e nem parou quando sentiu seus braços e pernas sendo cortados pelas garras, nem quando o rabo da criatura chicoteou seu rosto.
O feiticeiro limpou suas lágrimas e comtemplou o vazio que Bash deixara.“Você é meu último mestre. Eu fico feliz que você seja o último”, foram as últimas palavras dele.Ele queria dizer tanta coisa para Bash antes que ele tivesse morrido. Queria dizer que foi o melhor familiar que poderia ter tido, que certamente seria o único. Queria lhe dizer que foi o melhor amigo também e sua família. Queria lhe dizer que o amava. Queria lhe dizer que era um imbecil por ter dado sua vida por Vincent. Queria lhe dizer que ele sempre havia sido um idiota egocêntrico e bem no último segundo decidira ser altruísta. Queria lhe dizer que sentiria tanta saudade que sequer era capaz...Vince fitou o demônio, bem no momento em que este o encarou com seus olhos negros. Sentia tanta raiva que era capaz de explodir e levar seu castelo para os ares consigo. Na verdade, era capaz de
Dante não conseguiu não se impressionar com o que viu, foi tão...Maximus se levantou um segundo depois de estar livre, o corpo todo se envolveu com o brilho vermelho de sua magia e ele atacou. Era rápido como uma flecha, seus pés praticamente deslizavam sobre o chão e saltava por sobre o corpo da serpente com facilidade. Ele atingiu um soco na cabeça da cobra e ela foi arremessada com força monstruosa contra a parede.E logo se iniciou uma dança que, se não fossem as condições em que estavam, seria até bonito de ver. A serpente dava seus botes, mas não era capaz de atingir seu alvo. Maximus golpeava, uma vez, duas, três e cada soco era brutal.Ele estava usando magia, mas não contra a cobra, usava-a em si mesmo, para deixa-lo mais rápido, mais forte, mais resistente. Magia corporal, a especialidade de Maximus.Foi então que, com um
June soltou a mão de Dante e cambaleou para trás como se tivesse levado uma flechada direto em seu coração. Ela ficou pálida e, sem ruído algum, lágrimas começaram a escorrer de seus olhos em abundância e a boca dela tremia terrivelmente, as palavras “o quê? Por quê?” saíram de seus lábios, porém, sem som algum.Mas, então, ela sacou uma faca e avançou ferozmente na direção de Maximus, foi tão rápida que conseguiu cortar a bochecha dele antes mesmo que o feiticeiro pudesse se defender. Katrin praticamente voou para cima de June e, o que aconteceu em seguida foi rápido demais para se registrar, mas a magia azul e verde de Dante e Vincent tiraram a familiar de cima de June e, em um milésimo de segundo, Dante a segurou para que ela não partisse de novo para cima de Lennox.Maximus levou a mão a boc
Vincent olhou para ela com seus olhos violetas, mas nada disse. Estava frágil, como um cristal cheio de rachaduras, bastava apenas um peteleco para tudo desmoronar. Mas Ellie sabia que por trás de toda aquela fragilidade havia uma muralha de pedra maciça indestrutível.– Quando alguém lhe dá a vida para que você possa viver, é seu dever honrar esse sacrifício pelo resto de seus dias. – Ellie disse firmemente, refletindo – Foi isso que Bulaklak fez por mim e foi isso que Bash fez por você. E nós temos que fazer tudo por eles. E tudo significa inclusive aceitar a ajuda daqueles que tanto nos fizeram mal.– Eu sei. Você tem razão. – Ele exibiu um fraco sorriso que logo foi varrido de seu rosto – Eu sei que precisamos de Maximus, mas não consigo nem olhar pra ele, nem ficar perto dele, como posso lutar junto dele?&ndas
June estagnou repentinamente no lugar, olhando para todos aqueles corpos mortos, para o sangue, para aqueles demônios que eram enormes e assustadores que despertavam nela um pânico primitivo. Tinha medo, claro que tinha, não era idiota para não temer.Mas sabia que, se fosse até a batalha, morreria. Ela não era uma feiticeira, não era uma vampira imortal ou uma elemental do fogo, não, era uma simples humana que possuía conhecimentos específicos sobre ervas, flores e poções, nada mais. Dante havia ensinado ela a utilizar poções explosivas para ataques ofensivos, e isso a tinha salvado daquela serpente, mas não por muito tempo, caso Dante não tivesse chegado e certamente não seria útil contra demônios.Ou seja, ela seria apenas um fardo, apenas algo para preocupar Dante e principalmente Vincent, e ela não podia distrair Vince, nã
– Espera – Minerva pediu para Vincent e Maximus, enquanto eles corriam em direção a Salvatore que executava o ritual.Minerva não esperou que eles se virassem para ela, simplesmente agarrou as costas das vestes deles e pronunciou duas palavras quase ininteligíveis.Vincent conseguiu sentir a onda de magia que subitamente invadiu seu corpo, a forma como aquela energia parecia antiga e visceral, fechando-se ao redor do coração dele como um laço, como algo que estava sendo entalhado direto em seu músculo palpitante.Ele olhou para sua irmã por sobre o ombro e encontrou o par de olhos escuros dela carregados de uma tristeza substancial. Vincent sabia o que ela havia feito nele e em Maximus, sabia o que aquela magia significava.– Precaução – Minerva sussurrou tão baixo que quase não foi ouvida.– Você
A conversa acabou rápido, porque Salvatore Lex avançou direto contra Maximus e eles se chocaram como se dois raios se encontrassem em eletricidade mágica pura.Não demorou para que Miranda se juntasse a eles, estava revigorada devido a doação de magia feita por Ellie, havia conjurado novamente aquele par de asas amarelas para que pudesse se mover com velocidade, pois não seria possível com suas pernas de madeira.Vincent observou por um momento, analisou se seriam capazes de matar Salvatore. Não deixava de se impressionar com a forma com a qual o pretor se movia, rápido, firme e fluidamente, desviando dos ataques de Maximus e Minerva tão facilmente, embora estivesse olhando apenas para Max. Seus instintos eram ferozes e primários, como se cada célula de seu corpo soubesse exatamente o que fazer, que movimento executar.O feiticeiro reuniu aquela força primordial, pu