O feiticeiro observava Ellie nos fundos da casa pela janela de seu quarto. A ruiva estava ajoelhada sobre a terra, do lado oposto de onde estava Flidas, de frente para uma linda muda de árvore com pequenas flores brancas. Ela havia enterrado Bulaklak sozinha e havia feito crescer aquela pequena árvore com a magia dela.
Quando Vincent havia se oferecido para ajudá-la, Ellie sequer o olhou nos olhos, simplesmente lhe disse que queria ficar sozinha com ele.
June estava deitada em sua cama, ainda desacordada. Dante havia dito que Salvatore a jogara no chão e, enquanto dizia isso, lágrimas rolavam por suas bochechas. Ele parecia se importar realmente com ela, o que fez Vincent pensar que o tinha julgado mal.
– O que exatamente aconteceu, Dante? – Minerva perguntou suavemente.
Dante olhou para Vincent, mas rapidamente desviou o olhar.
– Ellie queria... Ela queria a ligação com
Vincent a apanhou em seus braços e seu calor foi extremamente bem-vindo, mas Ellie lutou para se desvencilhar, porém, o feiticeiro não deixou, mantendo-se firmemente abraçado contra ela. Ellie não queria que ele se manchasse com a aura negra de pesar que parecia envolve-la agora, o sangue de Bulaklak que agora estava inteiramente em suas mãos, banhando-a por completo.– Bulaklak fez isso porque te amava, Ellie – o arfar de Vincent soprou em sua orelha enquanto ele permanecia segurando-a com força contra si, até que ela desistiu de lutar, deixando-se ser vencida. – Ele não gostaria que você pensasse que foi sua culpa. E quem o matou foi Salvatore Lex, a culpa verdadeira é dele, apenas dele. Eu sinto muito, Ellie.Ellie agarrou o casaco de Vincent e afundou seu rosto contra o ombro dele, ainda tremendo muito, incapaz de se conter.– Faz parar, Vincent. E
Maximus estava sentado em uma poltrona próximo a lareira, absorto na leitura de um livro quando ouviu pesados passos no corredor vindo naquela direção.Sabia quem era antes mesmo que a pessoa aparecesse.Salvatore espalmou as mãos na porta e a abriu bruscamente. Pela expressão em seu rosto, poderia supor que alguma coisa havia dado errado.– Por mais que me agrade sua visita – Maximus escarniou, mantendo seus olhos nas páginas amareladas – estou um pouco ocupado no momento.Em resposta, a magia de Salvatore arremessou o livro que o outro segurava contra a lareira e Maximus o viu queimar. Não ficou nenhum pouco surpreso, apenas lamentou a perda de seu livro, era um bom volume. Ficou, na verdade, aliviado por não ser nenhuma parte de seu corpo.– Não estou com saco para seu sarcasmo, Lennox.– Eu não percebi. – Maximus de
Talvez o vampiro estivesse certo e eles simplesmente não pudessem vencer Salvatore em um combate direto, não contra seus feiticeiros do Submundo. Os usuários de magia que possuíam, os membros do Conselho, não eram em sua essência guerreiros, não sabiam como lutar ofensivamente, apenas para se defender, não eram pretores. Pior do que isso, não foram criados como ela, Vince e Max.Vocês precisam saber lidar com a vida, Niara costumava dizer, precisam aprender a lutar e se defender, precisam aprender a se impor quando necessário e, mais importante, a levantar quando tudo ao redor os derruba. Ela dizia isso porque eles três, mais do que todo mundo, sabiam como era ser tratado como lixo apenas pelas diferenças, sabia como eles teriam que brigar para ter um lugar no mundo. Um cego, um albino e uma aleijada. E Niara lhes deu a chance de lutar.Não irei
Ellie havia caído no sono sem querer e o sonho que se desenrolou após sua inconsciência foi extremamente perturbador.Era uma criança novamente, com seus quase três anos de idade, seus cachos ruivos soltos e emaranhados ao redor de seu rostinho rechonchudo, rosado e sardento. Ela se aproximou cautelosamente de uma mulher que estava sentada em uma cama, com colchas pesadas cobrindo suas pernas, fitando a janela ao seu lado com seu perfil delineado pela luz pálida da manhã.A mulher era extremamente parecida com ela, com sardas cobrindo seu rosto e os braços expostos, o cabelo ruivo brilhante estava preso em uma trança lateralizada, que caia por sobre seu ombro. Quando ela notou a presença de Ellie, a encarou com seus olhos castanhos amorosos e um lindíssimo sorriso se espalhou por seu rosto, colorindo sua face com um suave rosado.– Vem aqui, minha pequena – Ela esticou o
Quando Vincent foi até seu quarto, June não estava mais ali, sentiu um aperto em seu peito, até que Amber lhe disse que ela havia ido para seu próprio quarto.Bash surgiu na entrada, cruzou os braços e sorriu com malícia para Vincent.– Acho baixo até para você se aproveitar da fragilidade de uma dama para se deitar com ela.Vincent sentiu o sangue ferver e subir-lhe a face, colorindo intensamente seu rosto de vermelho. O feiticeiro se virou para o familiar, o punho aceso com sua magia verde e atirou um esfera de energia contra ele. Infelizmente, Sebastian foi mais rápido e se esquivou do ataque. A esfera atingiu a parede, formando um buraco carbonizado na pedra.O movimento súbito e brusco fez com que Vincent sentisse uma pontada de dor em sua costelas.– Calma, Vince! – Bash ergueu as mãos em sinal de rendição, mas com um sorris
Dante atirou mais uma esfera de energia contra a árvore, o que a partiu ao meio, fazendo com que seu tronco caísse sobre a neve com um baque. Aquele havia sido seu oitavo arremesso, já era a oitava vez que cortava aquela árvore e, iria ser a nona que a restauraria apenas para repetir todo o processo. Sentia que ainda tinha bastante energia para usar, o que era um progresso.Em contraste, havia suor brilhando em sua testa e sua respiração ofegante se condensava à frente de seu rosto, formando uma nuvem espiralada branca diante de sua boca.O aprendiz fez gestos específicos com as mãos ao mesmo tempo em que transferia energia para o tronco partido. Repentinamente, a metade superior da árvore se elevou e se juntou com a inferior, o tronco se regenerou e voltou a ser como era antes.– Está se esforçando bastante em seu treinamento hoje – Sam comentou. Ele estava sen
Vincent envolveu a cintura dela com os braços e Ellie se inclinou para trás, fazendo com que suas costas se recostassem contra o peito dele. Ele se curvou para frente e ela sentiu os lábios dele roçarem contra sua orelha, assim como sua respiração contra seu rosto. Era tão natural para ela se aconchegar contra ele, que chegava a ser um pouco assustador. Ainda assim, Vince foi capaz de acalmar seu coração errático e toda a tormenta que se formava sobre ela.– Não precisa fazer se não quiser. – ele sussurrou contra sua orelha.– Sério? – Ela deitou a nuca contra o ombro de Vince para que pudesse olha-lo nos olhos, em seguida, apontou para o vestido jazido sobre a cama com o queixo. – Porque sua irmã até mesmo preparou minha roupa.Ela sentiu contra suas costas a vibração do peito de Vince quando ele riu.
Já era tarde da noite quando Vincent entrou no quarto de Ellie. Não sabia se ela ainda queria que ele dormisse com ela, já que não lhe dissera nada, mas queria ver como ela estava.Vincent estava orgulhoso das palavras dela para os feiticeiros. Todos pareciam mais vigorosos agora, corajosos e poderosos. Minerva preparara um grande banquete para os feiticeiros, com direito a hidromel e uma variedade de carnes. Ela ficou no castelo, pois, no dia seguinte, explicaria todo o plano de ataque que ela e Vincent discutiram antes. Dante ficara com ela, e Maggie, que havia insistido e Minerva permitiu.O restante voltou com Vincent para seu castelo, embora os feiticeiros tivessem protestado por causa da saída de Ellie, já que aparentemente agora ela era uma espécie de santa.Quando entrou no quarto dela, porém, não encontrou o que esperava. Ellie estava encolhida em um canto do quarto, a janela estava aberta e