Camélia olha para Leandro com uma mistura de incredulidade e terror crescente. Seus olhos, arregalados, refletem a confusão diante das palavras do homem à sua frente, exigindo explicações e proclamando um relacionamento inexistente. Ela tenta manter a compostura, respirando fundo para controlar o pânico que ameaça dominá-la.
—Namorado? Não, senhor, você não é. Solte-me, Leandro, você não tem o direito de exigir nada de mim! Que loucuras está dizendo?— consegue articular com um tom de voz que tenta ser firme, mas que treme ligeiramente no final.
Leandro, com os olhos injetados de sangue, olha fixamente para ela enquanto encurta a distância entre eles. Seu rosto se contorce numa careta de raiva e possessão. Ele se inclina até que s
Leandro não renunciará a ela, muito menos agora que percebeu que ela está mudando. Diante da luta desesperada da jovem, ele a segura com mais força, mantendo-a quase colada ao seu corpo, como se fosse uma presa prestes a escapar.—Você não vai sair daqui, pare de dar desculpas absurdas e me diga a verdade de uma vez. Você sabe perfeitamente que será minha esposa mais cedo ou mais tarde. Não aceito que venha com essas bobagens agora— exige ele, determinado a fazer com que ela finalmente admita seus sentimentos e o aceite.—Leandro, pelo amor de Deus, entenda de uma vez. Não gosto de você, não quero ser nada seu. E me solte já, por favor! —Grita Camélia, puxando seu braço com toda força, sem resultado, porque o forte Leandro a tem bem segura.—Acha que sou idiota? Você me deu todos os sinais de que queria ser minha mulher. Estive cortejando você todo esse tempo. Há seis meses, quando perguntei se queria ser minha esposa novamente, você riu e não negou— diz Leandro, seguro de suas palavr
A agonia de Camélia é imensa, uma dor que lhe dilacera a alma ao ver sua própria impotência diante do homem detestável que a arrasta sem o menor vestígio de compaixão. Seu desespero cresce ao notar que as pessoas começaram a passar, mas em vez de ajudá-la, apenas olham de soslaio e murmuram entre si: "Entre marido e mulher ninguém deve se meter". A indiferença dos transeuntes é como uma punhalada adicional para Camélia, que não pode acreditar que ninguém pare para auxiliá-la, apesar de ser evidente que Leandro a está forçando contra sua vontade.O terror a domina, um medo visceral que se espalha por todo o seu corpo como um veneno paralisante, fazendo com que as forças a abandonem pouco a pouco. Suas pernas tremem, ameaçando ceder a qualquer momento, e ela
Leandro, satisfeito ao ver que seus antigos companheiros não tinham duvidado dele nem por um momento, sem dar importância aos pedidos de socorro de Camelia, piscou para eles e com um enorme sorriso se aproximou. Com voz que queria ser confidencial, contou-lhes:—Vocês sabem, ela ficou com ciúmes porque me viu falando com uma garota —e virando-se para Camelia, que quase tinha ficado sem fala diante de seu descaramento, disse-lhe—: Já te disse que não somos nada, querida, nada. Bem, rapazes, deixo vocês, vamos subir ao apartamento dela um momento para resolver nosso pequeno problema, vocês sabem como, k, k, k...—K, k, k... —riram eles por sua vez diante dos olhos aterrorizados de Camelia, que começou a espernear e se contorcer o quanto podia contra o abraço de Leandro
Israel, agora irritado, ameaçou Leandro, fazendo-o recuar. Naquele momento, algo em seus olhares havia mudado, e ambos os homens enfrentaram Leandro, cobrindo a visão da aterrorizada Camelia, que estava agarrada ao porteiro Octavio, sentindo que ele era o único que acreditava nela e a defendia.—Vamos, rapazes, já lhes disse que estávamos nos escondendo —disse Leandro com um sorriso, tentando parecer convincente—. Camelia, esclareça isso, diga-lhes que somos namorados, que você só está chateada. Não me faça passar por essa vergonha, Camelia, ou não me responsabilizo depois!Leandro a pressionou ameaçadoramente, tentando ir em sua direção novamente. Camelia recuou aterrorizada, colocando-se atrás do velho porteiro enquanto tentava que
Enquanto Ariel gritava com seu chefe de segurança, dirigia em alta velocidade chegando em menos de cinco minutos devido à proximidade do prédio de Camelia, enquanto ouvia seu funcionário pelo telefone. —Senhor, os guardas acabaram de me informar que a senhorita Duarte teve um pequeno desentendimento com seu namorado. O senhor deve conhecê-lo, é Leandro o segurança, o antigo funcionário nosso que o senhor mandou demitir sem me dizer o motivo. Aparentemente ela estava com ciúmes e estavam discutindo, mas meus homens a libertaram no final— Ariel não podia acreditar no que ouvia. Não é que tivesse certeza da vida que Camelia havia levado antes de conhecê-lo, mas para permanecer casta e pura deve ter sido muito recatada. Também não se esquecia que Leandro era um dos que lhe havia dado os bombons com o elixir do amor, e certamente a estava culpando porque ele os havia demitido. —Imbecil, ele não é nada dela, nada! —vociferou quase fora de controle temendo o pi
Continuava contando Camelia, mais aterrorizada ao se sentir tão vulnerável e desprotegida. Diante da teia de aranha em que Leandro a havia prendido. Agora ela percebia plenamente. Ele havia feito todos ao seu redor acreditarem que eram namorados. Ela não desmentiu e continuou tratando-os amavelmente, até mesmo permitia que Leandro ficasse com ela no armazém, ajudando-a a carregar caixas.Ela ficava com pena de recusar quando ele se oferecia. Ele comprava comida e comiam com ela tanto ele quanto Manuel. Sempre amáveis e atenciosos, mesmo quando faziam insinuações grotescas, ela pensou que estava lidando bem com a situação. Nem sequer havia se queixado com a senhora Elvira, para que ela os repreendesse.Considerou que ao falar claramente com Leandro, que não queria nada quando ele a cortejou, que só podiam ser amigos, ele havia aceitado. E quando o rumor se espalhou
Depois das palavras do agente da polícia, fez-se um grande silêncio na sala. Só era quebrado pelos soluços de Camelia, que se abraçava aos joelhos sem parar de chorar numa cadeira. Os demais presentes ficaram a olhar para o chão, sem saber o que dizer.Ariel Rhys tentou consolá-la, mas as suas palavras não pareciam ter nenhum efeito. Camelia continuava a chorar, desconsolada. Os outros presentes sentiam-se desconfortáveis, sem saber como reagir. Alguns olhavam para Camelia com compaixão, outros evitavam o seu olhar.—Senhor —começou a falar o chefe de segurança, ao ver os vidros espalhados por toda a sala, a pedra e a nota que entregou à polícia. Virou-se para os seus homens, que baixaram a cabeça sem dizer nada—. Asseguro-lhe que isto não voltará a acontecer. Vocês os dois, deem o vosso testemunho de tudo o que o Leand
As lágrimas escorriam livremente pelo rosto de Camelia, os seus olhos moviam-se inquietos, olhando em todas as direcções, enquanto ela tremia como uma folha sob o braço de Ariel Rhys que tentava, sem sucesso, incutir-lhe segurança.—Infelizmente sim, senhorinha Camelia. É assim que a lei funciona e não posso fazer muito a respeito —disse-lhe Oliver com pesar, olhando para Ariel que cerrava o maxilar furioso—. Terá de se cuidar bem, não andar sozinha. Não lhe dar a oportunidade de a apanhar desprevenida.—Oh, meu Deus! —exclamou Camelia abraçando instintivamente Ariel, que a apertou com força sentindo a sua angústia.O pânico voltou com maior intensidade à jovem, que olhava para todos os lados como se esperasse ver Leandro aparecer a qualquer momento e não teria quem a defendesse. Ela não tinha ningu&eac