57. IGNORADA

A agonia de Camélia é imensa, uma dor que lhe dilacera a alma ao ver sua própria impotência diante do homem detestável que a arrasta sem o menor vestígio de compaixão. Seu desespero cresce ao notar que as pessoas começaram a passar, mas em vez de ajudá-la, apenas olham de soslaio e murmuram entre si: "Entre marido e mulher ninguém deve se meter". A indiferença dos transeuntes é como uma punhalada adicional para Camélia, que não pode acreditar que ninguém pare para auxiliá-la, apesar de ser evidente que Leandro a está forçando contra sua vontade.

O terror a domina, um medo visceral que se espalha por todo o seu corpo como um veneno paralisante, fazendo com que as forças a abandonem pouco a pouco. Suas pernas tremem, ameaçando ceder a qualquer momento, e ela

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