Todos olham uns para os outros sem saber como reagir; é algo que apanhou todos de surpresa. Embora tenham ouvido a última notícia, o medo e a dúvida corroem-nos.
—Parabéns, Ari! E dá um abraço à Camelia da nossa parte —reage Marlon. —Mano, estavas aí? Por que não me respondeste? —pergunta Ariel, imerso na sua felicidade. Mas ouve a voz da sua mãe. —Muitos parabéns, filho, muitos parabéns. É uma bênção este bebé. Vou fazer um almoço de boas-vindas e, antes que digas algo, será apenas para a família —explica emocionada Aurora—. Dá também os parabéns à Cami e diz-lhe que tudo ficará bem; vamos cuidar dela. —Convida também os pais e os irmãos dela, mãe —pede Ariel, cheio de emoç&atÉ tanta a sua felicidade que, apesar da distância que os separa, a sua voz reflete a imensa alegria que sente naquele momento. Ri feliz ao ouvir a emoção dos seus pais e do seu irmão, especialmente com a insistência do seu pai em que o bebé leve o seu nome, seja qual for o sexo; ele quer que a criança herde o nome. —Vamos ver, papá —depois pergunta-lhes—. Acham que amanhã podem esperar-nos na casa dos pais do Ariel? —Vêm, filha? —pergunta Lirio, que conseguiu colocar o telefone em alta-voz antes de o marido lho tirar da mão—. Vão finalmente regressar a terra? Camelia confirma que sim, que prefere passar a gravidez em terra. Para alegria de todos, avisa que ficará um bom tempo com eles na quinta, já que quer estar ao seu lado. Lirio emociona-se ao ouvi-la, ansiosa pelo dia em que a terá finalmente consigo.
O imenso iate dos Rhys entra no porto sob a admiração de todos. Toda a família foi dar-lhes as boas-vindas. Observam como Camelia desce, segurada por Ariel e rodeada por guardas de segurança que mal permitem que a vejam.—Não achas que estás a exagerar, Camilo? —pergunta a senhora Lirio, reconhecendo muitos homens do seu marido a cuidar da sua filha—. Mal a deixam respirar.—Mãe, melhor assim, vai habituar-se como eu —diz Clavel, sorrindo ao ver a sua irmã. Depois deixa-os e avança até Camelia, que, ao vê-la, tenta correr para ela, mas o grito angustiado do seu marido impede-a.—Não corras, Cami, lembra-te do bebé! —detém-se, levando uma mão ao seu ventre plano e espera que a sua irmã, que é alcançada pelo irmão Gerardo, chegue.Os três abraçam-se emocionados, perante os protesto
O caos apoderou-se do terraço. Sofia, entre contrações cada vez mais intensas, alternava o olhar entre o marido inanimado a seus pés e os rostos preocupados da família. O senhor Rhys ergueu-se com a autoridade que o caracterizava e, como um general no meio de uma batalha, começou a dar ordens com voz firme e clara: —Félix, cuida da Sofia —chamou, embora ele já tivesse corrido até ela—. Marlon, acorda o teu irmão. Marcia, leva as crianças para dentro de casa com a Camelia e a avó —fez uma pausa e olhou para a sua esposa—. Aurora, manda aquecer água, não creio que a Sofia chegue ao hospital. Ariel e Oliver, levem a Sofia para o quarto no rés-do-chão. Camilo, trata de chamar a ambulância, só por precaução. Enquanto Marlon tentava reanimar Ismael com suaves palmadas nas bochechas, Ariel e Oliver l
A felicidade parecia florescer na família Rhys. Camelia estava a ter uma gravidez extraordinária. Já sabiam que seria uma menina, à qual decidiram chamar Alhelí, seguindo a tradição da sua mãe, Lírio, de dar nomes de flores. —Alhelí, gosto do nome —disse Camelia, contemplando o quarto da sua pequena, contíguo ao seu na casa dos Rhys. —Eu também gosto —respondeu Ariel, ao seu lado—. A tua mãe contou-me que o nome Alhelí significa "aquela que dá sentido à vida". E acho que, de verdade, a nossa pequena veio para nos dar uma razão para lutar e sermos felizes. —Prometi ao meu pai que, se tivermos um menino, vamos dar-lhe o nome dele —comentou Camelia, com um grande sorriso enquanto acariciava a barriga—. Afinal de contas, os filhos do teu irmão Marlon ocuparam todos os vossos nomes
Oliver observou-o por um momento e depois começou a procurar na sua mala até encontrar uns registos amarelados. Levantou-se para se aproximar mais da secretária do senhor Rhys, enquanto a luz do pôr do sol se filtrava pelas janelas, iluminando as páginas envelhecidas. — Não saberia dizer-lhe com certeza. Estes registos do médico chegaram até mim porque a minha esposa os arrancou do seu caderno pessoal. Finalmente conseguiram decifrar as suas estranhas anotações em código — explicou enquanto lhe entregava as folhas juntamente com outras anotações —. Como pode ver, menciona a data em que Mailen lhe entregou as amostras de esperma de Ariel, que foram extraídas com a ajuda de um médico. Existem indícios de que tentaram criar alguns embriões, mas não especifica se tiveram sucesso. O senhor Rhys pegou nos documentos com m&at
Camelia estava muito preocupada com o seu casamento. Apesar de terem retomado as relações íntimas, tudo lhe parecia muito estranho. Para piorar, tinha ficado grávida de novo, e Ariel havia deixado de tocá-la outra vez durante toda a gestação. O seu pequeno, a quem deu o nome de Camilo, já tinha dois anos e ele continuava sem mudar. Cuidava dela tanto que, agora, era ela quem já não desejava ter intimidade com o marido.Nesse dia, foi visitar a sua melhor amiga, tentando escapar das preocupações de ser mãe a tempo inteiro.— Lía, em que pensas? — perguntou-lhe Nadia ao vê-la olhar pela janela da casa, suspirando a todo momento com nostalgia.— Em nada e em tudo, Nadia — respondeu Camelia com um grande suspiro. — Naquilo que foi a minha vida, em tudo o que tive de passar para ter isto que agora tenho… Sabes o que significa o meu no
Camélia negou estar nesse ponto ainda. Ariel e ela amavam-se loucamente, mas não conseguia evitar que o assunto começasse a preocupá-la; temia que levasse a isso ou que o marido procurasse outra mulher para satisfazer os seus desejos. — Eu sei do que estou a falar, Lía, isso é um problema sério que têm de enfrentar — disse Nadia com seriedade. — Continuam com as terapias? — Sim, vamos os dois uma vez por mês — parou, corando —. Mas não digo nada nas sessões; tenho vergonha. — Lía, estás no caminho errado! — repreendeu-a a amiga Nadia muito preocupada.— Isso temos de resolver já. Responde-me: achas que conseguirias aguentar que ele te fizesse o que fazia antes? Refiro-me a ele ser selvagem contigo. Não te virá à cabeça o ataque do Leandro? Camélia olhou-a
Marlon Rhys lê atentamente toda a investigação que o Major Alfonso lhe entrega, enquanto este permanece sentado à sua frente. Desde a última mensagem do jovem que deixou a prova de paternidade, Marlon perdeu a paciência, pois ainda não conseguiram localizá-lo. Percorreram quase todos os aquedutos da cidade e, apesar de terem obtido diversos testemunhos de quem o viu, ninguém consegue dizer com exatidão onde encontrá-lo.— Estou muito desapontado, Major — diz Marlon, passando a mão pela testa. — Apesar de estar a empregar muitos recursos na sua busca, ele continua desaparecido. Também não conseguimos encontrar a pessoa que roubou os embriões.— Nós também não tivemos sucesso — responde o Major. — Como verá, devido à destruição provocada por Mailen nessa clínica, onde eliminou todo o