Sofía olhou para seu marido fixamente, temerosa de que ele tivesse tido uma recaída, mas o olhar limpo, sincero e cheio de amor que Ismael lhe devolveu fez com que ela risse aliviada. —Ja, ja, ja…, que loucuras você diz? Como o bebê pode exigir algo de você? —Ela ri com as mãos sobre as de seu marido, que estão depositadas em sua barriga. —Amor, você não viu ontem à noite? —perguntou Ismael com seriedade—. Ele sentiu que eu estava me afogando, queria que eu fosse longe de vocês. E o que ele fez? Ele teve toda uma batalha sozinho na sua barriga; até que eu não me deitasse e cantasse uma canção de ninar, ele não se acalmou. Essa é a maneira dele de exigir que eu seja seu pai. Não me olhe assim, é verdade. —Eu sei, também percebi isso —aceitou ela—. Ele não dorme até você chegar e colocar a mão na minha barriga; ele se mexe sem parar, você o estragou. Sinta, sinta como ele se mexe! Ambos correram suas mãos em busca de onde o bebê fazia um volume e ficaram ali, sentindo a vida que
Camelia se aproxima de sua avó, que ao vê-la sorri feliz. Ela a convida a sentar-se ao seu lado enquanto pede a uma jovem que sirva o lanche. Ela o faz acompanhada de uma grande bandeja de frutas. —Coma uvas e melancias, são muito refrescantes —indica com carinho—. Acho que sua irmã não está se sentindo bem. —Ainda está com dor de estômago? Vou vê-la em um rato, ela ia dormir —responde enquanto desfruta das frutas—. Vovó, vamos voltar para a cidade, viveremos como você quer com meus sogros. Mas antes, iremos passar uma semana com minha família. O que você acha? A senhora Gisela tomou um gole de seu refresco, assentindo a tudo que sua neta lhe dizia. Ela havia se recuperado e estava se acostumando com as viagens de avião e helicóptero. Achou bom visitar a verdadeira família de Camelia, para se certificar de que realmente a amava. —Ariel vai arranjar para que você possa visitar papai e Marilyn —informou Camelia. —Pare de chamá-lo assim, ele não é seu pai e não merece que você
Enquanto todos continuam conversando sobre o retorno no dia seguinte, Marcia pede ao seu marido que a ajude com as crianças. Ambos correm em direção à praia, fazendo com que saiam da água. Eles se dirigem com as crianças para o interior da casa e se dedicam a banhá-las. —Amor, você não vai me dizer se descobriu mais alguma coisa? —pergunta Marcia ao ver a expressão de preocupação do marido. —Se você está falando dos embriões, não sei nada, só que não existiam apenas os oito que Maria Graciela mencionou. Você se lembra que entregamos meu esperma e seus óvulos duas vezes? —Depois prosseguiu—. O primeiro lote foram aqueles oito que ela menciona, mas do segundo, não sei se conseguiram algo. Vou continuar investigando, não se preocupe. —Você tem certeza de que todos os de Ariel não serviam? —pergunta Marcia enquanto banha um gêmeo—. Olhe para eles, são idênticos a ele. Marlon ficou olhando para sua esposa em silêncio, depois para os gêmeos, e pegou um deles, girando-o para que ela
O telefone de Camelia toca e ela vê que é de um número que não reconhece. Ela desliga e continua conversando com todos sentados na varanda, mas o toque insistente faz com que todos a observem. —O que está acontecendo com esse som, Cami? —perguntou Ariel. —Não é uma chamada, só está fazendo isso —diz e estende o aparelho que seu marido pega imediatamente. —É seu telefone, Camelia, que faz esse som? Não te dissemos para não ativá-lo? —perguntou Marlon, muito sério. —Acabei de tirar, já que vamos embora amanhã queria avisar ao caseiro que íamos passar para pegar algumas coisas —respondeu ela, envergonhada—. Não tem conexão, mas continua soando assim de forma estranha. —Porque ninguém está te chamando, estão tentando localizar seu telefone com um equipamento especializado de rastreamento por radiofrequência. Para isso, é necessário que o telefone esteja ligado. Desligue, Ari —explicou Ismael imediatamente. Ariel faz imediatamente o que seu irmão pede e a olha preocupado. Todos
A noite havia caído sobre a cidade com uma tranquilidade enganosa, envolvendo as ruas num manto de sombras e sussurros. Na penumbra do seu escritório, Ariel Rhys mergulhava no silêncio, esse companheiro fiel das horas extras. Papéis se empilhavam como testemunhas mudas do dia que se recusava a terminar, enquanto a luz tênue do candeeiro de mesa brincava com os limites da sua paciência.Foi então que a serenidade da noite se quebrou com uma batida suave na porta. Ariel, ainda imerso em seus pensamentos, convidou o visitante noturno a entrar, esperando encontrar o rosto familiar do segurança. Mas o que seus olhos viram não era nada do que sua mente havia antecipado.Dias depois, no conforto de um clube onde os sábados ganhavam vida entre anedotas e risos, Ariel estava a partilhar a mesa com os seus amigos: o advogado Oliver e o médico Félix. A incredulidade ainda pintava seu rosto quando tentava ordenar suas palavras para narrar o evento que havia perturbado sua realidade.—Rapazes, vo
Camélia parecia um feixe de nervos, sua postura revelava um desconforto palpável enquanto se contorcia na cadeira, como se cada fibra do seu ser quisesse escapar da situação em que se encontrava. O rubor em seu rosto não era apenas indicativo de vergonha, mas também de uma luta interna que parecia consumi-la. Seus olhos, que antes brilhavam com a escuridão da noite, agora estavam velados pela dúvida e humilhação, e desviavam-se constantemente, incapazes de sustentar meu olhar.—Ela trabalha na empresa, no armazém. E deve ter uns vinte e poucos anos, não sei, não sabia da existência dela até aquela noite. Já lhes digo, se a vi antes foi muito pouco e não reparei nela ou guardei sua imagem —respondeu Ariel com um tom que descrevia que o aparecimento da mulher era muito surpreendente àquela hora em seu escritório.—Está bem, o que ela queria? —Oliver não pôde conter sua impaciência.—Vou contar-lhes exatamente a conversa —Ariel fez uma pausa dramática antes de continuar.—Está bem —disse
Eu tinha ficado observando-a sem compreender o que me pedia. Sério, minha mente estava naquele momento buscando possíveis fatos que tivessem acontecido com minha funcionária na minha empresa e que eu teria que resolver àquela hora da noite.—Por favor, senhorita Camélia, pode finalmente me dizer o que aconteceu para ver se posso ajudá-la? —perguntei um pouco exasperado.—Pois é, senhor, nos chocolates havia esta droga, sabe, esta droga..., esta droga... —gaguejava como se temesse ou se envergonhasse de dizer.—Que droga? —perguntei para incitá-la a falar, agora verdadeiramente intrigado.—Pois esta que faz você cometer loucuras, que..., que faz você querer fazer com qualquer um, sabe, aquele ato..., aquele..., sabe..., entre um homem e uma mulher... —tentava me explicar toda ruborizada e baixava o olhar enquanto gaguejava diante de mim, que não podia acreditar no que me dizia— e eles riam de mim, diziam que eu iria correndo suplicar a eles que me fizessem o "favor", mas antes me mato,
Não pensei mais, peguei-a nos meus braços, coloquei-a no carro, ela me indicou onde era sua casa e para lá fomos. Não vou contar os detalhes, mas para começar ela era virgem. Tem um corpo de tirar o fôlego, que descobri depois que ela tirou toda a roupa. Quando soltou o cabelo ao tomar banho para ficar limpa para mim, e sem os óculos, o patinho feio se transformou em cisne!—Não estou mentindo, não estava bêbado nem nada —assegurou Ariel com firmeza—. A garota insignificante que trabalha escondida de todos como assistente no almoxarifado é uma preciosidade sem roupas.—Sério? —perguntaram ambos espantados.—Sim, Camélia é uma linda mulher ao natural —afirmou.—Então, você fez o "favor" a ela ou não? —quis saber Félix.—Fiz, a noite toda —disse muito sério—. Estreei-a em tudo, ela não sabia nada, nunca tinha tido relações, me contou que teve um quase namorado, mas que não chegou a nada.Ambos os amigos ficaram olhando para Ariel com incredulidade e um toque de inveja saudável. Trocaram