Marlon observou seu amigo sem dizer nada; também tinha a dúvida, mas, não importando se eram de Ariel biologicamente, não sabia por que, seu coração já os havia feito seus. Não responde a Félix e segue suas indicações. Sentam todos na cama, olhando com os olhos bem abertos, admirados com tudo ao seu redor. Toda a sua vida viveram escondidos, na escuridão da casa, assustados, e agora tudo lhes parece incrível.
—Papai, onde está mamãe? —chama o pequeno Ariel, puxando suavemente sua camisa.—Você disse que ela estaria aqui nos esperando —acrescenta, sério, Marlon. Já percebeu que ele é o mais esperto dos três.Ele passa a mão sobre as cabeças com um sorriso, garantindo-lhes que sua mamãe virá em breve. Mas primeiro eles precisam tomar banho e colocar roupas limpas, para que ela veja cA primeira vez que Leandro viu Camelia, foi seguindo os olhos de Manuel. Estavam em uma cafeteria depois que este lhe entregou algumas fotos de sua ex. Fazia mais de seis meses que haviam se divorciado por violência doméstica. Ela o havia acusado; depois chegaram ao acordo de que ele se mudaria da cidade e nunca mais a procuraria. Mas ele não fez isso, apenas se escondeu e contratou Manuel, a quem conhecia pela recomendação de um amigo.—Que beleza! —exclamou ao ver Camelia, que ria na companhia de Nadia e Ricardo, caminhando pela calçada da frente.—Não a olhe, que é minha —protestou Manuel.—É sua namorada? —perguntou Leandro, sem parar de olhar para Camelia.—Em breve será —respondeu Manuel, amaldiçoando-se interiormente por ter deixado Leandro descobrir a Camélia.—Então ainda não é sua? Podem
Manuel foi até a casa de Camelia para ser ele quem fizesse amor com ela. Mas ela não estava quando subiu ao apartamento pela árvore; tudo estava escuro e ele confirmou com o porteiro que ela não havia voltado, por isso correu apressado para o trabalho e esperou escondido perto do armazém, para matar Leandro se fosse necessário para defender sua mulher, porque era assim que a considerava: ele a viu primeiro, era sua.As horas passavam e Camelia continuava sem aparecer. Leandro foi ao armazém, abriu e se encontrou com o lugar vazio. Manuel o viu e se preparou para matá-lo, mas quando Leandro saiu sozinho, respirou aliviado. Depois o viu fechar tudo e sair correndo para revisar toda a empresa para ver se, por acaso, Camelia ainda estava lá, mas não a encontrou e pensou que com certeza ela tinha ido para a casa de Nadia ou para o hospital. Por isso, ficou tranquilo na cabine dos seguranças.Por sua pa
Leandro ficou sem palavras ao ouvir o que Camelia disse, olhando-o de frente. Ele nunca havia pensado nisso; talvez fosse a louca da Nadia com seu marido, que tiveram sexo a noite toda. Não era a primeira vez que eles ficavam na casa e ele os havia ouvido. Então lembrou que Nadia estava grávida; ela não aguentaria ter sexo com aquela enorme barriga a noite inteira, por isso mudou de estratégia.—Se é assim, por que você não me abriu quando vim pedir desculpas? —perguntou com um tom de voz mais suave.—Você veio à minha casa? Quem te deu meu endereço? Você está me seguindo, acaso? —Ela o atacou com perguntas.Ele ficou observando-a incrédulo. Sim, sua Camelia estava mudando, pensou. No entanto, tentou responder com calma; precisava recuperar o terreno que havia perdido pela estúpida ideia de drogá-la.—Não, não, C
Ele voltou a mudar de estratégia. Conseguiram um trabalho em frente ao prédio onde ficava o apartamento que Camelia alugava, o que facilitava vigiar o que ela fazia o tempo todo. Até um telescópio comprou para poder ver o que ela fazia dentro de casa. No entanto, por alguma razão, a porta da varanda permanecia fechada com as cortinas puxadas.Ele também precisava conquistar o porteiro; começou a cumprimentá-lo todos os dias e a deixar flores para Camelia, que ele podia ver que ela nunca recebia. Depois, seu antigo chefe, Ariel Rhys, decidiu se mudar para o prédio. Uma suspeita foi crescendo ao saber que ele a havia tirado do armazém e colocado para trabalhar como sua assistente. Ele não podia deixar que isso avançasse, por isso, ao vê-la chegar correndo ao meio-dia, consciente de que o porteiro não estava naquele horário, quis entrar com ela no prédio, mas os c&a
Todos, desde que começamos a fazer planos para nossas vidas, em algum momento pensamos em formar uma família, ter filhos e viver felizes. Acreditamos que é um ato que vai acontecer sem problemas. E então começa, para muitos, a odisséia de ver mês após mês que você não está grávida, embora deseje com toda a alma. Não há nada mais terrível do que ir ao seu ginecologista e ele te dizer que você tem problemas para engravidar naturalmente e que deve tentar a reprodução assistida.Primeiro, ambos, tanto o homem quanto a mulher, se sentem desorientados. A visão, os planos que tinham, se quebram e sentem que a vida está sendo injusta com eles. Esse foi o caso de Marcia e Marlon, quando, depois de dois anos de casados, finalmente decidiram consultar o doutor Hernández, que naquele momento, segundo o que lhe haviam dito, era o melhor gineco
Ao se sentar no carro, entendeu que nunca seria mãe, pelo menos, não como havia sonhado. De repente, Marcia se viu desfigurada; sua vida inteira perdeu valor, porque ela, como o mundo ao seu redor, considerava que ser mulher era igual a ser mãe. Chorou desconsoladamente até não ter mais lágrimas.Amava seu esposo mais do que a nada no mundo e agora compreendia por que ele fugia. Voltou para o escritório e o encontrou jogado no sofá, com lágrimas rolando pelas bochechas. Abraçou-o e ambos choraram, sentindo-se os mais infelizes do mundo. Depois veio o luto silencioso, sem dizer nada a ninguém.Deixaram de ir às refeições, às festas, a reuniões com amigos, às refeições na casa de seus pais, apenas para escapar das mesmas perguntas: Quando terão um filho? Para ambos, era exaustivo o enorme sofrimento em que se viam mergulhados. Marlon com
Marlon virou-se para o amigo, percebendo que ele havia ficado em silêncio, apesar de ser advogado. Observava como María Graciela o olhava nervosa e com um sorriso tímido, esperando ouvir sua opinião. Diante de seus olhos, ela havia deixado de ser a velha senhora desleixada para se tornar uma jovem muito bela.—Está muito bonita, senhorita María Graciela, e seu cabelo é… é realmente espetacular —gaguejou Oliver, visivelmente impressionado.—Obrigada, muito obrigada, não é para tanto —disse María Graciela, sentindo como as cores subiam ao seu rosto, fazendo-a parecer mais bonita e cheia de vida.—Tia, você é linda… linda…! —exclamaram as crianças, olhando-a realmente surpresas. Era a primeira vez que a viam assim tão arrumada.Marlon se aproximou ao vê-la tão nervosa. Agora compreendia tudo o qu
Nesse mesmo momento, na outra área do hospital, Ariel e Camelia caminhavam em busca da sala de emergência. De repente, ao passar em frente ao banheiro, Clavel saiu na frente deles, bem de cara com Camelia, que a olhou assombrada pelo enorme parecido que tinha com ela.—Veja, jovem —exclamou Ariel—, desculpe, mas você se parece muito com minha esposa. Poderia-se dizer que são irmãs e todo mundo acreditaria.Clavel ficou observando Ariel em silêncio. Depois olhou para Camelia, que não havia dito nada, mas compartilhava a opinião do marido. Olhou para o banheiro dos homens, que permanecia fechado. E sem mais, pegou Camelia pela mão e entrou com ela no banheiro. Ariel a seguiu sem pensar.—O que está acontecendo, senhorita? —perguntou ele, irritado, puxando Camelia—, não quis ofendê-la com o que disse. Minha esposa é uma bela pessoa, você deveri