Enrique continua a relatar como, no dia do incidente na aldeia. Depois que ellos se tinham ido com todos os seus homens para levar a Ariel ao hospital. Eles tinham entrado no seu carro e a Mailen amaldiçoava a Camelia por não ter deixado o Ariel com elas, jurando vingança. Olhando fixamente para os Rhys, que o escutavam em silêncio, garante-lhes que aquela mulher está obcecada com o irmão deles e quer fazer com que o Ariel lhe implore para voltar.
—E não sei se a história do filho é verdade, mas garanto-vos uma coisa: a Mailen pagava a muitas mulheres, incluindo a Eleonor, para se aproximarem do vosso irmão com a intenção de obter o seu esperma —os olhos dos Rhys abrem-se com incredulidade—. Mas, pelo que sei, nunca conseguiram. No entanto, ela afirma ter um filho dele.—Podes ligar-lhe agora e dizer que as vais ajudar? —pergunta Ismael, arquitetando um plAriel sorri ao ouvir Camelia, notando o ciúme evidente no tom da sua voz. Sabe que precisa contar toda a verdade para dissipar a dúvida que vê refletida nos olhos da namorada.—Mailen me enviou um teste de paternidade positivo, não era uma carta —confessou Ariel—. Quando cheguei à recepção, ela me garantiu que o menino estava dormindo no quarto, que era para acompanhá-la, que ia me entregá-lo porque não podia mais ficar com ele.—Sério? E você o viu? É verdade que tem um filho com ela? —pergunta Camelia realmente interessada.—Não sei, querida, realmente tudo é muito estranho. Por isso fui para esclarecer esse assunto e, se fosse verdade, salvar aquele pobre anjo das garras dela. Mas assim que passei pela porta, um gordo se atirou em cima de mim, e outro me espetou uma agulha no pescoço, e foi isso —conta Ariel levando
Camelia detém-no pousando suavemente um dedo sobre os seus lábios. Olha-o nos olhos, que estão cheios de admiração e dor por ela, enquanto lhe assegura que estava convencida de que ele teria feito o mesmo.—Mesmo quando não sabia o que tinha acontecido, não podia deixar-te ali —diz sem conter as lágrimas—. Com o coração partido, contive-me, vesti-te e tirámos-te daquele lugar. Se não fosse por isso, terias morrido; tinhas uma overdose grave e começaste a ter convulsões. O pai quase te matou!Ariel afasta-se de Camelia para olhá-la fixamente nos olhos. Não consegue acreditar que ela, que parecia tão frágil e indefesa, tenha sido capaz de fazer tudo aquilo que lhe está a contar, à frente de toda a vila, das câmaras de televisão e da louca da Mailen, junto com a Eleonor. Uma imensa felicidade invade-o ao com
Ariel suspira enquanto lhe explica que os seus seguranças finalmente o tinham localizado e resgatado. Tinham neutralizado todos os que o mantinham cativo, mas a Mailen não estava nesse dia, tinha saído. Durante as investigações posteriores com as testemunhas, ninguém conseguiu identificá-la porque andava sempre disfarçada de diferentes mulheres; a sua obsessão era obter o seu esperma.—Eu também não a vi diretamente, mas sei que era ela, sei-o, querida —garante Ariel—. Reconhecia o seu riso inconfundível durante as torturas; é uma desequilibrada mental.—Conseguiu? Conseguiu obter o teu esperma? —pergunta Camelia ansiosa. imaginando a sua vida rodeada de crianças que não eram dela.—Não, porque as mesmas drogas que usavam para me manter sedado provocaram-me impotência durante muito tempo —faz uma pausa e confes
Ariel cede ao ver que ela não cederá. Promete chamar o Félix para lhe tirar todo o equipamento médico, garantindo que se sente muito bem. Teve o melhor despertar possível: ela nua à sua frente. Ri divertido ao ver a cara corada da namorada.—Não, vou vestir-me primeiro... ha, ha, ha, és um pervertido... larga-me! —param ao ouvir um barulho—. Ei, estão a abrir a porta! Um momento, não abram! Larga-me, querido, vão ver-me nua —e sai a correr com a roupa para a casa de banho.Ariel observa-a a afastar-se e o seu semblante torna-se sério. Claro que sabe que foi o pai dela quem o esfaqueou e agrediu; embora estivesse a perder a consciência, ouviu claramente as suas palavras:"Nunca te casarás com a Camelia, estás a ouvir? Mato-te antes, não serás o primeiro nem o último. É melhor ires-te embora com essas vadias e deix&a
A Camelia consegue ver a ansiedade nos olhos do Ariel, como se ele temesse que agora que ela sabe tudo sobre ele, o fosse abandonar, por isso apressa-se a dizer:—Não te enganas. Se me permitires continuar ao teu lado, amar-te-ei e lutarei a vida inteira, Ariel. Não tenho medo do que me possa acontecer se souber que estarás à minha espera para continuarmos a amar-nos. Amo-te, Ariel, amo-te —abraça-o com força—. Queres-me ao teu lado?—Precisas de perguntar? A vida inteira, Cami, a vida inteira —segura-lhe o rosto com ambas as mãos, olha-a fixamente por um instante, para depois beijá-la com infinito amor.A Camelia corresponde com a mesma intensidade. Pouco a pouco sobe sobre o seu corpo. As mãos ávidas do Ariel descem delineando as costas da namorada, que geme de praz
Se lutaste na vida com fervor para te tornares quem és, invade-te uma sensação de satisfação. Tudo o que conquistaste com grande esforço e dedicação provoca-te isso. Porém, quando não alcançaste aquilo que desejas com tanto afinco, todo o resto parece nada.Mailen apaixonou-se pelo que Ariel representava quando entrou na universidade. Sabia que era muito bonita, motivo pelo qual estava convencida de que merecia o melhor e, naquela altura, ele era-o. Sempre se destacou pela sua exuberante beleza em todos os lugares. Apesar de ser filha de comerciantes de classe média, que se esforçaram ao máximo para lhe dar tudo o que ela queria, nunca estava satisfeita. Prometeu a si mesma que chegaria ao topo.Na universidade, a insistência deste rapaz popular, que todos adoravam, agradou-a e fê-la aceitá-lo; embora estivesse decidida a terminar o relacionament
A noite havia caído sobre a cidade com uma tranquilidade enganosa, envolvendo as ruas num manto de sombras e sussurros. Na penumbra do seu escritório, Ariel Rhys mergulhava no silêncio, esse companheiro fiel das horas extras. Papéis se empilhavam como testemunhas mudas do dia que se recusava a terminar, enquanto a luz tênue do candeeiro de mesa brincava com os limites da sua paciência.Foi então que a serenidade da noite se quebrou com uma batida suave na porta. Ariel, ainda imerso em seus pensamentos, convidou o visitante noturno a entrar, esperando encontrar o rosto familiar do segurança. Mas o que seus olhos viram não era nada do que sua mente havia antecipado.Dias depois, no conforto de um clube onde os sábados ganhavam vida entre anedotas e risos, Ariel estava a partilhar a mesa com os seus amigos: o advogado Oliver e o médico Félix. A incredulidade ainda pintava seu rosto quando tentava ordenar suas palavras para narrar o evento que havia perturbado sua realidade.—Rapazes, vo
Camélia parecia um feixe de nervos, sua postura revelava um desconforto palpável enquanto se contorcia na cadeira, como se cada fibra do seu ser quisesse escapar da situação em que se encontrava. O rubor em seu rosto não era apenas indicativo de vergonha, mas também de uma luta interna que parecia consumi-la. Seus olhos, que antes brilhavam com a escuridão da noite, agora estavam velados pela dúvida e humilhação, e desviavam-se constantemente, incapazes de sustentar meu olhar.—Ela trabalha na empresa, no armazém. E deve ter uns vinte e poucos anos, não sei, não sabia da existência dela até aquela noite. Já lhes digo, se a vi antes foi muito pouco e não reparei nela ou guardei sua imagem —respondeu Ariel com um tom que descrevia que o aparecimento da mulher era muito surpreendente àquela hora em seu escritório.—Está bem, o que ela queria? —Oliver não pôde conter sua impaciência.—Vou contar-lhes exatamente a conversa —Ariel fez uma pausa dramática antes de continuar.—Está bem —disse