CENA VI: O CAVALEIRO DO CEMITÉRIO
[O monge está no cemitério orando].
MONGE: Ó Senhor Deus, proteja-me de todo o mal que me circunda e deixe minha alma descansar em meu leito de paz como estas almas descansam. Há aqueles que precisam de tua mão para estarem em tua vontade... Tenha misericórdia Pai...
[Ouve-se um ruído, uma luz branca e aparece um cavaleiro fantasma].
MONGE: Quem está aí?
FANTASMA: Às vezes me dá vontade de desistir de tudo...
MONGE: [Se assusta]. Quem é você?
FANTASMA: Ora, sou eu, o cavaleiro da cabeça perdida.
MONGE: Não posso acreditar no que estou vendo...
FANTASMA: Não se assuste po
CENA VII: A FLORESTA PROIBIDASENHOR CEGO: Acho que deveríamos procurar o cálice de ouro no Jardim dos Faunos [risos].CAMPONESA: Só pode estar louco.SENHOR CEGO: Dizem por aí que os faunos são reais e existem...CAMPONESA: Eu nunca vi nenhum, nunca entrei na floresta proibida...SENHOR CEGO: Lá é muito perigoso, mas me instiga curiosidade...CAMPONESA: Você não tem medo?SENHOR CEGO: Oh querida, eu sou velho, já enfrentei tantos medos e acho que a coragem é mais válida do que pernas inquietas, corpo trêmulo, dentes rangendo e angústia. Se você não a enfrenta então não há como despistá-la.CAMPONESA: Eu encontrei um túmulo nos cemitério e vi q
CENA VII: O FESTIMBOBO: Quem aqui aposta se há um dragão faminto na floresta proibida?SENHOR CEGO: Ora, quanto você quer apostar?BOBO: Cem soldos.SENHOR CEGO: Tudo isso?BOBO: Sim e tem mais...SENHOR CEGO: Mas há uma questão, para você estar certo, deve ir lá conosco sem deixar o medo possuí-lo.BOBO: Mas será que avistaremos um dragão cheio de fogo por lá?SENHOR CEGO: Aposto cem soldos que ninguém achará um dragão.CAMPONESA: Eu aposto apenas que encontraremos por lá muito seres escondidos do reino: assaltantes e marginais.BOBO: Sinceramente eu temo a morte, eu não quero entrar lá nem morto!SENHOR CEGO: Deixe de ser
CENA IX: A MISSA CLÉRIGO: Respeitáveis senhoras e senhores de nossa Igreja, a ordem do Reino dos Céus. É com grande piedade que estamos aqui para lhes avisar-vos de uma coisa: nosso reino está em crise. Nosso gado está louco, nossas plantações não dão fartura na mesa, nosso pão é escasso. E a matança das árvores, muitas queimadas, continuam ocorrendo. Uma fumaça atinge nossas respirações. Casas foram incendiadas por povos inimigos. E nós continuamos vendendo indulgências, para aqueles que querem alcançar os firmamentos. Nosso livro é a bíblia, temos que honrá-la com toda a força e fé possíveis, mesmo que alguns não saibam ler nem escrever, ou senão vamos para o inferno.PADRE: O nobre coração de
CENA X: A FLORESTA PROIBIDACAMPONESA: Ah eu disse tudo que eu deveria ter falado naquela igreja. Mas discordo profundamente deles... Eu amo os seres encantados, pois eles trazem alegria...SENHOR CEGO: Ora, então por dentro você que é contra as bruxas só pode ser uma!CAMPONESA: Eu não quis dizer isso...SENHOR CEGO: Não se preocupe, o que você diz, fica em segredo...CAMPONESA: E se eu encontrar seres de outro mundo e achar que são reais?SENHOR CEGO: Não há nada demais nisso... Mas e então, você está decidida a entrar na floresta proibida? Enfrentar seus medos? Leve esta armadura e esta espada e ficará segura... Os ladrões têm medo disso e tendo medo de você, irão fugir...CAMPONESA:
CENA XI: NA FLORESTA PROIBIDACAVALEIRO: Até agora não avistamos nada de muito especial ou diferente demais...CAMPONESA: Temos belas árvores, ainda o sol irradia sua luz por entre as árvores que nos cobrem de escuridão. É um bosque parece como qualquer outro.SENHOR CEGO: Vocês tem visão, eu já não tenho... Por acaso não tem um lago aqui onde possamos atravessar?CAVALEIRO: Lembre-se, aqui ninguém pode se banhar nesse lago, pois ele é muito fundo e mortes aconteceram com muitos que tentaram transpassá-lo.[Ouve-se um barulho].SENHOR CEGO: Alguém ouviu isso?CAVALEIRO: Isso o quê?SENHOR CEGO: Silêncio... Não se movam...[Ouve-se um som]
CENA XII: A MORADA DA FLORESTA[Avista-se uma morada no meio da floresta].CAVALEIRO: Ô de casa! Tem alguém aí?[Entra em cena um anão].ANÃO: Sim, eu! Ora essa, o que fazem aqui perto de minha humilde casa?CAVALEIRO: Uma amiga está se sentindo mal, estamos numa floresta e a vila fica muito longe daqui, será que poderia ajudá-la?ANÃO: Claro, entrem, sintam-se à vontade! [...] O que ela tem?SENHOR CEGO: Não será uma picada de cobra? Ou de aranha?ANÃO: Se for é uma situação de emergência. Tenho algumas medicinas aqui que poderiam ajudá-la. Tome um gole de água... Se quiser posso lhe fazer um chá...CAMPONESA
13 - CENA XIII: A MORADA DA MAGACAMPONESA: Essa noite eu ouvi o som das corujas. Onde já estamos?SENHOR CEGO: Mas você é ansiosa, hem! Que pena que eu não posso me vislumbrar com o que você vê, será que algum de vocês poderia me descrever como é a floresta?CAVALEIRO: Claro. Aqui nós temos uma floresta fechada, com folhas verdes cheias de orvalho (gotinhas de água), que brilham diante da estrela solar. Aqui é tão bonito que o chão marrom e esverdeado tem árvores que choram suas barbas-de-pau, com um lindo jardim de flores roxas, vermelhas e até mesmo rosadas. As árvores parecem proteger todo o ambiente com mãos enormes, que são seus troncos.SENHOR CEGO: Com certeza é um lugar lindo. Um anjo veio até mim esta noite. Veio cantar para mim e di
14 - CENA XIV: A SEREIACAVALEIRO: Alguém pode ouvir o canto dos elfos nesta floresta? Será que a hamadríade quer nos levar até o cálice de ouro?CAMPONESA: Eu posso pedir para um elfo tocar flauta?ANÃO: Vejam! Estamos perto do lago.SENHOR CEGO: Muito cuidado com esse lago, ele é muito fundo e podemos morrer entrando nele.CAMPONESA: Eu posso ouvir um canto de ninfas agora, vocês também?CAVALEIRO: Como você consegue?CAMPONESA: Eu posso ver através do espelho todas criaturas mágicas desse mundo... A ninfa está nos guiando até o lago...CAVALEIRO: Então vamos até lá!CAMPONESA: De repente ela entra na água... Vamos chegar mais perto...