18 - CENA XVIII: O JARDIM DOS FAUNOS
SENHOR CEGO: Onde nós estamos?
CAMPONESA: Onde talvez deveríamos estar...
CAVALEIRO: Este não é o lugar onde pode estar o cálice?
ANÃO: Vejam, lá longe há um brilho... Um brilho de ouro... Lá longe tem algo que pode ser belíssimo para vermos... Vamos lá!
SENHOR CEGO: Deve ser belo e encantador o que os aguarda... Alguém pode descrever para mim o que vê?
CAVALEIRO: A floresta está sendo coberta pelos raios fúlgidos do sol nesta bela manhã. Os pássaros coloridos estão como os enfeites das árvores que quietas e balançantes ao vento estão... Elas dançam com a cantoria das aves... Eu escuto o som das águas transparentes perto de nó
19 - CENA XIX: O MONSTROBRUXA: Então, encontraram o cálice graças ao espelho mágico. Mas há uma inquietação dentro de mim. Temo ser morta. Aqueles que enxergam fadas e elfos serão mortos pela inquisição. Oh, céus! O que fazer? Será que eu teria que inventar uma história só para fugir deles? Eles me colocariam em uma prisão para bruxas e depois me incendiariam. Estas pessoas não merecem a vida que tem. Elas são muito más. Usam a palavra santa de Jesus para martirizar inocentes, para destruir ao invés de edificar. Mas eu tenho que escapar deste horror. Eu lhes direi que enquanto matam as bruxas, seus deuses se vingam com seu monstro de todos os mares. Ele dorme quietamente nas profundezas do oceano e se vingará daqueles que maltrataram seu povo inocente. Quando ele acordar destruirá aq
20 - CENA XX: NO JARDIM DOS FAUNOSFAUNO: Então, você pode me ver no espelho?CAMPONESA: Sim, posso.SENHOR CEGO: Este parece um lindo dia, pena que não posso ver nada. Aqui é o Jardim dos Faunos...CAVALEIRO: Nunca imaginei pisar aqui. Aqui é belíssimo.FAUNO: Tenho algo para lhe contar: Diz a lenda que há uma flauta tocada pelos faunos que pode acordar um monstro das profundezas do oceano. Este monstro é um gigante que pode destruir o seu reino e o nosso.ANÃO: O que são faunos afinal de contas?FAUNO: Somos criaturas metade humana, metade bode. Vivemos em um jardim escondido dos humanos. Muitos são maus e podem nos atacar. Muitos têm medo de nós, pois pensam que somos criaturas das trevas, enfeitiçadas, amaldiçoadas.
21 - CENA XXI: NO CASTELOSENHOR CEGO: Viemos aqui no castelo, pois encontramos na floresta o cálice perdido, vossa majestade.REI: Ora, ora. Alguém veio devolver o cálice perdido. Agora nossa igreja ficará feliz com o aparecimento da relíquia roubada. O que posso fazer por vós? Querem uma retribuição?SENHOR CEGO: Vossa majestade, eu gostaria muito de voltar a ver como antes um dia pude. Mas temo que isso seja impossível. Estes castelos são muito grandes, mas grandioso é o amor do Senhor que já me fez enxergar anjos ainda que cego.REI: Então peça algo como prêmio que seja possível. Que tal cem soldos?SENHOR CEGO: Bem, eu aceito o que o vosso coração querer.REI: Está bem, então faremos
22 - CENA XXII: O MEDO DO MONSTROSENHOR CEGO: Oh, Senhor dos exércitos! Eu lhe peço que me protejas do mal que está por vir. Eu não gostaria de orar de boca para fora, mas de sentir tua presença com uma fé inabalável. Ó Senhor dos céus e da Terra, tu criaste o firmamento e desde a criação abençoou os humanos amados por ti que vivem errando o sentido de sua própria existência. Tu criaste as águas, a terra, o chão firme onde piso, os céus com as estrelas faiscantes, o sol e a lua. Tu criaste os animais, as aves que voam livremente no alto como teus anjos de luz. Tu criaste a natureza e as mais belas árvores, flores e plantas. Tu criaste o homem e a mulher e o Jardim do Éden para eles que comeram do fruto proibido oferecido pela serpente e de lá foram expulsos. Protege-nos de todo o mal em tuas
23 - CENA XXIII: O FANTASMA DO CEMITÉRIOCAVALEIRO: A verdade é que todos querem se livrar da morte. Todos querem se livrar do sofrimento. Como posso acreditar assim em quem poderia estar sonhando? O ceguinho é nosso amigo, eu fui protegê-lo na floresta proibida. O grande problema é que sei que não posso fugir desta convocação. Mas o medo assola meu íntimo.CAMPONESA: Eu não posso ser você, não posso ser dona de seu corpo e nem de sua mente, mas eu também temo esta história, eu temo essas mortes. Eu não sei de que tamanho é este monstro e nem o que ele é, mas ele deve estar faminto e sedento por sangue.CAVALEIRO: Sim, e eu devo enfrentá-lo com outros cavaleiros. Não sabemos o tamanho do exército, mas sei que o único que nos salvará &eacu
24 - CENA XXIV: A VIDENTE E O CAVALEIROVIDENTE: Quantas vezes você demonstrou muita paciência com este mundo...CAVALEIRO: Oh, quantas vezes eu orei e nada se realizou. Pelo visto Deus não quer que eu realize um sonho... Pode ser apenas um desejo em meu coração e tudo isso tem um destino... Como eu gostaria de mudar o que me fere às vezes... Como eu gostaria de me libertar deste passado...VIDENTE: Mas e quanto a sonhar?CAVALEIRO: Sonhar... Sonhar é preciso, mas parece que os sonhos me tornaram uma vítima deles, pois sinto meu coração partido e ensanguentado ao chão, sendo pisoteado pelo azar do acaso. Que se cumpra a ordem de Deus... Que se cumpra sua vontade divina. Eu não sei o que fazer, mas eu oro e oro... Tamanhos são os traumas dos guerreiros enquanto a
25 - CENA XXV: OS ANJOS[Cavaleiros se reúnem na praia para enfrentar o monstro].CAVALEIRO: Chegou o dia em que teremos que enfrentar a besta!SENHOR CEGO: Estão preparados para morrer na presença do monstro?CAVALEIRO: A morte me aflige, mas estou aqui firme e forte.SENHOR CEGO: Estou orando o tempo inteiro.CAMPONESA: Ei, eu vejo algo se movendo neste espelho...CAVALEIRO: Eu posso ver uma luz no fundo...SENHOR CEGO: Ó Pai dos céus, abençoe-nos e proteja-nos neste momento.CAMPONESA: Não é possível, eu não vejo nenhuma besta nos oceanos, mas eu vejo uma luz vinda dos céus!SENHOR CEGO: Nossa! Eu só sinto a brisa e o barulho das águas...&nbs
PERSONAGENS:SENHOR CEGOVIDENTECAMPONESABRUXABANDIDO IBANDIDO IIFANTASMAFAUNOCLÉRIGOPADREMONGEESCRAVOBOBOANÃOCAVALEIRONINFAREICENA I: O SENHOR CEGO E A CAMPONESASENHOR CEGO: É tempo de inverno... As folhas estão cobertas de gelo, o chão está gélido onde as árvores pisam e se sente um sopro duro do vento. Os cavaleiros aqui guardam suas espadas afiadas e mal protegem o castelo do rei. Veem-se pingos de sangue em meio ao branco da neve... Nessas horas, somente o fogo do Senhor aquece até as almas... Mas me diga como você está, flor dos campos?CAMPONESA: Eu tremo de frio neste dia, só tenho um pedido para fazer: eu quero o p&a