Capítulo II
Doze Anos Depois
Era uma clara e límpida manhã no Condado de Nassau, uma coisa quase que frequente. Uma névoa pairava em Nassau, como em todas as manhãs. A vida dos duendes era sempre a mesma. Cada um com seu trabalho, cada mulher cuidando da casa, ou ainda as que não tinham filhos servindo a outras pessoas. Era um lugar belíssimo, o Condado de Nassau. Campos verdejantes, com gramas sempre tratadas. Não havia folhas de outonos passados caídas sobre lugar algum dali.
O Condado de Nassau tem este nome devido ao antigo Conde Nassau, que ali residiu. Ele era o governante das terras dos duendes. Depois da miscigenação de sua linhagem, os duendes passaram a ter seus próprios líderes.
Duendes, depois dos gnomos, são os seres mais peculiares. Não passam de um metro e vinte centímetros de altura. Adoram andar sobre a grama que cortaram recentemente. Descalços, é claro, embora sempre usem sandálias. Suas unhas são de cor Grená e não crescem. Seus cabelos podem ter várias cores, semelhantes aos dos humanos. Seus narizes são, “aos olhos das mulheres”, fofos e, “aos olhos dos sábios”, curiosos.
Possuem um olfato elevado e uma resistência maior, porém alguns possuem a deficiência comum dos duendes, a visão um pouco embaçada. Anões parecem com humanos, elfos se parecem com humanos. Mas duendes não se parecem nem com gnomos e nem com humanos. São bem diferentes e se você algum dia ainda os vir, saberá a diferença. São hábeis ferreiros, mas o ramo do trigo e do milho os atraiu mais, deixando a forja e mineração para os anões.
Como eu disse, os duendes fazem as mesmas coisas todos os dias, e todo dia a carrancuda Sra. Sharn tinha de levantar-se de sua cama, coisa que odiava fazer e ir abrir as janelas de sua casa, permitindo a passagem do ar, pois teria de ir trabalhar como faxineira na casa da senhora Megan, esposa do chefe dos duendes, Hippunt, e ficaria fora muito tempo. O que era extraordinário era que o filho de Megan, Teo, não era um duende e sim um humano.
Segundo Megan, Teo foi encontrado na floresta, dentro da toca de um coelho, uma história suspeita, mas engolida por todos os duendes depois da “explosão” de Hippunt quando Teo chegara fazia três semanas. Todos comentavam sobre Teo e uma reunião organizada pelo padeiro pôs um fim ao assunto quando Hippunt berrou com o Sr. Lengs: “Não lhe interessa se o menino é humano, se é dragão, ou se é um bárbaro!”, berrou. “Desde que ele não interfira em sua vida, não interfira na nossa vida! E encerro o assunto agora: Teo irá morar conosco até quando quisermos e o preconceituoso que não aceitar, estará expulso do Condado de Nassau!”.
Ninguém nunca mais o questionou.
A Sra. Sharn saiu de sua pequena casa e caminhou pela rua, passando na frente da casa do padeiro, do Sr. Lengs, da Srta.Violet, de quem era muito amiga, e da casa da família Burgatorell, as pessoas mais frias e ricas de toda a região; moravam em uma casa que transmitia a riqueza de suas gerações passadas. Segundo eles, eram os descendentes dos ricos Banqueiros Burgatorell, de Lema, a grande cidade do Marcopolo Leste.
A Sra.Sharn entrou na casa minúscula da senhora Megan e foi colocar a mesa para o café da manhã, que hoje seria bacon com ovos fritos e um copo de leite, junto de sucos, diversas frutas e o ingrediente indispensável em uma refeição: milho. Seria um milho cozido.
Logo que Teo acordou e sentou-se na mesa para tomar seu café da manhã, o sino da casa tocou. “Samarah” pensou Teo, “E chegou cedo!”. Teo era um garoto de cabelos castanhos e olhos da mesma cor. Era bonito, e muito. Mas era jovem. E ainda tinha que aprender muita coisa.
Era a Srta. Stradivarius que vinha ensinar ao jovem Teo. A cada dois dias a srta. Stradivarius vinha ensinar a arte da magia. Ela morava em Atlanta, uma cidade próxima à Cidade do Dragão, a capital, porém longe do Condado de Nassau. Atlanta era conhecida por seu intenso comércio e lagos belíssimos que rondam a cidade.
A srta. Stradivarius era uma mulher jovem, de cabelos negros e olhos castanhos. Seu cabelo era sempre prendido num coque acima da cabeça. Ela usava sempre um chapéu com uma pena de falcão. Sua presença, misteriosa para os vizinhos, intimidava-os. “Que bruxa ridícula!” pensavam os duendes. Os duendes são muito bisbilhoteiros e intrometidos, mas a grande maioria tem boa índole. Os que pensam mal de Samarah é a minoria, a exceção.
-Bom dia Sra. Sharn, Teo já acordou? -perguntou a Srta. Stradivarius, quando Sofia Sharn abriu a porta do hall.
-Acabou de acordar, senhorita. Quer tomar um chá enquanto espera? Deve estar cansada de sua viagem. – disse. Estava sendo falsa, pois não gostava da Srta. Stradivarius. Mas tinha que tratar as visitas bem, sabe-se lá o que acontece. E também achava um ultraje a Srta. Stradivarius ser nova, morar sozinha, e não ser casada! Absurdo!
-Obrigado pelo chá, mas estou sem vontade. Chá é o que mais se vê em minha casa. -disse a Srta. Stradivarius - Quando Teo estiver pronto avise-o de que estou nos fundos da casa.
-Não precisa avisar Sofi, já acordei e estou pronto. -apareceu Teo pela porta da sala e do hall. “Sofi” era como Teo chamava a Sra. Sharn.
-Bom dia Teo. Vamos lá pros fundos, pra sua aula? Ou ainda não tomou seu café da manhã? -perguntou a Srta. Stradivarius.
-É muito gozado, já se passaram doze anos e nós nem percebemos, foi tão rápido. –argumentou Teo.
-Não vai tomar seu café Teo? – a Srta. Stradivarius mudou rapidamente de assunto, persistindo na argumentação que fizera.
-Tomo depois Samarah. -disse Teo se dirigindo à porta dos fundos. – Quero logo ter esta aula!
Teo ficou muito tempo nos fundos aprendendo e praticando magia com a Srta. Stradivarius. Ela tinha que ensinar tudo para ele. Era um fardo grande para Samarah.
-Pensei que as pessoas só aprendiam magia com dezoito anos! – queixou-se Sofia, na janela que dava para os fundos da casa. Era um belo jardim.
-Cale a sua boca imunda, SOFIA BUBLESORE SHARN! Você se comprometeu a nada falar, a nada questionar. As ordens são claras: não se intrometa! –disse Samarah, baixinho, para Teo não escutar a conversa, mas em tom ameaçador. Sofia sabia das conseqüências caso persistisse no assunto, portanto calou-se.
Quando a aula terminou, em vez da Srta.Stradivarius ir embora ela ficou e Teo perguntou:
-Não vai embora Samarah? -perguntou carinhosamente Teo.
-Ficarei para a sua festa de aniversário de treze anos, e, além disso, tenho de falar com seu pai e sua mãe. Sabe que horas eles chegarão?
-Megan vai voltar em alguns minutos para o almoço, e ficará, me ajudando na preparação da festa. Hippunt virá somente um pouco antes da hora da festa. Você vai dormir aqui? -perguntou Teo.
-Sim Teo. Falarei com seu pai depois da sua festa. - disse Samarah. - E se puder irei ajudá-lo a arrumar sua festa.
-Devo arrumar o quarto de hóspedes, Srta. Stradivarius? - indagou a Sra. Sharn
-Sim arrume. - respondeu a sta. Stradivarius sentando-se na cadeira vermelha da sala de estar.
-Bom, Teo, compre pão para mim lá na confeitaria? Aproveite e traga uma jarra de suco de laranja e peça para colocarem na conta de Megan, OK? – pediu Sofia. Samarah levantou-se raivosamente, mas Sofia foi mais rápida. – Tenho que fazer uma faxina na casa, o pão é para o Lanche da Tarde e o suco para o almoço. Quer sentar-se com a família, senhorita? – perguntou cinicamente Sofia.
Teo saiu da casa, despedindo-se rapidamente.
-Claro! – sentou-se Samarah. – Seu trabalho tem sido maravilhoso! - alfinetou.
Capítulo IIIA Verdade Vem À Tona Já era tarde na residência dos Hippunt, a festa de treze anos do jovem Teo estava começando. A festa seria nos jardins da casa, do outro lado da estradinha. Não se surpreenda, mas a estrada passava bem no meio do terreno de Hippunt, e isto o enfureceu bastante. “Eles poderiam fazer um contorno!”. Porém, como chefe dos duendes, então aceitou, isentando-se de impostos. Os jardins estavam maravilhosamente decorados com fitas, bolas e flores por toda à parte. É claro, uma decoração especial de Samarah, que com seus feitiços, decorou as bolas, multiplicou as fitas dando uma impressão diferente e melhor. As flores de diversas cores, mas todas iguais, enfeitavam tanto as mesas como estavam entrelaçadas nas cercas brancas.&n
Capítulo IVA Jornada Começa Teo estava dormindo quando Samarah acordou-o às cinco horas da manhã e falou para ele colocar uma roupa, arrumar umas roupas e pegar uns medalhões. Provavelmente vocês não sabem, portanto irei explicar-lhes: medalhão era a moeda corrente em todo o mundo. Havia também a medalha, mas pouco usada. As mãos de Teo tremiam. Ele parou, quando pegava algumas roupas no armário, e então disse á Samarah: -Eu não conseguirei. Jamais irei conseguir. Não quero ir. -Ah, meu querido! Enfrente seu medo! Não tema aquilo que lhe é desconhecido.
Capítulo VOs MonscarTeo e Samarah andaram pelo caminho de Angor durante dois dias. Eles não dormiram, pois seria jogar tempo fora. Já bastava terem dormido em Barbadell; se dormissem novamente perderiam horas. E, além disto, poderiam ser vistos.-Vê a tempestade? -perguntou Samarah, que havia parado e agora apontava um conjunto de nuvens negras no céu, ao longe.-Teremos que andar rápido se não quisermos pegar a chuva até as Florestas Sombrias.-Na verdade, isto não são nuvens. São sentinelas do Senhor das Trevas. Se mantiver o ritmo, não seremos percebidos; eles não nos alcançarão.Teo estava surpreso pela sua rota de viagem e mais ainda pelo poder e influência do Senhor das Trevas. Escutara muito sobre seus guardas, sobre suas sentinelas, sobre seus subordinados nos pontos mais peculiares ou obscuros, m
Capítulo VIUm encontro com os anões Havia horas que os dois já estavam dentro das Florestas. O coração de Teo palpitava cada vez mais. Samarah, por outro lado, pensava em outras coisas, mas ainda assim estava atenta à estrada. Eles andaram por um caminho muito pequeno até que Samarah ordenou que parassem. Ela parecia que estava farejando algo naquela estrada. Samarah falou para que ele saísse da trilha e andasse para uma parte sombria da floresta. Samarah ficara parada, Teo olhou para ela e ela somente gesticulou, falando que ele continuasse.
Capítulo VIIA Floresta e a Baía Teo acordou de manhã, havia bebido um líquido que o fizera dormir instantaneamente, como pedra. Felizmente, parecia ser apenas um sonífero e não apresentava nenhum outro sintoma. Ele se levantou. Fora o que acordara mais tarde. Seus olhos permaneciam parcialmente fechados, não queria acordar. Não queria sair daquele conjunto de colchas quentinhas no colchão da casinha onde dormira. A casa, Teo pudera perceber, era, por dentro, diferente das outras. Talvez destinada somente a hóspedes, se é que esta hipótese não deveria ser levantada julgando que aparentemente há muito tempo os anões dali não recebiam visitas. Tinha um colchão abaixo da única janela e do outro lado da casa uma estante vazia onde estavam as coisas de Teo. “Quanta
Capítulo VIIIFaragon, o Rei dos ElfosA Ilha dos Elfos parecia não ter terra, a não ser pela terra embaixo dos jardins de frutos exuberantes, pois havia pedras brancas acima de toda a terra, como se fosse um caminho. A canoa parou na margem da ilha e Samarah e Teo saíram dela.Os dois haviam atracado numa doca perto do palácio, portanto, as pessoas que estavam ali eram todas serventes do Palácio.À frente de onde eles saíram, formou-se uma multidão e, do meio dela, saiu Faragon, o rei dos elfos de Ismir. De cabelos negros, vestes longas e antigas e uma coroa élfica em sua cabeça, Faragon liderava os elfos há anos. Era majestoso, ainda mais com sua bela coroa de ouro bem pontiaguda. -Samarah! Conseguiu passar pela minha barreira? Certamente que sim, não é? – disse Fa
Capítulo IXO Contato Teo entrou na sala do trono, junto de Faragon e viu Samarah acompanhada de um homem alto e robusto, com vestes longas, em tonalidade azul-escuro. Lá fora começara a chuviscar, logo começaria a chover. -Oi Samarah, já voltou? - indagou Teo perplexo e com raiva. -Sim Teo, pois não é possível mais ir às Torres Reais, o Senhor das Trevas instalou uma guarda constante lá. Não cheguei nem a me teletransportar do alto da montanha. Encontrei Merlim. -E como ele veio até aqui? – inquiriu Teo. -N&at
Capítulo X.Breves Explicações -O que foi aquilo? -Acalme-se Teo. – disse Merlim em voz pacífica. – Eu lhe transmiti uma lembrança minha. Algo que aconteceu na Escola de Magia quando você nasceu. E... -Bom, devo avisá-lo que o Senhor das Trevas está com um grande exército. -Esteve. As duas lembranças foram do passado. Ele ainda está com um grande exército, mas tudo aquilo que ele disse não se realizou. Suas tropas foram contidas. Ele não conseguiu atacar nenhum outro reino. Mesmo assim, trama atacar. E trama muito eu devo dizer. Continuando, a minha lembranç