Luna olha para Cassidy, seus olhos cheios de desespero e mágoa.
— Você está me pedindo para me vender, Cassidy? Para me humilhar ainda mais?Cassidy sente um aperto no coração, mas tenta argumentar.— Não é isso, Luna. É uma questão de sobrevivência. Nós todas estamos presas aqui, sem comida, sem descanso. Se você fizer isso, pelo menos teremos algum dinheiro para nos proteger. E outra você ou nenhuma de nós temos escolhas.Luna sente uma mistura de revolta e medo. Ela sabe disso, sabe que ela terá que se vender de qualquer jeito.— Eu não si o que fazer, Cassidy. Eu não aguento mais. Acredito que a morte seria a melhor opção nesse lugar, nunca tive medo de morrer, eu não tenho nada e nem ninguém, a única coisa que eu tinha era a minha dignidade e agora nem isso. Eu não quero colocar a vida de vocês em risco.Cassidy segura as mãos de Luna, olhando profundamente em seus olhos.— Eu sei que é difícil, Luna. Mas pense em todas as outras garotas que estão aqui. Se nós fizermos tudo que ela manda, talvez todas tenhamos uma chance de escapar dessa vida. Precisamos ser fortes.Luna suspira, sua decisão ainda não está clara, mas ela entende a gravidade da situação.Luna se prepara mentalmente para a dura tarefa que lhe espera, sabendo que ela está sozinha, as garotas não se importam com ela, cada uma quer sair viva, nem que para isso seja a destruição da Luna.Luna, vestida de forma provocante, está pronta para seguir com os capangas de Vivian para o hotel marcado. Ela olha para trás, preocupada com o destino das outras meninas, mas sabe que essa é sua única chance de protegê-las.— Eu preciso fazer isso... pelas outras garotas.Os capangas empurram Luna em direção à porta da boate, enquanto a multidão na entrada cria uma distração. Enquanto Luna é puxada pelos capangas, uma confusão se instala na porta da boate. Pessoas gritam e empurram uns aos outros. Nesse momento de caos, Luna entende que essa é sua única oportunidade dela fugir.Sem pensar duas vezes Luna consegue se desvencilhar de um dos capangas e, com um rápido movimento, morde a mão dele com força. Ele solta um grito de dor e Luna corre em direção à liberdade.Adrian e Fernando estavam do outro lado da rua bebendo num barzinho esperando por seu irmão Lorenzo.— Adrian, o horário que eu marquei com a garota já está chegando, eu gastei muito dinheiro para você aproveitar a noite.— Sério Fernando, não cansa de ser idiota? Já disse que não vou. Gastou dinheiro por que quis, não pedi nada.— Onde diabos esse cara está?! Já era para estar aqui!— Fernando fala impaciente tentando mudar o foco da conversa, pois sabe que Adrian não voltará atrás com sua opinião.— Ele disse que já estava vindo, deve ter se distraído pelo caminho.De repente, Adrian ouvir gritos ecoando pelas ruas e um tiro dado para o alto. Seus instintos em alerta, ele virou-se para a direção do tumulto e avistou uma figura pequena correndo desajeitadamente em seu salto alto. Seus cabelos vermelhos como fogo contrastavam com a expressão desesperada em seu rosto.Sem pensar duas vezes, Adrian se ergueu rapidamente da cadeira em que estava sentado e deu alguns passos apressados em direção à menina. Ele percebeu que ela estava em perigo e precisava de ajuda imediata.Conforme se aproximava da garota, Adrian estendeu a mão para ajudá-la a se equilibrar, envolvendo seus dedos nos dela com firmeza.— Me ajude, por favor! Eles estão atrás de mim!— Vem! Não se preocupe, eu vou te proteger. Vamos encontrar um lugar seguro.Sem trocarem mais nenhuma palavra, os dois começaram a correr juntos, escapando dos capangas que a procuravam incansavelmente. Luna sente uma mistura de alívio, medo e gratidão. Ela se segura firmemente na mão de Adrian, confiando nele no momento de incerteza.Enquanto corriam pelas ruas estreitas e cheias de vida, Fernando, amigo de Adrian, observou a cena dos dois correndo sem rumo. Sem pensar duas vezes, ele pulou para dentro do veículo e foi atrás do amigo, decidido a ajudar em qualquer situação que se apresentasse.Após alguns minutos exaustivos de fuga, Adrian diminuiu a velocidade e eles passaram a caminhar, permitindo que Luna pudesse recuperar um pouco do ar que lhe faltava. A menina estava claramente assustada, perdida e sem rumo.Luna e Adrian se afastam dos perigos, correndo pelas ruas movimentadas de Los Angeles em busca de segurança. Enquanto isso, as luzes da cidade iluminam seus rostos, trazendo uma sensação de esperança para o futuro desconhecido.Adrian reparou então em sua situação vulnerável, percebendo que os capangas haviam retirado partes de suas roupas. Movido por um impulso de proteção, ele tirou seu casaco e o envolveu ao redor do corpo de Luna, protegendo-a o máximo que pôde.— Obrigada, muito obrigada.Luna agradeceu, visivelmente sem jeito, pelo gesto de gentileza e proteção de Adrian. Nesse momento, Fernando estacionou seu carro próximo a eles, oferecendo um refúgio momentâneo para que pudessem ganhar um respiro e planejar o próximo passo.Sem hesitar, os dois entraram no carro sob o olhar preocupado de Fernando. Enquanto o veículo estava em movimento, ela conta brevemente sua história, de como veio parar naquele lugar. Enquanto Adrian orientava Luna sobre a importância de manter-se segura e fora do alcance dos capangas.A medida que o carro avançava pelas ruas da cidade, Adrian sentiu algo estranho crescer em seu coração, coisa que nunca aconteceu.— Eu vou cuidar de você, não tenha medo.— Adrian fala encarando seus olhos.Luna sem desviar os olhos de Adrian, fica confusa e com medo de confiar em mais alguém. Mas ali ela ve a oportunidade de se manter segura, decide ficar por perto.O apartamento era de luxo, Luna nunca sonhou em um dia entrar em algo desse jeito. Apesar do medo ela sentiu como se fosse um refúgio seguro. Ela olhou ao redor, sentindo uma mistura de gratidão e insegurança. Ajudada pelos dois rapazes desconhecidos, Adrian e Fernando, ela encontrou um pouco de esperança em meio ao caos que sua vida se tornou.— Muito obrigada, vocês não têm ideia do quanto isso significa para mim. Eu realmente não sei como agradecer.Adrian sorriu gentilmente para ela, enquanto Fernando lançou-lhe um rápido olhar de desejo que não passou despercebido por ela.— Estamos aqui para ajudar, Luna. Você é corajosa por confiar em nós, mesmo com tudo o que aconteceu.Adrian estende as peças de roupas que conseguiu com uma das zeladoras do hotel. Luna chorava muito, grata por eles estarem a ajudando, ela entrou no banho tirando todo o cheiro do suor e também como se estivesse lavando a alma, veste as roupas que caíram como uma luva, ali olhando no espelho ela fica um tempo pensando.Quando ela sai do quarto ouve sem querer Fernando falando com Adrian.— Cara estou sem acreditar de como o destino age. Ela foi a mesma mulher que comprei para passar a noite com você.As palavras de Fernando ecoaram pelos ouvidos de Luna, causando uma onda de choque e tristeza. Ela parou, incapaz de processar completamente o que acabara de ouvir.Adrian arregalou os olhos, visivelmente perturbado pelas palavras de seu amigo. Ele fecha as mãos em punho, quando ele ia chamar a atenção de Fernando. Ouvem a porta bater com força.As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Luna, enquanto a desesperança e a traição a sufocavam. Ela não conseguia acreditar que confiou novamente nas pessoas erradas.Adrian correu atrás dela, quando alcançou ela encara os olhos de Adrian demostrando toda a sua dor.— Vocês... vocês só me ajudaram para se aproveitar de mim? Eu achei que finalmente havia encontrado pessoas boas, mas estava enganada.— Luna, por favor, não é verdade!Adrian tentou se aproximar para consolá-la, mas ela deu um passo para trás, seus olhos cheios de dor e desconfiança.— Eu não quero ouvir mais nada! Não quero acreditar que fui enganada novamente. Vocês não são melhores do que qualquer outra pessoa que me transformaram nisso.Sem esperar por uma resposta, Luna deu meia-volta e correu para o elevador, ela apertava o botão para fechar as portas freneticamente, assim que as portas se fecham ela encosta no metal gelado do elevador, as lágrimas turvando sua visão. A dor da traição ecoava em seu coração, e a esperança que a havia impulsionado agora se transformava em desespero.— Luna, espere! Por favor, deixe-nos explicar!Adrian b**e na porta tentando se explicar, sem pensar duas vezes ele corre para as escadas com intuito de pelo menos contar sua versão. Mas era tarde demais. Luna desapareceu pelas ruas, deixando Adrian atordoado e arrependido por não conseguir protege-la. Adrian subiu para o apartamento e olhou para Fernando com raiva e decepção.— Sua m*****a imprudência! Por que você fez isso? Destruímos a única chance que ela tinha de volta para casa.Fernando baixou a cabeça, percebendo o impacto de suas palavras impulsivas. Ele sabia que havia causado um estrago irreparável.— Eu não pude evitar... minha curiosidade falou mais alto. Eu nunca quis prejudicá-la. Agora é tarde demais, esquece ela, você não conseguiria ajuda-la de qualquer forma.— Cara você é um completo idiota.— Não sei por que está tão bravo, nem a conhecia, se tivesse aceitado a ir no hotel que reservei, talvez as coisas seriam diferentes.Adrian encara ele com um olhar de derrota, ele não consegue entender do por que doeu tanto ver o olhar de desapontamento dela sobre ele.Depois que Luna saiu do apartamento, Luna começou a perambular pelas ruas, vestida com uma calça legg preta e uma camiseta cinza, nos pés um tênis surrado, mas era melhor que as roupas que era obrigada usar na boate.Depois de horas caminhando ela se cansou, sentou em um canto escuro de uma movimentada rua da cidade. — Meu Deus me ajuda.Ela falava baixinho para si mesma, pedindo comida em um idioma que ninguém entendia. As pessoas passavam por ela, indiferentes, sem sequer notar sua presença. O estômago de Luna roncava alto, mas ninguém parecia se importar. Ela sabia algumas palavras naquele idioma, mas todas elas estavam relacionadas a dinheiro. Ela tentava repetir as palavras que Vivian, havia ensinado, mas era em vão. As pessoas ao seu redor a olhavam com confusão e desinteresse.Luna lembrava da época em que morava no orfanato, onde as coisas eram mais fáceis. Mas agora, depois de sair de lá, a vida se tornara cruel. Ser uma brasileira sem documentos, sem falar a língua e sem t
Luna tinha encontrado em Kimberley não apenas um lar, mas também uma esperança para sua vida. Com um lugar para morar, roupas para vestir e comida na mesa, ela finalmente podia respirar aliviada. Mesmo que Kimberley não a deixasse gastar seu próprio dinheiro, salário que Luna não queria aceitar, mas acabou se rendendo com as insistência de Kimberley. Ela era grata por todas as oportunidades que lhe eram proporcionadas. Enquanto trabalhava incansavelmente, Luna se comprometeu a economizar cada centavo que pudesse. Afinal, aquele salário era muito mais do que ela jamais imaginara ter. Com o dinheiro guardado, ela decidiu investir em cursos e aulas para aprimorar suas habilidades, aprendeu vários idiomas, até mesmo falar em libras. Depois de um tempo, Luna conseguiu encontrar um emprego como secretária em uma empresa de modelos. Embora estivesse insegura sobre suas capacidades, ela estava determinada a se provar e construir uma vida melhor para si mesma, Luna ficava encantada com o glam
Luna está atrás do balcão do barzinho, servindo alguns clientes. Desde que ela saiu do escritório, começou a trabalhar num charmoso barzinho. Ela observa a movimentação das pessoas, algumas bem-educadas, outras nem tanto.— Ah, como eu adoraria derramar uma bandeja cheia de bebidas na cabeça dessas criaturas mal-educadas. — Ela resmunga quando uma cliente que se acha melhor que os funcionários a destrata.— Mas, preciso desse emprego... se controla Luna.Caty se aproxima de Luna, sorrindo percebendo sua feição de frustração.— E aí, Luna? Hoje está lotado, né? Muita gente fina por aqui.— É verdade, tem de tudo um pouco. Uns super educados e outros que me dão vontade de sair chutando a bunda até lá fora.— Eu sei do que você está falando.— ela sorri.— Mas tem um cliente aqui que percebi que chama bastante a sua atenção, não é mesmo?— Oh. Sim...— Luna fala olhando em direção da mesa que ele está sentado.— Ele vem diariamente aqui, sempre o mesmo horario, confesso que não consigo negar
Chegando no apartamento da Kimberley, Luna acende as luzes e percebe imediatamente a bagunça ao seu redor. Kimberley, como supermodelo famosa, sempre foi desorganizada, mas dessa vez ela se superou. Sutiãs pendurados nas maçanetas da porta, toalhas jogadas no sofá e uma poça de leite derramado no balcão. Luna ri consigo mesma, pensando que a vida nunca é entediante quando se divide um apartamento com uma celebridade.Enquanto limpa o apartamento, Luna sente um misto de gratidão e amor pela sua amiga. Se não fosse por Kimberley, ela ainda estaria vagando pelas ruas frias e imensas da cidade. Kim a acolheu sem julgamentos, mesmo quando ela estava com o cabelo embaraçado, roupas sujas e pés descalços.Após um banho revigorante, Luna veste uma roupa confortável e está na cozinha preparando um sanduíche quando seu telefone toca. É Kimberley, ligando com uma notícia que ela sempre esperou.— Amiga do céu, tem uma vaga de secretária aberta na agência onde eu trabalho. A entrevista é amanhã e
Lorenzo Gustaman observava aquela cena revoltante, as palavras ecoavam em seus ouvidos como se fossem tapas desferidos um atrás do outro.Lorenzo está sentado na mesa do seu escritório, ele é todo de vidro preto, de fora ninguém o vê, já ele consegue observar tudo que está acontecendo, ele ve que sua mãe foi parada por uma das candidatas, ela joga o lixo no chão e faz sua mãe pegar.— Que porra é essa. — Ele fala socando a mesa.Poucos passos de distância ele observa uma ruiva rindo e acredita que ela está tirando sarro da situação, ele já havia observado ela quando chegou, e achou que as duas estavam juntas. Pesquisa rapidamente as informações delas pelo notebook. Em seguida ele levanta e vai até elas.De punhos fechados ele caminha em passos firmes e largos, ainda ouvindo a gargalhada da ruiva.— Maldita, ela está rindo da minha mãe, mas isso não vai ficar assim. Você me paga ruiva.Noemi e tudo para Lorenzo, ele viu sua mãe conquistar o império que tem hoje com muito esforço e lut
Luna sai da agência pensativa e confusa, pensando o que foi que fez de errado, ela acha que a primeira impressão que Lorenzo teve dela não foi as das melhores. Ela começa a trabalhar na segunda feira. Mesmo com receio, ela decidiu ir no barzinho pedir mais uma oportunidade.— Senhor, posso falar com você por um momento?— o dono do bar olha em direção a Luna e a olha curioso.— Eu não quero desistir do trabalho, só gostaria de pedir para mudar meu horário. Será que poderíamos conversar sobre isso?— Humm. O que exatamente você quer mudar no seu horário? Estou meio ocupado agora...— Eu entendo que possa parecer repentino, mas gostaria de trabalhar à noite. Assim, eu poderia ter duas ocupações, dois empregos. Acredite, sou muito dedicada e estou disposta a dar o meu melhor. O senhor sabe da minha competência e também, ouvi sua conversa com o garçom... e sei que precisa de mais garçonetes no horário noturno.— Bem, Luna, voce está certa, realmente preciso de mais funcionárias. Vou te dar
Terminando enfim de limpar o bar, Luna caminha em direção ao apartamento da Kim a pé, esse horário não tem ninguém na rua, muito menos taxi ou ônibus. Do bar ao apartamento leva duas horas andando. — Haja sola de sapato.— ela brinca.— Vamos lá Luna, coragem, não tem ninguém na rua, não precisa ter medo.— Ela fala com sigo mesmo.Luna coloca os seus fone de ouvido e vai ouvindo música, mesmo com medo a música sempre a acalma. Estava tudo tranquilo quando ela sente que tem alguém a seguindo.— Meu Deus.— ela pega o celular e manda uma mensagem para Kimberley. Amiga... estou com tanto medo que acho que minha alma saiu do meu corpo e foi embora na frente. — Ela envia sem nem ler a mensagem direito e apressa os passos. Guardando o celular na bolsa ela a segura com firmeza, acelera ainda mais seus passos andando mais rápido que consegue. Quando enfim toma coragem de ver quem está no carro atrás dela, Luna para abruptamente e encara o homem dentro dele com raiva.— Céus Lorenzo! O que tem
Domingo à noite retornei para o bar, o movimento estava agitado como todos os domingos são. Atendi algumas pessoas, só para dar uma forcinha para minhas colegas de trabalho, mas hoje eu ia ficar somente atrás do balcão servindo bebidas, até que observo entrando pela porta principal, o dono do meu coração, ele está lindo com seu sorriso perfeito, a sua camisa desabotuada, mostrando seu peitoral perfeito. Desvio meu olhar e percebo que Lorenzo está acompanhado com a mesma loira das noites passadas. Quando percebo que ele está vindo no balcão eu saio e deixo o dono atender ele, fico de costas arrumando as bebidas, e torcendo para que ele não me reconheça.— Ei, moça, pode me preparar um drink?— a loira fala chamando minha atenção.— Acabamos de chegar, Jasmin, já vai se embebedar?— Lorenzo fala rindo.— Claro gatinho, é você que vai pagar! Tenho que aproveitar.— Ela fala alto ,como se fosse um troféu estar com ele. Bom, tenho que concordar, Lorenzo é um homem cobiçado, não só pelo dinhei