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Cap 3. Ela foi a mesma mulher que comprei para passar a noite com você.

Luna olha para Cassidy, seus olhos cheios de desespero e mágoa.

— Você está me pedindo para me vender, Cassidy? Para me humilhar ainda mais?

Cassidy sente um aperto no coração, mas tenta argumentar.

— Não é isso, Luna. É uma questão de sobrevivência. Nós todas estamos presas aqui, sem comida, sem descanso. Se você fizer isso, pelo menos teremos algum dinheiro para nos proteger. E outra você ou nenhuma de nós temos escolhas.

Luna sente uma mistura de revolta e medo. Ela sabe disso, sabe que ela terá que se vender de qualquer jeito.

— Eu não si o que fazer, Cassidy. Eu não aguento mais. Acredito que a morte seria a melhor opção nesse lugar, nunca tive medo de morrer, eu não tenho nada e nem ninguém, a única coisa que eu tinha era a minha dignidade e agora nem isso. Eu não quero colocar a vida de vocês em risco.

Cassidy segura as mãos de Luna, olhando profundamente em seus olhos.

— Eu sei que é difícil, Luna. Mas pense em todas as outras garotas que estão aqui. Se nós fizermos tudo que ela manda, talvez todas tenhamos uma chance de escapar dessa vida. Precisamos ser fortes.

Luna suspira, sua decisão ainda não está clara, mas ela entende a gravidade da situação.

Luna se prepara mentalmente para a dura tarefa que lhe espera, sabendo que ela está sozinha, as garotas não se importam com ela, cada uma quer sair viva, nem que para isso seja a destruição da Luna.

Luna, vestida de forma provocante, está pronta para seguir com os capangas de Vivian para o hotel marcado. Ela olha para trás, preocupada com o destino das outras meninas, mas sabe que essa é sua única chance de protegê-las.

— Eu preciso fazer isso... pelas outras garotas.

Os capangas empurram Luna em direção à porta da boate, enquanto a multidão na entrada cria uma distração. Enquanto Luna é puxada pelos capangas, uma confusão se instala na porta da boate. Pessoas gritam e empurram uns aos outros. Nesse momento de caos, Luna entende que essa é sua única oportunidade dela fugir.

Sem pensar duas vezes Luna consegue se desvencilhar de um dos capangas e, com um rápido movimento, morde a mão dele com força. Ele solta um grito de dor e Luna corre em direção à liberdade.

Adrian e Fernando estavam do outro lado da rua bebendo num barzinho esperando por seu irmão Lorenzo.

— Adrian, o horário que eu marquei com a garota já está chegando, eu gastei muito dinheiro para você aproveitar a noite.

— Sério Fernando, não cansa de ser idiota? Já disse que não vou. Gastou dinheiro por que quis, não pedi nada.

— Onde diabos esse cara está?! Já era para estar aqui!— Fernando fala impaciente tentando mudar o foco da conversa, pois sabe que Adrian não voltará atrás com sua opinião.

— Ele disse que já estava vindo, deve ter se distraído pelo caminho.

De repente, Adrian ouvir gritos ecoando pelas ruas e um tiro dado para o alto. Seus instintos em alerta, ele virou-se para a direção do tumulto e avistou uma figura pequena correndo desajeitadamente em seu salto alto. Seus cabelos vermelhos como fogo contrastavam com a expressão desesperada em seu rosto.

Sem pensar duas vezes, Adrian se ergueu rapidamente da cadeira em que estava sentado e deu alguns passos apressados em direção à menina. Ele percebeu que ela estava em perigo e precisava de ajuda imediata.

Conforme se aproximava da garota, Adrian estendeu a mão para ajudá-la a se equilibrar, envolvendo seus dedos nos dela com firmeza.

— Me ajude, por favor! Eles estão atrás de mim!

— Vem! Não se preocupe, eu vou te proteger. Vamos encontrar um lugar seguro.

Sem trocarem mais nenhuma palavra, os dois começaram a correr juntos, escapando dos capangas que a procuravam incansavelmente. Luna sente uma mistura de alívio, medo e gratidão. Ela se segura firmemente na mão de Adrian, confiando nele no momento de incerteza.

Enquanto corriam pelas ruas estreitas e cheias de vida, Fernando, amigo de Adrian, observou a cena dos dois correndo sem rumo. Sem pensar duas vezes, ele pulou para dentro do veículo e foi atrás do amigo, decidido a ajudar em qualquer situação que se apresentasse.

Após alguns minutos exaustivos de fuga, Adrian diminuiu a velocidade e eles passaram a caminhar, permitindo que Luna pudesse recuperar um pouco do ar que lhe faltava. A menina estava claramente assustada, perdida e sem rumo.

Luna e Adrian se afastam dos perigos, correndo pelas ruas movimentadas de Los Angeles em busca de segurança. Enquanto isso, as luzes da cidade iluminam seus rostos, trazendo uma sensação de esperança para o futuro desconhecido.

Adrian reparou então em sua situação vulnerável, percebendo que os capangas haviam retirado partes de suas roupas. Movido por um impulso de proteção, ele tirou seu casaco e o envolveu ao redor do corpo de Luna, protegendo-a o máximo que pôde.

— Obrigada, muito obrigada.

Luna agradeceu, visivelmente sem jeito, pelo gesto de gentileza e proteção de Adrian. Nesse momento, Fernando estacionou seu carro próximo a eles, oferecendo um refúgio momentâneo para que pudessem ganhar um respiro e planejar o próximo passo.

Sem hesitar, os dois entraram no carro sob o olhar preocupado de Fernando. Enquanto o veículo estava em movimento, ela conta brevemente sua história, de como veio parar naquele lugar. Enquanto Adrian orientava Luna sobre a importância de manter-se segura e fora do alcance dos capangas.

A medida que o carro avançava pelas ruas da cidade, Adrian sentiu algo estranho crescer em seu coração, coisa que nunca aconteceu.

— Eu vou cuidar de você, não tenha medo.— Adrian fala encarando seus olhos.

Luna sem desviar os olhos de Adrian, fica confusa e com medo de confiar em mais alguém. Mas ali ela ve a oportunidade de se manter segura, decide ficar por perto.

O apartamento era de luxo, Luna nunca sonhou em um dia entrar em algo desse jeito. Apesar do medo ela sentiu como se fosse um refúgio seguro. Ela olhou ao redor, sentindo uma mistura de gratidão e insegurança. Ajudada pelos dois rapazes desconhecidos, Adrian e Fernando, ela encontrou um pouco de esperança em meio ao caos que sua vida se tornou.

— Muito obrigada, vocês não têm ideia do quanto isso significa para mim. Eu realmente não sei como agradecer.

Adrian sorriu gentilmente para ela, enquanto Fernando lançou-lhe um rápido olhar de desejo que não passou despercebido por ela.

— Estamos aqui para ajudar, Luna. Você é corajosa por confiar em nós, mesmo com tudo o que aconteceu.

Adrian estende as peças de roupas que conseguiu com uma das zeladoras do hotel. Luna chorava muito, grata por eles estarem a ajudando, ela entrou no banho tirando todo o cheiro do suor e também como se estivesse lavando a alma, veste as roupas que caíram como uma luva, ali olhando no espelho ela fica um tempo pensando.

Quando ela sai do quarto ouve sem querer Fernando falando com Adrian.

— Cara estou sem acreditar de como o destino age. Ela foi a mesma mulher que comprei para passar a noite com você.

As palavras de Fernando ecoaram pelos ouvidos de Luna, causando uma onda de choque e tristeza. Ela parou, incapaz de processar completamente o que acabara de ouvir.

Adrian arregalou os olhos, visivelmente perturbado pelas palavras de seu amigo. Ele fecha as mãos em punho, quando ele ia chamar a atenção de Fernando. Ouvem a porta bater com força.

As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Luna, enquanto a desesperança e a traição a sufocavam. Ela não conseguia acreditar que confiou novamente nas pessoas erradas.

Adrian correu atrás dela, quando alcançou ela encara os olhos de Adrian demostrando toda a sua dor.

— Vocês... vocês só me ajudaram para se aproveitar de mim? Eu achei que finalmente havia encontrado pessoas boas, mas estava enganada.

— Luna, por favor, não é verdade!

Adrian tentou se aproximar para consolá-la, mas ela deu um passo para trás, seus olhos cheios de dor e desconfiança.

— Eu não quero ouvir mais nada! Não quero acreditar que fui enganada novamente. Vocês não são melhores do que qualquer outra pessoa que me transformaram nisso.

Sem esperar por uma resposta, Luna deu meia-volta e correu para o elevador, ela apertava o botão para fechar as portas freneticamente, assim que as portas se fecham ela encosta no metal gelado do elevador, as lágrimas turvando sua visão. A dor da traição ecoava em seu coração, e a esperança que a havia impulsionado agora se transformava em desespero.

— Luna, espere! Por favor, deixe-nos explicar!

Adrian b**e na porta tentando se explicar, sem pensar duas vezes ele corre para as escadas com intuito de pelo menos contar sua versão. Mas era tarde demais. Luna desapareceu pelas ruas, deixando Adrian atordoado e arrependido por não conseguir protege-la. Adrian subiu para o apartamento e olhou para Fernando com raiva e decepção.

— Sua m*****a imprudência! Por que você fez isso? Destruímos a única chance que ela tinha de volta para casa.

Fernando baixou a cabeça, percebendo o impacto de suas palavras impulsivas. Ele sabia que havia causado um estrago irreparável.

— Eu não pude evitar... minha curiosidade falou mais alto. Eu nunca quis prejudicá-la. Agora é tarde demais, esquece ela, você não conseguiria ajuda-la de qualquer forma.

— Cara você é um completo idiota.

— Não sei por que está tão bravo, nem a conhecia, se tivesse aceitado a ir no hotel que reservei, talvez as coisas seriam diferentes.

Adrian encara ele com um olhar de derrota, ele não consegue entender do por que doeu tanto ver o olhar de desapontamento dela sobre ele.

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