Luna sai da agência pensativa e confusa, pensando o que foi que fez de errado, ela acha que a primeira impressão que Lorenzo teve dela não foi as das melhores. Ela começa a trabalhar na segunda feira. Mesmo com receio, ela decidiu ir no barzinho pedir mais uma oportunidade.— Senhor, posso falar com você por um momento?— o dono do bar olha em direção a Luna e a olha curioso.— Eu não quero desistir do trabalho, só gostaria de pedir para mudar meu horário. Será que poderíamos conversar sobre isso?— Humm. O que exatamente você quer mudar no seu horário? Estou meio ocupado agora...— Eu entendo que possa parecer repentino, mas gostaria de trabalhar à noite. Assim, eu poderia ter duas ocupações, dois empregos. Acredite, sou muito dedicada e estou disposta a dar o meu melhor. O senhor sabe da minha competência e também, ouvi sua conversa com o garçom... e sei que precisa de mais garçonetes no horário noturno.— Bem, Luna, voce está certa, realmente preciso de mais funcionárias. Vou te dar
Terminando enfim de limpar o bar, Luna caminha em direção ao apartamento da Kim a pé, esse horário não tem ninguém na rua, muito menos taxi ou ônibus. Do bar ao apartamento leva duas horas andando. — Haja sola de sapato.— ela brinca.— Vamos lá Luna, coragem, não tem ninguém na rua, não precisa ter medo.— Ela fala com sigo mesmo.Luna coloca os seus fone de ouvido e vai ouvindo música, mesmo com medo a música sempre a acalma. Estava tudo tranquilo quando ela sente que tem alguém a seguindo.— Meu Deus.— ela pega o celular e manda uma mensagem para Kimberley. Amiga... estou com tanto medo que acho que minha alma saiu do meu corpo e foi embora na frente. — Ela envia sem nem ler a mensagem direito e apressa os passos. Guardando o celular na bolsa ela a segura com firmeza, acelera ainda mais seus passos andando mais rápido que consegue. Quando enfim toma coragem de ver quem está no carro atrás dela, Luna para abruptamente e encara o homem dentro dele com raiva.— Céus Lorenzo! O que tem
Domingo à noite retornei para o bar, o movimento estava agitado como todos os domingos são. Atendi algumas pessoas, só para dar uma forcinha para minhas colegas de trabalho, mas hoje eu ia ficar somente atrás do balcão servindo bebidas, até que observo entrando pela porta principal, o dono do meu coração, ele está lindo com seu sorriso perfeito, a sua camisa desabotuada, mostrando seu peitoral perfeito. Desvio meu olhar e percebo que Lorenzo está acompanhado com a mesma loira das noites passadas. Quando percebo que ele está vindo no balcão eu saio e deixo o dono atender ele, fico de costas arrumando as bebidas, e torcendo para que ele não me reconheça.— Ei, moça, pode me preparar um drink?— a loira fala chamando minha atenção.— Acabamos de chegar, Jasmin, já vai se embebedar?— Lorenzo fala rindo.— Claro gatinho, é você que vai pagar! Tenho que aproveitar.— Ela fala alto ,como se fosse um troféu estar com ele. Bom, tenho que concordar, Lorenzo é um homem cobiçado, não só pelo dinhei
Ele me encara como se me desafiasse, seus olhos se estreitam e por um segundo percebo que um meio sorriso se forma, mas logo ele fecha a cara.— Se quiser posso rasgar o contrato agora mesmo! Tenho certeza que encontro alguém para fazer esse trabalho melhor que você!— Olha...— Fico em silêncio e brigo comigo mentalmente para que não continue a falar.— Tudo bem, só não te dou a resposta que você merece, pois preciso desse emprego, agora mais que nunca!— Sei! Conta outra, eu vi o seu apartamento, não me venha se fazer de pobre coitada, que está sofrendo e precisa de dinheiro para viver, você é muito superficial.— Com licença.Saio da sala com os olhos cheio de lágrimas, detesto que não consiga expressar a minha opinião, como se aqui eu nunca vou ter voz, ele sempre me acusa de coisas que não fiz e isso é frustrante, olha que é só o meu primeiro dia, nem quero saber o que estar por vir. Respiro fundo e vou guardar o carrinho de limpeza. Passo pela Silvia apressada e sou parada por ela
Assim as semanas se passaram. Na agência Gustaman, todos os dias era um coice novo do Lorenzo. Ele sempre está me cercando, como se eu precisasse de babá. Já tentei falar inúmeras vezes com ele, tentei compreender do por que de tanta desconfiança comigo.Esses dias estou me sentindo solitária, quero desabafar, porém tenho medo da reação da Kimberley. Falando nela, ela ainda não veio, mas sempre conversamos pelo celular, acredito que o único momento do dia que eu sorrio de verdade é quando falo com ela, minha amiga é leve, tem uma energia gostosa. Apesar de disfarçar, ela já percebeu que eu não estou bem.Sabe quando sua mente tá pesada, seu corpo doi, e você já não sorri com frequência? Kim disse que não me reconhece mais, na verdade, nem eu estou me reconhecendo, estou com o psicológico tão fudido que realmente estou pensando em desistir do trabalho.E olha só, logo eu que não desisto tão facil das coisas que eu quero, estou pensando em jogar tudo para o alto. Na agência o único momen
Os olhos daquele homem me chamaram a atenção, parecia que eu já tinha visto eles de algum lugar. Como o movimento do bar estava grande, eu não tive muito tempo para dar a atenção a ele, mas sua imagem ficou na minha cabeça, eu sinto que o conheço de algum lugar.Com o fim dos atendimentos, fui para meu apartamento, confesso que minhas pernas estão muidas de ficar de pé quase a noite toda. Já no meu apartamento faço alguma coisa pra comer e olho meu celular.— Por quê a Kim não respondeu minhas mensagens? O que aconteceu.— Falo sozinha.Ligo uma, duas... cinco vezes pra ela e nada dela atender, começo a entrar em desespero, pois ela nunca fica sem falar comigo.As horas vão se arrastando sai do bar era três da madrugada, demorei 20 minutos para chegar em casa, 15 minutos só pra subir essas benditas escadas, estou tão cansada, mas a preocupação com minha amiga é maior, fico sentada no sofá olhando para a tela do celular, e nada de aparecer nenhuma notificação.Quando dou por mim ja são s
Olho para ela um pouco desanimada. Ela realmente acredita que eu e Lorenzo poderíamos ficar juntos. Acredito que isso acontece só nos meus pensamentos.— Não, amiga. Ele é meu chefe e tem namorada. Não faz sentido eu ficar alimentando um sentimento que não tem futuro.— Namorada? Desde quando?— A modelo Jasmin...— Aquela é só uma interesseira. Não se preocupe, ele não tem nada sério com ela. E o trabalho, como está?Encaro seus olhos e sorrio, conto sobre o que estou fazendo e das meninas que conheci. Porém, não contei de todas as humilhações que passo nas mãos de Lorenzo. Não quero prejudicá-la no seu trabalho. Do jeito que ela é, é perigoso ela sair daqui e dar na cara dele.Quando Kim me perguntava como estava o trabalho, sempre dizia que estava bom, cansativo, mas tranquilo. Eu realmente gosto de trabalhar lá, não me importo com o trabalho. Gosto disso. Só o que está difícil de aguentar é o Lorenzo me humilhando o tempo todo.A semana passou e já era domingo, então eu não ia tra
Silvia, que estava vendo a bolsa na vitrine, vem extremamente indignada com a postura da vendedora.— Está louca?— ela grita.— Então você quer dizer que não atendem negros? — Falo, controlando minha respiração.— Olhe para o perfil dos clientes e o perfil dessa loja e olhe para você. Acha mesmo que consegue pagar por uma bolsa dessa? Me entrega essas peças que você está amassando ou pode sujar!— Ela não vai entregar nada. — Luna fala, empurrando a vendedora que estava com a mão centímetros para pegar novamente no meu cabelo. — Cadê a Liz? — Ela grita.— Luna, se acalma. — Falo, sem saber como reagir.— A dona Liz está no escritório... — A vendedora fala um pouco acuada com o olhar que Luna lança sobre ela.— É sério que isso está acontecendo? — Taty, que também é negra, senta arrasada.— Meninas, deixa isso para lá, vamos em outra loja, não vale a pena se estressar por isso.— Não vale, Kimberley? — Luna me olha — Não vale a pena o caralho. Essa mulher aqui tem dinheiro para comprar