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Cap 5. Eu não posso te culpar por defender o que acho certo.

Luna tinha encontrado em Kimberley não apenas um lar, mas também uma esperança para sua vida. Com um lugar para morar, roupas para vestir e comida na mesa, ela finalmente podia respirar aliviada. Mesmo que Kimberley não a deixasse gastar seu próprio dinheiro, salário que Luna não queria aceitar, mas acabou se rendendo com as insistência de Kimberley. Ela era grata por todas as oportunidades que lhe eram proporcionadas.

Enquanto trabalhava incansavelmente, Luna se comprometeu a economizar cada centavo que pudesse. Afinal, aquele salário era muito mais do que ela jamais imaginara ter. Com o dinheiro guardado, ela decidiu investir em cursos e aulas para aprimorar suas habilidades, aprendeu vários idiomas, até mesmo falar em libras.

Depois de um tempo, Luna conseguiu encontrar um emprego como secretária em uma empresa de modelos. Embora estivesse insegura sobre suas capacidades, ela estava determinada a se provar e construir uma vida melhor para si mesma, Luna ficava encantada com o glamour e o sucesso que as meninas faziam, todas as modelos adoravam a agilidade e a competência dela.

No entanto, nem tudo corria conforme o esperado. Em um dia como outro qualquer, Luna estava com a visita de sua amiga Kim, quando um cliente entrou na empresa e começou a proferir comentários racistas e de extrema ofensas contra Kimberley na presença de Luna. O ódio e a indignação tomaram conta delas, lançando-a em um turbilhão de emoções.

Sem pensar nas consequências, Luna pegou um vaso próximo e o atirou na direção do cliente, acertando-o com precisão. A reação impulsiva lhe custou o emprego e ela foi demitida por justa causa, mas o sentimento de justiça que se instalou em seu coração falou mais alto. Ela não se arrependia nem por um segundo de defender a pessoa que a acolheu e lhe ofereceu uma chance de um recomeço.

Enquanto Kimberley procurava acalmar a situação, Luna encarava a demissão com uma mistura de raiva e alívio. Ela sabia que sua atitude poderia ter consequências, mas, ao mesmo tempo, sentia-se injustiçada por somente ela ter sofrido as consequências, no entanto ela estava leve por ter se posicionado contra o preconceito, em toda sua vida ela repudia qualquer ofensa, bullying, agressão, qualquer tipo de situação que possa machucar alguém. Não importava o que acontecesse em seguida, Luna tinha a certeza de que usou a voz de maneira certa.

Uma das modelos se aproximou de Luna com uma expressão preocupada, mas também com um brilho de orgulho em seu olhar. Ela colocou uma mão reconfortante no ombro de Luna e disse:

— Eu não posso te culpar por defender o que é certo. Sei que a demissão é difícil, mas o que importa é que você se manteve fiel aos seus princípios. Não se venda para esse mundo. Não se cale quando tiver vontade de gritar. Ver você defendendo sua amiga, foi uma das coisas mais lindas que vi nós últimos anos.

Luna olhou para ela, sentindo-se grata pela compreensão e apoio que a mulher lhe oferecia.

—Eu faria tudo de novo, Kimberley é como um anjo na minha vida, e jamais deixaria de fazer o que acho certo.

Kimberley sorriu, envolvendo Luna em um abraço acolhedor.

— Eu sou grata a você, Luna. Você tem uma força interior incrível. A vida pode ser injusta às vezes, mas saiba que sempre terá uma casa e uma amiga aqui para te apoiar.

— Você vai fazer falta, Luna!— A modelo diz com um expressão triste.

— Quando precisar conversar, conte comigo.— Luna diz abraçando a modelo.

Luna sentiu-se verdadeiramente abençoada por ter encontrado alguém como Kimberley em sua vida. Enquanto se preparava para recomeçar mais uma vez, ela sabia que, com a determinação e o apoio dela, poderia superar qualquer adversidade que a vida lhe apresentasse.

Kimberley (Kim) trabalha em uma famosa agência de modelos chamada Model Gustaman. Com 24 anos e um namorado temporário, ela sempre diz que a vida é curta demais para se apegar a um único amor.

Sua infância foi marcada por complicações, com abusos e agressões. Essas experiências a ensinaram que as pessoas só se aproximam para depois machucar, e, por isso, ela estabeleceu como regra nunca se apaixonar.

Conhecer Luna foi uma das melhores coisas que já aconteceu em sua vida. Com o passar do tempo, Kimberley percebeu que encontrou muito mais do que uma amiga em Luna, encontrou uma família, algo que nunca teve antes. Luna sempre defende quem ama sem medo, e foi isso que a conquistou.

Apesar das dificuldades, Kimberley conseguiu chegar onde está. Ser negra em um mundo onde muitos brancos se acham superiores por causa de sua cor não é fácil.

Ela é uma das modelos mais requisitadas para desfiles, mas mesmo em um mundo que está evoluindo em relação ao racismo, ainda tem que lidar com comentários desagradáveis.

Frases como:

— Seu cabelo é lindo, mas ficaria melhor se fosse alisado.

ou:

— Essa coleção ficaria melhor em uma modelo branca.

Podem parecer palavras inofensivas, mas magoam. Ela muitas vezes coloca um sorriso no rosto para esconder seu desconforto, na agência que ela trabalha o racismo é muito bem maquiado, ela finge que não ouviu, não se feriu com tal atitude, porem quando chega a noite tudo que ela quer é um colo para chorar. Isso ela encontra em apenas uma pessoa, mesmo com apenas 1 anos morando juntas Luna a conhece tão bem que Kimberley não consegue esconder nada.

Ser vítima de insultos racistas foi como uma punhalada em seu coração. Quando toda a confusão aconteceu a situação até estava sendo controlada, mas então um homem decidiu dizer que uma negra não pode ter sucesso sem oferecer algo em troca para o patrão. Kimberley processou o homem, que foi condenado e ela recebeu uma bela indenização. Não era pelo dinheiro, e sim pelo respeito. Ninguém é obrigado a amar pessoas de diferentes raças, mas todos são obrigados a respeitar.

Apesar dos preconceitos presentes no mundo, ainda existem pessoas que enxergam a força, o caráter e o talento de Kimberley. Essas pessoas são sua motivação para alcançar o sucesso que ela possui hoje.

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