Era um rapaz, corpo franzino, veste branca idêntica à que guardas imóveis trajaram na realidade de meu espírito, dias atrás, desacompanhada de quaisquer adereços exibidos na ocasião citada, tais como tiaras, penachos, colares de folhas ou braceletes. Uma tocha e uma lança ocupavam as mãos do sujeito.
Parado ele ficou... surpresa exalando dos olhos; certamente notavam algo errado no que viam. Cogitei se tinham me reconhecido ou apenas reparado as cinco velas apagadas em torno daquele cadáver sustentado pelo nada.
Foi-me difícil esboçar reações também, admito. Seriam ele e a “presença” membros de algum clã ou guilda? Quem sabe um culto, como me pareceu em sonho? “Um culto com sacerdotisas em mantos rasgados”, pensei. Gabriele? Terrível imaginar
Um homem frio, sereno e ciente de seu poder deixou-se sorrir perante outro mais fraco, enquanto uma série de pequenas lembranças sem sentido procuravam lugares certos em minha memória. (“E então, Mildred? Pensou no que falei? Esse infeliz lhe serviu bem, mas é meu agora. Quanto à senhorita, nada poderá fazer exceto juntar-se à luz que ofereço.”) #O intruso, claro, pronunciara-se mentalmente através do mesmo canal humano utilizado pela maga o tempo inteiro.(“O que pretende, criatura? Por que me ajudar e não acabar comigo? Quais são suas verdadeiras intenções? Quem é voc
Seu nome é Mitzlotan... mas muitos preferem chamá-lo de Deus-serpente. Sei que a natureza dessa entidade só me será compreensível em breve, quando poderei então venerá-lo como o grande pacificador do mundo que seus idólatras tanto adoram seguir. Por hora devo contentar-me em aceitar a privilegiada possibilidade de conhecê-lo, alimentando-me de sua luz... deglutindo sua bênção... purificando-me enfim. Logo uma nova vida estará começando para Mildred, a mulher que pouco sabe de seu passado. Eu. Sentir meu corpo agora é
“Parece brilhar, não?” “Afaste-se! Pode acabar tirando-o do transe!” “Mas ele conseguiu?” “Provavelmente. Nosso mestre nunca falha com o glorioso.” “Desculpe-me, irmão. Jamais duvidei. Mas o rosto dele. Parece...” “O que há?” “Está ficando roxo, não?” “Roxo? Talvez...” “ Não sei se sonho... se acordo... se vivo... se vou...Simplesmente não sei.Mamãe aparece à porta enquanto junto cubos e diz que o almoço está pronto. Meu castelo vai ficar lindo. Logo serei a rainha da neve.Infelizmente meu reino atual já entrou em colapso e os súditos fogem sem qualquer fiapo de esperança. Alguns deles nem estão tão longe mas nego-lhes atenção assim mesmo. Paredes continuam desabando... luzes se apagam64
Tudo calmo agora. Tudo branco. Posso ver meu corpo nu reluzindo delicadamente sob um facho luminoso de pura tranquilidade enquanto o brilho alvo e opaco que rodeia meu espaço físico traz o dono daquela voz suave por quem fui chamada instantes atrás. Perambulo um chão de brancura pura, sem marcas, riscos ou reflexos. Embarco num verdadeiro paraíso celestial e logo noto a familiaridade mais óbvia do mundo em meu companheiro de estada, pois meu nome não foi enunciado por qualquer garoto. Saiu da boca de um peraltinha cujas feições presenciei na angústia mental daquele que tanto amei. Um sonho, uma casa, um garoto, uma fuga, uma escada-caracol e armaduras com machados flanqueando um enorme tapete azul. Hat Nao Pak revelando o horror de sua face para acordar um pobre coitado que leria “Eu bem que avisei!” redigido em sangue na própria mão. 1 - DUOFF Meu nome é Duoff. Não tenho sobrenome. Nós, Fairons das cavernas baixas, temos um nome apenas, uma palavra para resumir nossa natureza. Quando somos novinhos, nos chamam de Puli. Significa pequeno. Aos três anos, ganhamos um nome, que não dura para sempre. Ele muda aos dez, depois aos vinte, e então fica para a vida toda. O meu significa “rocha” e combina bem com “aniquilador”. Ou não? Adot está me cansando. Quando aquele magrelo de queixo esquisito apareceu por lá, achei que grandes coisas iam acontecer. Aconteceu sim, mas minha espada quase não trabalhou, e eu de66
3 - PADELAH Acertar um serviço é deixar perguntas para trás, exceto em grande necessidade. Foi assim que aprendi. Aquele grupo errou no início, errou no fim, eu sempre soube. Talvez o espírito apressado e a inexperiência de alguns tenha atrapalhado. Não sei. Lancei umas ideias, pedi um plano inteligente, argumentei pouco. Não era assunto meu. Entramos, andamos, fiquei longe, senti o perigo, estava óbvio, mas discutir seria inútil. Sahad marchava à minha frente, um po
6 - DUOFFQuando a brancona ameaçou vomitar e capotou no chão, o pessoal ficou meio perdido. Ninguém sabia o que fazer. Padelah deu uns tapinhas nela, jogou água e depois tirou umas folhas grandes da mochila que levava, enrolando elas num pano e colocando a cabeça de Mildred em cima.O bardo já queria dar chilique e tive de mandar ele calar a boca. Padelah disse para ninguém ficar preocupado, mas pude ver nos olhos dela que a coisa não era muito boa. Detesto ficar sem fazer nada! A elfo ficou falando umas coisas no ouvido da moça, como se também fosse bruxa, e o corpo de Mildred se mexeu um pouco, como se delirasse. Ficou assim u