Thor Eu sempre me perguntei como me sentiria quando tivesse o assassino do meu pai bem na minha frente e por várias vezes fantasiei o momento que apontaria a minha arma para a sua cabeça e tiraria a sua vida da mesma forma que fez com ele. Sem defesa, sem esperar, apenas aquele som do estampido roubando-lhe a vida com descaso. Mas hoje, vendo-o bem aqui e olhando nos seus olhos me sinto um poço cheio de raiva, de ódio e de maldade. Não, eu não que ele morra tão rápido assim, também não quero uma morte com desdém, como se nada tivesse acontecido. Olhar para Darlan Guerra me faz lembrar de momentos que ele visitou a nossa casa, apertou a mão do meu pai, eles beberam juntos, riram e fizerem muito dinheiro juntos e no final, o traidor ganancioso quis mais. Ansiou por um poder que não lhe pertencia, portanto, eu almejo ouvir os seus gritos, quero muito que ele sofra por arrancar de mim alguém que eu amava demais e é exatamente por isso que agora ele está acorrentado a uma barra de ferro,
Thor — Se ficarem comigo, além de levar um produto puro para o mercado, não esquentarão a cabeça com o meio de transportá-la, já que estarão devidamente engarrafas, rotuladas e encaixadas. A alfandega jamais descobrirá.— Mas isso é... — É claro que eles amaram essa ideia. O negócio é o seguinte, comigo tirando Darlan Guerra desse mundo, tudo o que era seu, passa a ser automaticamente meu... ou devo dizer da Nina, já que o infeliz não tem herdeiros e não sabemos o paradeiro de sua mãe. Portanto, o poder do dono do morro acabou de triplicar e todos os grandões que o servia, automaticamente passa a me servir. Prático e inteligente.— Quando pode fazer a primeira entrega? — Viram o que eu disse? *** Já é bem tarde e quase tudo aqui no morro está quieto. Após um dia bem puxado e lucrativo estou acabado e louco para entrar em casa, tomar um banho demorado e cair como morto na cama. Contudo, eu mal abri uma brecha na porta do nosso quarto e percebi que algo estava bem estranho. As luzes
Nina A mansão Guerra nunca esteve tão quieta como agora. Nada de homens armados e espalhados por todo o seu perímetro, nada de empregados andando e falando para todo lado e principalmente, nada do Darlan com as suas malditas ordens gritadas. Eu não tenho muitas boas lembranças desse lugar a não ser dos momentos que brinquei com as minhas irmãs. A atmosfera dessa casa sempre foi imperativa, obscura e rígida mesmo tendo tanto luxo e a luz do dia que a invade constantemente pelas suas janelas largas. Meus olhos passeiam pela enorme sala de visitas onde eu nunca tive o prazer de receber um amigo meu. Pudera, assim como as minhas irmãs eu era apenas um fantoche deles, que servia apenas para ser usada com um propósito e isso me faz pensar que eu só passei a existir de verdade quando sai desse lugar.— Me espere aqui — peço para o meu marido sem ao menos olhá-lo, e sigo para as escadas.— Tem certeza, Nina?— Eu não vou demorar.— Tudo bem! — Então eu paro e olho para trás.— Tem um cigarro
Nina — O que? Por que fez isso? — Dou de ombros.— O Darlan me disse que você estava morta e eu quis destruir tudo isso.— Ah!— Precisamos sair daqui. — Thor avisa. — Logo as chamas chegarão aqui e já tem muita fumaça.— Você tem razão, rapaz. — E outra vez o inesperado acontece. A minha mãe segura a minha mão e saímos rapidamente de dentro da mansão.***O maior erro do homem é subestimaram as mulheres e a sua capacidade. Nossos rostinhos bonitos devem mesmo enganar a muitos e por mais que eles não aceitem isso, nós temos o poder, ele está guardadinho dentro de nós e acredite, ele é capaz de derrubar um gigante se assim quisermos. E por que estou falando isso? É simples, em quase duas horas de uma conversa franca com Lolita Guerra descobri muito sobre ela, que não fui capaz de descobrir em vinte e três anos. Um casamento forçado e sem amor, forçada a produzir herdeiros homens quando ela não queria tê-los e para contrariar ainda mais o seu destino macabro, ela deu à luz a três menin
Thor A pior parte de ser chefe de uma facção é ter uma personalidade fria e um tanto arrogante para fazer e dar determinadas ordens. Por uma fração de segundos eu cheguei a pensar que Darlan Guerra teria se arrependido dos seus erros e pediria perdão para a sua irmã por todo mal que lhe causou, mas não. Ele encontrou uma chance de destilar o seu último veneno e esse atingiu o coração da pessoa que mais importa para mim nesse mundo. Se eu sentia raiva desse doente, agora posso afirmar que o ódio por ele prevalece. Portanto, antes que o seu maldito veneno faça um estrago maior, um tiro certeiro o fez fechar a boca de vez, mas ela fugiu para longe de mim.— Limpem essa sujeira e faça dele um exemplo. Porque quem ousar mexer com um dos meus saberá de antemão que terá um preço alto a pagar! — rosnei e saí imediatamente ao seu encontro. Contudo, a merda toda já havia acontecido. Darlan a feriu mais uma vez e eu estava lá para curá-la com o meu amor. Entretanto, para a nossa total surpresa
Thor — Bom, você acabou de dizer que eu vou precisar de um administrador aqui. E eu só confio em você e no Corvo para fazer esse trabalho. Digamos que será o meu presente de casamento, hum?— Porra, Thor, é claro que aceito! — O homem se põe de pé imediatamente e me abraça tão forte quanto um urso abraçaria.— Ótimo! A coisa funcionará da seguinte maneira — digo assim que ele se afasta. — O dinheiro das drogas terá que ser reportado diretamente a mim, mas o que ganhar nessa danceteria, é todo seu. — Ele leva a mão a cabeça, porém, o seu sorriso extremamente feliz não larga do seu rosto. — Fora isso, receberá um pagamento mensal pelos seus serviços e uma porcentagem das vendas.— Cara, eu estou no céu! Isso vai ser... Nossa! A Júlia vai amar voltar a morar nesse lugar! — Não, sem antes construir a casa de vocês. — Thor, não precisa se preocupar, é sério...— A Nina me mataria se não desse o presente da madrinha — resmungo. Ele mexe os ombros e incrivelmente o seu sorriso se amplia.
Thor — Pelo amor de Deus, relaxa, homem! O prédio está praticamente cercado, eu mesmo verifiquei a cozinha, os caminhões de entrega, os banheiros e os salões adjacentes. Ela está segura! — Respiro fundo. O uso das palavras praticamente cercado não me transmite segurança alguma.— Eu sei, mas não dá, eu não conseguirei relaxar até tê-la segura e comigo em casa. Você sabe que a Nina é o meu tudo, Corvo e se aquela louca ousar chegar perto dela eu...— Ela não vai, Thor e isso aqui é um casamento. Por Deus, homem, tente se divertir com a sua esposa! — As salvas de palmas me levam a olhar para a minha esposa descendo os poucos degraus que subiu e a observo em seu vestido azul-cyan. Um longo de tecido delicado e de alça única, colado ao seu corpo que realçou com perfeição a sua beleza, dando-lhe um ar de uma dama da alta sociedade. Solto um suspiro audível e decido que Corvo está certo. Eu preciso relaxar e curtir o momento com ela. Portanto, deixo dois tapinhas no seu ombro e me afasto p
Nina Momentos antes do casamento...— Esse! — Vibrei quando Júlia saiu de dentro do provador, vestida em um longo tomara que caia perolado. Os seus braços languidos estão revestidos com luvas de seda da mesma cor e uma grinalda curta dá um charme a parte ao seu look de noiva. O detalhe da saia curta até a altura dos joelhos, revestida por uma saia longa de renda é o que me deixou em polvorosa.— Realmente, você ficou linda nele! — Mamãe comenta largando uma xícara de café sobre a sofisticada mesinha de centro e fica de pé imediatamente.Ah não, você não entendeu errado. Lolita Guerra está bem aqui ao meu lado no meio de uma busca pelo perfeito vestido de noiva para a minha amiga e confesso que estou vivendo aquele sonho acordado de mãe e filha, sabe? Aquele sonho que você mal desce a escadaria de casa e ela já está lá te aguardando para te desejar um bom dia, seguido de um beijo carinhoso no rosto. Ou quando você se senta a mesa e ela avidamente vai te servir a refeição com toda a so