Sessenta e oito

Nina

A mansão Guerra nunca esteve tão quieta como agora. Nada de homens armados e espalhados por todo o seu perímetro, nada de empregados andando e falando para todo lado e principalmente, nada do Darlan com as suas malditas ordens gritadas. Eu não tenho muitas boas lembranças desse lugar a não ser dos momentos que brinquei com as minhas irmãs. A atmosfera dessa casa sempre foi imperativa, obscura e rígida mesmo tendo tanto luxo e a luz do dia que a invade constantemente pelas suas janelas largas. Meus olhos passeiam pela enorme sala de visitas onde eu nunca tive o prazer de receber um amigo meu. Pudera, assim como as minhas irmãs eu era apenas um fantoche deles, que servia apenas para ser usada com um propósito e isso me faz pensar que eu só passei a existir de verdade quando sai desse lugar.

— Me espere aqui — peço para o meu marido sem ao menos olhá-lo, e sigo para as escadas.

— Tem certeza, Nina?

— Eu não vou demorar.

— Tudo bem! — Então eu paro e olho para trás.

— Tem um cigarro
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