Nina — Está falando sério? Quer dizer, isso é um pedaço de bicho morto, certo? — reclamo. Essa sou eu, a frescura em pessoa.— A visão correta é um delicioso peito de frango e não a de um bicho morto.— Mas é isso que ele é, um pedaço de bicho morto! — rebato. Ele revira os olhos, para o que está fazendo, contorna o balcão e se posiciona atrás de mim outra vez. Automaticamente eu viro a cabeça para o lado e... céus! Os nossos olhos se encontram. Contudo, Thor fita a minha boca e ela fica seca imediatamente. Seu nariz raspa a minha bochecha suavemente e a minha respiração fica pesada no mesmo segundo.— Quero que a toque, Nina. — Ai, meu pai, com um pedido desse ao pé do meu ouvido, eu pego em qualquer bicho morto, até mesmo o peito de frango. Rosno me derretendo inteira. Ele segura as minhas mãos e as leva para a carne fria, porém, macia e... gosmenta. Arc! e me faz apalpá-la. — Sinta a sua maciez. — Ah sim, eu estou sentindo, mas garanto que não é a maciez do frango. — Isso. — Ele s
Nina Ok, as palavras agora parecem ter vida própria e eu nem consigo freá-las. Um sorriso brinca no seu rosto no mesmo instante, mas não é um sorriso vitorioso. É um sorriso de puro êxtase e de felicidade, eu acho. — Ai!!! — grito surpresa quando o seu braço desliza rápido pelo balcão e um estardalhaço de vidros se quebrando ecoa alto dentro da cozinha. Thor me faz sentar em cima do balcão, pega um preservativo no bolso traseiro da sua calça e toma a minha boca em um beijo envolvente, e indecente. Respirações alteradas misturam-se aos sons dos nossos gemidos e aos barulhos dos beijos famintos. Minhas pernas o envolvem logo em seguida e suas mãos começam a se livrar da minha roupa. Calor e mais calor. Socorro, estou pegando fogo! Seus movimentos são hábeis, fortes e firmes, e os sons que saem da minha boca podem ser descritos como indecorosos. Em seguida veio a quietude, mas os nossos corpos ainda estão agitados e quando ele se afasta um pouco e os nossos olhos se conectam Thor não f
ThorÉ impossível conversar com ela! É incrível como ela consegue transformar algo tão gostoso e tão íntimo em uma guerra em uma fração de segundos. A pior parte é perceber que toda essa birra infantil, unida ao corpo de mulher a torna ainda mais atraente. Eu só posso ter enlouquecido! Penso enquanto olho para a porta por onde acabou de passar e penso que não tenho estrutura para lidar com isso agora. Eu preciso de um tempo, esfriar a minha cabeça e pensar em uma maneira de tirar essa ideia absurda daquela cabeça dura. Portanto, saio do casebre, caminho pela grama e paro a poucos centímetros, encostando-me em uma rocha para acender um cigarro. É dona Helena, nem sempre a senhora acerta. A princípio eu até pensei, porra, e não é que deu certo, mas bastou contrariar a princesa Guerra que tudo foi pelos ares. Dou uma última tragada e jogo a bituca, apagando-a com a sola do sapato em seguida. Respiro fundo e olho para a casa. Bom, vamos enfrentar essa fera e tentar reverter a situação par
Thor— Digamos que você é um traficante do bem. — Não seguro uma boa e sonora risada. — É sério. Você mantém o seu monstro interior reservado para pessoas ruins, mas para as pessoas boas, você é um príncipe.— Um príncipe?— Isso. Um lindo príncipe de cabelos compridos e bem bagunçados, com um corpo deliciosamente atlético, tatuado e... — Ela para de falar e morde o lábio inferior.— E? — A instigo.— Safado.— Safado? — gargalho e ela sorri.— Muito safado.— E isso é uma coisa boa?— Muito boa!— Hum, eu deveria te devorar agora, Nina Ferraz, mas precisamos dormir um pouco ou não sobreviverei a essa noite. — Ela me fita com espanto. — O que foi? — questiono e beijo a sua boca.— Você me chamou de Nina Ferraz.— Não gostou? — Um sorriso minúsculo se abre em seus lábios.— Eu amei! É como se eu pudesse me livrar da maldição dos Guerra. — Respiro fundo, a tiro do meu colo, fazendo-a deitar-se. Me deito em seguida, abraçando o seu corpo e beijo a sua nuca.— Não vamos estragar esse mome
ThorAssim que o carro para em frente ao casarão no morro do Gavião, vimos a minha mãe ao lado de Isis e do Corvo que já me aguardam na varanda. Logo alguns empregados da casa vêm nos ajudar com as bagagens. Eu saio do carro e Nina sai logo em seguida.— Eu irei com eles daqui. Você vai ficar bem? — pergunto quando ela para ao meu lado.— Não pode entrar comigo e ficar só um pouquinho?— Eu não posso, Nina. Eu tenho...— Coisas para resolver, eu sei. — Com um suspiro ela faz um sim com a cabeça.— Até a noite então? — falo me afastando para ir ao encontro dos meus funcionários, porém, repentinamente ela segura o meu antebraço e eu paro para olhá-la. Inesperadamente a minha esposa envolve o meu pescoço e me puxa para um beijo audacioso, e demorado. E como se fosse algo automático, seguro na sua cintura e a puxo ainda mais para mim, colando os nossos corpos. O beijo fica ainda mais envolvente roubando a minha capacidade de respirar. — Uau! — sibilo bem perto do seu rosto, encostando a m
Nina— Eu não suporto aquela mulherzinha! — rosno para a minha amiga ao telefone. — Só queria que você a visse. Ela se sente a dona de tudo aqui. Sem falar que ela não larga do pé do Thor, sempre com aquelas mãos cheias de dedos em cima dele e aqueles olhos? Há aqueles malditos olhos só falta dissecar o homem. E isso tudo na minha frente. Ela não tem noção não? O homem é casado COMIGO!— Olha só, está com ciúmes do maridinho? — Solto o ar com força pela boca e me jogo no colchão macio, encarando o teto em seguida.— Não fale bobagens, isso não é ciúmes, é... é... Enfim, o fato é que fui eu quem se casou com ele e não ela. O pior é que eu sei que algo acontece entre eles. — Como assim? — Ela indaga exasperada e eu até consigo ver a mulher dar um pulo de onde estiver.— Eles ficam juntos o tempo todo. Aonde ele vai, ela está sempre colada nele, Júlia. Vivem a maior parte do dia juntos.— Isso não quer dizer nada, amiga. Eles trabalham juntos, não é?— E o jeito que ela o olha? — Rio se
Nina— Você... fazia parte da tribo negra?!— Acredite, eu não sentia gorgulho desse título. Todos os integrantes daquela tribo eram desumanos e matavam se ao menos piscasse um olho. Eu vi muita dor naquele lugar, muita morte e a opressão é o equilíbrio do todo poderoso do tráfico. O que eu quero te dizer, Nina é que eu te entendo. Um lugar diferente, com pessoas desconhecidas nesse mundo tenebroso, não dá para confiar em ninguém, não é? — Desvio os meus olhos dos seus, soltando o ar pela boca.— Eu também vi muita injustiça, pessoas sendo oprimidas e subjugadas. Não é fácil aceitar essas coisas. É como se o tempo da escravidão voltasse, só que de um jeito moderno.— Verdade. Após o nosso casamento eu tive uma conversa com o meu marido e falei pra ele sobre o meu ponto de vista. Alguns ele pôde mudar aqui morro, mas muitas delas ele foi forçado a manter.— Entendo.— Mais chá?— Não, obrigada! — Ela volta a se servir e calmamente adoça a bebida, para bebericar em seguida.— O Thor é u
Nina— Não, obrigada!— Bom, eu preciso de uma dose. — Ela ralha e vai até o bar de canto para se servi. — Como vai a sua vida de casada?— Não que isso seja da sua conta, mas está indo muito bem. Diferente de você, Thor é um ser humano de verdade. — Ele apenas sorri e bebe outra dose do seu uísque.— Sente-se, Nina.— Não, eu estou bem de pé. Por que me trouxe aqui, Darlan?— Porque eu tenho uma proposta para você. — Arqueio as sobrancelhas. Que merda é essa agora? Darlan Guerra tem uma proposta para mim, desde quando? — Preciso que conquiste o coração de Thor, que o tenha em suas mãos. Insinue algumas conversas com o seu marido e descubra algumas coisas para mim.— Ficou maluco?— Ora vamos, Nina, não pensou que esse casamento era para te tirar de casa. Eu tenho os meus objetivos...— Que se foda os seus objetivos. Eu não vou trair o meu marido.— Sim, você vai! — Ele range e dá um passo intimidante na minha direção. — Eu sou o seu irmão e você é uma Guerra como nós.— Não, eu não s