ThorÉ impossível conversar com ela! É incrível como ela consegue transformar algo tão gostoso e tão íntimo em uma guerra em uma fração de segundos. A pior parte é perceber que toda essa birra infantil, unida ao corpo de mulher a torna ainda mais atraente. Eu só posso ter enlouquecido! Penso enquanto olho para a porta por onde acabou de passar e penso que não tenho estrutura para lidar com isso agora. Eu preciso de um tempo, esfriar a minha cabeça e pensar em uma maneira de tirar essa ideia absurda daquela cabeça dura. Portanto, saio do casebre, caminho pela grama e paro a poucos centímetros, encostando-me em uma rocha para acender um cigarro. É dona Helena, nem sempre a senhora acerta. A princípio eu até pensei, porra, e não é que deu certo, mas bastou contrariar a princesa Guerra que tudo foi pelos ares. Dou uma última tragada e jogo a bituca, apagando-a com a sola do sapato em seguida. Respiro fundo e olho para a casa. Bom, vamos enfrentar essa fera e tentar reverter a situação par
Thor— Digamos que você é um traficante do bem. — Não seguro uma boa e sonora risada. — É sério. Você mantém o seu monstro interior reservado para pessoas ruins, mas para as pessoas boas, você é um príncipe.— Um príncipe?— Isso. Um lindo príncipe de cabelos compridos e bem bagunçados, com um corpo deliciosamente atlético, tatuado e... — Ela para de falar e morde o lábio inferior.— E? — A instigo.— Safado.— Safado? — gargalho e ela sorri.— Muito safado.— E isso é uma coisa boa?— Muito boa!— Hum, eu deveria te devorar agora, Nina Ferraz, mas precisamos dormir um pouco ou não sobreviverei a essa noite. — Ela me fita com espanto. — O que foi? — questiono e beijo a sua boca.— Você me chamou de Nina Ferraz.— Não gostou? — Um sorriso minúsculo se abre em seus lábios.— Eu amei! É como se eu pudesse me livrar da maldição dos Guerra. — Respiro fundo, a tiro do meu colo, fazendo-a deitar-se. Me deito em seguida, abraçando o seu corpo e beijo a sua nuca.— Não vamos estragar esse mome
ThorAssim que o carro para em frente ao casarão no morro do Gavião, vimos a minha mãe ao lado de Isis e do Corvo que já me aguardam na varanda. Logo alguns empregados da casa vêm nos ajudar com as bagagens. Eu saio do carro e Nina sai logo em seguida.— Eu irei com eles daqui. Você vai ficar bem? — pergunto quando ela para ao meu lado.— Não pode entrar comigo e ficar só um pouquinho?— Eu não posso, Nina. Eu tenho...— Coisas para resolver, eu sei. — Com um suspiro ela faz um sim com a cabeça.— Até a noite então? — falo me afastando para ir ao encontro dos meus funcionários, porém, repentinamente ela segura o meu antebraço e eu paro para olhá-la. Inesperadamente a minha esposa envolve o meu pescoço e me puxa para um beijo audacioso, e demorado. E como se fosse algo automático, seguro na sua cintura e a puxo ainda mais para mim, colando os nossos corpos. O beijo fica ainda mais envolvente roubando a minha capacidade de respirar. — Uau! — sibilo bem perto do seu rosto, encostando a m
Nina— Eu não suporto aquela mulherzinha! — rosno para a minha amiga ao telefone. — Só queria que você a visse. Ela se sente a dona de tudo aqui. Sem falar que ela não larga do pé do Thor, sempre com aquelas mãos cheias de dedos em cima dele e aqueles olhos? Há aqueles malditos olhos só falta dissecar o homem. E isso tudo na minha frente. Ela não tem noção não? O homem é casado COMIGO!— Olha só, está com ciúmes do maridinho? — Solto o ar com força pela boca e me jogo no colchão macio, encarando o teto em seguida.— Não fale bobagens, isso não é ciúmes, é... é... Enfim, o fato é que fui eu quem se casou com ele e não ela. O pior é que eu sei que algo acontece entre eles. — Como assim? — Ela indaga exasperada e eu até consigo ver a mulher dar um pulo de onde estiver.— Eles ficam juntos o tempo todo. Aonde ele vai, ela está sempre colada nele, Júlia. Vivem a maior parte do dia juntos.— Isso não quer dizer nada, amiga. Eles trabalham juntos, não é?— E o jeito que ela o olha? — Rio se
Nina— Você... fazia parte da tribo negra?!— Acredite, eu não sentia gorgulho desse título. Todos os integrantes daquela tribo eram desumanos e matavam se ao menos piscasse um olho. Eu vi muita dor naquele lugar, muita morte e a opressão é o equilíbrio do todo poderoso do tráfico. O que eu quero te dizer, Nina é que eu te entendo. Um lugar diferente, com pessoas desconhecidas nesse mundo tenebroso, não dá para confiar em ninguém, não é? — Desvio os meus olhos dos seus, soltando o ar pela boca.— Eu também vi muita injustiça, pessoas sendo oprimidas e subjugadas. Não é fácil aceitar essas coisas. É como se o tempo da escravidão voltasse, só que de um jeito moderno.— Verdade. Após o nosso casamento eu tive uma conversa com o meu marido e falei pra ele sobre o meu ponto de vista. Alguns ele pôde mudar aqui morro, mas muitas delas ele foi forçado a manter.— Entendo.— Mais chá?— Não, obrigada! — Ela volta a se servir e calmamente adoça a bebida, para bebericar em seguida.— O Thor é u
Nina— Não, obrigada!— Bom, eu preciso de uma dose. — Ela ralha e vai até o bar de canto para se servi. — Como vai a sua vida de casada?— Não que isso seja da sua conta, mas está indo muito bem. Diferente de você, Thor é um ser humano de verdade. — Ele apenas sorri e bebe outra dose do seu uísque.— Sente-se, Nina.— Não, eu estou bem de pé. Por que me trouxe aqui, Darlan?— Porque eu tenho uma proposta para você. — Arqueio as sobrancelhas. Que merda é essa agora? Darlan Guerra tem uma proposta para mim, desde quando? — Preciso que conquiste o coração de Thor, que o tenha em suas mãos. Insinue algumas conversas com o seu marido e descubra algumas coisas para mim.— Ficou maluco?— Ora vamos, Nina, não pensou que esse casamento era para te tirar de casa. Eu tenho os meus objetivos...— Que se foda os seus objetivos. Eu não vou trair o meu marido.— Sim, você vai! — Ele range e dá um passo intimidante na minha direção. — Eu sou o seu irmão e você é uma Guerra como nós.— Não, eu não s
Nina— Ótimo! Beba um pouco d'água e volte para o treino. — Ele me estende a garrafinha e eu a seguro.— Mas já é quase hora do almoço e eu estou faminta! — reclamo após beber um gole da água.— Acerte o alvo e poderá ir para casa comer. — Como é que é? Sorrio zombeteira.— Você está brincando, não é? — retruco. É claro que ele está brincando!— Não, eu não estou. Corvo ficará aqui de olho em você...— Como assim? Para onde você vai?— Trabalhar, Nina. Eu trabalho sabia?— Não pode me deixar aqui no meio de uma mata e sozinha com um estranho!— Não se preocupe, o Corvo não é um estranho, ele é o meu homem de confiança. No mais, ele sabe que se tentar alguma coisa com a minha mulher, arrancarei aquilo que ele chama de pau. — Ele beija rapidamente o meu rosto e sai acompanhado de dois homens. Olho para o tal Corvo sentado na cadeira. O homem abre uma lata estupidamente gelada e a ergue em um brinde mudo para mim. Bufo contrariada e volto a focar no treino. Maldito alvo, por que não cons
ThorA boate está lotada e as luzes coloridas junto a fumaça de gelo seco dificultam a minha visão, embora eu saiba exatamente onde encontrá-lo. Maximus nunca foi um problema para nós, mesmo sendo um oponente muito forte ele sempre manteve a paz entre o morro do Gavião e a comunidade das Três Vias. É difícil acreditar que ele esteja metido nesse roubo, mas eu preciso ter a certeza. Portanto, vou para os fundos da boate onde encontro dois brutamontes guardando uma certa passagem. A boate Lux não é exatamente o ganha pão de Maximus e sim, o local perfeito para a lavagem de dinheiro dos seus negócios sujos. Com uma casa sempre cheia fica fácil manter as aparências e esse círculo. Assim ele guarda a grana limpa no banco sem problema algum.— Não podem passar por aqui, portanto, deem meia volta! — O homem extremamente alto e corpulento diz, baixando o olhar para encarar os meus olhos.— Avise para o Maximus que Thor está aqui e que deseja vê-lo — rosno com um tom autoritário e com um simpl