A vergonha e a tristeza de tentar se abrir a deixou furiosa. Ela não precisava passar por isso, já havia decidido que sempre seria ela e Dominic. Mas se manteve aparentemente calma, uma calma que estava longe de sentir. Baixou os olhos para o chão se esforçando para não chorar. - E isso aí. Agora já sabe. Satisfeito? - Não, eu não estou satisfeito. Como você foi capaz de gerar um filho desse lixo? Anna tremeu de raiva, todo o seu esforço para se manter calma foi por água abaixo. Não deixaria nada nem ninguém falar mal ou ofender Dominic. - Ele é uma criança inocente, por ele eu mato ou morro. Pela primeira vez levantou a voz. - Não te pedi nada, deixei bem claro desde o início que não queria me envolver. Dominic é tudo para mim. Por ele estou disposta a tudo, e não me arrependo de nenhum passo que dei. Léo estava chocado, nunca em seus mais loucos sonhos ia imaginar que era essa a origem de Dominic. Anna era tão esforçada no trabalho, tão simples para se vestir e o s
Léo estava na sala de Vinny, após fazer alguns exames. Ainda sem saber o que fazer com Anna, saiu cedo naquela manhã exatamente para não confronta-la.- Anna está indo para Lagos?- Como assim?- Minha esposa me enviou uma mensagem que está indo para Lagos com Anna.- Ela não me informou nada sobre isso. O que teria para fazer em lagos?Pela sua investigação, sabia que era lá que Anna e as amigas estudavam. Mas não tinha sentido sua ida até lá nesse momento.- Léo vocês estão bem?Vinny não era bobo e pela cara de Léo, sabia que tinha algo errado.- Anna é minha secretária, não tenho nada a reclamar do seu trabalho.- Tudo bem. acho que entendi alguma coisa errado, me desculpa.- Como assim?- Ontem Anna ficou muito nervosa, achei que tinha algo acontecendo entre vocês.- Eu a pedi em casamento, ela rejeitou.- Acho que ela está fugindo de você então. Se a quer tem que ser rápido ou ela some por mais alguns anos.Só em pensar que nunca mais poderia não vê-la, o rosto de Léo mudou.-
Léo a encarou por alguns segundos, depois sentou- se e começou a trabalhar. Como estava achando que ela voltou, não disse nada.No almoço, Anna foi direto a cozinha. Se serviu e almoçou antes mesmo de Léo se sentar a mesa. Quando ele desceu ela já tinha voltado ao trabalho.- Onde está Anna?- No escritório Sr.Diana informou e saiu. Sabia que algo não estava certo, melhor não se meter.- Anna venha, vamos almoçar.- Já almocei, obrigada! -Nem sequer tirou o olho da tela do computador.- Que horas você almoçou? A mesa não foi tocada.- Almocei na cozinha, onde todos os funcionários almoçam, como deveria ser desde sempre.- Eu decido quem almoça onde. Já disse que você e Dom fazem as refeições na mesa comigo.- Se e assim, melhor não almoçar. Não quero ser tratada diferente dos outros. Vou trazer um lanche.- Não tem necessidade.Saiu e foi almoçar sozinho, mas seu humor azedou e praticamente não tocou na comida.Na hora ele não assimilou as palavras" vou trazer um lanche", somente mai
Léo ficou preocupado e ansioso. Anna era um mistério completo. Por mais que tentasse não conseguia entender como ela se envolveu com o Sandoval Mendes e teve um filho com ele. Esse era um assunto que tinha que ser investigado com cautela, várias pontas soltas não se encaixam. Certeza ele tinha de que ela engravidou no período da faculdade e depois desapareceu.Mas não tem como descobrir se Sandoval estava em Lagos. O homem é um fugitivo e o seu paradeiro é sempre desconhecido. Não dá para investigar sem levantar suspeitas e, um único erro, poderia por em risco a vida dela e de Dominic.- Anna, Anna, Anna. Onde você se meteu?Não seria ele quem deveria estar ofendido? Não dá para entender o comportamento de Anna.Ela está-lhe tirando o sono, já não sabe ao certo o que sente por ela, mas não quer perdê-la de vista até se decidir. Para seu desgosto, ela não facilita e sabe se esconder muito bem. Prova disso e que Sandoval nunca a encontrou. Diante desse pensamento, ele se sentiu impoten
Anna resolve voltar a fazenda para não causar transtorno. Mas seu humor azedou muito.- Amanhã eu volto.- Não Anna, vamos agora. Não vou ficar tranquilo se você passar outra noite aqui, não é seguro.- Sr Peluso, não sou uma pessoa que atraia o interesse alheio.- Presta atenção ao que está dizendo. Se esqueceu de Sandoval?Mas como ela iria lhe explicar que não tinha toda essa preocupação?Por ter sido criada só pela mãe nós últimos dez anos, Anna sempre foi muito livre. Aos dezessete anos sua mãe foi trabalhar em outra cidade, e ela passou a morar sozinha. Desde cedo ela está acostumada a se virar.Sua mãe alugou um apartamento para ela e elas quase não se viam, as duas se falavam sempre por telefone, e em recesso escolar, Anna as vezes ia visitá-la.Ela e Luiza começaram a trabalhar na loja do shopping ao mesmo tempo, sua mãe pagava o aluguel e mandava dinheiro. Mas não era o suficiente para cobrir todas as despesas e Anna sabia que não era nada fácil para a mãe. Isso fez com que
O seu celular treme no bolso. Ela se levanta, organiza os documentos e leva até para a mesa de Léo.- Com licença! - Disse para a mulher a sua frente. - Léo já vou indo.Claudia a olha de cima a baixo com ar de superioridade.- Mocinha me traz um copo com água. - Lamento, mas não posso me atrasar.- Léo!!!Reclamou esperando que ele interviesse.- Anna não é empregada Cláudia. É minha secretária assistente.- Mas custa pegar uma água? Não vai quebrar a mão não é?- Se ela for, vai se atrasar para buscar o nosso filho na escola.Anna já tinha saído da sala quando ouviu isso, gelou até os ossos.- Filho? Desde quando você tem um filho?- Só descobri agora. Tivemos um relacionamento curto a cinco anos atrás.Anna saiu pisando duro de raiva. O que ele estava pensando? Agora ia sair espalhando mentira aos quatro ventos? Conversaria com ele mais tarde.Perdida em pensamentos, Anna não sabia como lidar com a situação. Pegou Dominic na escola e não tinha vontade de voltar para casa, não foi
Passa o braço por seus ombros e continua conversando com Cláudia enquanto Anna nada diz.- Vou dar uma olhada no Dom.Anna levantou-se depois de um tempo. Já não estava suportando mais aquela situação. No entanto, Léo também se levanta- Vou com você, Claudia deve estar cansada da viagem.- Nem um pouco. Podemos conversar mais. Está cedo ainda.- Vou com Anna colocar o nosso filho para dormir. Ele sempre fica esperando.A moça não consegue esconder o seu desgosto e Anna não pôde deixar de perceber.Assim que entraram no elevador Anna questionou.- O que você está fazendo?- Aqui não. - Apertou o botão para o terceiro andar.Anna nunca esteve lá. Ficou admirada com o tamanho do quarto e a vista era de tirar o fôlego. A decoração era Azul e preto formando um harmonioso contraste com os móveis brancos.A cama de Anna era grande, mas a cama a sua frente era ainda maior.- Por que fez isso Léo?- Não tenho interesse em Cláudia, ela é muito observadora e pegajosa. Também não posso ser evas
A inveja e raiva tomou conta dela, tinha que dar um jeito de tirar Anna do seu caminho. Resolveu ligar para a mãe de Léo e falar mal de Anna.- Sra Perla, você sabia que Léo está morando com uma mulher e ela tem um filho que diz ser seu neto?Perla fica surpresa. O seu sonho é ver Léo casado e com uma família. No entanto, não está a par desse assunto e não conteve a sua surpresa.- Eu tenho um neto? Ele se parece com Léo?- Não vi a criança ainda. Mas a mãe tem uma cara de golpista. Você deveria investigar esse assunto. Ela é uma secretáriazinha com cara de passa fome. Com certeza é um caça dotes.- Vou conversar com Léo, mas não julgue a moça tão severamente. Léo não e bobo.Satisfeita Cláudia desliga e então liga para a irmã de Léo. Quanto mais lenha na fogueira, melhor.No quarto Léo está namorando Anna quando o telefone toca.- E a minha mãe, preciso atender.- Vou tomar um banho enquanto vocês se falam.- Mamãe como está?- Léo que história é essa que você tem um filho?- Cláudia