O restaurante era sofisticado ao mesmo tempo, discreto. O tipo de lugar perfeito para um encontro que exigia discrição. Julian Severow já estava sentado em uma mesa afastada, observando atentamente a movimentação do salão.Quando Jacob, Liam e Anthony entraram, os olhos astutos do jovem detetive imediatamente pousaram sobre eles.Ele sorriu levemente, ajustando os óculos sobre o nariz. Aquela era a expressão de alguém que já sabia mais do que deveria.Jacob analisou o garoto por um instante, franzindo o cenho. Era isso? Esse era o detetive experiente?Julian percebeu a hesitação do empresário e levantou-se com um semblante divertido.— Deve ser o senhor Lancaster.— Sim, sou eu — Jacob estreitou os olhos, tentando decifrar a confiança no tom do jovem.— Sou Julian Severow, detetive particular.— Prazer.O detetive ajustou os óculos novamente e esboçou um sorriso confiante.— Seu olhar diz que está pensando “Como um garoto como eu pode ser tão experiente…”Jacob abriu a boca para nega
O silêncio que pairou sobre a mesa era sufocante. Jacob sentia o coração martelar no peito, cada informação que Julian revelava apertava um novo nó invisível ao redor de sua garganta.Por um momento, ele se perdeu nas lembranças daquela noite no hospital.O olhar vago e perdido da enfermeira quando entregou Joshua em seus braços pela primeira vez.O silêncio desconfortável da pediatra ao relatar que o bebê estava saudável, como se estivesse escolhendo cada palavra com precisão cirúrgica.O ambiente frio e impessoal da sala de parto.Tudo isso agora fazia sentido. Nada naquela noite foi normal.A voz de Liam trouxe Jacob de volta à realidade.— Isso significa que alguém orquestrou tudo desde o momento do nascimento dos bebês… — sua voz saiu baixa, quase relutante.Julian Severow sorriu de canto, balançando a cabeça com a confiança de quem já tinha todas as respostas.— Não foi qualquer um.— O que quer dizer com isso? — Jacob estreitou os olhos.Julian cruzou os braços sobre a mesa e i
Jacob saiu do restaurante com a cabeça latejando. As informações que Julian revelara ainda ecoavam em sua mente, cada detalhe mais perturbador que o outro.Anthony ficou para trás, dizendo que cuidaria da viagem ao Canadá pessoalmente. Se havia alguém capaz de arrancar a verdade de alguém, era Anthony Collins.Já Liam permaneceu ao lado do cunhado, observando-o de soslaio enquanto dirigia. Ele percebia a inquietação de Jacob.— Quer sair e beber um pouco antes de ir para casa? — sugeriu sem rodeios.Jacob desviou o olhar, pensativo. A ideia de voltar para casa e encarar o vazio não o agradava.— Preciso de uma boa bebida para digerir tudo o que descobri.Os dois seguiram para o pub que sempre frequentavam, um ambiente sofisticado, discreto, perfeito para homens como eles, que carregavam segredos e dores profundas.Ao chegarem no local, Jacob já tinha retirado o sobretudo, o paletó e afrouxado a gravata. A camisa branca estava dobrada até os cotovelos, e sua postura já não carregava ta
O ar fresco da noite envolvia Jacob e Liam quando saíram do bar, as ruas silenciosas contrastando com a agitação interna que ele sentia.Liam olhou para o cunhado de canto, percebendo que ele estava perdido em pensamentos.— Para onde vai agora?Jacob parou no meio da calçada, olhou para o céu como se buscasse respostas e suspirou.— Não quero ir para casa. Joshua está com os meus pais…— E para onde quer ir? — Liam cruzou os braços, sabendo exatamente o que viria a seguir.Jacob desviou o olhar para o amigo, e a resposta veio sem hesitação.
De madrugada, Jacob acordou sentindo vontade de ir ao banheiro. Sorriu ao ver a filha encolhida nos seus braços, involuntariamente, puxou seu corpo para próximo e beijou seus cabelos perfumados.— Papai ama tanto você meu amor… — sussurrou.Afastou o rosto da filha e desviou o olhar sorrindo ao ver Luna encolhida do outro lado da cama.“É incrível como as duas são parecidas” — pensou. Sorriu ao lembrar de Joshua e a maneira esparramada que ele dormia na cama, seu filho era a sua cópia.Com cuidado, colocou o corpo da filha no colchão cobrindo-a em seguida e se levantou caminhando até o banheiro. Sorriu ao ver sua imagem refletida no espelho com aquele unic
A música ambiente tocava suavemente no bar elegante, as luzes baixas criavam um clima sofisticado e reservado. Samantha girava a taça de vinho entre os dedos, observando distraidamente o líquido rubro enquanto um sorriso satisfeito pairava em seus lábios.Sentada à mesa com Bianca e Hana, sua amiga que estava de passagem pelo país, Samantha estava radiante. Sentia-se no centro do mundo, vivendo a vida perfeita que sempre sonhou.— Conte-me, Sam, como anda o casamento? — Bianca perguntou, cruzando as pernas e analisando a amiga com curiosidade.— Jacob continua apaixonado por você como no primeiro dia? — Hana acrescentou, inclinando-se levemente sobre a mesa.Samantha sorriu, satisfeita com a atenção que recebia.— Mais do que nunca — a resposta veio acompanhada de um olhar triunfante. — Ele está cada dia mais apaixonado e dedicado.Bianca arqueou uma sobrancelha, divertida.— E vocês pretendem ter mais filhos?Samantha suspirou dramaticamente e levou a taça aos lábios.— É claro! Jaco
O sol ainda não tinha nascido completamente quando Valentina acordou cheia de energia.A garotinha se espreguiçou preguiçosamente, piscando os olhos ainda sonolentos, mas assim que se lembrou do que tinha combinado com a mãe na noite anterior, saltou da cama num pulo. Olhou para o lado e sorriu ao ver o tio dormindo todo esparramado na cama. Buscou a mãe com os olhos e percebeu que ela já tinha levantado, saiu correndo do quarto em direção ao único lugar que ela deveria estar: a cozinha! Sorriu até o local, encontrando-a, colocando a cafeteira para funcionar.— Mamãe! A gente vai fazer o café da manhã do tio Jake agora? — ela perguntou, animada, subindo numa cadeira para ficar na altura da bancada.Luna sorriu ao ver o entusiasmo da filha.— Sim, minha flor. Vamos preparar tudo bem gostoso para ele.Valentina bateu palminhas, empolgada.— Eu quero ajudar! O que eu posso fazer?— Você pode me ajudar a mexer a massa das panquecas.Os olhos azuis da menina brilharam.— Uau! Panquecas! O
A chuva castigava Londres naquela noite, transformando as ruas em espelhos d’água que refletiam o brilho frio dos relâmpagos. Os trovões ressoavam como um aviso sombrio, como se o próprio universo tentasse alertar sobre o que estava prestes a acontecer.Dentro da maternidade, os corredores estavam agitados. Médicos entravam e saíam das salas de parto, enfermeiras corriam para lá e para cá, os gritos de mulheres em trabalho de parto se misturavam ao som da tempestade.Naquele hospital, duas mulheres estavam prestes a dar à luz. Duas mães, dois destinos… e um segredo que jamais poderia ser revelado.Luna HarrisonO grito escapou dos meus lábios assim que outra contração intensa rasgou meu corpo. Eu me contorcia na maca, segurando o lençol com força enquanto as enfermeiras me levavam às pressas para a sala de parto.— Respire, Luna. Está indo bem, logo seus bebês estarão nos seus braços. — disse o médico ao meu lado, tentando manter a calma.Mas eu não conseguia. Era cedo demais, muito ce