Kell Mamãe não sabe, ela pensa que eu já estou no meu soninho de beleza, mas estou sentada na escadalia, olhando a sapeca namolando o tio Adonis. Não é motivo de vergonha! Eu semple quis um papai pala mim, mas o malvadão não dá, né? O tio Adonis é difelente. Ele é englaçado, divertido e tem um jeitinho de menino que eu gosto. Acho que a minha mamãe também gosta dele. Levo a minha mãozinha a boca, segulando o meu riso quando ele põe a minha mamãe nos blaços, como se ela fosse uma cliança. Ela solta uma risada gostosa e ele a leva até a porta de saída. Eles se beijam de novo e depois se vai. Solto um suspilo sonhador. Quando ela vai me contar que estão namolando? Não sou mais cliança pla ela ficar escondendo as coisas de mim. Levanto rapidinho do batente e corro pala o meu quarto, porque ela está vindo pala as escadas. Ablo a porta do meu quarto e corro pala a minha cama, me escondendo debaixo dos lençóis e finjo que estou dormindo. Segundos depois, a porta se able, e como faz todas as
Kell Escolher a escola perfeita não é nada fácil. A mamãe se encanta com tudo, com o parquinho cololido, as paledes cololidas, com o sorriso fácil da plofessola. Ela se esquece que quem vai estudar sou eu, e que tem que olhar as calinhas bonitinhas dos coleguinhas. Eu não gostei do que vi nas tlês plimeilas escolas. — Kell você precisa escolher uma escola! — Mamãe resmunga quando entlamos no carro. — Eu sei, mas não está fácil! — rebato de volta. Ela se vila pala me olhar no banco de tlás. — O que não está fácil? As escolas são perfeitas! — resmunga outla vez. — Me emplesta seu celular? — Ela me lança um olhar atlavessado. — Por que você precisa de um? Há, deixa pra lá! — resmunga e me passa o aparelho. Sorrio. Os meus dedinhos ávidos plocuram a foto do meu novo papai, eu passo o dedinho na sua foto e a mágica acontece. — Oi, meu amor! Estava pensando em você agora mesmo. Posso ir te ver na empresa? — pergunta assim que atende. Levo a mão a boca e solto uma risadinha baixa. Ele
Adonis Detalhes, é tudo o que falta para realizar o meu grande sonho. Um projeto muito adiado, bastante provado pelo tempo, mas aqui está, a um passo de se realizar. O lugar tanto lembra a antiga Grécia, quanto o meu amado Brasil. Uma mistura harmônica e perfeita. Oliver entra no imenso salão carregando algumas caixas de papelão contendo algumas louças antigas e típicas da Grécia. São porcelanas brancas, com detalhes dourados nas bordas, alguns detalhes florais também. Tudo muito delicado e muito rico, que comprei em um leilão na internet. Os talheres todos em prata, têm os brasões imperiais e alguns copos são de cristais. — Cuidado aí, menino bonito! — A Flávia diz e não sei o porquê, mas senti um leve tom de deboche no final da sua frase. Oliver lhe lança um olhar esquisito. Na verdade, esses dois são bem esquisitos mesmos, vou nem tentar entender. Ela volta a forrar as mesas de madeiras rústicas com as toalhas de linho branco, bordadas com a logo marca do bistrô e ele leva as
Adonis — Dá pra acreditar que foi aqui que tudo quase começou entre a gente? — Agnes pergunta depois de um beijo para lá de gostoso. Beijo a sua testa e aspiro o seu cheiro, na pele do seu pescoço. — Aquela noite foi esquecível, Agnes, não me lembro de nada daquela noite — digo fazendo graça, ao pé do seu ouvido. Ela rir do meu comentário. — Tá, mas se não fosse aquela noite não teríamos tentado — insinua. Mordo levemente a pontinha da sua orelha e ela geme. — Fale por você, meu amor, por que eu de alguma forma tentaria. — Ela se afasta para me olhar nos olhos. Eles têm um brilho atrativo. — Safado! — Ela diz sem emitir som. Sorrio travesso e a puxo para mais um beijo. Minutos depois, as nossas bebidas chegam e a nossa noite animada começa pra valer. Observamos o Oliver e a Flávia dançando enquanto distribuímos carícias leves um no outro. É um tal de beija aqui e uma mão boba ali, sussurros e promessas. A Agnes fora do seu terreno de segredos é bem diferente. Ela é audaciosa, cari
Agnes Meu mundo floriu completamente. Desde que assumimos o nosso relacionamento para a Kell e para todos os que nos rodeiam, pude constatar que todos os meus medos não tinham fundamentos. Adonis é tudo aquilo que sempre quis para mim e para minha filha. A atenção de um verdadeiro pai, o carinho e a devoção que ele oferece a ela, chega a ser palpável. É linda a ligação que existe entre eles, e não sei, às vezes me pego enciumada, é bobo, não é? Contudo, quero a atenção dos dois só para mim. Pego-me sorrindo quando penso que segui para fora do meu quarto, com todo aquele cuidado para mantê-la saudável e sã diante do fato de eu ter dormido com um homem em minha cama foram frustrados. Pergunto-me como e, porque ela acordou tão cedo e o que a fez ir direto para a porta do meu quarto? Kell é inteligente demais, esperta demais e definitivamente não tenho como esconder qualquer coisa dela. Do último degrau da escadaria, consigo sentir o delicioso cheiro do café da manhã. Tem um cheiro forte
Agnes Nosso passeio chegou à etapa final, quando chegamos ao zoológico e a Kell pareceu surpresa de várias maneiras. Em cada jaula, em cada cercado de animais, olhando as árvores e o lago improvisado. Ela realmente não sabe para aonde ir e isso é engraçado. O seu encanto maior acontece quando chegamos ao cercado dos ursos pandas, nesse, ela fica longos minutos olhando e falando sem parar e na hora do algodão doce, temos mais uma bagunça.— Papai feio, comeu tudo! — Ela resmunga fazendo bico.— Eu te disse que ele era guloso — digo segurando o riso. Ela me mostra o palito franzindo a testa.— Mas não plecisava comer tudo de uma vez — resmunga emburrada. Adonis gargalha.— Ok, fecha os olhos, fadinha abusada. — Ele pede com um sorriso travesso. E mesmo estando chateada, ela faz o que pediu. — Não pode abrir até eu mandar em! — ele pede. A baixinha birrenta suspira. Não demora e ele se senta ao lado dela no banquinho. Eu faço um gesto, pedindo que espere um pouquinho mais e pego o meu ce
Adonis Kappas Desde menino, quando eu assistia o meu pai na cozinha de um grande restaurante me encantava com a sua sabedoria e imponência. O ar de um grande rei. Ele mandava e desmandava naquele lugar e todos lhe obedeciam sem contestar as suas ordens, como se ele fosse a maior autoridade ali, mas o que me impressionava mesmo era a mágica dos pratos, a forma e o cuidado com que eram montados, a elegância, o poder, o aroma. Não tive a menor dúvida, logo soube que um dia eu seria como ele. Eu seria um grande chef. Ando pelo ambiente semiescuro e empoeirado e chego a sonhar acordado com a transformação do lugar. Me desculpe a falta de educação, me chamo Adonis Kappas, sou descendente de grego, mas moro no Brasil desde que me entendo por gente. Tenho 30 anos e passei uma boa e longa temporada na Itália. Sim, foram cinco anos longe do meu amado país. Mas essa é uma história muito longa e que talvez… Eu disse talvez, eu conte para vocês. Sou o tipo de cara vaidoso. Eu malho muito, cuido b
Agnes Ferraço A porta do quarto se abre e eu a vejo através do reflexo do espelho. Kell está vestida como a fada Periwinkle, a fadinha do gelo do filme da Tinker Bell. Ela tem uma fascinação emocionante por estes personagens. A menina arfa encantada quando me vê.— Mamãe, você está muito linda! — diz em um tom surpreso demais. Sorrio.— Obrigada, Periwinkle! Você também está muito linda! — digo me virando de frente pra ela. Kell vem ao meu encontro, eu me agacho ficando do seu tamanho e a beijo no rosto.— O papai está aplessado. Ele pediu pala ver se você já terminou — confessa.Sorrio.— Ele está mais calmo? — inquiro. Ela suspira.— Tia Flávia disse que ele vai subir pelas paledes.— Uou! Então é melhor irmos logo — digo. Ela sorri e segura a minha mão e nós saímos do quarto.***Quinze dias… Foi os dias mais loucos da minha vida. O Adonis quase não dormiu preocupado com os mínimos detalhes da inauguração do seu bistrô. A Flávia e o Oliver tomaram um chá de sumiço por uma semana