Ah, agora Alicia entendia. Não era para ela que estavam a olhar, mas para Vincet que estava atrás dela. Ainda assim, não se sentia confortável com toda a atenção que estava a receber, e a sua mão apertou–se na borda do elegante e caro casaco do Diretor Executivo.–Tutor?– foi a pergunta que saiu da boca de Cristian com um ligeiro travo de desprezo que logo foi disfarçado, –Desculpe, mas a Alicia já tem idade suficiente para que alguém tenha de tomar conta dela como se fosse uma criança.Vincet era um homem adaptado a lidar com certos tipos de pessoas para o seu trabalho e a sua paciência estava bem solidificada para não deixar escapar o que realmente queria dizer naquele momento, por isso também não se sentiu intimidado pelo professor de Alicia, pelo contrário, baixou a cabeça e sorriu ligeiramente enquanto o seu braço apertava possessivamente Alicia contra ele. Sentiu o gemido dela quase como um murmúrio seguro, devido à impressão da forma como ele se estava a comportar.Na altura, n
Se havia uma coisa que Alicia não entendia, era porque é que todas as relações entre homens e mulheres acabavam sempre em amores. Como se as pessoas não pudessem ter relações normais ou apenas de amizade. E, pela sua parte, ela...–Nunca gostei de ninguém– foi a resposta clara que ele lhe deu, de forma a não lhe dar espaço para fazer mais perguntas sobre esse facto.Vincet, que estava prestes a perguntar–lhe de novo, ficou com a boca ligeiramente aberta, como se estivesse a processar isto. Levantou ligeiramente uma sobrancelha.–Nem sequer um romance de liceu. É uma coisa normal para os jovens de hoje em dia– apercebeu–se então de que era uma pergunta estúpida, pois, tanto quanto sabia, ela não tinha tido uma vida normal.Alicia abanou a cabeça.–mas pombo, perdeste a melhor coisa da vida. Tipo, não te apaixonaste. Não sentiste aquela sensação de borboletas no estômago, é ótimo, posso garantir.Alicia negou novamente.–Acho que... se vais ter uma pessoa ao teu lado que te vai fazer so
As bochechas de Alicia ficaram muito vermelhas quando, depois de andarem muito e de comprarem mais do que alguma vez tinham imaginado nesta vida, os três pararam em frente à loja de roupa interior. Lukas, apesar dos muitos sacos que trazia consigo, que continham várias mudas de roupa, sapatos e malas, muitas das quais tinham sido enviadas para casa, parecia estar completamente fresco, como se estivesse habituado. Vincet, por outro lado... parecia... normal.Esta é a última loja antes de voltarmos para o jantar– anunciou o diretor–geral, olhando para o relógio e olhando de relance para Lukas: –Vou ligar para o restaurante de que gosto e pedir–lhes que me enviem uma fornada inteira da especialidade da casa para o meu apartamento.Entendido, chefe– disse Lukas com um sorriso e virou–se para se ir embora.Alicia pestanejou com curiosidade.–Era uma pergunta inocente, mas depois pensou que era melhor, dado o sítio que tinham à frente.Depois sentiu a mão de Vincet nas suas costas.–Entreta
Vincet esperava que Alicia comesse bastante... para o que ela comia regularmente. Aparentemente, ela tinha concordado com a ementa, pois parecia satisfeita por provar os pratos. Ele tinha de o fazer, porque quando começasse a fazer–lhe perguntas, era provável que ela deixasse de comer sob a pressão das suas perguntas. Assim, ele esperou, bebendo um gole do seu vinho, até ela colocar os talheres na mesa.Foi então que ela se apercebeu que ele estava a olhar para ela durante todo este tempo e corou.Desculpa, não devia...– Sentiu–se envergonhada, pois tinha estado a comer sem lhe prestar atenção.–Não tens de pedir desculpa por nada. A comida é só para comer, senão vai para o lixo– Vincet bebeu um gole de vinho antes de pousar o copo na mesa, –Alicia– o seu tom de voz mudou, –o que tencionas fazer depois de te formares?A pergunta fê–la inclinar a cabeça e pestanejar de surpresa.–Está... interessado em saber?–Perguntei por uma razão. A tua formatura está para breve e ainda vais estar
–Um filho meu– Vincet reprimiu um riso cético, –Ela é louca?Os lábios de Alicia estavam tão apertados que eram brancos e ela baixou a cabeça envergonhada com o que tinha dito. Dizer–lhe aquilo tinha sido literalmente mencionar abertamente ter sexo com ele. Ah, ela queria abrir um buraco e enterrar–se.–Ela queria que tivesses o meu filho, de certeza, para me tirar dinheiro, certo?Alicia acenou com a cabeça.–Era o que se esperava dela. Vender o filho como se fosse uma mera substituta– disse ele entre dentes cerrados, com a indignação no peito, e o pior é que se ela era capaz de lhe fazer isso... ele podia tê–la atirado para qualquer tipo com dinheiro. A raiva começou a crescer dentro dele e mil ideias começaram a passar–lhe pela cabeça: –Ela já te obrigou a fazer isto antes.Por um momento imaginou que talvez Liliana a tivesse prostituído, isso seria... seria isso. Felizmente, sentiu algum alívio quando a viu negar.–Eu... não dormi com ninguém.A mão de Vincet, que até agora tinha
Vincet levantou–se da mesa, despediu–se do seu companheiro e saiu diretamente do restaurante. Lukas estava à espera dele lá fora, junto ao carro, e teve de correr rapidamente para ele quando o viu cambalear.De que raio estás a falar, Vincent, estás tão bêbado como uma doninha– disse ele, apercebendo–se do seu estado. Felizmente tinha sido um jantar curto, mas por causa de quem era a outra pessoa, foi suficientemente longo para embebedar um pelotão inteiro.Cala–te– disse o diretor–geral, sentindo a cabeça a partir–se ao meio com a dor. Tinha fingido que estava tudo bem durante todo o jantar, mas tinha consumido muito mais álcool do que estava habituado e a sua consciência estava a ficar rapidamente turva. Em breve perderia o controlo sobre si próprio e ele detestava isso – Levem–me já para casa, preciso de dormir.Lukas não hesitou mais e puxou–o para dentro do carro, onde Vincent arquejou enquanto franzia as sobrancelhas. Pelo menos, ainda conseguia pensar um pouco, mas era apenas u
Ah, a sua cabeça estava a girar. Sentia–se tonto, atordoado, o corpo entorpecido, havia vozes à sua volta que o deixavam atordoado, mas ao mesmo tempo eram quentes, em total contraste com o frio que se apoderava dele. Era uma sensação desagradável, ele queria calor, queria que a sua pele fosse aquecida e só havia uma maneira de o fazer.A voz do homem era familiar, mas de alguma forma irritava–o, enquanto a voz da mulher era suave e acolhedora. Sabia bem. E ela cheirava bem. O seu cheiro estava em todo o lado. Era reconfortante e fazia vibrar algo dentro dele. Ele gemeu ligeiramente na garganta quando uma corrente quente se deslocou do seu peito diretamente para o seu membro, que começou a encher–se nas suas calças. Uma reação fisiológica que, naquele momento, ele não conseguia controlar.Pouco a pouco, a voz do homem desvaneceu–se, deixando apenas a mulher. Vincet abriu ligeiramente os olhos com as pálpebras pesadas e pôde ver a silhueta dela de costas para ele, pequena, curvilínea a
Que raio estava ele a fazer?Essa era uma pergunta que não saía da cabeça de Alicia, mas mesmo assim ela não conseguia parar a mão que se movia dentro de sua calcinha. A outra mão sobre a sua boca mal conseguia conter os gemidos que ameaçavam sair da sua garganta perante a onda de arrepios que a percorria.Que sensação era aquela que, por mais que lhe tocasse, se tornava mais forte em vez de diminuir?Ela não era estúpida. Conhecia a biologia, conhecia o sexo, mesmo que não o tivesse experimentado, mas o seu corpo nunca tinha reagido à estimulação sexual. Pelo contrário, detestava–a, enojava–se com a ideia das mãos de alguém a percorrerem–lhe a pele, a tocarem–lhe em todas as partes, a lamberem–lhe todas as zonas da pele, a tocarem onde ela própria se tocava.Teve de apertar a mão sobre a boca quando uma forte onda a atravessou e a fez tremer contra a parede do quarto e apertar as coxas. Talvez estivesse quase a ter aquilo a que se chamava um orgasmo. Ela duvidava. Não era sensível, p