Fazia muito tempo que Donna não se vestia na intenção de se sentir bonita, de se sentir bem com ela mesma, mas apesar de todo inferno que enfrentara, agora tinha esperanças de um futuro melhor, acreditava que o material que em breve enviaria para a polícia, ajudaria na captura do Ceifador, de forma que a segurança da filha estava garantida. Podia viver bem próxima de Olivia, que sempre fora uma amiga querida, onde poderia acompanhar o crescimento pleno de sua pequena, mesmo que nunca pudesse dizer que era ela sua mãe biológica. Donna colocou um vestido longo preto, embora fosse justo e delineasse suas curvas, não era apertado, já que não colava em seu corpo. Pôs saltos pretos e fez uma trança na lateral da cabeça, deixando-a caída sobre o ombro. A maquiagem sempre leve realçava seus belos olhos azuis. Giovani chegara exatamente no horário marcado, estava elega
Vincent saiu do hospital já era quase horário de almoço, passou a manhã toda justificando seu comportamento da noite anterior para a sua equipe.Após a discussão com Giovani, Jhoe se prontificou a acompanhar o biomédico até sua casa, deixando os demais colegas estupefatos por tudo que tinham acabado de testemunhar. Todos da equipe dispensaram explicações, entendiam que Vincent agiu por ciúmes, já que acreditavam que ele ainda amava a ex-mulher, mas o biomédico insistiu, não queria que ficassem com uma má impressão sobre ele.Ainda pela manhã, o detetiveBernards Fills,que contratara para encontrar sua filha lhe enviara uma mensagem avisando que tinha novidades e que precisava vê-lo o mais rápido possível. Assim, era para o escritório dele que o biomédico ia agora, curioso para saber o que o detetive descobri
Nas últimas horas o mundo de Olivia pareceu desabar. Mesmo com todo aquele material nas mãos, mesmo depois de tudo que Donna havia lhe contado, só pensava que aquilo fosse loucura, não dava para assimilar tanta informação.Como acreditar que aquele homem gentil e simpático com as pessoas à sua volta e tão amoroso com sua família, poderia ser o terrível psicopata que fizera dezenas de vítimas em Los Angeles? Como acreditar que ele matara uma amiga sua e que pelo que via na pasta que Donna lhe entregara, também matara muitas garotas na África?Como podia acreditar que aquele monstro que seu marido caçava há anos era o pai da sua filha adotiva?— O Christopher não vai acreditar nisso! — Foi tudo que disse depois de muito tempo de silêncio.— Você não pode contar a ele, Olivia — avisou a amiga.<
Christopher e Ramona seguiam numa investigação cautelosa e discreta, assim como ordenara o capitão. Tinham muito a perder caso errassem dessa vez.Dominique Hunter, Vincent Hughes, Bernard Foster, Nathan Huber, Ruby Matsui Tamura e Katherine Palmer, cujos nomes estavam registrados naquela pasta, e flagrados naquelas imagens em Chade, estavam sendo investigados. Todos tiveram suas vidas pessoais e profissionais vasculhadas com a maior discrição possível.— Todos parecem não dever nada — falou séria com os vários arquivos nas mãos.— Sabemos que alguém aí não é o que parece ser — respondeu Christopher.— Eu sei, só fico me perguntando quem! — declarou ela se apoiando mais ao fundo da cadeira, atenta ao monte de papéis sobre a mesa que agora dividia com o parceiro.— Vamos repassar tudo — decid
— Discrição! — falou Jeremy exaltado. — Foi tudo que pedi para vocês, mais nada! — concluiu sem disfarçar a sua irritação.Christopher e Ramona sabiam que o pedido seria negado, ainda assim quiseram arriscar.— Capitão, nós estamos sendo bastante discretos — informou Christopher calmo.— Chama de discrição querer chamar um dos suspeitos de Chade para testemunhar? — esbravejou. — Vocês dois querem afundar de vez nosso departamento? — indagou fuzilando os detetives com os olhos.— Capitão, nós precisamos trazer Ruby Matsui Tamura para o departamento, suspeitamos que ela teve algum contato com uma das vítimas do Ceifador, a turista inglesa... — avisou Ramona.— Baseados em quê? — perguntou o capitão.Ramona olhou para Christopher, receosa, sabia que a res
— Sinceramente? Não acredito mesmo que ela tenha sido estuprada, essa mulher nunca sofreu realmente uma agressão sexual! — informou a psicóloga após assistir algumas cenas da gravação do interrogatório de Ruby.— Tem certeza, doutora Amália? — indagou Christopher ao seu lado segurando o controle do aparelho do DVD e mantendo o aparelho pausado numa cena em que Ruby sorria.— Quando vocês perguntaram para ela sobre a agressão que sofreu, sobre esse Kioshi, não vi na sua expressão, no seu tom de voz ou em seus gestos qualquer nervosismo, o que é comum em vítimas de estupro ao serem obrigadas a relembrar o ato.— Ela disse que faz muitos anos, que superou! — repetiu Ramona o que Ruby dissera.— Impossível! Vítimas de estupro aprendem a conviver com isso, mas superar de forma a falar sobre o assunto com
— Não quero, Ruby! Já falamos sobre isso há duas semanas — disse Vincent levemente contrariado.— Já falamos, Vince, mas não aceitei a sua decisão, é ridícula! — constatou Ruby o abraçando por trás. — Tínhamos concordado em matar todas as mulheres grávidas que tivesse ligação com autoridades da cidade, se lembra disso? — disse acariciando o peito dele sob a camisa.— Claro, uma das suas brilhantes ideias! — falou irônico.— É brilhante mesmo! — disse fazendo careta. — Só sugeri para tornar as coisas mais emocionantes, e você bem que gostou! — Sorriu, soltando-o e voltando para a cama.— Sim, não nego. Há anos a polícia está à minha procura, à caça do perigoso Ceifador de Anjos, nada mais justo que eles tenham
— Acho que você não se lembra de mim. — Donna se apoiou no assento do sofá para se levantar, mas Ruby a impediu lhe dando um chute com força na face, fazendo a outra gritar de dor.— Hein, queridinha?— falou rindoenquanto se inclinava e levantava a cabeça de Donna puxando os seus cabelos, fazendo-a arfar pela dor no couro cabeludo.Donna sentia o rosto queimar pela dor, o sangue escorria da boca e do nariz enquanto ela tentava entender o que estava de fato acontecendo.— Você é a Ruby, trabalha com o Vincent — respondeu Donna encarando-a.— Isso mesmo — disse Ruby sorrindo, dando-lhe um tapa com a mão livre e soltando os seus cabelos, fazendo com que Donna fosse de cara no chão.— O que quer aqui? — perguntou Donna sentindo o sabor de ferrugem na boca. — Por que está fazendo isso?— Donna q
Giovani estacionou a alguns metros de distância do barracão, não queria que Ruby soubesse da sua chegada, então correu ao lado de Donna, que tentava disfarçar a dor que sentia. Logo viram o carro preto onde deveriam estar os policiais responsáveis pela segurança de Olivia, Giovani se apressou e abriu a porta do motorista.— Não estão aqui! — disse olhando para o interior do veículo vazio.— Abra o porta-malas — sugeriu Donna segurando firme a sua pistola, receosa do que poderiam encontrar, sugestão que Giovani imediatamente acatou.— Desgraçada! — falou ao se deparar com os dois corpos dentro do porta-malas, cuja mancha de sangue no peito denunciava o ferimento fatal. — Estão mortos! — declarou o óbvio.— Vamos! — disse Donna indo na direção do carro estacionado em frente ao barrac&atild