Sexta-feira à noite...
Deus! Eu me sinto nervosa.... Esse é o sentimento que me toma enquanto eu olho cada centímetro do bar All In.
Ah, e muito deslocada também. Começo a vasculhar tudo, de ponta a ponta, para ver se vejo Miguel.
Ele ainda não chegou.
Rafael Gailmord está sentado ao lado de Jéssica. Eles ocupam uma mesa de canto, próximo a pista de dança. Quando nossos olhos se encontraram, ele pisca para mim. Eu engulo em seco, e o meu coração se agita no peito de nervoso. Desvio meus olhos dos dele e fito meu irmão que sorri para mim de forma maliciosa.
Adoro ter um irmão Stand-by, mesmo que a verdade esteja no seu nariz, ele demora a enxergar, ou ligar uma coisa com outra. Não que fosse burro, pelo contrário, ele é muito inteligente, mas ele só se liga quando algo lhe interessa, aí ele é bem esperto. Mas ag
Laura— Laura. — Jéssica sussurra. — Miguel, está vindo em nossa direção.—Onde? —Stand-by perguntou alto.—Vitor, vamos dançar? —Jéssica o convida com um lindo sorriso.—Essa música? —Ele resmunga. —Gostaria de uma mais lenta, para dançarmos juntinhos.Jéssica se levanta e o puxa.—Vem, vamos!—Tudo bem! O que você não me pede que eu não faça meu tesouro?Quando eles se afastam, eu pergunto para Rafael.—Ele está vindo mesmo?—Está. Não sabia que ele era deficiente?Eu estremeço com as falas dele.—Sim, ele tem problema na perna. Meu Deus! O que eu faço?—Só fica calma. —Rafael diz pegando minha mão e levando aos lábio
Meu corpo está ereto, tenso, minhas mãos aninhadas no meu colo, meu rosto timidamente virado em sua direção. Ele me olha com um olhar triste ao mesmo tempo doce e eu sinto como se fosse desmaiar um pouco.—Antes de qualquer coisa, quero que saiba que tudo que fiz, foi pensando em você.É um começo errado... Como ele pode me dizer uma coisa dessas?—Pensando em mim?—Sim. —Ele me diz suavemente.Eu sinto meu sangue subir até minhas faces.—Eu não estou entendendo. Como assim? Por quê? —Eu questiono. —Diferença de classe social? Por causa do financeiro? Nossa diferença de idade? Sua deficiência. Desculpe-me, mas eu não vejo razão para termos nos separado.—Não, Laura, não foi nada disso. Eu já tinha superado tudo isso.—Então, por quê
Eu sorrio para ele, envergonhada da minha ânsia em tê-lo. Ele pega a bengala do chão e me estende a mão com um sorriso lindo. Eu respiro fundo e seguro a mão dele.Caminhamos juntos até a caminhonete. Miguel abre a traseira dela e retira toda a lona. Eu me sento nela com as pernas para fora e sorrio para ele, enquanto ele vem pela lateral da caçamba em minha direção.Ele coloca a bengala na traseira do carro e se aproxima de mim. Eu me levanto e com os dedos trêmulos tento abrir os botões da camisa branca que eu estou usando. Suspiro quando não consigo. Eu estou tão nervosa que meus dedos perderam a habilidade.—Eu faço isso. —Miguel diz com um sorriso lindo me ajudando com eles.Quando me vejo livre dela ele beija o meu pescoço e logo sinto meu sutiã sendo retirado. A visão dos meus seios brancos com a marca do biquíni o
Seis meses depois...Deitada na nossa cama de casal, olho para ele e me sinto a pessoa mais feliz do mundo. A cabeleira castanha revolta, o semblante sereno. Ele é tudo que eu preciso. Um verdadeiro amigo, um homem carinhoso e divertido. O fato é que não nos desgrudamos mais.Sexo?Parecemos dois coelhos.Estamos morando na casa de papai. Ele faz de tudo para sentirmos como se fosse nossa. Miguel não se importa de não termos o nosso canto, ele está realmente feliz. Um dia ele me disse que não importava o lugar desde que estivéssemos juntos.E eu? Eu sou uma viciada em Miguel e tê-lo como minha droga faz muito bem para a minha saúde.Eu já exerço minha profissão...Um dia um dos homens da fazenda cortou a mão quando ele consertava uma cerca. O corte foi bem profundo. Eu dei os primeiros socorros, estancando o sangue, mas n&ati
Wordwell, Verão de 2014Desci do ônibus e procurei pelos cabelos grisalhos do meu pai, mas nem sinal dele.Bufei.Que bom! Ótimo!Tudo que eu preciso é ficar nesse calor e com sede puxando uma mala pesada!Passo por entre as pessoas erguendo minha cabeça, ainda tentando achar meu pai, ou meu irmão mais velho. Paro em um canto e procuro em minha bolsa meu lenço. Passo na testa. Sem prestar atenção no barulho dos ônibus estacionando na estação. Estes que chegavam a todo momento enem no barulho dos carros de uma avenida movimentada ao lado. Sento-me em um banco pensando na última vez que vi meu pai. Foi em um feriado prolongado há seis meses atrás quando elefoi à Londres com meu irmão me visita. Todo esse tempo, eu fiquei hospedada na casa de tia Susan. Seguios mesmos passos do meu irmão mais ve
MiguelEu a observo em secreto. Há algo diferente nela, reparei nisso desde que eu coloquei os meus olhos na sua linda figura.Ela cresceu...aquela menininha se foi. Não parece mais a garota que vivia atrás de mim na fazenda e que eu sabia tudo sobre sua vida e ela da minha. Meus olhos descem para seu colo branquinho e o formato de seus seios evidenciados pela camisa um pouco justa que ela usa. Firmes, no tamanho exato para caber na palma da minha mão.Minha respiração se intensifica, meu coração se agita no peito e uma onda de culpa me aperta então o estômago. Com dificuldade desvio meus olhos dela.Foi um baque quando a reconheci na rodoviária. Ela ainda tem em seu rosto aquela docilidade de tempos atrás e que tanto me atrai. Quando seus olhos azuis, os mais lindos que eu já vi na vida, marcados hoje com a
Eu estou pronta para a festa. Me olho no espelho mais uma vez. Estou usando um vestido branco e preto, que molda meu corpo, um pouco acima dos joelhos. A cor realça o brilho dos meus cabelos castanhos. Fiz uma maquiagem leve aquela que te valoriza, te deixa bonita e não te transforma em outra pessoa que não é.Meu coração está disparado dentro do meu peito e eu me sinto agitada e nervosa.Estou agitada, e não é por causa da festa, mas sim por saber que Miguel estará ao meu lado, ou talvez longe, mas o tempo todo me observando. Não acredito que ele ficará desfilando comigo pela festa e me apresentando as pessoas. Talvez ele estará afugentando elas, isso sim. Mas meu interesse de ir não é fazer novas amizades, mas sim sair com Miguel, achei mesmo que ele fosse. É a chance que tenho de reverter essa distância entre nós.Logo que entro na sala
Uma semana depois...Miguel tem me evitado. Ele foge de mim como o diabo foge da cruz. Meu pai disse que o trabalho tem sido pesado e exigido muito de seus homens, mas não é isso. Miguel sempre arrumou um tempo para mim. Já tivemos estiagem antes e ele sempre deu um jeito de me ver.Como todos os dias tenho feito, levanto cedo para cavalgar. Só depois da cavalgada tomo o café da manhã. Tem me feito bem esses momentos. É bom sair por aí, vendo a natureza, se bem que a paisagem está muito judiada.Visto uma calça jeans escura, uma camiseta branca e calço botas de cano alto. Amarro meus cabelos num rabo de cavalo.Tomo apenas um gole de café na cozinha que Maria me ofereceu e saio em direção as baias. Peço para um dos empregados de papai selar um cavalo para mim. O sol está entre nuvens. O vento está mais frio que o normal, mas fiquei com pr