Quase uma hora havia passado desde que o trio havia saído da Cidadela. No Salão Mais Alto, Prion observava o céu. Através das janelas grandes e altas, o Senhor de Ashnor analisava as nuvens no céu, pouco a pouco. O céu tinha algumas nuvens que, naquele momento, estavam entre a cidadela e o sol. Prion não estava lá por mero acaso. Ele esperava que algo acontecesse. Na verdade, ele não queria que isto acontecesse, mas previa que aconteceria. E aconteceu.
Pensando não estarem sendo vigiadas, as Brisas desceram das nuvens.
Prion admirava-as ao mesmo tempo que esperava para ver o que as duas Brisas fariam. Depois de Verona aguçar os olhos, o que o Mago das Árvores não conseguiu ver, a líder das Brisas foi junto ao vento em uma direção, seguida por Aubrey.
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Capítulo 14 — VinerinNo Salão Mais Alto, era Ambarion quem estava sentado no trono. Acontecia ali uma rápida cerimônia de nomeação do novo Senhor de Ashnor. O capitão Astrofer, maior autoridade militar de Ashnorin na ausência de um Senhor, pegou uma coroa de louros e levantou-a na direção do Grão-Sábio.— Eu, Capitão Calvin Astrofer, o nomeio Senhor de Ashnor com o consentimento dos cidadãos e da floresta. — Ele colocou a coroa na cabeça do Arquimago. — Como cetro, dou-lhe o Cajado do Dragão Avelar para que governe esta floresta com sabedoria e ponderação.Aqueles presentes bateram palmas com alegria. As cornetas soaram anunciando ao resto da cidadela a nomeação.Ambarion estendeu o cajado de Avelar para Astrofer, ordenando-lhe que guardasse para o próximo Senhor de Ashnor
Capítulo 15 — SereiasUma mulher observava. Esta mulher era Verona, Rainha-Irmã de Armenor, líder das Brisas. Distante, de onde a luz não conseguia alcançá-la, Verona observava a “dupla dinâmica”: Helan e Artemísio que, montados em cavalos, já se encontravam nos limites das Montanhas Ígneas, também, chamada de Montanhas Vermelhas ou Montanhas do Fogo Eterno, antigo território de Redramon.Diferente das Montanhas Albinas, apesar de também serem bastante altas, as Montanhas Ígneas não eram muito frias e não tinham um punhado de neve em toda sua extensão. Suas rochas eram diferentes das rochas das Montanhas Albinas: eram bem escuras, de textura afanítica, cheias de cristas pequenos e sem formas.Verona estava no céu, voando entre as nuvens, junto ao vento, escondendo-se. Helan e Artemísio n&atil
Capítulo 16 — O Lago de Magma Helan e Artemísio haviam chegado a várias outras salas e aposentos como o salão de entrada: aposentos que tinham outras entradas de outros túneis. Seguiram pelos túneis que tinham o dragão enroscado talhado acima do portal de entrada. O ar ficava mais quente e pesado, o cheiro mais putrefato, começando a incomodar Helan. Helan quebrou o silêncio que se mantinha por algumas horas: — Será que realmente está lá? — Está falando do quê? — perguntou Artemísio, confuso.<
Capítulo 17 — O Cajado de Redramon Helan quase desmaiou no caminho das pedras, tamanhos eram o calor e o cansaço. Já estava há alguns minutos, provavelmente quinze, atravessando o lago. Helan, enfraquecida, sem estímulo algum, disse a Artemísio:— Tenho a sensação de que me encontro no Submundo…— O Submundo… Mundo inferior, purgatório das almas condenadas, lugar onde o fogo do Primeiro Espírito, a Senhora do Submundo, tortura e atormenta todas as almas condenadas… Acho que não há como comparar isto com o Submundo. Na verdade, suspeito até que o Submundo na verdade seja um local frio. Imagine só que contradiç
Capítulo 18 — O Dragão no Monte Elizabel Parecia que Helan e Artemísio haviam sido jogados no espaço e retornado para o solo em um segundo. A sensação dos dois aventureiros era de que haviam sido batidos, mexidos e que agora não passavam de uma massa totalmente tonta e desorientada. O transporte dos dois só fora possível com o Cajado de Redramon já que requeria muito poder. Mesmo com toda esta sensação, a dupla encontrava-se perto do Arquimago, no meio de um campo de batalha. Eles tinham que pensar rápido. O bracelete de Helan queimava-lhe o braço intensamente. A dupla conhecia aquele cenário. Eram as Montanhas Albinas. Helan não compreendeu o que se passava, mas o arqueiro logo percebeu: animais brancos l
Capítulo 19 — Libertas Quæ Sera Tamen Pela dificuldade que enfrentava quando os raios de luz penetravam em seus olhos, Helan abriu-os lentamente. Levou alguns segundos para se situar. Estava deitada debaixo de cobertas quentinhas e confortáveis. Em sua mão, o Cajado de Redramon estava bem preso, como se ninguém tivesse tocado nele. Já em seu braço, havia apenas a marca do bracelete que usava. Olhou ao seu redor e não encontrou o bracelete em seu campo de visão.Encontrava-se dentro de uma barraca. Estava claro, ainda não anoitecera. Na mesma barraca, Samian, Artemísio e Corbinus conversavam. Mesmo com os diálogos em tom baixo, Helan escutou algumas frases:&
Capítulo 20 — A Verdadeira Atlântida Danian e Lewis aguardavam do lado de fora da torre do Antigo Trono. Eles haviam descansado da viagem que haviam feito e foram informados que a reunião com o rei seria no Antigo Trono. O edifício ficava no alto da colina atrás do Capitólio Real e, após terem percorrido uma escada de pedras antigas e mal lavadas, o mago e o ex-reitor esperaram por alguns instantes até o soldado akmaniano permitir a entrada dos dois. — S’il vous plaît, messieurs — disse o soldado akmaniano, abrindo a porta para os visitantes.O mago e o ex-reitor adentraram a sala principal da torre, o salão do trono. Lewis já conhecia o local e visl
Capítulo 21 — A Vingança das BrisasO ritual macabro seguia bem acima do edifício do Antigo Trono. Dali, acima do topo do Antigo Trono, podia-se ver toda a capital, suas praias, as florestas e bosques ao redor da cidade e outras vilas ao longe.Levitando e rodando na direção do topo da torre, as Brisas prosseguiam com seu feitiço que afundava a grande ilha principal do arquipélago de Akma.Aubrey juntou-se às irmãs e as três abriram os braços, formando um círculo. A ira das Rainhas-Irmãs era tão grande que elas não usavam palavras ritualísticas: a simples vontade de destruir Atlântida, vontade essa acumulada por mais de três mil anos, fazia com que o encantamento prosseguisse.— Dê-me o fogo para queimar e devastar! — ordenou Morga.Jatos e bolas de fogo e magma saíram de dentro do