Na manhã seguinte, o sol ainda estava nascendo, lançando seus primeiros raios dourados através das janelas da casa de Amy. A brisa fresca da manhã entrava suavemente pela cortina entreaberta, enchendo o quarto de um ar tranquilo. Amy estava acordada há alguns minutos, deitada em sua cama, pensando na noite anterior. O beijo de Marcus ainda estava fresco em sua memória, e a ideia de vê-lo novamente naquela manhã fez seu coração bater um pouco mais rápido.— No que tanto pensa? — Zoe perguntou assim que entrou no quarto de Amy para ver se ela estava acordada.— Só estou criando coragem para levantar da cama. — Amy respondeu olhando a amiga.— Levante-se e chame Marcus para tomar café, a tia está arrumando a mesa. — Zoe deu uma risada e saiu do quarto logo em seguida.Amy se levantou devagar, vestindo um roupão macio e caminhando pelo corredor silencioso. Parou em frente à porta do quarto de hóspedes, onde Marcus estava hospedado. Respirou fundo, tentando acalmar o nervosismo que sentia.
Dois dias depois, enquanto o sol da manhã iluminava suavemente a cozinha, Amy estava distraída, secando a louça com movimentos automáticos, sua mente claramente em outro lugar. Marcus a observava de longe, enquanto Zoe e Melissa conversavam tranquilamente. O ambiente estava calmo, mas ele sabia que havia uma pergunta que estava evitando fazer, algo que estava no ar desde a chegada dele a Oakland.Finalmente, ele se levantou e se aproximou de Amy, que estava secando alguns pratos.— Amy, eu... — começou ele, em um tom hesitante.Ela se virou para ele, percebendo a mudança de tom, e lhe deu um pequeno sorriso.— O que foi?— Preciso voltar para Los Angeles — disse ele, um pouco relutante. — Sophie está com os meus pais, mas não quero deixá-la sozinha por mais tempo. Ela sente minha falta.O sorriso de Amy diminuiu, e seus olhos mostraram um leve toque de tristeza. Ela sabia que esse momento chegaria, mas, de alguma forma, esperava que pudesse adiar um pouco mais.— Claro — respondeu ela
No dia seguinte, o sol ainda despontava no horizonte quando a casa de Amy se encheu de atividade. Melissa e Charles estavam no quarto, separando roupas e itens essenciais, enquanto Zoe, sempre animada, já havia colocado quase tudo o que trouxe para Oakland de volta na mala. Ela entrou no quarto dos pais de Amy com a habitual energia, pronta para ajudar.— Tia, tio, estão precisando de ajuda com algo? — perguntou Zoe, já indo em direção ao guarda-roupa.— Acho que está tudo sob controle por aqui, Zoe — disse Melissa, sorrindo. — Mas, já que está oferecendo, pode me ajudar a escolher algumas roupas mais casuais? Não quero levar muita coisa.Zoe assentiu e começou a vasculhar o guarda-roupa de Melissa, sempre com suas opiniões espontâneas sobre cada peça que encontrava. Enquanto isso, Charles dobrava com cuidado algumas camisas, mantendo o semblante sério, mas havia uma leve expectativa no ar. Ele sabia que aquela viagem poderia ser um ponto de virada para sua vida.— Está animado, tio?
Amy olhava para as nuvens através da janela minúscula do avião e se perguntava o que exatamente estava fazendo de sua vida. Era estranho pensar que dois anos atrás tinha ido para Los Angeles apenas com uma bolsa de roupa, o violão de seu pai e uma promessa feita para si mesma.A garota havia saído de Oakland assim que fez 18 anos, sendo incentivada por seu padrasto e sua mãe. Foram longos meses treinando antes de finalmente colocar os pés em um palco, aos 19 anos. Ainda se lembrava da sensação de entrar em um palco para fazer a abertura do show de outra cantora que já estava no ramo há mais de 10 anos.Ser ovacionada após cantar uma música antiga dessa mesma cantora, seu coração saltava como se tivesse levado um susto. Seus pelos se arrepiaram e ela finalmente percebeu que ser cantora era algo que a deixava animada.Mas meses após lançar sua carreira, Amy se perguntava se ela gostava realmente de ser cantora, ou se aquilo era só fruto de uma promessa feita para seu pai.Após a morte d
Amy soltou uma risada nasalada lembrando-se da tarde de piquenique. De fato, boa parte de suas músicas eram as escritas por seu pai, e todas elas eram aclamadas e extremamente sentimentais. Posts em redes sociais elogiavam aquelas músicas e até mesmo eram usadas nas biografias de alguns perfis de fãs.A cantora saiu brevemente de seu devaneio ao ouvir o homem ao seu lado bufar. Ela olhou de canto de olho e o viu encarar o computador de forma irritada. O homem sentindo-se observado olhou para Amy, seus olhos se encontraram por um instante e a cantora se viu perdida no verde dos olhos alheio. Ela tinha a sensação de já o ter visto em algum lugar, mas não sabia ao certo onde.Quando ele franziu o cenho, Amy pigarreou e desviou o olhar sentindo-se envergonhada por encará-lo, mas logo esqueceu-se da situação e voltou a olhar para a janela.A cantora olhou para o celular e viu a data, novamente outra lembrança tomou conta de sua mente, uma das últimas lembranças felizes que tinha tido com
Após o avião pousar em Los Angeles, Amy pigarreou e saiu logo atrás do homem de olhos verdes. Estava envergonhada, tão acostumada a ter fãs ao seu redor que uma interação com alguém que parecia não a conhecer a deixou desconcertada.Não sabia ao certo como poderia pedir desculpas, e sentia que não podia deixar aquele homem ir embora sem um pedido de desculpas realmente válido. Sentia que precisava falar com ele novamente, era como se o seu corpo estivesse sendo atraído para ele.Assim que saíram do avião, Amy, por um impulso segurou o braço do homem ainda a sua frente.— O quê? — Amy observou o olhar confuso e cansado do homem a sua frente que parecia ter pelo menos uns 35 anos. — O que está fazendo?— Ah! Desculpe. — Balbuciou as palavras sem saber ao certo o porquê de ter feito aquilo. — O lenço. — Pigarreou evitando o olhar dele. — O lenço que me emprestou. — Começou desajeitada, completamente sem graça. — Preciso devolvê-lo. Se me falar qual o seu nome e onde trabalha, posso pedir
— Ela só veio me perguntar onde era o banheiro. — Deu de ombros e voltou a caminhar rapidamente até o seu carro e então colocou sua mala no porta-malas. — Por favor, dirija o mais rápido possível. Minha filha está me esperando. E espero que pare de agir como se tivéssemos algo.— Claro, Senhor Caldwell. — Victoria mordeu a parte interna de sua bochecha e sentou no banco do motorista.Enquanto Victoria ligava o carro, Marcus procurava involuntariamente pela garota do avião novamente, mas não a viu, o que fez com que ele ficasse desapontado. Amy já estava na van a caminho de casa, ignorando completamente o que tinha acontecido no avião. Sabia que a chance de encontrar com o primogênito da família Caldwell era praticamente zero, além de que ele não parecia conhecê-la.— Amy? — Ethan a chamou pela segunda vez. — Está tudo bem?— Uh? — Amy o olhou e então sorriu. — Desculpe, Ethan, sei que está preocupado. Estou apenas cansada, nada mais.— Vou providenciar suas férias após o evento de ca
Amy observava a cortina entreaberta nos bastidores, seu coração batendo descompassado no peito. Os gritos da multidão que clamavam pela famosa Aurora em expectativa a deixava ainda mais ansiosa. A fama, embora brilhante, ainda parecia distante e assustadora.Já fazia um ano desde que Amy mergulhara de cabeça no mundo da fama, impulsionada pela fé de seu gerente, Ethan. Ele, que enxergara o potencial de um astro em ascensão, apostara todas as fichas nela. A responsabilidade pesava nos ombros jovens de Amy, que agora se via no em um novo capítulo de sua vida, tão diferente dos anos tranquilos que viveu em Oakland.— Aurora? — A voz de Ethan rompeu o devaneio de Amy, trazendo-a de volta à realidade pulsante dos bastidores. — Está tudo bem? Está quase na hora de entrar.Amy piscou, forçando um sorriso trêmulo. O nervosismo a envolvia como uma brisa fria, fazendo-a tremer por dentro.— Ansiosa. — Balbuciou sentindo um leve tremor nas mãos. — Não consigo me acostumar com o fato de que há mi