Os dias que sucederam àquele no qual o André quase violentou a Ester, foram bastante turbulentos. Uma denúncia formal foi apresenta junto à delegacia que cuida dos direitos das mulheres e ele teve de responder por tentativa de estupro, mas fizemos um acordo onde o processo seria mantido em sigilo, não por causa dele. Eu queria mais era que o André se fodesse, mas por causa da Ester, da imagem dela perante à sociedade. Poxa vida, ela já estava se recuperando do trauma da perda e agora veio essa. Ter de encarar uma sociedade que já era preconceituosa, agora era as que coisas tendiam a ficarem piores. Mas o meu pai conseguiu fazer com que o André assinasse o acordo de sigilo e eu estava ali presente. — E se eu não assinar? — ele disse, em tom de arrogância. Claramente aquele vagabundo não sabia onde estava se metendo. — Ouça bem, senhor Uchida, eu sei perfeitamente que o senhor pretende não assinar esse acordo de sigilo unicamente para prejudicar a namorada do meu filho e assim o a
Noan Cara, até agora eu ainda estou tentando digerir as bobagens ditas pela Mercia, à Ester. Como ela pôde ter decido tão baixo? Velha nojenta do caralho. Depois de ter testemunhado todo o sofrimento pelo qual a Ester passou e ainda passa, ela agora achou de chantagear a garota? Puta golpe baixo esse daí. E foi por isso que eu decidi procurar a orientação do meu pai. Pelo o que eu soube, o pai da Ester deu muito duro para pagar os estudos da filha e depois que ele ficou doente, foi ela quem fez de tudo para terminar e assim poder recompensar o pai por tudo o que ele fez. — A Ester pagou por esse diploma, com o suor da testa dela, derramado dia após dia. A Mercia não tem esse direito! — exclamei, bastante aborrecido. — E não tem mesmo. — respondeu a minha mãe, ela que também é formada em direito, só não quis exercer a profissão. — Exatamente. — concordou o meu pai. — Para isso, uma denúncia de irregularidades, munida por provas concretas, deveria ser formalizada e só depois d
Noan — Cof, cof! — Nogueira tossiu, limpando a garganta. Ele parecia ter engolido um tijolo de pó, inteiro. — Quando foi a última vez que alguém esteve aqui? Quando construíram as Grandes Pirâmides? Nunca vi tanta poeira junta num só lugar, em toda a minha vida. — Ah, deixa de frescura, Nogueira. — reclamei, analisando um prédio que há muito não era utilizado, mas que estava para alugar e em perfeito estado de conservação. Só a sujeira que chegava a dar coceira. — Acha que esse lugar daria para ser uma academia de dança? — Olha, acredito que depois de uma bela limpeza e também de uma boa pintura, daria e muito! — ele falou, confirmando aquilo que eu tanto gostaria de ouvir. — Então tá bom, vai ser aqui mesmo. — Aleluia! — exclamou o meu amigo. — Agora vamos dar o fora daqui, pois já estou... a, a, a, ATCHIM! — É melhor mesmo a gente sair daqui, do contrário eu vou ter que chamar uma ambulância! O referente imóvel tinha dois pisos, com uma escadaria em espiram que dava
Ester O céu estava cinzento, prenunciando a fina chuva que cairia naquele mesmo dia, como nos dias anteriores. Estava eu na capital juntamente com a minha sogra, a Tamy e a Soraya, que viera receber o marido recém chegado da Turquia. Isso tudo, um dia depois de eu ter estado no consultório da Dra. Sheila e ela me abster de alguns dos remédios mais agressivos que eu estava tomando contra a depressão. Nossa conversa no interior do consultório tinha sido bastante intensa, já que ela por vezes repetia a mesma pergunta por diversas vezes. Flash Back — Como tem sido as suas noites? Você tem dormido bem? — ela perguntou. — Ultimamente eu tenho tido um pouco de insônia, mas nada de pânico! — respondi. — E durante o dia? Você tem sentido medo, insegurança, ou algo do tipo? — Sim. — afirmei. — Mas a insegurança que me acometeu foi por causa de... você sabe. — respondi, referindo-me o André. — E a intimidade? Pois sei que você eu sei que você o Noan estão muito bem. Na hora H, tu
Ester Saí daquele bar, revigorada. Um sentimento de realização que há muito eu sentia, a satisfação de poder ajudar uma pessoa é incrível, ainda mais sabendo que aquela mesma pessoa passou pelos mesmos caminhos aos quais você percorreu, embora ele não tenha tido o mesmo êxito. Mas ainda havia tempo, o senhor Tercio ainda era bastante jovem e logo poderia reconstruir a sua vida, assim como eu reconstruí a minha. (….) Noan Uma semana antes Estava aguardando a Ester terminara a consulta, quando fui surpreendido pela Samanta. A garota estava apresentando um comportamento bem diferente do que havia apresentado nos últimos meses, ela parecia bem mais coerente. Mas o que me deixou mais chocado ainda foi a confissão dela, de que teria orquestrado toda uma mentira apenas por vingança. — Samanta, vamos conversar lá fora? — sugeri, não dava para manter uma conversa tão relevante em uma recepção de hospital, ainda por cima, um que era psiquiátrico. Samanta acabou confessando que e
Ester Olhei-me no espelho. Meus olhos estavam inchados e meu rosto apresentavam grandes olheiras. Fiquei por longos segundos fitando a minha própria face, sem que eu mesma notasse o meu olhar perdido divagando. Sentia-me anestesiada e vazia, como se existisse um enorme rombo em meu peito. Era o dia do julgamento no caso em que eu quase fui violentada pelo André e na minha cabeça repetiam-se as palavras do Noan, replicando cada palavra da Samanta. Não dormi com o Noan, aliás, saí do apartamento bem antes de ele me dar a boa notícia e fiquei sem falar com ele durante todos esses dias. Seria essa a nossa primeira crise? Coloquei uma roupa esportiva, nada muito formal. Calça jeans, jaqueta, touca na cabeça e tênis. Fui direto para o fórum e chagando lá, avistei o Noan parado e conversando com o Nogueira. Assim que ele me viu, disse alguma coisa para o colega e veio ao meu encontro. Ah, ele estava tão lindo, com aquele terno e gravata na cor cinza. Eu sempre adorei vê-lo vestido em r
Noan Felicidade era o meu nome. Ao lado dos meus amigos eu aguardava a solene cerimônia que se desenrolaria no altar, dentro de poucos minutos, admirando a confortável e belamente decorada, área dos convidados. No altar, em ao lado dos meus pais, do Nogueira e da Tamy, meus padrinhos e da Sheila, que aguardava o senhor Tercio. Eles seriam os padrinhos da Ester. Foi quando o meu coração acelerou ao ver entrando naquele salão, a mais bela de todas as visões. Ester sendo conduzida pelo senhor Tercio, toda vestida de noiva, enquanto a marcha nupcial tocava, tornando-se a trilha sonora da minha felicidade. Cada convidado ali se emocionava ao serem testemunhas de um amor que estava prestes a ser consumado, depois de ter passado por tantas turbulências. Um filme passou pela minha cabeça naquele momento, desde a primeira vez que eu a vi chegando naquele chalé, nós dois completamente nus, amando-nos feito um casal selvagem naquela pequena floresta. Foi uma mescla de excitação e euforia,
Ester Hugo Silva. Esse era o nome do menino que chamou a minha atenção naquele orfanato. O menino de olhar perdido e triste, em cujo semblante predominava a dor e algum tipo de ressentimento. Porém, algo incrível aconteceu, eu sabia que poderia existir alguma ligação entre mim e ele, um vínculo ao qual eu não sabia muito como explicar. — Será que eu poderia falar com ele? — perguntei. A minha curiosidade era mesmo gigantesca. — Mas é claro. E se ele a tratar de maneira agressiva é só me avisar. Outro dia ele mordeu uma das cuidadoras e teve de ficar de castigo. Uau, aquela parecia mesmo ser uma missão e tanto. No começo até fiquei com medo de levar umas mordidas, mas eu precisava saber mais sobre aquele menino, quem ele era e qual a sua maior petição, por isso fui me aproximando devagar. Cheguei e me sentei ao seu lado. — Hugo? — perguntei. Ele fez de contas que eu não estava ali, permanecendo virado de costas para mim. Ouço apenas um hm. — Hugo Silva? Será que a gente pod