Ester O céu estava cinzento, prenunciando a fina chuva que cairia naquele mesmo dia, como nos dias anteriores. Estava eu na capital juntamente com a minha sogra, a Tamy e a Soraya, que viera receber o marido recém chegado da Turquia. Isso tudo, um dia depois de eu ter estado no consultório da Dra. Sheila e ela me abster de alguns dos remédios mais agressivos que eu estava tomando contra a depressão. Nossa conversa no interior do consultório tinha sido bastante intensa, já que ela por vezes repetia a mesma pergunta por diversas vezes. Flash Back — Como tem sido as suas noites? Você tem dormido bem? — ela perguntou. — Ultimamente eu tenho tido um pouco de insônia, mas nada de pânico! — respondi. — E durante o dia? Você tem sentido medo, insegurança, ou algo do tipo? — Sim. — afirmei. — Mas a insegurança que me acometeu foi por causa de... você sabe. — respondi, referindo-me o André. — E a intimidade? Pois sei que você eu sei que você o Noan estão muito bem. Na hora H, tu
Ester Saí daquele bar, revigorada. Um sentimento de realização que há muito eu sentia, a satisfação de poder ajudar uma pessoa é incrível, ainda mais sabendo que aquela mesma pessoa passou pelos mesmos caminhos aos quais você percorreu, embora ele não tenha tido o mesmo êxito. Mas ainda havia tempo, o senhor Tercio ainda era bastante jovem e logo poderia reconstruir a sua vida, assim como eu reconstruí a minha. (….) Noan Uma semana antes Estava aguardando a Ester terminara a consulta, quando fui surpreendido pela Samanta. A garota estava apresentando um comportamento bem diferente do que havia apresentado nos últimos meses, ela parecia bem mais coerente. Mas o que me deixou mais chocado ainda foi a confissão dela, de que teria orquestrado toda uma mentira apenas por vingança. — Samanta, vamos conversar lá fora? — sugeri, não dava para manter uma conversa tão relevante em uma recepção de hospital, ainda por cima, um que era psiquiátrico. Samanta acabou confessando que e
Ester Olhei-me no espelho. Meus olhos estavam inchados e meu rosto apresentavam grandes olheiras. Fiquei por longos segundos fitando a minha própria face, sem que eu mesma notasse o meu olhar perdido divagando. Sentia-me anestesiada e vazia, como se existisse um enorme rombo em meu peito. Era o dia do julgamento no caso em que eu quase fui violentada pelo André e na minha cabeça repetiam-se as palavras do Noan, replicando cada palavra da Samanta. Não dormi com o Noan, aliás, saí do apartamento bem antes de ele me dar a boa notícia e fiquei sem falar com ele durante todos esses dias. Seria essa a nossa primeira crise? Coloquei uma roupa esportiva, nada muito formal. Calça jeans, jaqueta, touca na cabeça e tênis. Fui direto para o fórum e chagando lá, avistei o Noan parado e conversando com o Nogueira. Assim que ele me viu, disse alguma coisa para o colega e veio ao meu encontro. Ah, ele estava tão lindo, com aquele terno e gravata na cor cinza. Eu sempre adorei vê-lo vestido em r
Noan Felicidade era o meu nome. Ao lado dos meus amigos eu aguardava a solene cerimônia que se desenrolaria no altar, dentro de poucos minutos, admirando a confortável e belamente decorada, área dos convidados. No altar, em ao lado dos meus pais, do Nogueira e da Tamy, meus padrinhos e da Sheila, que aguardava o senhor Tercio. Eles seriam os padrinhos da Ester. Foi quando o meu coração acelerou ao ver entrando naquele salão, a mais bela de todas as visões. Ester sendo conduzida pelo senhor Tercio, toda vestida de noiva, enquanto a marcha nupcial tocava, tornando-se a trilha sonora da minha felicidade. Cada convidado ali se emocionava ao serem testemunhas de um amor que estava prestes a ser consumado, depois de ter passado por tantas turbulências. Um filme passou pela minha cabeça naquele momento, desde a primeira vez que eu a vi chegando naquele chalé, nós dois completamente nus, amando-nos feito um casal selvagem naquela pequena floresta. Foi uma mescla de excitação e euforia,
Ester Hugo Silva. Esse era o nome do menino que chamou a minha atenção naquele orfanato. O menino de olhar perdido e triste, em cujo semblante predominava a dor e algum tipo de ressentimento. Porém, algo incrível aconteceu, eu sabia que poderia existir alguma ligação entre mim e ele, um vínculo ao qual eu não sabia muito como explicar. — Será que eu poderia falar com ele? — perguntei. A minha curiosidade era mesmo gigantesca. — Mas é claro. E se ele a tratar de maneira agressiva é só me avisar. Outro dia ele mordeu uma das cuidadoras e teve de ficar de castigo. Uau, aquela parecia mesmo ser uma missão e tanto. No começo até fiquei com medo de levar umas mordidas, mas eu precisava saber mais sobre aquele menino, quem ele era e qual a sua maior petição, por isso fui me aproximando devagar. Cheguei e me sentei ao seu lado. — Hugo? — perguntei. Ele fez de contas que eu não estava ali, permanecendo virado de costas para mim. Ouço apenas um hm. — Hugo Silva? Será que a gente pod
Noan O advogado de defesa tem a palavra. — foi o que o juiz disse, da primeira vez. Mas eu confesso que não ouvi, estava com os pensamentos muito longe dali. — Dr. Rocha! Agora eu ouvi! — Ah, sim, meritíssimo. — respondi. — Devo informá-lo de que essa é uma audiência séria, assim como todas as outras e que se trata de um pedido de recurso. — Afirmativo, meritíssimo. Peço desculpas pela minha falta de atenção, garanto que não voltará a se repetir. — disse isso, inclinando-me aos demais que estavam presentes na sala de audiência. Tratava-se de um pedido de recurso, onde um homem queria recorrer da decisão de seu divórcio, ele alegava ter sido lesado no processo, uma vez que sua ex esposa ficou com absolutamente tudo o que lhe pertencia. Eu estava advogando a mulher, já que o advogado que representava o homem, era peso pesado. Mas o meu disse que seria bom para que eu adquirisse mais experiência. Espera um pouco aí? Eu estava prestes era a levar a minha primeira surra em um
Ester Estava eu conversando com o Hugo, quando meu Noan se juntou a nós. Confesso que fiquei bastante contente ao ver que ele estava me apoiando na minha empreitada. Mas algo chamou a minha atenção, uma ligação da Tamara. — O que? Como foi que isso aconteceu, Tamy? Perguntei, aflita. Noan também ficou preocupado e o Hugo também. — Algum problema, tia? — ele perguntou. — Não, meu amor, não foi nada. Sinalizei para o meu marido, de que deveríamos ir. Ele assentiu e fomos para o carro. Deixamos Hugo sob os cuidados da diretora Renata e pedi para que ela desse uma olhada no meu carro, que depois eu voltaria para pegá-lo. — Como quiser, minha querida. Vou pedir ao guarda para ficar de olho. Seguimos direto para a academia e o Noan pôde perguntar do que se tratava a ligação. — Eu ainda não sei ao certo, amor, mas parece que aconteceu um acidente. — Acidente? Como assim? Alguém caiu da escada? — ele perguntou, sem tirar os olhos da estrada. — Não sei, mas estou muito
Noan Hyuzaki, inspetor de polícia da capital. Ele veio assim que entrou em contato com o Nogueira. O homem revelou a ficha da Marcela e era mais comprida que uma pista de atletismo, a garota era mais suja do que pau de galinheiro. Ela havia sido contratada pela Mercia para se matricular na academia da Ester e assim conseguir sabotar os equipamentos dela. Como que essa vadia fez isso inda é um mistério que seria revelado muito em breve, mas ela não fez aquilo sozinha, teve ajuda de dentro da própria academia. Descobrimos que a vadia estava fodendo com o segurança que a Ester contratou para vigiar durante à noite e foi assim que ele conseguiu trocar o equipamento bom por um ruim. Mas para o azar da Marcela, o otário trocou o equipamento errado, já que não estava nos planos dela, ser a vítima. Então, a estúpida acabou provando do próprio veneno, caiu no buraco que ajudou a cavar, entrou na canoa que ela mesma ajudou a furar. Irônico, não?! — E por que você fez isso, Marcela? — Es