Um mês depoisJonathan sente o peso do dia logo ao acordar, mas não sabe explicar o motivo. Algo dentro dele está inquieto. Como sempre, a xícara de café já o espera na mesa, preparada por Marta. Mas dessa vez, ele não come. Apenas toma um gole do café e sai sem dizer nada. A ausência de palavras parece criar um abismo entre eles, mas Marta não questiona. Apenas observa sua partida com um olhar que ele nunca percebe.Ele dirige sem rumo pela cidade, tentando organizar os próprios sentimentos, até que decide voltar para casa. Mas ao chegar, algo o surpreende. Marta não está lá. Ela nunca sai de casa. Onde diabos ela está?Sem conseguir ignorar a inquietação, vai até o escritório, tenta trabalhar, mas sua concentração é inútil. Levanta-se e vai até a cozinha. A garrafa de café ainda está lá. Ele se serve, sentindo a estranha ausência dela. Por onde anda, Marta?Horas depois, ao checar as câmeras do carro, vê que ele está em movimento. Com um clique, a imagem surge na tela, e ele a vê. M
3 meses depoisJonathan sente o corpo queimar de dentro para fora, ainda sente o gosto dela em sua boca, consegue ouvir o som dos seus gemidos, mesmo trancado em seu escritório, os olhos fixos na tela do computador, mas a mente vaga longe. Ele veio a evitando de todas as formas, passa direto, vira o rosto e nunca olha para a porta do quarto dela, evita ficar próximo a ela muito tempo, mas aprendeu a elogiar as refeições e isso tem feito bem a ela e a ele mesmo, ele imagina que assim evita repetir aquele oral que fez para ela, cena que ainda o castiga diariamente, quando sente o seu gosto na boca e ainda ouve os seus gemidos, o para piorar o castigo, nenhuma mulher com quem se aliviou conseguiu satisfazê-lo de verdade..Ele a viu rindo. Rindo com Eduardo, aceitando aquele maldito convite para o cinema e para mata-lo de raiva, ontem ouviu eles combinando de passar o final de semana juntos, na casa de Eduardo. A imagem da risada dela, leve, solta, enquanto aquele homem a olhava, não com
O desejo reprimido é como um incêndio subterrâneo. Queima em silêncio, invisível, até que algo o faça emergir e consumir tudo ao redor. Jonathan sente esse fogo dentro dele toda vez que olha para Marta. E tenta ignorar. Mas como ignorar algo que o persegue até nos sonhos?A rotina na mansão se mantém, ambos fingindo que nada existe além do que foi estabelecido desde o começo. Ele toma seu café da manhã, hoje com bolo caseiro e pão feitos por Marta. O aroma delicioso preenche a cozinha, mas não tanto quanto a presença dela, que o observa discretamente enquanto ele come. Jonathan sente o olhar sobre ele e se força a não encará-la. Engole o café e, ao sair, avisa:— Hoje não precisa fazer o jantar para mim. Vou sair, não tenho horário para voltar.Ela apenas assente com um pequeno sorriso, escondendo qualquer vestígio de desapontamento. A verdade é que Marta já se acostumou a esperar por ele, a servi-lo, a manter o ritmo da casa de acordo com a presença dele. E quando ele não está... alg
A noite está densa, carregada de um silêncio inquietante que parece vibrar sob a pele de Jonathan. As luzes da boate ainda piscam em sua mente, ecos de uma diversão vazia que já perdeu o sentido. Ele sai sem que os amigos percebam, cada passo firme, decidido, como se algo o puxasse para um destino inevitável. Seu corpo pulsa com adrenalina, mas sua mente? Sua mente está em Marta. Sempre nela.O caminho até a mansão é um borrão. Ele só percebe que chegou quando a porta se fecha atrás de si, cortando a escuridão lá fora. E então a vê. Ali, adormecida no sofá, a respiração calma, os lábios entreabertos. O baby doll fino desenha sua silhueta, revelando mais do que esconde. A alça escorregada expõe o ombro delicado e o sei0 arrebitado, a barra levantada deixa a pele macia brilhar sob a luz amarelada da luminária. Jonathan sente um nó no estômago. O desejo é brutal, primitivo, mas há algo mais: uma necessidade crua de possuí-la, de marcar seu território de uma vez por todas.Sem pensar, ele
A noite envolve o quarto em um manto de penumbra, e o ar vibra com uma eletricidade quase palpável. Marta sente cada célula do seu corpo em alerta, uma mistura de nervosismo e desejo pulsando sob a sua pele. O coração bate forte, ecoando no silêncio que os cerca. Seus olhos encontram os de Jonathan, e ali, naqueles orbes escuros e intensos, ela vê um mundo de promessas não ditas.— Sim, Jonathan. Eu quero você... — Sua voz sai suave, mas carregada de certeza.As palavras dela são como fogo líquido derramado na alma de Jonathan. Ele fecha os olhos por um breve instante, tentando conter a avalanche de emoções que o invade. Quando volta a encará-la, Marta sente seu corpo tremer em antecipação.Ele a beija, e esse não é um beijo comum. É um beijo de posse, de entrega, de um homem que há muito esperava por aquele momento. Suas mãos percorrem o corpo dela com reverência, memorizando cada curva, cada tremor, cada suspiro entrecortado que escapa dos lábios entreabertos de Marta.Ela arqueia s
Jonathan não consegue conter a avidez que o domina, mesmo sabendo que é a primeira vez de Marta. Seus lábios buscam o sei0 dela, a pele macia despertando nele uma fome antiga e profunda. A ponta da língua desliza em círculos lentos enquanto seus dedos exploram suavemente o botão sensível entre as pernas dela. Marta arqueia o corpo, um gemido agudo escapando de seus lábios, e ele para, a preocupação relampejando em seus olhos.— Está tudo bem, meu amor? — sussurra, a voz carregada de ternura, acariciando o rosto dela com a ponta dos dedos.— Sim, Jonathan. Estou bem — responde ela, um sorriso trêmulo dançando em sua boca, mesmo com os resquícios da dor inicial.Ele franze o cenho, ainda receoso.— Tem certeza? Está... dolorida? — insiste, os dedos traçando a curva de sua cintura, a ansiedade nítida em cada palavra.Ela balança a cabeça lentamente, seus olhos colados nos dele.Então, como se quisesse dissipar qualquer dúvida, Marta puxa Jonathan para um beijo profundo. Seus lábios se f
A luz suave da manhã invade o quarto, atravessando as cortinas com delicadeza, trazendo promessas não cumpridas. Marta já está desperta, sentindo o peso da noite anterior em seu corpo. Há uma mistura de dor e prazer marcando a sua pele, um lembrete do que aconteceu entre ela e Jonathan. Mas o amanhecer trouxe consigo um silêncio cortante, que fere mais do que qualquer palavra dita.Jonathan a possuiu com intensidade, e ela se entregou sem reservas. Agora, deitada sozinha na cama, percorre os dedos pelos lençóis ainda bagunçados, sentindo o cheiro dele misturado ao seu. Um sorriso discreto curva seus lábios antes que um pensamento incômodo a atinja: como ele reagirá hoje?Respirando fundo, Marta se levanta, encara seu reflexo no espelho e se permite um momento para reviver cada toque, cada gemido sussurrado na escuridão. O calor que se espalha por seu corpo é inevitável. Mas ela não pode se perder em devaneios agora. Ela se levanta devagar, sentindo a sensibilidade em cada movimento.
O som ritmado dos saltos de Marta ecoa pelo shopping lotado, mas não o bastante para sufocar a tempestade que ruge dentro dela. Seu coração deveria estar pesado, dilacerado pela frieza de Jonathan naquela manhã. No entanto, o que ela sente agora é uma combustão de orgulho e decisão. Se ele quer agir como se a noite mais intensa da vida deles não tivesse significado nada, então que fosse. Ela também saberia jogar esse jogo.Sem olhar para trás, ela adentra uma loja de eletrônicos e escolhe um celular novo. Depois, segue para uma boutique e pega algumas roupas, sapatos e bolsas. Cada sacola que acumula é um lembrete silencioso, hoje ela pode cuidar de si mesma. Jonathan pode ter roubado sua inocência, mas não roubará a sua dignidade. O almoço na praça de alimentação tem um gosto especial, de liberdade. Pela primeira vez em muito tempo, ela não se apressa para voltar. Na verdade, decide que não voltará. Não agora.Enquanto isso, a poucos quilômetros dali, Jonathan Schneider atravessa o d