Clarice — Vamos lá, mãe, a senhora tem que me dizer o porque está ajudando esse canalha que sumiu com a filha. — Mais uma vez eu estava cobrando da minha mãe alguma explicação do porquê ela está ajudando o Parkinson, ele no mínimo para mim era muito estranho e cheio de segredos. — Eu já te disse, Clarice. Somos amigos há anos e… — E por isso mesmo a senhora poderia perguntar a ele o que houve com a Louise, eu era a única amiga que ela tinha, mãe. A senhora acha que eu estou como por dentro? Há mais de dois meses que eu não a vejo e nem tenho notícias dela. Enquanto isso aquele canalha está enchendo a cara de cachaça e fazendo apostas por aí, é só o que ele sabe fazer. — Já chega, Clarice. Você está indo longe demais. Não foi essa a educação que eu te dei. — Não mesmo. A senhora me educou muito bem para que eu nunca me metesse com gente igual ao safado do Parkinson. Agora se a senhora for querer vim dar uma de certinha, sinto muito mais comigo esse seu lado não cola mais. Olha só
Emma — Acredita que todos já sabiam e nunca disseram nada? Até a minha nora já sabia… — Falei indignada, me sentindo uma trouxa. — Lúcio, o que eu fiz de errado? — Não fez nada de errado, meu amor. Os jovens são mais espertos para perceberem as coisas, mas, está achando isso ruim? — Por acaso está me chamando de velha? Porque se for isso, Lúcio. — Encostei meu rosto em seu peito e suspirei. — Eu te amo tanto, meu amor. Mas, não quero te meter nos meus problemas. Independente de qualquer coisa que já tenha acontecido, Lúcio sempre se manteve ao meu lado. Nós conhecemos em uma discoteca quando éramos jovens ainda, eu não era casada com pai de Maurício nem nada disso havia acontecido, hoje eu não me arrependo de ter casado com outro homem, pois Deus me abençoou com Maurício como filho, mas me sinto uma completa idiota quando percebo que perdi um homem tão maravilhoso quando esse. Eu amava Lúcio desde sempre, casei quando ele foi embora e eu me senti trouxa demais, mas depois que eu
ParkinsonO olhar sóbrio de Clarice sob mim sempre que me ver me deixa desconfortável, não sei o que houve entre Clarice e Rúbia, mas por motivos pessoais dela, Clarice não está vindo mais aqui. Ela tem a mesma personalidade de sLouise, me encanta saber que mesmo criadas separadas e sem saber da verdade, as duas são tão parecidas. — Vou sair, espero que não me arranje confusão quando eu voltar. Ou melhor, não saia até que eu volte, você sabe que se o dono pedir esta casa por sua causa, eu não sei pra onde vou, por isso vou te quebrar no cacete. — Pra quê tanta violência, Rúbia? Eu não vou sair daqui, tá legal? Mas, pergunta à sua filha se ela está sabendo de algo sobre a Louise. Preciso saber da nossa filha! — Sua filha, Parkinson. Esqueceu que eu não queria aquela criança e só não a abortei porque você pediu muito? Então eu não tenho porque mentir para você dizendo que eu tenho saudades do que não vivi, porque não tenho. — Rúbia tinha frieza em seus olhos, não entendo porque tant
ClariceEu nunca tinha viajado de avião antes e essa foi a primeira vez. Senti o frio percorrer meu corpo e por um segundo eu não surtiu, Roberto estava tranquilo demais, como se isso já fizesse parte de sua rotina. Ao chegar eu fui bem recebida por um cara chamado Jason, sua tia não estava em casa e por isso não foi possível vê-la. — Que horas ela vem? Acho no mínimo estranho ficar na casa de alguém que eu não conheço. Assim… — Assim como? Eu já te disse que você é da família agora, além do mais você vai ver o quanto a Emma é uma pessoa legal. — Você fala com tanta convicção que eu acredito e confio, mas e se ela não gostar de mim? — Insistia no assunto sobre esse meu achismo, eu não estava confiante de que a mãe dele iria gostar realmente de mim. Minha mãe sempre me disse que eu falava demais e isso era um ponto que as pessoas detestavam, eu não a julgava, mas mesmo nunca falando nada não concordava com o que ela dizia, eu me achava muito calada na verdade. — Você namora comigo
LouiseFoi impossível conter as lágrimas. Eu não faço ideia do porquê, mas eu sinto uma afinidade enorme pela Clarice, é como se a gente pensasse iguais e eu gostava disso. — Caramba… — Com a mão na boca eu fiquei sem ação e todo mundo me olhava. Emma sorria espontaneamente e Clarice continuava abraçada a mim. — Eu nem sei o que dizer. — Meu Deus, sua doida o que está fazendo aqui? Aceita convite de estranhos, mas nunca aceitou um convite meu para se divertir. — Ela continuava falante, realmente não mudou nadinha. — Minha vida mudou de repente, olha só. — Mostrei o anel de noivado a ela. — Acredita que eu vou casar? — Olhei para Maurício que estava parecendo um bobo, todo sem graça. — Você é mais louca do que eu pensei que fosse. Mas, estou feliz em ver que você está bem e feliz. — Nos abraçamos então, eu sentei e ela também. — Também estou muito feliz em ver você. Quase me mataram do coração, fiquem cientes disso. Então, quer dizer que vocês dois estão juntos? Como eu nunca de
Clarice O que era pra ser uma noite feliz, acabou sendo triste. Me senti triste por ver Louise entrar molhada e chorando, não faço ideia do motivo, mas me doeu vê-la daquele jeito. — Acho que não vim em uma boa hora. Deveria ter avisado a senhora antes… — Não tem nenhum problema com você meu bem, Louise está em um momento delicado e tenho certeza que você pode ajudá-la. Vocês se conhecem há muito tempo? — A jovem senhora Emma perguntava como se estivesse ocorrendo tudo bem.— Na teoria sim! Éramos vizinhas há uns seis anos, mas tive contato com ela depois que ela se recuperou das queimaduras e foi trabalhar na cafeteria, em seguida eu entrei e acabamos ficando próximas. Mas, de repente ela sumiu e tudo ficou uma loucura e agora a vejo aqui…— É… nesse meio tempo aconteceram muitas coisas. Mas, nada que não foi resolvido. Louise só precisa de tempo e de amigas, creio que você poderá ajudá-la. Ela precisa sair, conhecer novos lugares e eu não tenho muito tempo pra isso, será que pode
Maurício"Seus olhos vidrados em mim, me amaldiçoaram enquanto me olhava de pé segurando uma arma branca em punhos, a mesma que acabou de perguntar alguns dos seus órgãos. Ele estava em uma piscina, morrendo afogado em seu próprio sangue, enquanto Emma era uma mulher desorientada sentada no canto da parede com as duas mãos segurando Roberto e cobrindo seu rosto, evitando que ele olhasse para aquela bela cena. Eu não me arrependo de ter assassinado meu pai, faria de novo se preciso. Enquanto minha mãe viver, sempre a honrarei, independente de qualquer coisa".— Seu garoto malcriado. Eu voltarei e farei da sua vida um inferno, meu querido filho. — Ele empunhava uma faca e estava vindo em minha direção. — Emma… — Gritei sentindo minha garganta trancar, como se eu estivesse morrendo sufocado. Meu corpo teve espasmos, fazendo com que o mesmo faltasse para cima, sem que eu quisesse. Louise Não estava conseguindo dormir, enquanto observava Maurício dormir, estava lendo um livro e revisan
Alguns dias depois… Norely — A partir do momento em que meu filho foi dado como desaparecido, eu sabia que Maurício tinha algo haver com tudo aquilo. Você sabia de alguma coisa, Alícia? — Ao perguntar, vejo sua expressão mudar para medo. — Claro que não, também estou preocupada com ele, Norely! — James está morto, Alícia. Você já sabia disso. Acha mesmo que me engana? — Eu não sabia de nada Norely… — Com os olhos cheios de lágrimas ela sentou na cadeira à minha frente e pôs as duas mãos na cabeça. — Eu quero que você monitore cada passo do Maurício e se caso tiver oportunidade execute Emma o mais rápido possível. Você já gastou o dinheiro e não fez o trabalho pelo qual eu paguei!Se me ajudar vai ter muito mais dinheiro de onde saiu aquele, só resta você querer e fazer as coisas como devem ser. — Confesso que é uma proposta tentadora, mas eu não posso aceitar, Norely. Não quero me meter em confusão por causa do seu filho, todos nós sabemos que ele não era flor que se cheire. Alé