ParkinsonO olhar sóbrio de Clarice sob mim sempre que me ver me deixa desconfortável, não sei o que houve entre Clarice e Rúbia, mas por motivos pessoais dela, Clarice não está vindo mais aqui. Ela tem a mesma personalidade de sLouise, me encanta saber que mesmo criadas separadas e sem saber da verdade, as duas são tão parecidas. — Vou sair, espero que não me arranje confusão quando eu voltar. Ou melhor, não saia até que eu volte, você sabe que se o dono pedir esta casa por sua causa, eu não sei pra onde vou, por isso vou te quebrar no cacete. — Pra quê tanta violência, Rúbia? Eu não vou sair daqui, tá legal? Mas, pergunta à sua filha se ela está sabendo de algo sobre a Louise. Preciso saber da nossa filha! — Sua filha, Parkinson. Esqueceu que eu não queria aquela criança e só não a abortei porque você pediu muito? Então eu não tenho porque mentir para você dizendo que eu tenho saudades do que não vivi, porque não tenho. — Rúbia tinha frieza em seus olhos, não entendo porque tant
ClariceEu nunca tinha viajado de avião antes e essa foi a primeira vez. Senti o frio percorrer meu corpo e por um segundo eu não surtiu, Roberto estava tranquilo demais, como se isso já fizesse parte de sua rotina. Ao chegar eu fui bem recebida por um cara chamado Jason, sua tia não estava em casa e por isso não foi possível vê-la. — Que horas ela vem? Acho no mínimo estranho ficar na casa de alguém que eu não conheço. Assim… — Assim como? Eu já te disse que você é da família agora, além do mais você vai ver o quanto a Emma é uma pessoa legal. — Você fala com tanta convicção que eu acredito e confio, mas e se ela não gostar de mim? — Insistia no assunto sobre esse meu achismo, eu não estava confiante de que a mãe dele iria gostar realmente de mim. Minha mãe sempre me disse que eu falava demais e isso era um ponto que as pessoas detestavam, eu não a julgava, mas mesmo nunca falando nada não concordava com o que ela dizia, eu me achava muito calada na verdade. — Você namora comigo
LouiseFoi impossível conter as lágrimas. Eu não faço ideia do porquê, mas eu sinto uma afinidade enorme pela Clarice, é como se a gente pensasse iguais e eu gostava disso. — Caramba… — Com a mão na boca eu fiquei sem ação e todo mundo me olhava. Emma sorria espontaneamente e Clarice continuava abraçada a mim. — Eu nem sei o que dizer. — Meu Deus, sua doida o que está fazendo aqui? Aceita convite de estranhos, mas nunca aceitou um convite meu para se divertir. — Ela continuava falante, realmente não mudou nadinha. — Minha vida mudou de repente, olha só. — Mostrei o anel de noivado a ela. — Acredita que eu vou casar? — Olhei para Maurício que estava parecendo um bobo, todo sem graça. — Você é mais louca do que eu pensei que fosse. Mas, estou feliz em ver que você está bem e feliz. — Nos abraçamos então, eu sentei e ela também. — Também estou muito feliz em ver você. Quase me mataram do coração, fiquem cientes disso. Então, quer dizer que vocês dois estão juntos? Como eu nunca de
Clarice O que era pra ser uma noite feliz, acabou sendo triste. Me senti triste por ver Louise entrar molhada e chorando, não faço ideia do motivo, mas me doeu vê-la daquele jeito. — Acho que não vim em uma boa hora. Deveria ter avisado a senhora antes… — Não tem nenhum problema com você meu bem, Louise está em um momento delicado e tenho certeza que você pode ajudá-la. Vocês se conhecem há muito tempo? — A jovem senhora Emma perguntava como se estivesse ocorrendo tudo bem.— Na teoria sim! Éramos vizinhas há uns seis anos, mas tive contato com ela depois que ela se recuperou das queimaduras e foi trabalhar na cafeteria, em seguida eu entrei e acabamos ficando próximas. Mas, de repente ela sumiu e tudo ficou uma loucura e agora a vejo aqui…— É… nesse meio tempo aconteceram muitas coisas. Mas, nada que não foi resolvido. Louise só precisa de tempo e de amigas, creio que você poderá ajudá-la. Ela precisa sair, conhecer novos lugares e eu não tenho muito tempo pra isso, será que pode
Maurício"Seus olhos vidrados em mim, me amaldiçoaram enquanto me olhava de pé segurando uma arma branca em punhos, a mesma que acabou de perguntar alguns dos seus órgãos. Ele estava em uma piscina, morrendo afogado em seu próprio sangue, enquanto Emma era uma mulher desorientada sentada no canto da parede com as duas mãos segurando Roberto e cobrindo seu rosto, evitando que ele olhasse para aquela bela cena. Eu não me arrependo de ter assassinado meu pai, faria de novo se preciso. Enquanto minha mãe viver, sempre a honrarei, independente de qualquer coisa".— Seu garoto malcriado. Eu voltarei e farei da sua vida um inferno, meu querido filho. — Ele empunhava uma faca e estava vindo em minha direção. — Emma… — Gritei sentindo minha garganta trancar, como se eu estivesse morrendo sufocado. Meu corpo teve espasmos, fazendo com que o mesmo faltasse para cima, sem que eu quisesse. Louise Não estava conseguindo dormir, enquanto observava Maurício dormir, estava lendo um livro e revisan
Alguns dias depois… Norely — A partir do momento em que meu filho foi dado como desaparecido, eu sabia que Maurício tinha algo haver com tudo aquilo. Você sabia de alguma coisa, Alícia? — Ao perguntar, vejo sua expressão mudar para medo. — Claro que não, também estou preocupada com ele, Norely! — James está morto, Alícia. Você já sabia disso. Acha mesmo que me engana? — Eu não sabia de nada Norely… — Com os olhos cheios de lágrimas ela sentou na cadeira à minha frente e pôs as duas mãos na cabeça. — Eu quero que você monitore cada passo do Maurício e se caso tiver oportunidade execute Emma o mais rápido possível. Você já gastou o dinheiro e não fez o trabalho pelo qual eu paguei!Se me ajudar vai ter muito mais dinheiro de onde saiu aquele, só resta você querer e fazer as coisas como devem ser. — Confesso que é uma proposta tentadora, mas eu não posso aceitar, Norely. Não quero me meter em confusão por causa do seu filho, todos nós sabemos que ele não era flor que se cheire. Alé
MaurícioMais um dia estava eu entrando no consultório da Siliana como se ela fosse a cura para as minhas dores e eu detestava isso. Mas, por outro lado, quando eu estava em sua sala eram os únicos momentos em que eu não estava perdido em meu abismo, me perguntando a todo momento onde minha noiva poderia estar, se estaria viva. — Por que parou com o uso contínuo dos remédios sem me consultar antes? Sabe que é necessário para ajudar a si próprio!— Eu nunca precisei de remédio algum, Siliana. Você sabe os efeitos colaterais que aquilo causava em mim. — Claro que fazia mal, você misturava cocaína com remédio, como queria ter efeitos positivos? — Eu não fazia isso. Se eu fosse você não acreditaria em tudo que Roberto diz. Tenho certeza que ele não te disse que estava namorando, sabe por quê? Porque você é uma chata do caralho. — Claro que não me disse, ele só arranja quem não presta. — Sua voz soava de forma irônica. Siliana tinha certeza que se apaixonaria por ela qualquer dia, mas o
Alícia— Preciso de uma luz, Willy, não sei mais o que estou fazendo da minha vida e maldita hora que eu fui me meter com o Norely. Willy era o único que estava comigo em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins e sinceramente, eu não sei o quão fodido estaria meu estado mental se ele não estivesse ao meu lado. — O único jeito de sair dessa é fazendo o que ele pede sem arriscar tanto a sua vida. Desde o começo você sabia com quem estava se metendo, por que foi trair o Maurício logo com o James? Você sabia que os dois não se davam bem, foi se envolver justamente com James porque você quis, Alícia. — Eu quis despertar a fúria do Maurício, pensei que ele me amasse como eu o amava, mas parece que não deu muito certo porque nem pra ser uma de suas mercadorias eu servi.— Quando você vai entender que o Maurício é muito diferente do James? Se ele estava noivo de você certamente ele te amava, por que tem outra lógica para ele ter ficado contigo? Já você… se o amasse não teria traído ele