Roberto — As reuniões que tínhamos para hoje eu mandei remarcar todas, não querendo correr o risco da louca da sua ex mulher aparecer aqui e colocar tudo a perder, queremos? — Sabíamos que Alícia era capaz de fazer qualquer coisa, nunca subestimei ela.— Ela não é minha ex mulher, ela já foi minha noiva e só. Achei ótimo você ter assumido isso, a verdade é que eu não tive jeito de conversar com ela ainda sobre isso. — Conversar com quem e sobre o quê? Se bem que você está muito estranho esses dias. Desmarquei todos os compromissos porque na verdade eu vi Alícia rondando por aqui ontem a noite, mas não disse nada ao Maurício para que ele não fique surtando à toa. — Sei lá… a Louise parece que esconde muitos segredos. Ela parece que tem medo de mim. Hoje eu queria ajudar ela, e se liga, ela achou que eu estava zoando ela. Um frio do caralho e ela somente com aquelas roupas ridículas que só a Juliana encontra, e eu pedi que ela levasse outras para Louise, mas…— É só fazer o que eu d
MaurícioEu nunca vi uma pessoa mais desastrada feito Louise, ela parece que faz de propósito, que se machuca porque quer sentir dor ou algo do tipo, porque não é possível a pessoa se ferrar sem precisar de ajuda. Ligação Ativa — Fica atento ao celular que ela já deve estar vindo. — Ela acabou de passar por aqui. Tem certeza que isso vai dar certo? — Hum… tá preocupado com isso? — Ela falou com uma voz irritante, imitando a Juliana. — Estou. É minha reputação que está em jogo. Imagina se ela disser um não e espalhar isso entre as outras!?— Qual o problema de levar um não? É a coisa mais normal do mundo, eu inclusive já levei vários. — Por que não? Eu a vejo como qualquer outra mulher, ela não tem nada de diferente! Roberto sempre brincou demais com tudo e já estava mais que nada hora de dar um basta nisso. — Ok… foi mal. Eu vou aguardar e fazer a coisa certa, além disso é bacana conversar com ela. — Mas o que você tem que falar é somente o necessário, não precisa ficar de co
Louise A cada passo que eu dava minhas mãos suavam a cada segundo um pouco mais. Não preciso nem falar quantas coisas absurdas já se passaram pela minha cabeça apenas de imaginar o que ele tem a me oferecer que, certamente, não seja coisa boa. Andamos uns seis metros à frente e de repente eu senti aquelas mãos enormes tocando minhas costas, o arrepio foi instantâneo. — Por que quase entrou em desespero naquele momento? O que pensou que eu faria? Vamos, por aqui. — O silêncio é a melhor coisa que já existiu. — É um trauma de infância. Não gosto que me toquem, na verdade eu odeio. Não é uma questão de querer, meu corpo reage de forma diferente ao toque, fala e até mesmo a um olhar… — Não sei qual o momento que eu me encostei na árvore, mas por um fio eu não cair. — E porquê isso te incomoda tanto? Quer dividir esse sentimento comigo? Quem sabe eu possa dar um jeito. — Bem, esse é um assunto muito delicado e eu não quero falar sobre isso nem agora e nem nunca, muito menos com ele.
Norely — Então foi esse o seu plano? Trazê-la de volta? Até que você pensou desta vez! — James andava de um lado para o outro tentando falar com Alícia, que a essas alturas já deve estar chegando. — Ela nunca me decepcionou pai, não vai ser agora que irá fazer.— Mas a minha pergunta é: por quê? — Simplesmente porque ela irá entrar na vida do Maurício para fazer com que ele caia na lábia dela, assim fica mais fácil conseguir a Louise. Eu não sei até onde ele vai sustentar essa ideia maluca, mas se isso der certo vai ser o máximo, porém, tenho quase certeza que irá dar errado. Parkinson A garrafa de whisky se tornou minha melhor amiga. Eu não sei como viver com essa dor, não deveria ter feito nada do que fiz e isso está me matando por dentro de uma maneira inexplicável. Minha filha sempre foi muito calada, mas sempre muito presente e isso está me afetando de uma forma horrível. — Beber desse jeito não vai adiantar de muita coisa não, ela não vai voltar… — O garçom retrucava me s
LouiseAcordei com a cabeça parecendo que iria explodir. Ainda era por volta das três e meia da manhã. Olhei arredores e não vi ninguém, então me levantei sutilmente da cama do Maurício e fui caminhando muito devagar até o dormitório, onde deu de cara com Maria ainda acordada.— Onde estava até essa hora? Está se arriscando por aí? — Me assustei com a voz da Maria bem atrás de mim e quase quebrei o copo que estava em minha mão.— Eu acabei me perdendo... — Sorri tentando deixar o clima menos tenso.— Eu só te digo uma coisa: acho bom você tomar cuidado com ele, Louise, ele é o nosso patrão e todos nós sabemos que com ele não se brinca, é mais fácil ser brinquedo. Mas… ele está tão na sua quanto você na dele. — Me senti ofendida mas, não vou discutir sobre isso.Eu não posso dizer a ninguém o que ele me ofereceu, certamente ninguém iria acreditar, mas e Maria? O que seria que ela faria caso soubesse? Me ajudaria?— Eu acho melhor a gente ir dormir Maria, afinal, de onde você tirou essa
LouiseEu mesma me dei uma folga e resolvi sair por aí afora, minha curiosidade falava mais alto que meu medo. Infelizmente eu já entrei nessa e não tenho como sair agora, o melhor é que eu aceite isso e quem sabe consigo um jeito de conseguir alguma coisa e quem sabe até sair daqui.Andei por quase toda propriedade e como eu já imaginava estamos em uma fazenda e não há saídas, até tem, mas depois dos muros cercados de arames e elétricos.Ainda não acredito que eu bebi na presença do Maurício e além de tudo ainda fiquei bêbada. Que vergonha!— Esqueceu como se volta? — Seu hálito quente me arrepiou de cima abaixo, Maurício estava muito próximo ao meu pescoço e meu corpo estava começando a se comportar de forma muito estranha.— Eu aceito trabalhar como secretária, acho que vai ser melhor pra mim, mais tempo sozinha… — Soltei do nada, mesmo sem pensar.— Por que escolhe sempre a solidão se há tantas coisas? Saiba que irá me acompanhar em reuniões fora daqui e participará também dos lei
Roberto Maurício sempre quis meter os pés pelas mãos, mas eu não quero me estressar com pouca coisa, eu dou conta do Norely e do Laerte numa boa, ele nem vai perceber quando eu matar os dois em uma só ocasião.— A gente vai dar um jeito nisso, agora eu preciso te dizer uma coisa! Lembra daquela garota que eu te falei há alguns dias atrás? — A Clara? Lembro sim. — Que Clara? O nome da garota é Clarice e eu não tô conseguindo me esquivar dela. — Parece que tem um ímã no nosso meio e é como se fôssemos de Níquel ou Cobalto, é uma coisa que nunca havia acontecido comigo antes. Tô me sentindo fisgado. — Eu sei bem como é! Também estou com um enorme problema e mal consigo me concentrar em alguma coisa. — Está falando da Alícia? Porque eu acho que você não deveria criar expectativas ou vontade de reatar alguma coisa. — Você tomou porra pra tá falando tantas palavras idiotas? Qual é Roberto? Você sempre soube do meu lance com a Alícia, eu tô falando é da Louise. Ela aceitou o meu pedido
Louise Eu estava sem reação diante de tudo que acabou de acontecer em tão pouco tempo. Maurício se foi e eu fui até a cozinha pegar as outras taças.— O que houve, Lu? — Entrei na cozinha e dei graças a Deus por ter só Maria na cozinha. — Nada, o que poderia ser? Apenas com pegar as outras taças. Por quê?— Porque está mais que na cara que você está nas nuvens. Anda, me diz logo o que aconteceu? — A gente se beijou, mas foi como uma forma de agradecimento por ele ter me tirado de perto de uma pessoa muito desagradável. Mas é coisa boba. Eu jurei a mim mesma jamais contar o que me ocorreu para alguém, somente Parkinson sabe além dos culpados, mas sinto que devo desabafar isso com alguém antes que eu possa enlouquecer de uma vez para nunca mais me recuperar.— Você conhece o James? — Sim, sim... Norely tem grande valor por aqui, era até um dia desses um dos melhores negociadores que o Maurício tinha. Ele tem sempre tudo que quer nas mãos, sem muito esforço. Mas, ultimamente percebi