LouiseAcordei com a cabeça parecendo que iria explodir. Ainda era por volta das três e meia da manhã. Olhei arredores e não vi ninguém, então me levantei sutilmente da cama do Maurício e fui caminhando muito devagar até o dormitório, onde deu de cara com Maria ainda acordada.— Onde estava até essa hora? Está se arriscando por aí? — Me assustei com a voz da Maria bem atrás de mim e quase quebrei o copo que estava em minha mão.— Eu acabei me perdendo... — Sorri tentando deixar o clima menos tenso.— Eu só te digo uma coisa: acho bom você tomar cuidado com ele, Louise, ele é o nosso patrão e todos nós sabemos que com ele não se brinca, é mais fácil ser brinquedo. Mas… ele está tão na sua quanto você na dele. — Me senti ofendida mas, não vou discutir sobre isso.Eu não posso dizer a ninguém o que ele me ofereceu, certamente ninguém iria acreditar, mas e Maria? O que seria que ela faria caso soubesse? Me ajudaria?— Eu acho melhor a gente ir dormir Maria, afinal, de onde você tirou essa
LouiseEu mesma me dei uma folga e resolvi sair por aí afora, minha curiosidade falava mais alto que meu medo. Infelizmente eu já entrei nessa e não tenho como sair agora, o melhor é que eu aceite isso e quem sabe consigo um jeito de conseguir alguma coisa e quem sabe até sair daqui.Andei por quase toda propriedade e como eu já imaginava estamos em uma fazenda e não há saídas, até tem, mas depois dos muros cercados de arames e elétricos.Ainda não acredito que eu bebi na presença do Maurício e além de tudo ainda fiquei bêbada. Que vergonha!— Esqueceu como se volta? — Seu hálito quente me arrepiou de cima abaixo, Maurício estava muito próximo ao meu pescoço e meu corpo estava começando a se comportar de forma muito estranha.— Eu aceito trabalhar como secretária, acho que vai ser melhor pra mim, mais tempo sozinha… — Soltei do nada, mesmo sem pensar.— Por que escolhe sempre a solidão se há tantas coisas? Saiba que irá me acompanhar em reuniões fora daqui e participará também dos lei
Roberto Maurício sempre quis meter os pés pelas mãos, mas eu não quero me estressar com pouca coisa, eu dou conta do Norely e do Laerte numa boa, ele nem vai perceber quando eu matar os dois em uma só ocasião.— A gente vai dar um jeito nisso, agora eu preciso te dizer uma coisa! Lembra daquela garota que eu te falei há alguns dias atrás? — A Clara? Lembro sim. — Que Clara? O nome da garota é Clarice e eu não tô conseguindo me esquivar dela. — Parece que tem um ímã no nosso meio e é como se fôssemos de Níquel ou Cobalto, é uma coisa que nunca havia acontecido comigo antes. Tô me sentindo fisgado. — Eu sei bem como é! Também estou com um enorme problema e mal consigo me concentrar em alguma coisa. — Está falando da Alícia? Porque eu acho que você não deveria criar expectativas ou vontade de reatar alguma coisa. — Você tomou porra pra tá falando tantas palavras idiotas? Qual é Roberto? Você sempre soube do meu lance com a Alícia, eu tô falando é da Louise. Ela aceitou o meu pedido
Louise Eu estava sem reação diante de tudo que acabou de acontecer em tão pouco tempo. Maurício se foi e eu fui até a cozinha pegar as outras taças.— O que houve, Lu? — Entrei na cozinha e dei graças a Deus por ter só Maria na cozinha. — Nada, o que poderia ser? Apenas com pegar as outras taças. Por quê?— Porque está mais que na cara que você está nas nuvens. Anda, me diz logo o que aconteceu? — A gente se beijou, mas foi como uma forma de agradecimento por ele ter me tirado de perto de uma pessoa muito desagradável. Mas é coisa boba. Eu jurei a mim mesma jamais contar o que me ocorreu para alguém, somente Parkinson sabe além dos culpados, mas sinto que devo desabafar isso com alguém antes que eu possa enlouquecer de uma vez para nunca mais me recuperar.— Você conhece o James? — Sim, sim... Norely tem grande valor por aqui, era até um dia desses um dos melhores negociadores que o Maurício tinha. Ele tem sempre tudo que quer nas mãos, sem muito esforço. Mas, ultimamente percebi
Louise Depois que foda festança acabou ontem, eu arrumei tudo antes de ir dormir. Ao entrar no quarto vi duas malas, com algumas blusas sociais, calças jeans e algumas bolsas. Tinha também vestidos longos, saltos e tênis. Acordei faltando 15 para às 05:00 e felizmente, ou infelizmente, hoje eu estaria indo conhecer a empresa de Maurício e começando meu primeiro dia de trabalho. Escolhi um vestido longo e um salto, soltei os cabelos e passei um batom vermelho. A ansiedade estava gritante dentro de mim, mas eu estava ansiosa para conhecer outras pessoas. — Louise! Não demore muito, precisamos chegar mais cedo para quê… — Roberto me olhava de cima para baixo, como se estivesse vendo um fantasma. — Caralho, cadê a Louise? O que você fez com ela? — O que está olhando? Vamos logo, não quero chegar atrasada no meu primeiro dia. — Segurei seu braço e saímos do dormitório. — Maurício não vai poder ir hoje, por isso eu vim te buscar. Quero te avisar antes de tudo que você não precisa ter me
Alícia — Alícia! Que surpresa te ver por aqui...— Maurício, que surpresa agradável, queria mesmo encontrar você. — Então, acho que foi a hora perfeita para isso, pois queria mesmo falar com você, mas já vou dizendo que não esse filho não é meu e muito menos seu.— E quem te garante isso? Fala de uma forma tão confiante. — Seus exames! Achou que eu não sabia mesmo das coisas que você fazia pelas minhas costas, Alícia?Seu rosto ainda era o mesmo! Depois de anos eu finalmente estou cara a cara com ela para o nosso acerto de contas, que não seria nada barato.— Olha só.... Quem diria que você iria mudar tanto, nem parece o Maurício que eu conheci há alguns anos atrás. Tá descarado!— Infelizmente ainda nós conhecemos, mas eu vim aqui te pedir uma coisa! Quero que não me envolva em seus planos ridículos. Afinal, quem é o pai dessa criatura?— Olha aqui, quem você acha que é? Vem até aqui insultar o nosso filho e depois ainda vem querer me ameaçar, qual é a porra do seu problema, meu a
LouiseJamais imaginei que Maurício trabalhasse com vinho, pelo menos ele tem bom gosto. Como dizem: as pessoas nos surpreendem. Em frente a mesa de computador havia algumas malas, mas não mexi em nenhuma. Algumas mensagens eram para Emma, a conta dela estava logada no computador, ela também me surpreendeu, com várias agências de modelos espalhadas por aí. Quem diria!Após três horas de trabalho, na hora do meu intervalo para o almoço, eu estava ansiosa e com fome. — E aí, tá se adaptando ao seu primeiro dia? — Roberto surgiu na porta me tirando dos meus pensamentos idiotas. — Tô indo... onde eu posso comer por aqui? — A verdade era que eu estava faminta desde ontem, com a ansiedade gritando eu não consegui tomar café da manhã, além disso não havia ninguém acordado ainda. — Hoje você tem sorte que eu estou aqui e você poderá sair comigo até um restaurante. Gosta de comida japonesa?— Não, eu odeio comida japonesa. Odeio tudo que seja cru e apimentado. — Eu também odeio. Portanto,
Alícia — Eu já não suporto mais esconder que você o pai dele, James. O garoto agora tagarela o dia todo no meu pé de ouvido, eu o amo, mas tá complicado ter que criar ele sozinha quando o pai dele está bem aqui, na minha frente.— Depois conversamos sobre isso Alícia, agora tenho que ir mesmo, as mulheres não esperam!James sempre foi fissurado por mulheres, isso nunca foi normal. A primeira vítima dele foi Louise, a filha do maldito Parkinson. Agora Norelly teve a terrível ideia de levar ele para casa do Maurício e ele quer torrar tudo que ele tem com aquelas garotas ridículas.— Alícia, tem um minutinho, querida? — A insuportável voz do Norely chegou em meus ouvidos de uma forma terrível.— Norely, espero que não queria se meter na minha novamente. Já te disse que não preciso de incentivos ou opiniões. Além disso, eu sei cuidar muito bem do meu filho. — Não se esqueça de que seu filho é meu neto, e que se você está vivendo no luxo até os dias atuais é porque eu pago tudo, entendeu