~VITOR~
Eu mal conseguia acreditar como consegui chegar ao escritório naquela manhã. Cada passo tinha sido um esforço monumental, e meu coração se apertou ao ver a mesa de Luna vazia. A lembrança de nossa última conversa, a decisão definitiva de terminar tudo, ainda estava fresca na minha mente. Eu não era um homem conhecido por voltar atrás em minhas decisões, mas isso... Isso estava doendo de um jeito que eu nunca tinha experimentado.
Suspirei pesadamente, tentando ignorar a sensação de vazio que tomava conta de mim. Caminhei até minha sala, tentando me concentrar na pilha de trabalho que me aguardava. Eu havia comunicado que Luna estava doente e que não iria trabalhar hoje, uma desculpa frágil que não conseguia apagar a realidade de sua ausência.
Sentei-me à minha mesa, olhando para a garrafa de uísque que ag
~VITOR~Eu estava mergulhado em uma pilha de documentos quando o telefone tocou. Gabriella, minha nova secretária, anunciou com sua voz profissional:— Senhor Oeri, Daniel Oeri está aqui e deseja vê-lo.Levantei a cabeça dos papéis, tentando afastar as preocupações do trabalho por um momento. Respirei fundo antes de responder.— Pode deixá-lo entrar, senhorita Almeida.Poucos segundos depois, Daniel entrou no meu escritório. Ele tinha uma expressão meio confusa, e isso fez com que eu endireitasse a postura na cadeira, curioso.— Acho que sua nova secretária estava dando em cima de mim — disse ele, fechando a porta atrás de si e caminhando até a minha mesa. Ele parecia desconfortável, quase desconcertado, enquanto se sentava na cadeira em frente a mim.Levantei os olhos dos papéis, tentando conte
Eu estava sentada em um pequeno Café acolhedor, o cheiro dos grãos recém-moído misturando-se ao leve aroma de pães frescos. A decoração era simples, com mesas de madeira e cadeiras confortáveis, criando um ambiente convidativo. Peguei minha xícara de café, sentindo o calor reconfortante nas mãos, enquanto encarava o meu celular. Uma mensagem piscava na tela: "SUA VADIA DESGRAÇADA! VOCÊ VAI ME PAGAR POR ISSO." O número era desconhecido, mas eu não tinha dúvidas de que era de Estela.Suspirei, pensando no que aquilo significava. Se Estela conseguia me mandar uma mensagem, talvez estivesse novamente conseguindo dar suas escapadas. Mas, no fundo, eu sabia que ela não tinha mais nada contra mim. Vitor já sabia de tudo, e minha vida estava um caos.Meus pensamentos foram interrompidos por uma voz masculina.— Me atrasei? — Perguntou
~VITOR~Eu estava sentado na minha sala no escritório, o ambiente iluminado pela luz suave que entrava pelas janelas. O ar condicionado zumbia baixinho, tentando manter a temperatura confortável. À minha frente, Rafael, meu novo advogado, estava com uma expressão séria enquanto mexia nos papéis sobre a mesa.— Vitor, precisamos falar sobre os vídeos que surgiram na internet — começou Rafael, ajustando os óculos e olhando diretamente para mim. — Aqueles que mostram você entrando no bar e agredindo o atendente.Suspirei, sentindo a tensão nos ombros. Sabia que aquilo viria à tona mais cedo ou mais tarde.— O homem em questão, Henry, tinha tentado abusar da minha ex-namorada. Isso me fez perder a cabeça — expliquei, tentando manter a calma, mas sentindo a raiva borbulhando por baixo da superfície.Rafael b
No sábado, eu estava no antigo apartamento, empacotando minhas coisas. Felipe tinha vindo para me ajudar, como havia prometido. Julia também estava lá, tirando suas coisas com a ajuda de Daniel. Quase não tínhamos móveis para transportar, então a tarefa principal era empacotar roupas e objetos pessoais.A luz do sol da manhã entrava pela janela, iluminando o caos organizado que se espalhava pelo chão do apartamento. As caixas se amontoavam, e eu me sentia exausta, tanto física quanto emocionalmente. Cada item que eu colocava em uma caixa parecia carregar um peso emocional, uma lembrança do tempo que passei ali. Peguei uma caixa cheia de roupas e desci para colocá-la no carro de Felipe.Enquanto descia as escadas, o som dos meus passos ecoava pelo prédio vazio. O ar estava carregado de poeira, e eu sentia uma leve pressão no peito, como se o ambiente refletisse a tens&atild
O dia da mudança foi extremamente cansativo. Desde as primeiras horas da manhã, eu e Julia havíamos estado ocupadas carregando caixas, limpando e tentando organizar o novo apartamento. Felipe e Daniel foram uma ajuda inestimável, e, juntos, conseguimos fazer o grosso do trabalho. Mesmo assim, o novo apartamento parecia uma zona de guerra, com caixas empilhadas em todos os cantos e objetos espalhados pelo chão.A luz do sol da tarde entrava pela janela, iluminando o caos organizado que se espalhava pelo chão do apartamento. As caixas se amontoavam, e eu me sentia exausta, tanto física quanto emocionalmente.— Não acredito que finalmente terminamos de descarregar tudo — disse Julia, limpando o suor da testa e se jogando no chão da sala.— Eu também não — respondi, sentando-me ao lado dela. — Parece que fui atropelada por um caminhão.Felipe entr
~VITOR~Cheguei ao fórum na manhã da segunda audiência de divórcio e guarda de Clara com um nó no estômago. O local, imponente e austero, parecia intensificar minha ansiedade. Cada passo que dava em direção à sala de audiência parecia ecoar a gravidade da situação. Meu rosto ainda exibia os hematomas da briga com Henry, uma prova viva da minha atitude impulsiva. Eu havia perdido o controle ao saber do que Henry tinha feito a Luna e agora me perguntava a troco de quê. Aquilo só serviu para dar mais munição a Marina.Rafael, meu novo advogado, caminhava ao meu lado, silencioso e observador. Hugo, que ainda continuava como meu advogado, não estava a par da estratégia que Rafael e eu havíamos traçado, mas ele não demonstrava qualquer tipo de nervosismo. Ao entrar na sala de audiência, respirei fundo, tentando man
A manhã estava clara e ensolarada quando cheguei à empresa que Felipe havia indicado para a entrevista de emprego. Sentia-me confiante, vestindo meu melhor conjunto de calça social e blazer, e com meu portifólio em mãos. Apesar de meu tempo no Grupo Oeri ter sido apenas como secretária de Vitor, trabalhei em alguns projetos enquanto ele me treinava. O projeto do Grupo Oasis, em particular, era muito renomado. Isso poderia compensar minha falta de experiência.Ao entrar na recepção, fui recebida por uma recepcionista simpática que me pediu para aguardar. Sentei-me em uma das poltronas confortáveis e respirei fundo, tentando controlar a ansiedade. Passei os olhos pelo ambiente moderno e bem decorado, com plantas em vasos brancos e obras de arte minimalistas nas paredes. Tudo ali transpirava profissionalismo e sucesso.Finalmente, fui chamada para a entrevista. Caminhei pelo corredor, tentando man
~VITOR~Eu e Daniel estávamos sentados no bar de sempre, um lugar discreto e aconchegante, após um longo dia de trabalho. O ambiente era familiar: iluminação suave, o som de conversas tranquilas e o tilintar dos copos compondo a trilha sonora do lugar. O aroma de uísque e madeira polida impregnava o ar. O barman, já nosso conhecido, preparava nossos drinques com habilidade enquanto Daniel puxava conversa sobre o evento de gala que Otto e Kara Milani estavam organizando no Hotel Milani.— Você soube da gala beneficente do Otto? — perguntou Daniel, girando o copo de uísque nas mãos, observando o líquido âmbar com interesse. — Parece que vai ser um grande evento. Ele e Kara estão se empenhando bastante.— Sim, ouvi falar — respondi, tomando um gole do meu uísque. O calor do álcool desceu suavemente pela minha garganta, proporci