~VITOR~
Eu saí da casa de Luna, meu coração pesado e minha mente em turbilhão. A descoberta de que não era o pai biológico de Clara já tinha sido devastadora, mas descobrir que Luna só se aproximou de mim por vingança e com a intenção de me tirar Clara era demais para suportar. Cada palavra dela ainda ecoava na minha cabeça, corroendo o pouco que restava da minha paz.
Dirigi pelas ruas, sem rumo, durante horas a fio, dando voltas e voltas pela cidade e eventualmente parando em alguma praia para simplesmente observar as ondas. Nem aquilo me relaxava.
Quando o sol começou a se pôr, encontrei um bar abrindo. Entrei, sentindo a necessidade urgente de entorpecer a dor. Sentei-me no balcão, pedindo uma bebida forte. O barman me serviu um copo de uísque, e eu o virei de uma vez só, sentindo a queimadura do álcool descendo pela minha
Acordei no dia seguinte, sem saber exatamente onde estava. A claridade suave da manhã filtrava-se pelas cortinas do quarto, banhando tudo com uma luz amena. Olhei ao redor, confusa, tentando reconhecer o ambiente. O quarto era grande, decorado com simplicidade, mas com um toque de sofisticação. A cama de casal em que eu estava deitada tinha lençóis macios e uma colcha branca. Uma poltrona elegante estava posicionada perto da janela, e um tapete de tons neutros cobria parte do chão de madeira polida. Um guarda-roupa de madeira escura ocupava uma parede inteira, e algumas plantas em vasos traziam um pouco de vida ao ambiente.Minha mente ainda estava nebulosa dos acontecimentos da noite anterior. Quando pensei em me levantar, a porta do quarto se abriu e Julia entrou, trazendo uma bandeja de café da manhã. Ela sorriu ao me ver acordada.— Bom dia, amiga — disse ela, sua voz suave e reconfortante.
~VITOR~Acordei confuso, o quarto entrando lentamente em foco enquanto a ressaca fazia a minha cabeça latejar. Pisquei várias vezes, tentando clarear a mente, e aos poucos, a noite anterior começou a se desdobrar em minha memória. O gosto amargo do arrependimento tomou conta de mim, misturado com a sensação pesada da culpa. Procurei as roupas ao meu redor, tentando lembrar como tudo tinha desandado tão rápido.A imagem de Marina e Luna se alternava na minha mente, e eu me senti um idiota por ter procurado Marina para confrontá-la. Quanto mais eu mantivesse as coisas em segredo, melhor seria para mim até o momento de usar tudo no tribunal. E dormir com ela? Isso tinha sido uma péssima escolha! Por mais que eu só conseguisse ver Luna na minha frente, não era Luna com quem eu tinha passado a noite.Levantei-me devagar, minha cabeça girando, e comecei a re
~VITOR~Eu mal conseguia acreditar como consegui chegar ao escritório naquela manhã. Cada passo tinha sido um esforço monumental, e meu coração se apertou ao ver a mesa de Luna vazia. A lembrança de nossa última conversa, a decisão definitiva de terminar tudo, ainda estava fresca na minha mente. Eu não era um homem conhecido por voltar atrás em minhas decisões, mas isso... Isso estava doendo de um jeito que eu nunca tinha experimentado.Suspirei pesadamente, tentando ignorar a sensação de vazio que tomava conta de mim. Caminhei até minha sala, tentando me concentrar na pilha de trabalho que me aguardava. Eu havia comunicado que Luna estava doente e que não iria trabalhar hoje, uma desculpa frágil que não conseguia apagar a realidade de sua ausência.Sentei-me à minha mesa, olhando para a garrafa de uísque que ag
~VITOR~Eu estava mergulhado em uma pilha de documentos quando o telefone tocou. Gabriella, minha nova secretária, anunciou com sua voz profissional:— Senhor Oeri, Daniel Oeri está aqui e deseja vê-lo.Levantei a cabeça dos papéis, tentando afastar as preocupações do trabalho por um momento. Respirei fundo antes de responder.— Pode deixá-lo entrar, senhorita Almeida.Poucos segundos depois, Daniel entrou no meu escritório. Ele tinha uma expressão meio confusa, e isso fez com que eu endireitasse a postura na cadeira, curioso.— Acho que sua nova secretária estava dando em cima de mim — disse ele, fechando a porta atrás de si e caminhando até a minha mesa. Ele parecia desconfortável, quase desconcertado, enquanto se sentava na cadeira em frente a mim.Levantei os olhos dos papéis, tentando conte
Eu estava sentada em um pequeno Café acolhedor, o cheiro dos grãos recém-moído misturando-se ao leve aroma de pães frescos. A decoração era simples, com mesas de madeira e cadeiras confortáveis, criando um ambiente convidativo. Peguei minha xícara de café, sentindo o calor reconfortante nas mãos, enquanto encarava o meu celular. Uma mensagem piscava na tela: "SUA VADIA DESGRAÇADA! VOCÊ VAI ME PAGAR POR ISSO." O número era desconhecido, mas eu não tinha dúvidas de que era de Estela.Suspirei, pensando no que aquilo significava. Se Estela conseguia me mandar uma mensagem, talvez estivesse novamente conseguindo dar suas escapadas. Mas, no fundo, eu sabia que ela não tinha mais nada contra mim. Vitor já sabia de tudo, e minha vida estava um caos.Meus pensamentos foram interrompidos por uma voz masculina.— Me atrasei? — Perguntou
~VITOR~Eu estava sentado na minha sala no escritório, o ambiente iluminado pela luz suave que entrava pelas janelas. O ar condicionado zumbia baixinho, tentando manter a temperatura confortável. À minha frente, Rafael, meu novo advogado, estava com uma expressão séria enquanto mexia nos papéis sobre a mesa.— Vitor, precisamos falar sobre os vídeos que surgiram na internet — começou Rafael, ajustando os óculos e olhando diretamente para mim. — Aqueles que mostram você entrando no bar e agredindo o atendente.Suspirei, sentindo a tensão nos ombros. Sabia que aquilo viria à tona mais cedo ou mais tarde.— O homem em questão, Henry, tinha tentado abusar da minha ex-namorada. Isso me fez perder a cabeça — expliquei, tentando manter a calma, mas sentindo a raiva borbulhando por baixo da superfície.Rafael b
No sábado, eu estava no antigo apartamento, empacotando minhas coisas. Felipe tinha vindo para me ajudar, como havia prometido. Julia também estava lá, tirando suas coisas com a ajuda de Daniel. Quase não tínhamos móveis para transportar, então a tarefa principal era empacotar roupas e objetos pessoais.A luz do sol da manhã entrava pela janela, iluminando o caos organizado que se espalhava pelo chão do apartamento. As caixas se amontoavam, e eu me sentia exausta, tanto física quanto emocionalmente. Cada item que eu colocava em uma caixa parecia carregar um peso emocional, uma lembrança do tempo que passei ali. Peguei uma caixa cheia de roupas e desci para colocá-la no carro de Felipe.Enquanto descia as escadas, o som dos meus passos ecoava pelo prédio vazio. O ar estava carregado de poeira, e eu sentia uma leve pressão no peito, como se o ambiente refletisse a tens&atild
O dia da mudança foi extremamente cansativo. Desde as primeiras horas da manhã, eu e Julia havíamos estado ocupadas carregando caixas, limpando e tentando organizar o novo apartamento. Felipe e Daniel foram uma ajuda inestimável, e, juntos, conseguimos fazer o grosso do trabalho. Mesmo assim, o novo apartamento parecia uma zona de guerra, com caixas empilhadas em todos os cantos e objetos espalhados pelo chão.A luz do sol da tarde entrava pela janela, iluminando o caos organizado que se espalhava pelo chão do apartamento. As caixas se amontoavam, e eu me sentia exausta, tanto física quanto emocionalmente.— Não acredito que finalmente terminamos de descarregar tudo — disse Julia, limpando o suor da testa e se jogando no chão da sala.— Eu também não — respondi, sentando-me ao lado dela. — Parece que fui atropelada por um caminhão.Felipe entr