Ele percorreu meus ombros com os lábios, traçando um caminho lento e deliberado ao longo da minha espinha. Cada toque seu fazia minha pele formigar, e a maneira como ele deslizava meus vestidos como se fosse um ritual cuidadoso me fazia esquecer completamente o mundo ao redor.Suas mãos firmes exploravam minhas costas, descendo com uma lentidão calculada, enquanto seus beijos me incendiavam centímetro por centímetro. Meu vestido, antes uma questão de teimosia entre nós dois, agora era apenas um obstáculo irrelevante entre mim e ele.Quando seus dedos deslizaram para minha cintura e ele me puxou para mais perto, eu soube. Ele estava de volta para mim, finalmente. E, sinceramente? Eu não poderia me importar menos se ele me perdoou ou não. Tudo o que importava era aquele momento.Ele me virou para encarar seu olhar intenso, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, seus lábios tomaram os meus com um desespero contido. Um beijo quente, faminto, que me fez querer mais, muito mais. Minha
Assim que paramos de correr, Alexander desabou, ofegante, com uma mão no peito e a outra estendida para mim, segurando um inalador. Seus lábios estavam pálidos, e o rosto, alarmantemente vermelho. A inclinação de sua mão era clara: “Se eu apagar, use isso.”O pequeno eu fóbico entrou em pânico imediatamente. Claro, eu sabia que ele tinha problemas respiratórios, mas eu não esperava que uma simples corrida o levasse à beira da morte. Sem pensar, tirei minha jaqueta e envolvi seus ombros, ajoelhando-me ao lado dele como uma estátua de terror. O tempo pareceu se arrastar até que sua respiração finalmente se acalmou. Ele pegou o inalador de volta e, como se nada tivesse acontecido, perguntou: — Está com frio? Olhei para ele, incrédula. Se fosse eu no lugar dele, teria feito uma cena digna de novela mexicana. Mas não, Alexander Speredo estava mais preocupado comigo do que com a própria vida. Suspirei, frustrada. — Não estou com frio, estou apavorada! Por que não me disse que não po
Amar alguém é complicado, não é? Quando Alexander estava bravo comigo, eu sentia como se uma corda invisível estivesse apertando minha garganta, sufocante, insuportável. Mas agora que ele finalmente voltou para mim, era como se eu pudesse respirar de novo. Enquanto aproveitávamos a momentânea paz entre nós, meus ouvidos captaram um leve movimento no jardim. Virei-me discretamente em direção à mansão, e, claro, lá estava Nadir, vindo em nossa direção com passos calculados. Mas antes que eu pudesse me preparar para qualquer interação social indesejada, Alexander segurou meu rosto entre as mãos e me beijou. E não foi um beijo qualquer. Meu cérebro enviou sinais de alerta. “Tem gente olhando! Socorro!” Mas meu corpo? Ah, meu corpo cedeu completamente. O beijo era intenso, quase desesperado. Suas mãos percorreram minha cintura, me puxando para ele, colando nossos corpos em um encaixe perfeito. Eu tentei me afastar, juro que tentei, mas cada vez que eu soltava um gemido abafado cont
Alexander sequer piscou diante do ataque verbal da mãe, e, sem um pingo de remorso, respondeu com aquela calma irritante:— Mãe, se não tem mais nada a relatar, com licença.E, antes que ela pudesse soltar outro discurso indignado, ele simplesmente se virou e começou a andar pelo jardim, me arrastando junto sem o menor esforço. Fui obrigada a acompanhá-lo, lançando um olhar para minha sogra, que fervia de raiva. Se eu achava que ela me odiava antes, agora tinha certeza de que já estava planejando minha execução.Ela nem sequer tentou nos chamar para o jantar. Provavelmente para evitar o constrangimento público de ser ignorada de novo. A essa altura, Emma Speredo sabia que insistir com Alexander era tão eficaz quanto tentar ensinar boas maneiras a um gato de rua.Enquanto caminhávamos, olhei para ele com um ceticismo crescente. A expressão serena, o andar tranquilo… quase como se nada tivesse acontecido. Típico. Mas algo não se encaixava. Nadir saindo da mansão daquela forma repentina,
Quando finalmente chegamos ao hall de entrada, fui pega de surpresa ao ver Alexander ao lado de Pedro e do meu sogro. O trio parecia envolvido em uma discussão acalorada, e, a julgar pelo rosto vermelho do meu sogro, algo definitivamente não ia bem. Eu jurava que Alexander já tinha ido para a empresa, por isso não o procurei mais cedo. Pelo visto, eu estava errada. Bem errada. Mas não foi a discussão de negócios que me deixou arrepiada. Foi o olhar gélido de Alexander quando seus olhos pousaram em mim... e em Nadir, que caminhava ao meu lado. A transformação foi instantânea. Ele passou de uma expressão fria e indiferente para algo sombrio, algo que fez minha garganta secar e meus pés grudarem no chão. Sabe aquela sensação de ser pega no flagra, mesmo sem ter feito nada? Pois é. Nadir, percebendo minha paralisia repentina, parou também. Alexander, por outro lado, ignorou completamente os dois homens ao seu lado e caminhou em minha direção com uma calma inquietante. Sua pres
Assim que chegamos ao segundo andar, Alexander chamou o mordomo. Quando o velho finalmente apareceu, meu adorável marido tratou logo de delegar mais uma de suas tarefas peculiares.— Providencie um estilista para Charlotte. E compre roupas apropriadas para a ocasião — ordenou, como se estivesse solicitando uma simples xícara de café.Cruzei os braços, encarando-o com descrença.— Você também não faz ideia do que usar, não é? Ele sequer piscou. A verdade é que ser casada com Alexander tem seus… privilégios. Nunca precisei me preocupar com compras; ele sempre encheu meu armário com peças que julgava “adequadas”. Interagir com a alta sociedade? Também não. Bastava estar ao lado dele, e sua presença gelada era suficiente para afastar qualquer tentativa de contato social desnecessário. Prático, não? Quando ele terminou de dar as ordens, me arrastou para o quarto, e, para minha total surpresa, foi direto até a gaveta, pegou o secador de cabelo e começou a secar meus fios, como se fosse a
Sem me importar com a reputação de Alexander na frente da estilista, virei-me para ela com um sorriso educado, mas firme.— Peço desculpas pelo transtorno, mas a roupa que estou vestindo está ótima. Não vou trocá-la. A estilista assentiu com uma expressão que misturava alívio e medo, mas Alexander… ah, Alexander não parecia nada satisfeito. Ele me olhou como se eu tivesse acabado de anunciar que pretendia sair de casa vestida com um saco de batatas. Seus olhos se estreitaram tanto que eu juro que quase vi faíscas saindo dali. Ainda assim, permaneci firme, fingindo uma serenidade que definitivamente não sentia. — Charlotte… — Ele começou, mas parou, exalando pelo nariz, visivelmente tentando manter a compostura. E então, sem dizer mais nada, ele girou nos calcanhares e saiu da sala em um silêncio carregado. Mas, claro, não sem antes me lançar um último olhar de advertência que parecia dizer: “Essa conversa não acabou.” Se a porta fosse de vidro, ele provavelmente teria ficado
Nadir estava perto. Perto demais. E, considerando que eu era uma mulher casada — com um marido absurdamente controlador —, essa proximidade me deixou desconfortável. Dei um passo para trás, cruzando os braços. — Sim — respondi, firme. Ele assentiu devagar, como se estivesse processando minha resposta. Então, sem outra palavra, virou-se e caminhou para o salão de convidados. Observei suas costas se afastarem e, de repente, comecei a me sentir estranhamente inquieta. Talvez Alexander estivesse certo em seu ciúme irracional. Afinal, Nadir tinha dito que me via como uma irmã, mas aquele olhar que ele me lançou… bom, vamos dizer que não era exatamente fraternal. O amor realmente assume muitas formas. Mas… será que eu deveria continuar acreditando que Nadir era tão inocente assim? E como foi a visita à fazenda?Bem, para começar, foi um desastre. E eu deveria ter previsto isso desde o instante em que entrei no salão de convidados e vi minha sogra ao telefone, tagarelando animada