Cecília apertou a mão dele, tentando transmitir força. — Meu cérebro… acho que bloqueou minha visão como uma forma de me proteger, de evitar que eu encarasse novamente aquela lembrança, aquele trauma. Mas agora eu sei que não vou ter paz até encontrar esse homem. Preciso fazer justiça, Cecília. Ele precisa pagar pelo que fez. A voz de Gael tremia, carregada de emoção. Ele respirou fundo antes de continuar: — Eu nunca procurei por ele porque achava que estava morto. Mas o pesadelo me fez lembrar que eu o vi. Ele está vivo. E agora, mais do que nunca, eu sei que preciso encontrá-lo. Não só por minha mãe, mas para evitar que ele continue machucando outras pessoas. Cecília olhou para ele, sua expressão um misto de preocupação e compreensão. — Gael, isso pode ser perigoso — disse ela, a voz doce mas firme. Ele a encarou, a intensidade de suas palavras refletida em seus olhos parcialmente restaurados. — Se eu tivesse medo do perigo, Cecília, não teria sobrevivido a tudo o que já vivi
O coração de Cecília acelerou com as palavras dele. Apesar de sua timidez, sentiu-se desejada e amada como nunca antes. Ela virou-se novamente para o closet, tentando esconder o sorriso que insistia em aparecer. — Eu fico feliz que você possa me ver assim… — murmurou, enquanto pegava uma blusa leve. — Mas não precisa exagerar, tá? Gael se levantou lentamente, aproximando-se dela em passos silenciosos. Quando parou atrás dela, a toalha ainda cobrindo suas costas, ele envolveu a cintura dela com os braços. Sua respiração quente tocou o pescoço de Cecília, arrepiando sua pele. — Não é exagero — sussurrou ele, sua voz grave. — É a verdade. Cecília fechou os olhos por um instante, sentindo o calor do corpo dele contra o seu. Uma mistura de felicidade e excitação dominava seus sentidos. Ela se virou nos braços dele, encontrando aqueles olhos que agora podiam enxergá-la de novo. — Então, talvez eu acredite — respondeu, sorrindo de leve. Gael a puxou para mais perto, o sorriso dele ag
Ele se aproximou dela com passos firmes, mas olhos gentis. Segurou as mãos dela, transmitindo segurança. — Eu também. Mas não posso ignorar os riscos. Essa busca não é só por mim, é pela memória da minha mãe e pelas mulheres que ainda podem estar nas mãos daquele homem. Cecília suspirou, vendo a firmeza no olhar de Gael. Ele parecia invencível, mas ela sabia que por trás daquela postura havia feridas ainda abertas. — Está preparada para descobrir de onde eu vim? — perguntou ele, sua voz carregando um misto de expectativa e apreensão. Ela ergueu o queixo, decidida. — Mais do que preparada. E se isso significa estar ao seu lado, então eu vou até o fim com você. Gael sorriu, aliviado. Aproximou-se mais, envolvendo-a em seus braços. — Você é minha força, Cecília. Ela retribuiu o abraço, sentindo o coração cheio de amor e coragem. — E você é o que me motiva ser forte . O momento foi selado por um beijo profundo, uma promessa silenciosa de que enfrentariam tudo juntos, não importa
.A mulher retirou um livro antigo, de capa puída, e abriu-o. Ali havia registros de várias mulheres, com fotos, datas e nomes. Quando ela chegou às últimas páginas, o coração de Gael apertou. — É ela... — disse ele, com a voz embargada, apontando para uma foto de sua mãe. Era difícil olhar para aquele rosto familiar. Ela fora uma mulher linda, com um sorriso doce e olhos brilhantes que, com o tempo, haviam sido apagados pelo álcool e pelas drogas. Ao lado dela, quatro fotos de homens marcados como clientes assíduos. Gael sentiu o sangue gelar ao reconhecer um deles. — Não pode ser... — Ele murmurou, apertando o punho. O homem na foto era ninguém menos que um senador de renome, conhecido por pregar a moral e os bons costumes. Ele era o assassino de sua mãe, o rosto que o assombrava nos pesadelos desde a infância. E, para piorar, era o mesmo homem que ele tinha visto no dia de seu acidente. Gael tirou uma foto do livro com o celular, registrando o nome e todos os detalhes. Sua
Cecília alcançou o ápice em poucos minutos, sufocando o grito de prazer contra o ombro dele, enquanto seu corpo tremia com as ondas de êxtase. Mas Gael não havia terminado. Ele a desceu da mesa, virando-a de costas para ele. Afastou os cabelos de Cecília, mordiscando suavemente sua nuca antes de ordenar, com um tom rouco e autoritário: — Apoie-se na mesa, Cecília. Empine para mim. Ela obedeceu sem hesitar, apoiando as mãos na superfície de madeira enquanto ele levantava o vestido dela, enrolando-o na cintura. Abaixou a calcinha de Cecília com uma lentidão provocativa e, em seguida, deu-lhe um tapa na nádega, arrancando um gemido que misturava surpresa e desejo. — Isso é por me deixar de castigo ontem, sem você. E isso... — Ele beijou a pele onde havia batido, deslizando os lábios pela curva de sua cintura. — ...é por ser tão linda e perfeitinha como é. Quando Gael a penetrou, o fez de uma só vez, com firmeza e intensidade. . Segurou um punhado dos cabelos dela enquanto seus mo
Ela ficou imóvel por um instante, o coração disparando. — Quem foi? — perguntou ela, a voz baixa e cheia de apreensão. Gael ergueu a cabeça, fitando-a nos olhos antes de responder: — Um senador. Um homem renomado, respeitado, admirado por todos... — Ele hesitou, como se ainda fosse difícil acreditar. — Mas, na verdade, ele não passa de um assassino covarde. Cecília levou uma mão à boca, abismada. — Um senador? — Ela balançou a cabeça, incrédula. . . — Como alguém assim pode esconder algo tão monstruoso?Eu quero dizer, viver pousando de homem que priva sempre a moral e os bons costumes e ser um monstro desse. Depois de alguns minutos no sofá, Cecília levantou-se e estendeu a mão para Gael, que a segurou com firmeza e se levantou. Sem dizer nada, os dois seguiram para a suíte, onde a tensão acumulada parecia ter dado lugar a uma cumplicidade silenciosa. Gael ligou o chuveiro e, juntos, entraram no box, deixando que a água morna lavasse não apenas seus corpos, mas também parte
Gael entrou no prédio de sua empresa, mas sua mente estava longe. Ele tentou se concentrar nos papéis sobre a mesa, mas a raiva e o ódio cresciam como um incêndio incontrolável. Lembranças do passado o consumiam, e ele sabia que não conseguiria se concentrar até enfrentar o responsável pelo pior dia de sua vida. Ele se levantou de repente, decidido. Pegou as chaves do carro e saiu sem dizer uma palavra. Dirigiu em alta velocidade até o gabinete do senador Gustavo de Castro. A cada quilômetro, sua determinação se intensificava. Ao chegar ao prédio, a segurança tentou impedi-lo, mas Gael estava tomado pela fúria. Com movimentos rápidos e precisos, desarmou e derrubou os seis seguranças que cruzaram seu caminho. Cada golpe era carregado pela dor e pela ira que ele guardava há anos. Finalmente, ele invadiu o gabinete do senador. A porta bateu com força contra a parede, e Gustavo de Castro levantou os olhos assustados. Ele era um homem de 50 anos, com uma aparência impecável e um ar d
Gael, com a adrenalina correndo em suas veias, forçava o carro a acelerar, determinado a chegar até Cecília o mais rápido possível. A tensão em seu peito aumentava a cada segundo, o medo de que, ao chegar, algo irreparável já tivesse acontecido com ela. O sangue escorria de seu ombro, mas ele não se importava. O único pensamento que o mantinha consciente era ela, Cecília, e a necessidade urgente de resgatá-la. A estrada à frente estava escura e lamacenta, e, quando ele tentou virar uma curva fechada, o carro perdeu a aderência. O som do pneu derrapando cortou o silêncio da noite, seguido por um grito estridente do motor tentando se recuperar, mas, em um piscar de olhos, o carro deslizou para o lado e, com um barulho seco, colidiu com uma árvore. O impacto foi violento, e Gael foi jogado para frente, o cinto de segurança apertando contra seu corpo. Sua cabeça bateu no volante com força, e ele ficou alguns segundos atordoado, o rosto quente pela dor, tentando recuperar os sentidos.