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Capítulo 3 - A REUNIÃO NO HOTEL

Robert recebeu uma mensagem que deveria se encontrar para jantar com o parlamentarista líder do governo na Suíte 1301 de um dos melhores hotéis da cidade.

Robert já tinha se acostumado há muito tempo com este tipo de coisa. Com certeza o assunto eram os entraves ao importante projeto em andamento e ele precisava levar um presente realmente relevante, sem se expor de forma alguma a qualquer tipo de exposição ou chantagem.

No fim do dia, ele foi para seu apartamento e se preparou adequadamente a este jantar de negócios. Foi com seu segurança dirigindo o carro e pediu que o aguardasse e ficasse atento e disponível.

Subiu até o 13º andar e foi até a porta do quarto 1301. Tocou a campainha e dois seguranças armados o mandaram entrar e o revistaram. Depois, foi levado à mesa de jantar onde estava o deputado, enquanto os seguranças saíam da Suite, para que pudessem conversar com privacidade. Após os cumprimentos, se serviram de uísque e ficaram conversando. A conversa já durava uns 15 minutos quando o assunto finalmente surgiu. O líider de governo perguntou em tom de brincadeira se a empresa estava tendo muitas dificuldades com as exigências governamentais e a demora em concluir o processo para marcar a licitação.

- De forma nenhuma, Deputado. Projetos dessa magnitude devem ser tratados com tranquilidade e calma, as exigências e a demora são absolutamente normais. Aliás, estive analisando pessoalmente a situação tanto da Argentina quanto no Paraguai e está tudo caminhando bem. A viagem foi muito agradável e até lhe trouxe um vinho Argentino muito bom, que adorei ao visitar uma vinícula lá.

Abriu uma sacola e dela retirou um vinho tinto e uma pequenina sacola de veludo.

- Espero que goste dessa pequena lembrança de viagem trazida por um amigo. Eu estou muito tranquilo que tudo se resolverá bem e no tempo certo. Minha empresa disputará a licitação e tem grandes chances, mas que vença a melhor!

O deputado cuidadosamente abriu um pouco da pequena sacolinha de veludo, vislumbrando uma dezena de diamantes de grande quilate.

- Claro, meu amigo! O melhor para o país sempre se realizará.

Neste momento, se ouviu um baixo som de zumbido e o deputado em seguida começou a passar mal, espumando e com sinais de estar tendo um sério ataque cardíaco.

Robert se levantou assustado para socorrê-lo, quando a pequena figura de preto entrou em um pulo pela janela, impedindo-o e tapando sua boca com a mão enluvada, enquanto a outra empunhava um punhal em suas costelas.

- Fique bem calmo, Sr. Roberto. Não vá fazer nenhuma besteira.

Ele estava pasmo: a figura vestida de ninja à sua frente era a mesma contra a qual ele lutou no clube. O mesmo olhar. Ele olhou para o deputado caído no chão, se debatendo, e viu uma finíssima agulha comprida enfiada no pescoço do deputado. Ele levantou com calma os braços, se rendendo e acenou pra a ninja que iria obedecer.

- Muito bem, Sr. Roberto. Preste atenção ao que eu vou dizer. Você vai ficar bem quieto.  Daqui a três minutos, uma bela jovem baterá na porta e você vai atender, deixá-la ela entrar e sair correndo desse hotel, sem dizer nada para ninguém. Se você ficar calado, não se preocupe com as câmeras de segurança. Só não me faça usá-las contra você.

Robert aquiesceu, mantendo os braços levantados. 

Ela rapidamente descobriu a cama e bagunçou os lençóis. Puxou o deputado e o deitou na cama. De forma ágil o despiu completamente, espalhando suas roupas pelo quarto, deixando-o na cama, com o copo de uísque que ele estava bebendo na cabeceira. Retirou a agulha de seu pescoço, o fez engolir um comprimido azul e pegou tanto a pequena sacola com os diamantes, quanto o copo usado por Robert, colocando-o em uma saco plástico, para preservar as digitais e o dna.

Robert estava paralisado como nunca tinha imaginado reagir na sua vida.

- Sr. Roberto, os diamantes são meu pagamento por deixá-lo vivo e seguir sua vida sem implicações, se você não fizer nenhuma besteira. Você é um homem muito bonito, seria uma pena ter que matá-lo à toa ou incriminá-lo por um homicídio.

A jovem bateu com três toques na porta. Ele atendeu ao comando da ninja e a abriu para que a moça com uma camisola bem sexy entrasse. Os seguranças do deputado não estavam na porta, nem no andar. Ele deu um último olhar, encarando a ninja, e fechou a porta e foi embora com calma, a tempo de ouvir a jovem gritar e pedir socorro para o homem que estava com ela.

Ele preferiu descer alguns andares de escada e depois pegar o elevador, indo embora e ignorando a confusão que começava a se armar.

Para Robert foi difícil dormir naquela noite. Tudo aquilo repassava em sua cabeça. Aquela mulher. Coincidência se reencontrarem? Quais seriam seus planos com a morte do deputado? Ela era uma assassina. E por que ele não parava de pensar nela? Naquele olhar. Seria uma reação de choque? Mas ele não estava horrorizado. Ele estava curioso. Ele queria revê-la, o que era uma loucura. Sua mente pensava uma coisa e se contradizia ao mesmo tempo. Só conseguir dormir um pouco já era quse de manhã.

No dia seguinte, enquanto se arrumava para trabalhar, todos os veículos de mídia falavam da mesma notícia, um grande escândalo: o deputado líder do governo havia morrido de um ataque cardíaco, após ingerir comprimido e álcool, em uma noite de sexo escondido com sua amante.

Por sorte, seu rosto era o mesmo impassível e fechado de sempre. Ele foi trabalhar como se nada tivesse acontecido, apenas lidar com os acionistas sondando se isso seria positivo ou negativo para a empresa. Tentou o dia todo parecer calmo e mantendo o discurso de que as infeliciddes aconteciam na vida e eles iriam lidar com quem fosse que o substituísse.  

Realmente, tudo o que ele podia fazer agora era esperar para entender o que realmente estava acontecendo. Não era tão simples. quem seria o mandante e qual o seu intuito? A relação da empresa com o governo estava exposta. Haveria uma chantagem? Que tipos de risco eles corriam?  

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