Akira terminou o serviço rapidamente, deixou a jovem gritando por socorro, e saiu pela janela, descendo de rapel até o chão. Entrou no pequeno furgão preto e tudo parecia ter saído como previsto.
O planejamento fora perfeito, assim como a equipe de apoio. Os seguranças que trabalhavam há mais de dois anos para o deputado eram da sua equipe, assim como a sua jovem amante e secretária.
Descobrir o local, objetivo e com quem era a reunião foi bem tranquilo. Por algum motivo, Akira decidiu não matar o empresário, mas nem ela sabia exatamente o porquê. Apenas justificou que dada a importância da empresa na execução de projetos governamentais seria estratégico ter o CEO preso à sua chantagem.
Ela também teve muita dificuldade para dormir. Aquela pequena conexão com ele a deixava agitada. Uma certa sensação de familiaridade, como se o conhecesse antes parecia ter se entranhado em seus pensamentos, mas ela sabia que não conhecia o CEO.
No dia seguinte, as matérias jornalísticas eram as previstas. Havia ainda muita coisa a fazer. Controlar a rede de espionagem para que a pessoa certa assumisse a posição de líder de governo, fazer com que os rumos dos acontecimentos seguissem a estratégia planejada, etc.
Com tanto trabalho a fazer, ainda havia o convite para o jantar na mansão da família Tomazo, daqui a dois dias.
Akira e seu pessoal trabalharam muito naqueles dias, além das reuniões e decisões para tocar a parte legal da empresa, que também era primordial para suas estratégias. Afinal, era muito mais fácil realizar as coisas sem tantos rastros, quando o sistema de tecnologia de segurança da sua empresa era usado pelo hotel escolhido pela secretária do deputado para o encontro, assim como era o utilizado por muitas empresas e órgãos do governo. Sua empresa estava já totalmente infiltrada.
O Sr. Roberto nem sabia o quanto tinham em comum porque, apesar de nunca terem se encontrado antes, até sua empresa já utilizava os serviços da Yuna Serviços de Segurança Privada.
Agora, era sábado, noite do evento de sua família, e ela pensava no que vestir. Para irritar sua madrasta sentia vontade de usar um vestido tradicional japonês, mas isso realmente não seria uma boa ideia. Ela era a prestigiada filha rica e bem sucedida de uma família de prestígio.
Como o evento não seria com certeza um simples jantar, vestiu um vestido de gala exclusivo de uma estilista que brilhou nos tapetes vermelhos das últimas premiações cinematográficas. O vestido foi desenhado especificamente para seu corpo, com um ombro só em um fundo vermelho e brilhos que pareciam explodir como fogos de artifício no tecido, com tons de grafite e preto, totalmente alinhado ao seu corpo esguio.
Deixou seu motorista levá-la na Mercedes AMG de portas coupé, chegando em grande estilo.
Como sempre o evento estava cheio, com pretensões beneficentes, e havia inúmeras pessoas a cumprimentar, ser graciosa e política. Sua madrasta a olhou cheia de desdém, mas manteve a classe e aparência da família unida. Seu pai fazia o papel de pai orgulhoso e dedicado.
Akira não tinha amigos fora do seu trabalho, então socializar era muito desgastante. Porém se assustou quando viu seu pai conversando animadamente com o Senhores Roberto Alves Magalhães, tanto o pai como o filho.
Sem deixar transparecer, tentou se afastar par ir até o banheiro, quando seu pai a chamou. Sorrindo, aproximou-se calmamente do grupo e deixou seu pai lhe apresentar.
- Esta é minha filha Akira. Ela é um modelo em nossa família, não só é uma garota extraordinária, como assim que voltou ao Brasil montou uma empresa de muito sucesso, porque não quis ficar sob as minhas asas.
Akira deu cumprimento gracioso com a cabeça, sorridente e humilde. – é um grande prazer conhecê-los pessoalmente.
- Eu e seu pai estávamos comentando a curiosidade de você e meu filho Robert terem um passado parecido. Estudaram no exterior, voltaram bem jovens e se dedicam quase que exclusivamente ao trabalho. Claro que isso nos deixa muito orgulhosos. Porém, vocês tem poucos amigos e seu pai comentou como é uma pena não podermos simplesmente negociar o casamento de vocês. Porém, apresentá-los e incentivá-los a se conhecer é uma oportunidade que não deve ser perdida, pois seria de muito gosto para as duas famílias.
- Exatamente! Porque não vamos tomar um uísque e deixar os jovens conversarem, para não ficarem constrangidos. Vamos!
De repente, Akira e Robert ficaram à sós no meio da festa. Robert olhou para a linda jovem, em seu vestido vermelho e provocante, e ela estava estonteante.
- Eles nos deixaram em uma situação desconfortável, não é ?
- Sim, realmente desconfortável sermos apresentados desta forma em uma festa, como se tivessem expectativas sobre nós.
Ela ficou olhando melhor o CEO e reparando detalhes que não tinha percebido no hotel. Ele era realmente muito bonito, másculo, debaixo daquele smoking certamente tinha um belo corpo musculoso. Ele era muito atraente.
- Eu tenho a impressão de conhecê-la de algum lugar, mas é como se sua expressão estivesse diferente, eu não sei ao certo.
- Minha empresa presta serviços para a sua. Apesar de não ter lhe conhecido pessoalmente, já devemos ter nos encontrado à distância em situações de negócios, simpósios e diversos eventos.
- Eu acredito que teria reparado em você.
- Fico lisonjeada mas que eu saiba você é um empresário muito sério, obstinado e tem uma natureza mais fechada, não dando espaço para outros interesses.
Robert riu e disse: - Foi algo parecido o que seu pai disse de você antes que chegasse.
- Não nos sobra muito tempo, não é? Trabalhamos horas demais, compromissos demais.
- Gostaria de jantar comigo em uma noite próxima?
- Vou lhe deixar meu cartão, peça à sua secretária para combinar a agenda com a minha. - Ela disse , em seguida se afastando.
Robert segurou o pulso de Akira e fez com que ela se voltasse. Akira virou aturdida e irritada.
- Não vá ainda. Vi quando você chegou e parece que temos gostos em comum, quem sabe hobbies? Seu carro não é típico da escolha de uma executiva. Você gosta de carros?
- Gosto bastante. Quer trocar o jantar por uma corrida? Por mim, pode ser no autódromo ou uma simples corrida de rua. - disse desafiando-o.
- Convite curioso, mas eu gostei. Se você não tiver compromisso, vamos correr em um dia desta semana à noite, mesmo que seja bem tarde.
- Combinado! – Mas agora eu vou fugir da festa mesmo, à francesa.
Akira foi andando rápida e resolutamente, mas sem chamar atenção dos demais convidados.
Robert ficou olhando pensativo. A expressão da garota mudou quando ele a puxou pelo pulso. Ficou intrigado. Devia ser coisa da sua cabeça. Aquela filhinha de papai tinha de repente ficado com um olhar parecido com o da quela mulher. Sinceramente, ele achou que começava a estar obcecado e imaginando coisas.
Robert mandou sua secretária entrar em contato com a de Akira e conseguir obter o número do telefone dela. Por mais que estivesse ocupado e muitas coisas precisassem de sua atenção, ela não saía da sua cabeça de jeito nenhum. Ele estava confuso.Suas relações com as mulheres eram bem simples. Ele não gostava de se expor na mídia, preferia ir aos eventos sozinho e, se tivesse de estar acompanhado, geralmente convidava alguma executiva com quem estivesse lidando em razão de negócios, para que suas relações públicas pudessem sempre desmentir qualquer boato, alegando a parceria ou projeto em desenvolvimento conjunto.Não tinha namoradas. Era um solteiro convicto. Só se relacionava com mulheres que soubessem disso e tivessem o mesmo pensamento e interesse, o que era fácil de encontrar em seu meio.Viajava sozinho, tinha poucas pessoas de confiança, que tinha trazido do exterior para trabalhar com ele.Então, aqueles pensamentos que invadiam sua mente realmente o estavam incomodando. Akira
Akira chegou à empresa bem cedo. Ela tinha que assegurar que os planos estavam sendo implementados corretamente.Yuto chegou ainda bem irritado da noite anterior e foi logo falar com ela. Eles discutiram porque Yuto estava achando seu comportamento recente bem inconsequente.- Yuto, eu acredito que você não está vendo todos os pontos estratégicos que precisamos resolver. Reflita, por favor. Conseguimos eliminar o líder de governo que negociava com todo mundo por suborno. Estamos aguardando que nossas intervenções tenham dado certo e seja designado o futuro líder de governo, que é vinculado à nossa organização. Porém, precisamos de uma empresa que faça a execução da parte estrutural do projeto e que possamos nos infiltrar. Até agora a Alves Magalhães se mantém uma boa opção, porém não temos controle sobre eles. Tudo o que temos contra eles é que praticam suborno, mas isso não nos ajuda em nada no momento. Precisamos obrigá-los a entrar na licitação em consórcio com nossa empresa.- E p
Pontualmente, às 15 horas, o Sr. Tomazo chegou à empresa Yuna, sendo encaminhado para o escritório da dona da empresa, Akira.- Papai, que bom que veio me visitar. Aceita fazer um pequeno tour comigo?Akira o levou para conhecer as principais instalações da empresa. Começaram pela Central de Controle, onde eram monitorados todos os clientes, profissionais, carros e instalações da empresa em qualquer lugar, em tempo real. Nela também era monitorados os contatos com as forças da segurança pública e troca de informações e imagens de modo a colaborarem mutuamente. Além disso, visitaram os galpões de transporte, treinamento e armamento bélico, dormitório onde repousavam em revezamento os homens da equipe de segurança armada, para os plantões e para constante manutenção da tropa.Sr. Tomazo pôde compreender a dimensão da empresa e o quanto ela estava estrategicamente bem colocada no mercado.Voltaram ao escritório de Akira para conversar e tomar um chá.- Papai, eu convidei o senhor para v
Robert chegou às 20:50 no Edifício Home Plaza para buscar Akira. Era um condomínio de alto luxo famoso na cidade. Ele morava no mesmo bairro, onde se concentrava moradias luxuosas, edifícios com todos os benefícios que o dinheiro podia proporcionar e alguns condomínios de casas fantásticas. O próprio prédio e apartamento onde Robert morava era um desses edifícios. Mas ele constatou a diferença que dava a fama do Home Plaza. Depois de se identificar e direcionarem ele para um andar específico na garagem, novamente teve que falar com outra unidade de controle para ser autorizado seu acesso a um elevador privativo com acesso à cobertura onde morava Akira.O elevador o levou direto a um hall de entrada sofisticamente mobiliado e uma câmera de vídeo para se comunicar com a moradora. Quando Akira abriu a porta, ele viu que ela estava estonteante. Um lindo vestido cor de ameixa justo e comprido até os tornozelos, com uma fenda na lateral, e alças que prendiam em seu pescoço e deixavam suas
Na manhã seguinte, Robert foi ao escritório de seu pai, conversar com ele.- Bom dia Presidente! Como está sua manhã?- Bom dia Robert! Eu que te pergunto como estão as coisas.- Apesar da resistência dos nossos diretores, estou prosseguindo com o projeto da licitação e tenho boas perspectivas.- Muito bem. Eu sei que você é capaz de lidar com tudo isso.- O senhor já conversou comigo sobre o interesse no meu casamento com Akira Tomazo. Eu lhe disse que não tenho nenhum interesse em me casar. Porém, gostaria de entender melhor a sua estratégia.- Robert, eu sei que recentemente a Tomazo-Belmonte sofreu um revés e estão à procura de um parceiro investidor, mas obviamente o Sr. Tomazo não quer perder o controle acionário e não quer oferecer muitas ações para um investidor na companhia. Então, ele resolveu casar sua filha Akira, afinal ela é herdeira e quem se casar com ela, possuirá um maior número de ações. Porém, Akira não é uma herdeira comum. Ela mesma tem uma empresa que vem crescen
Robert e Akira estavam oficialmente noivos e com casamento marcado. Após o casamento, ele iria morar na cobertura dela. Já estavam saindo juntos para vários lugares para serem vistos pela sociedade como um casal. Porém, a regra de um não impedir que o outro levasse a vida do seu jeito, continuando a fazer as coisas que gostavam, já estava valendo.Robert estava decidido a fazê-la sofrer e se arrepender de ter interferido na sua vida.Então, ele a levou para dançar na Dark Moon. Ele conhecia bem Mr. Smith e saberia que conseguiria a confirmação de que ela era aquela ninja.Foram na Ferrari e ao entrar no elevador vip, ele colocou sua máscara prateada e deu à Akira a máscara preta rendada comum entre as mulheres. Ela tranquilamente colocou a máscara e o seguiu. Foram ao escritório de Mr. Smith e quando entraram, apresentou Akira como sua noiva. Akira fez apenas um leve cumprimento com a cabeça, mas o desconforto e o constrangimento de Smith eram visíveis. Ele se recompôs e deu parabén
Todas as tarefas da logística já estavam organizadas. Robert já tinha levado boa parte de suas coisas para a cobertura de Akira. Ela havia separado para ele uma imensa suíte, conectada a um escritório, no segundo andar, e deixado com que os assistentes dele organizassem da melhor forma e tivesse as características da moradia de Robert.No outro lado do segundo andar, ficavam também suas dependências privadas, uma suíte e um grande escritório também.No terceiro andar da cobertura, além do terraço, ficavam as piscinas aberta e fechada, com saunas e tudo necessário para lazer e relaxamento. Também ficavam a academia e o dojo de Akira. Ela tinha sido explícita de que ele poderia treinar e usar à vontade, desde que não mexesse no armário fechado dela dentro do dojo, nem em suas katanas penduradas na parede.Parecia que ela não estava fazendo tanto esforço para esconder que era a ninja. O armário estava trancado, mas com a chave na porta, e era repleto de todo o tipo de armas e equipamento
Um dia Robert chegou do trabalho bem mais tarde e iria subir direto para o quarto, mas acendeu as luzes da sala e se parou com Akira caída no chão, perto do sofá.Ele correu para socorrê-la, ela parecia desmaiada e bêbada. Garrafas de vinho e uísque estavam na mesinha e caídas no chão.Robert estava assustado, tentando entender o que havia acontecido, o que ela tinha feito e por quê. Primeiro tentou identificar se ela estava inconsciente mesmo ou apagada por efeito alcóolico. A respiração estava fraca. Ele a pegou no colo e subiu as escadas para o segundo andar, levando-a para o quarto.Ela e seu maldito robe de seda japonesa. Ela estava nua debaixo daquela robe. Tenho que controlar meus pensamentos e emoções. Sua idiota, por que você fez isso??? Ele ligou o chuveiro e a enfiou com robe e tudo embaixo do chuveiro.Por favor, Akira, respira.... Esfregou os pulsos, deixou a água cair no rosto dela. Ela começou a reagir, tossindo e parecendo que iria vomitar.Isso... vomite.... coloque