Capítulo 4 - AKIRA E O JANTAR

Akira terminou o serviço rapidamente, deixou a jovem gritando por socorro, e saiu pela janela, descendo de rapel até o chão. Entrou no pequeno furgão preto e tudo parecia ter saído como previsto.

O planejamento fora perfeito, assim como a equipe de apoio. Os seguranças que trabalhavam há mais de dois anos para o deputado eram da sua equipe, assim como a sua jovem amante e secretária.

Descobrir o local, objetivo e com quem era a reunião foi bem tranquilo. Por algum motivo, Akira decidiu não matar o empresário, mas nem ela sabia exatamente o porquê. Apenas justificou que dada a importância da empresa na execução de projetos governamentais seria estratégico ter o CEO preso à sua chantagem.

Ela também teve muita dificuldade para dormir. Aquela pequena conexão com ele a deixava agitada. Uma certa sensação de familiaridade, como se o conhecesse antes parecia ter se entranhado em seus pensamentos, mas ela sabia que não conhecia o CEO.

No dia seguinte, as matérias jornalísticas eram as previstas. Havia ainda muita coisa a fazer. Controlar a rede de espionagem para que a pessoa certa assumisse a posição de líder de governo, fazer com que os rumos dos acontecimentos seguissem a estratégia planejada, etc.

Com tanto trabalho a fazer, ainda havia o convite para o jantar na mansão da família Tomazo, daqui a dois dias.

Akira e seu pessoal trabalharam muito naqueles dias, além das reuniões e decisões para tocar a parte legal da empresa, que  também era primordial para suas estratégias. Afinal, era muito mais fácil realizar as coisas sem tantos rastros, quando o sistema de tecnologia de segurança da sua empresa era usado pelo hotel escolhido pela secretária do deputado para o encontro, assim como era o utilizado por muitas empresas e órgãos do governo. Sua empresa estava já totalmente infiltrada. 

O Sr. Roberto nem sabia o quanto tinham em comum porque, apesar de nunca terem se encontrado antes, até sua empresa já utilizava os serviços da Yuna Serviços de Segurança Privada.

Agora, era sábado, noite do evento de sua família, e ela pensava no que vestir. Para irritar sua madrasta sentia vontade de usar um vestido tradicional japonês, mas isso realmente não seria uma boa ideia. Ela era a prestigiada filha rica e bem sucedida de uma família de prestígio.

Como o evento não seria com certeza um simples jantar, vestiu um vestido de gala exclusivo de uma estilista que brilhou nos tapetes vermelhos das últimas premiações cinematográficas. O vestido foi desenhado especificamente para seu corpo, com um ombro só em um fundo vermelho e brilhos que pareciam explodir como fogos de artifício no tecido, com tons de grafite e preto, totalmente alinhado ao seu corpo esguio.

Deixou seu motorista levá-la na Mercedes AMG de portas coupé, chegando em grande estilo.

Como sempre o evento estava cheio, com pretensões beneficentes, e havia inúmeras pessoas a cumprimentar, ser graciosa e política. Sua madrasta a olhou cheia de desdém, mas manteve a classe e aparência da família unida. Seu pai fazia o papel de pai orgulhoso e dedicado.

Akira não tinha amigos fora do seu trabalho, então socializar era muito desgastante. Porém se assustou quando viu seu pai conversando animadamente com o Senhores Roberto Alves Magalhães, tanto o pai como o filho.

Sem deixar transparecer, tentou se afastar par ir até o banheiro, quando seu pai a chamou. Sorrindo, aproximou-se calmamente do grupo e deixou seu pai lhe apresentar.

- Esta é minha filha Akira. Ela é um modelo em nossa família, não só é uma garota extraordinária, como assim que voltou ao Brasil montou uma empresa de muito sucesso, porque não quis ficar sob as minhas asas.

Akira deu cumprimento gracioso com a cabeça, sorridente e humilde. – é um grande prazer conhecê-los pessoalmente.

- Eu e seu pai estávamos comentando a curiosidade de você e meu filho Robert terem um passado parecido. Estudaram no exterior, voltaram bem jovens e se dedicam quase que exclusivamente ao trabalho. Claro que isso nos deixa muito orgulhosos. Porém, vocês tem poucos amigos e seu pai comentou como é uma pena não podermos simplesmente negociar o casamento de vocês. Porém, apresentá-los e incentivá-los a se conhecer é uma oportunidade que não deve ser perdida, pois seria de muito gosto para as duas famílias.

- Exatamente! Porque não vamos tomar um uísque e deixar os jovens conversarem, para não ficarem constrangidos. Vamos!

De repente, Akira e Robert ficaram à sós no meio da festa. Robert olhou para a linda jovem, em seu vestido vermelho e provocante, e ela estava estonteante.

- Eles nos deixaram em uma situação desconfortável, não é ?

- Sim, realmente desconfortável sermos apresentados desta forma em uma festa, como se tivessem expectativas sobre nós.

Ela ficou olhando melhor o CEO e reparando detalhes que não tinha percebido no hotel. Ele era realmente muito bonito, másculo, debaixo daquele smoking certamente tinha um belo corpo musculoso. Ele era muito atraente.

- Eu tenho a impressão de conhecê-la de algum lugar, mas é como se sua expressão estivesse diferente, eu não sei ao certo.

- Minha empresa presta serviços para a sua. Apesar de não ter lhe conhecido pessoalmente, já devemos ter nos encontrado à distância em situações de negócios, simpósios e diversos eventos.

- Eu acredito que teria reparado em você.

- Fico lisonjeada mas que eu saiba você é um empresário muito sério, obstinado e tem uma natureza mais fechada, não dando espaço para outros interesses.

Robert riu e disse: - Foi algo parecido o que seu pai disse de você antes que chegasse.

- Não nos sobra muito tempo, não é? Trabalhamos horas demais, compromissos demais.

- Gostaria de jantar comigo em uma noite próxima?

- Vou lhe deixar meu cartão, peça à sua secretária para combinar a agenda com a minha. - Ela disse , em seguida se afastando. 

Robert segurou o pulso de Akira e fez com que ela se voltasse. Akira virou aturdida e irritada.

- Não vá ainda. Vi quando você chegou e parece que temos gostos em comum, quem sabe hobbies? Seu carro não é típico da escolha de uma executiva. Você gosta de carros?

- Gosto bastante. Quer trocar o jantar por uma corrida? Por mim, pode ser no autódromo ou uma simples corrida de rua. - disse desafiando-o.

- Convite curioso, mas eu gostei. Se você não tiver compromisso, vamos correr em um dia desta semana à noite, mesmo que seja bem tarde.

- Combinado! – Mas agora eu vou fugir da festa mesmo, à francesa.  

Akira foi andando rápida e resolutamente, mas sem chamar atenção dos demais convidados.

Robert ficou olhando pensativo. A expressão da garota mudou quando ele a puxou pelo pulso. Ficou intrigado. Devia ser coisa da sua cabeça. Aquela filhinha de papai tinha de repente  ficado com um olhar parecido com o da quela mulher. Sinceramente, ele achou que começava a estar obcecado e imaginando coisas.

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