Beatriz notou que Gustavo começava a mancar mais pesado e se preocupou. Talvez ela não devesse ter inventado de sair com ele naneve para entregar os presentes. Sua feição estava fechada e poderia até estar com dor.
— Acho melhor a gente sentar um pouco quando chegarmos, assim descansamos.
— Olha, eu não quero que fique com pena de mim tá legal... Não sou um maldito aleijado. Posso andar - disse aborrecido.
— Nossa... E falar sem pensar também, né? - ela se espantou — Eu só quis aliviar um pouco. Você me parece incomodado... E não acho que seja aleijado e menos ainda maldito... Me desculpe, foi só uma preocupação -
No momento em que ele a puxou pela mão e segurou seu rosto para um beijo lento e demorado, ela esqueceu de pensar. Quase esqueceu até de respirar.Não tinha como fazer isso sentindo o gosto da boca dele e o modo como seu corpo se acendia enquanto ele acariciava seu rosto com os dedos. Ficava emocionada pelo seu carinho.Gustavo estava ansioso por este momento em que ficaria sozinho com ela. Seu corpo lhe pedia para se unir ao dela.O modo suave como ele começou o beijo a levou a recordar de um filme antigo onde o mocinho se declarava para a mocinha e depois a beijava assim. Sua mente viajava para seus filmes românticos. Estava se sentindo encantada com aquilo. E era Natal. Estava tudo perfeito!
— Por que não ficamos aqui mesmo? Está bom aqui.Ele retirou a mão de sua calça e a olhou sério, o semblante fechado, pensativo. Óbvio que não.— Ficar aqui para quê? - mexeu a cabeça — Tanto seus irmãos vão voltar da casa dos amigos como o sofá é apertado para nós dois. Não dá pra ficar aqui.— E já não estamos aqui de boa? - ficou vermelha.— E por acaso acha bom trocar carícias em um sofá? É isso que é ficar de boa pra você? - ele deu um sorriso de lado.Ela
Ela entendia que ele pensava diferente, só não sabia porquê e isso a magoava tanto. Ela não era uma tonta, apenas tinham ideias diferentes, mas não queria que ele se perdesse ou estragasse o que tinham começado. Se ele a entendesse isso poderia mudar.— Gustavo... Só quero que você entenda o que eu...— Não! - levantou a mão — Se você acha que seguir o velho conto de caça e caçador vai funcionar comigo, está muito enganada. Não tenho tempo e nem quero ter para isso. Esse jogo já passa por minha vida há tempos e não quero repetir. Me afastei de onde morava por isso também. Pode tirar o cavalo da chuva, não vou participar.— Já disse
Gustavo acordou e de novo seu despertador enchia o quarto pequeno da cabana com o barulho irritante do bip. Ou talvez ele estivesse se irritando com tudo.Estava muito chateado, talvez mesmo ainda com raiva e decepcionado. Só que precisava definir bem o motivo da raiva e por quem.Sentou depressa, pegou o pequeno aparelho barulhento e o jogou contra a parede com força, que se partiu caindo no chão. Pronto, o som irritante parou de vez. Suspirou fundo mexendo no cabelo desalinhado pelo pouco sono da noite anterior em que ficou horas olhando para o teto de madeira escura pensando no que tinha acontecido na casa de Beatriz.Estava se sentindo muito frustrado de novo. Com ele e com ela. Com tudo na verda
E ela o tentava muito, não dava pra negar, mas ele não queria ficar só de namorinho, não tinha idade pra isso e nunca foi disso. Tinha que falar com ela e resolver o impasse para tudo voltar ao normal.S[o que antes seria bom um banho para acordar as ideias. Se fosse voltar a se envolver com ela teria que manter a calma. Não dava pra ir depressa. E ele era acostumado a ser assim.Se enfiou embaixo do chuveiro e deixou a água morna descer pelo corpo. As imagens dela não saíam de sua cabeça. Seu sorriso e também a surpresa em seu rosto quando ele a deixou de forma abrupta. Sabia que a tinha magoado e isso era o que mais o incomodava agora. Iria corrigir isso, se ela deixasse, c
— Bem, então vá comer logo e se passar lá na Beatriz, não esquece de ir lá em casa está bem?— Pode deixar, não esqueço - trocou outro beijo com ela.Suzana lhe dera uma boa desculpa para aparecer mais tarde na casa de Beatriz e aproveitar para falar com ela. Usaria isso como descupa para estar por lá.Entrou e fez o pedido, indo para uma mesa perto da janela maior, onde podia ver o movimento lá fora. Como das outras vezes estava tudo muito bom e o café quentinho o ajudou a ter mais ânimo. Já quase no final de sua refeição ele ouviu chamarem seu nome e olhou para trás. Por sorte já ia mesmo levantar.
— Isso é verdade - disse Bruno.Ela sabia que os irmãos estavam certos. Ela mesma já notara isso em sua personalidade, mas ainda assim, gostava muito dele.— Eu sei... - coçou a testa — Só que eu acho melhor mesmo dar um tempo - suspirou — Vai que ele decidide que morar em Torres não serve pra ele? E aí? Se eu me envolver com ele e depois me dá o fora? Melhor assim. Deixa ele pensar bem.— E por que você não parece estar bem com isso? - Bruno largou o carretel e levantou.— Ah... Porque é chato... Foi chato na hora - segurou a vontade de chorar — Eu cheguei mesmo a pensar que... Talvez... Sei lá - largou a caixa — Dei
Ela tinha uma lista onde tudo o que era preciso fazer na casa era marcado depois de pronto para não se perderem. Desde que começaram a fazer uma reforma em partes a casa vinha melhorando. Logo estaria tudo certinho e novo em folha. Teriam mais tempo para curtir a casa reformada e sem preocupações.Não dava pra fazer tudo logo porque seria um custo muito alto, mas aos poucos iam fazendo dos mais urgentes até o mais simples. Algumas coisas menores, fáceis de arrumar, eles mesmos faziam ou então chamavam alguém para o conserto e quando pagavam o serviço iam para outra tarefa.Era prazeroso cuidar da casa onde viveram felizes ao lado dos pais antes de tudo acontecer. Mas agora era a casa deles e tinham que prezar isso também, cuidando bem do imóvel. Nos tempos atuais,