~ MATT ~
Ouço um gemido baixinho de dor, mas já é o suficiente para me despertar do meu cochilo não autorizado e me colocar em estado de alerta. Ella está se mexendo fracamente na cama enquanto franze a testa, tentando se proteger da claridade.
- Hey, você acordou – puxo minha cadeira mais para perto da cama dela e seguro sua mão.
- Matt... – sua voz soa fraquinha. – O quê... ? O que aconteceu? Onde eu..?
- Você não se lembra?
Observo-a ficar em silêncio por alguns segundo, e quase posso ver sua cabeça trabalhando para tentar buscar as lembranças e colocá-las no lugar.
- Eu... que merda! Eu destruí seu carro? Puta que pariu, eu dei perda total em um Porsche?
- Porra de Porsche, Ella! Eu quero saber o que aconteceu com você! Você passou por mim na estrada e estava dirigindo como uma l
~MATT~Quando volto para o quarto em companhia de um médico, ele regula a medicação e explica para Ella que apesar do acidente ter sido grave o cinto de segurança tornou o que poderia ter sido fatal em apenas ferimentos leves. Ella tinha ganhado um braço quebrado, um ferimento profundo próximo a orelha esquerda, muitos hematomas pelo corpo e provavelmente teria que tomar remédio para dores por alguns dias.- Você vai passar a noite aqui para observação, mas tudo correndo como o esperado, amanhã pela manhã você já pode voltar para casa, ok?- Obrigada, doutor.Quando ele sai e fecha a porta do quarto atrás de si, volto a me sentar na cadeira próxima a cama e segurar a mão boa de Ella.- Temos frequentado mais hospitais do que eu gostaria – admito.- Eu que o diga. Hey... – ela acaricia os nós do
- Por que você parou? – Olho para o lado encarando Matt.Eu tinha recebido alta pela manhã e estávamos voltando para a cabana. Matt estava dirigindo o carro de Lilly, depois de ter reclamado algumas vezes sobre como era horrível dirigir um Mini Cooper Convertible, quando suas pernas mal cabiam dentro do carro. Mas quando viu que isso me fazia sentir culpada, mudou de assunto e disse que nem era um carro tão ruim assim.Agora estávamos parados em frente a pequena delegacia da cidade e por mais que eu tivesse perguntado, tinha uma boa ideia do que Matt queria que eu fizesse.- Você precisa fazer um boletim de ocorrência. Pedir uma ordem de restrição. A gente pode fazer isso aqui e depois meu advogado...- Não – digo simplesmente.- Ella, você sabe que é o certo a fazer.- Não – repito. – Não vai dar em nada, nunca d&aacu
Matt e eu saímos da cabana pouco antes do entardecer. Ele disse que as estradas da serra eram perigosas demais para encarar a noite, e que gostaria de chegar em casa a tempo do jantar. O que seria ótimo já que nossa alimentação tinha sido tão ruim no final de semana. É sério, eu nunca mais confiaria a Matt essa função quando planejássemos um final de semana em um lugar isolado.De bônus, ganhamos uma visão maravilhosa do céu se tingindo de laranja enquanto serpenteávamos pela estrada repleta de paisagens bucólicas. Mas apesar de toda aquela beleza, em certo momento me peguei observado a mais bela vista que eu poderia ter: Matt.- Hey, Matt, eu acabei de perceber algo... Você sempre dá uma piscadinha com os olhos toda vez que dá seta. É algum tipo de hábito estranho? – Pergunto, achando divertido.Matt riu, surpres
~ MATT ~- Desfaz esse bico – Colo meus lábios rapidamente nos de Ella enquanto estamos no elevador privativo. – Eu sei o que você está pensando e Yasmim não tem minha chave há anos.- Ainda assim tem uma mulher loira no seu apartamento – ela responde irritada.- Você se esquece que minha irmã é loira?- Como se o porteiro não fosse conhecer a Lilly pelo nome... – ela diz.- Ele é novo! – Mas ela bufa e revira os olhos. – Ella, a gente precisa trabalhar a sua confiança em mim.Quase ao mesmo tempo que digo essa frase, eu me arrependo. Não tenho dúvidas de que é Lilly quem está no meu apartamento, mas isso não faz dessa uma situação fácil. Ela tinha saído furiosa da nossa última conversa e dito coisas horríveis sobre Ella. Cois
- Matt te disse isso? – Sinto minhas pernas bambearem, e opto por voltar a me sentar na banqueta. Desisto até de tomar mais uma dose, minha mão também tremia.- É claro que não! Eu vi o contrato de vocês... Mexi nas coisas dele.- O contrato? – Engulo em seco.Merda, eu devia ter lido aquele contrato inteiro! Mas agora não fazia mais sentido, né? De qualquer forma, se Matt tinha colocado algo sobre isso, eu ficaria extremamente decepcionada. Nós deixamos bem claro o nosso acordo sobre sexo, e por mais que tenhamos quebrado na primeira oportunidade, não foi por dinheiro.- Eu não entendo – Lilly parecia pensativa, brincando com seu copinho. – É por isso que você está com Matt? Pelo dinheiro?- Não... – tento protestar, mas Lilly continua falando.- Porque você faz tão bem para ele! Eu nem consigo me
Acontece, que fazer as coisas com um braço só, e aquele que não era o meu dominante, estava se provando muito mais difícil do que eu imaginava. Além de coçar um absurdo! Então, na noite anterior, quando Matt e eu jantamos juntos e ele pediu que meu prato viesse com a carne completamente cortada em pequenos pedaços, meus olhos se encheram de lágrimas. Ao mesmo tempo em que me sentia uma garotinha aprendendo a usar os talheres pela primeira vez, aquilo soou como uma das coisas mais fofas que ele poderia fazer por mim.- Meu Deus, Matt, não são nem sete horas da manhã... E você trabalha há dez minutos daqui!Não tinha sido uma noite agradável. Toda hora eu acabava rolando por cima do gesso ou de alguma parte machucada do meu corpo e acordava choramingando de dor. Dessa vez, quando isso aconteceu, abri os olhos para ver Matt completamente vestido e terminando de d
- Senhorita, Antonella.Alexander Lennox meneia a cabeça em minha direção, sem se dar ao trabalho de se levantar ou estender a mão. Eu não era importante o suficiente para que ele se importasse em se mover mais do que alguns centímetros.- Senhor... Le-Lennox...A sombra de um sorriso perpassa pelo rosto do homem.- Você chama meu filho assim, não é? – Confirmo com a cabeça.Não o tempo todo, é claro. Normalmente quando eu queria provocá-los em momentos mais... íntimos. Isso tornava extremamente estranho falar dessa forma com o pai dele.- Pode me chamar de Alexander.- Senhor Alexander – me corrijo.- Sente-se – ele aponta para o sofá em sua frente, como se fosse o dono do lugar. Eu apenas obedeço. – Acredito que você saiba o motivo de eu estar aqui hoje, Antonella.Bem, algumas co
Acho que Matt e eu nunca ficamos tanto tempo juntos e em silêncio como aquela noite. Depois de um jantar, no qual ele me contou como tinha sido a conversa com a Lilly e que eles tinham ido até uma delegacia abrir oficialmente uma denúncia contra Oliver, e eu permaneci em silencio sobre o fato de seu pai ter ido me procurar para decidir nosso futuro, decidimos assistir um filme juntos no quarto. Mas a verdade é que nenhum dos dois estava prestando atenção, cada um absorto em seus pensamentos.Quando mais da metade do filme já tinha passado (e eu ainda nem tinha conseguido aprender o nome da protagonista), Matt pausa repentinamente. Ele se vira na minha direção e deposita um beijinho em meu pescoço, que me faz arrepiar inteira.- Desculpa por não ter dado atenção as suas preocupações antes. Sua carinha está péssima.- Hey, obrigada! – Brinco.