- Então... vocês transaram? – Amanda tinha um sorriso gigante no rosto, enquanto eu lhe contatava.- Isso foi tudo o que você captou da história? – Reviro os olhos.- Tá, tá, Bianca, blá, blá, blá... Mas vocês transaram?- Não exatamente, mais ou menos.- Tão ruim assim? – Seu sorriso morreu.- Não! – Protesto, me atirando de costas na cama dela. – Ninguém nunca fez comigo o que aquele homem fez... – suspiro, tendo uma breve lembrança da sua língua em mim. – Só que... fomos interrompidos pela Bianca. Esse é o ponto. – Suspiro novamente. - Ele me defendeu de um jeito!- Ella... – Amanda para de tirar coisas do seu guarda-roupas e vem se sentar ao meu lado. – Corta essa!- Essa o quê?- De ficar apaixonadinha. Eu te avisei desde o começo.- Eu não tô apaixonadinha.- Você tá sim! Porque você associa sexo com amor e você acha que o fato dele querer te comer é porque ele gosta de você. Ele não gosta, Ella! Ele tá vendo uma puta de uma mulher gostosa que ele quer foder, e só. - Fico calada
Na segunda-feira, quando chego no spa, estou prestes a passar direto pela minha irmã na recepção e me isolara na minha sala, como vinha fazendo, mas algo me chama atenção. Ou melhor, alguém.Aquela loira de olhos azuis e porte de modelo, parada no balcão como se fosse uma estátua de cera, rouba minha atenção. E isso não acontece apenas pelo fato de ela ser uma mulher linda – muitos dos clientes que aqui frequentava, eram – mas sim por eu achar que a conhecia de algum lugar.- ... mas Lilly me garantiu que você poderia me conseguir um encaixe. Prometo me programar melhor da próxima vez – ela ia falando com Bianca.- Boa tarde! – Me aproximo, ao ouvir o nome de Lilly. – Posso te ajudar?- Ella! – Ela me puxa para perto, dando dois beijinhos em meu rosto. Como se fossemos amigas de longa data. Mas apesar da sensação de conhecê-la, não conseguia me lembrar de onde. – Talvez você não se lembre de mim, mas eu sou a Yasmim. Amiga do Matt e da Lilly.Mas é claro! Era a ex-namorada de Matt que
- Você saiu mais cedo hoje – constato, quando Matt entra na minha salinha no spa. Normalmente quando ele chegava, eu já estava fechando o caixa, mas hoje nós nem tínhamos terminado o expediente ainda.- Quero te levar em um lugar – ele diz, ocupando a cadeira vazia diante da minha mesa.- Achei que hoje eu ia te levar em um lugar – respondo.- Verdade – ele diz, abrindo um sorriso. – Fiquei curioso com a sua mensagem pedindo para escolher o restaurante hoje. Conseguiu uma reserva?- Er... claro – minto. Não precisaríamos de uma reserva no lugar no qual iríamos. – Não vamos ter problemas com isso.- Certo – ele diz, me parecendo um pouco tenso demais. Isso me traz um déjà-vu da última vez que tentei fazê-lo relaxar, que me deixa tensa demais também. – Mas quero te levar em um lugar antes de irmos para esse nosso jantar misterioso. É um presente de Dia dos Namorados adiantado.- Ôh! – Me pego sem palavras.Nem tinha passado pela minha cabeça o fato de trocarmos presentes de Dia dos Namo
A ideia de levar Matt para jantar em um boteco pareceu ainda mais idiota depois de sairmos da Lennox. Eu tinha tirado as joias, é claro, e elas estavam sendo mantidas seguras no carro dele. Ainda assim, o contrates de ambientes era tão gritante.- O que estamos fazendo, Ella?Matt está grudado às minhas costas quando adentramos no ambiente lotado e barulhento. Um grupo de pagode toca ao vivo em um palco improvisado, fazendo com que todos precisem falar alto para serem ouvidos e causando uma cacofonia desagradável. Encontro uma mesa vazia no centro da confusão e me dirijo para lá. Só respondo Matt quando já estamos sentados.- Tratamento de choque.- Como? – Ele pergunta, dando uma risadinha.- Você disse que queria fingir para a minha família que estamos juntos. Esse é o tipo de ambiente que a minha família frequenta, Matt, não restaurantes chiques. E eu duvido que você sobreviva até o final dessa noite.- Ah, você duvida? – Matt ri, enquanto desabotoa o blazer e o tira, pendurando no
Eu não fui trabalhar na sexta-feira. Diferente de Amanda, deixei para fazer minha mala de última hora e acabei jogando coisas aleatórias ali dentro. Eu sabia que se esquecesse de alguma coisa, poderia recorrer a minha melhor amiga, é claro. Ninguém era mais preparada do que Amanda!Matt enviou o motorista para me buscar por volta das cinco da tarde. Eu achei que nós iriamos viajar com Mário, então na entendi o motivo de Matt não estar no carro quando entrei. Por um momento cheguei a cogitar que ele não quisesse correr o risco de encontrar com meus irmãos novamente, mas quando Mário me avisou que me levaria para encontrá-lo no escritório da Lennox, percebi que talvez ele apenas tivesse decidido ficar trabalhando até o último segundo.- Aquele workaholic... – brinco.Porém, quando chego, Matt está me esperando na recepção do prédio, no primeiro andar. Ele logo trata de pegar minha mala, por mais que eu diga que não precisava, e me guia até o elevador particular. Ele não aperta o botão d
- Vocês chegaram cedo! – A mãe de Matt vem nos recepcionar no hall de entrada – Só estávamos os esperando para amanhã, junto com os outros convidados. – Antonella, querida... – ela se volta para mim, me medindo dos pés a cabeça. – Gosto do novo visual – ela aprova. Provavelmente sua olhada calculou a marca, temporada e valor de cada peça que eu trazia em meu corpo, inclusive as íntimas.- Obrigada! – Respondo com educação. – O novo corte de cabelo lhe caiu muito bem também.- Oh! – Ela se admira, levando a mão aos cabelos. – Você notou? – Eu respondo com um aceno de cabeça e um sorriso.Não teria notado, é claro. Mal me lembrava de Olivia Lennox exceto pelas palavras rudes que ela tinha destinado a mim enquanto conversava com a ex-namorada de Matt. Mas Lilly tinha me dito para fazer esse elogio, e eu, é claro, não hesitaria em utilizar a dica.- Seu pai está na sala de jantar – Olivia informa a Matt. – Íamos jantar agora, vou pedir que coloquem dois lugares na mesa.- Não precisa – Ma
Eu mal consigo dormir aquela noite. Primeiro porque não era justo que Matt estivesse deitado no sofá – por mais confortável que ele parecesse ser – e me deixado com aquela enorme e confortável cama toda para mim. Mas principalmente porque eu senti que eu realmente o tinha magoado ao rejeitá-lo. Só que aquilo não era possível, era? No máximo um ego ferido... Ainda assim, Matt sabia melhor do que eu cada tópico delimitado no nosso contrato, afinal, ele havia lido, eu não. Envolver sexo no nosso relacionamento falso, seria andar na corda bamba demais para mim. Não podia me dar a esse luxo. - Bom dia – ouço a voz rouca, de quem acabara de acordar, de Matt vindo do sofá. – Você mal pregou os olhos – ele me acusa. – A cama não estava confortável? Por mais que aquilo pudesse parecer uma alfinetada, não era. A pergunta de Matt soava genuína, como quem realmente se preocupava com meu bem-estar. Ainda que fosse ridículo ele cogitar que aquela cama não pudesse ser confortável. - Como pode sabe
- Isso é constrangedor? – Ouço a voz de Lilly às minhas costas.- Muito – Matt e eu respondemos em coro, sem nem a olhar.- Eu disse para a mamãe – quase posso vê-la revirar os olhos. – Mas tente entendê-la, Matt, ela e Yasmim são muito próximas e é a renovação de votos dos nossos pais. Como ela poderia não a convidar?- Ah, isso... – deixo escapar, finalmente desviando o olhar de Bianca.- Ela disse que você foi um amor conseguindo encaixá-la para uns tratamentos no spa. Acho que vocês podem se dar bem se você der uma chance.- Lilly, você tem noção do quanto isso soa ridículo? – Matt se intromete.- Não soa não – ela se defende. – Existem ex-namorados que convivem muito bem!- Claro que existe. Quando um deles não vive enchendo o saco do outro para voltar mesmo quando este outro está comprometido.- Matt! – Lilly protesta. – Yasmim, não... Ela não...- Não? – Matt a desafia, olhando bem nos olhos da irmã.- Bem, talvez ela tivesse uma certa esperança enquanto você ainda estava solte