Cris Saio para o velório com minha mãe, Dalila e o irmão estão nos acompanhando. Fico surpresa com a quantidade de pessoas que compareceram. Muitos são colegas de trabalho, outros são moradores do bairro que a muito tempo não via e , alguns nem conheço. Recebo os pêsames das pessoas ao lado do caixão do meu pai. Uma grande quantidade de pessoas eram seus colegas de trabalhho. Me espantou com a presença do Guilherme e D. Amélia que permanece ao nosso lado o tempo todo. - Cris, Sônia, meus sinceros sentimentos! - Obrigada D. Amélia, obrigada Guilherme. - Pode contar conosco sempre que precisar Cris. Tenho você como uma filha e isso nunca vai mudar. - Também aprecio muito a Sra. Outras pessoas vieram nos dar os pêsames e me virei para outro lado. Quando volto a olhar para frente, meu marido está entrando no velório com a testa franzida. Desvio o olhar e não sei como vou lidar com ele. Por outro lado, não quero preocupar minha mãe. - Querida, eu sinto muito! Só consegui chegar
Arthur Não sei o que acontece comigo, pois sou um homem prático e centrado. Dirijo um grupo de empresas com mãos de aço e não vacilo. Mas, quando o assunto é a Cris sou totalmente irracional, não é a primeira vez que piso na bola com ela. Hoje estou desesperado, não estar ao lado dela em um momento tão difícil e doloroso foi desumano, eu sei. - Oi Arthur, o que está pegando? O Denis me ligou preocupado. - O pai da Cris faleceu. - O Murilo me falou, achei que tinha se enganado. - O pior é que ela tentou falar comigo e eu não atendi o telefone. - Você enlouqueceu cara? Não estou te reconhecendo Arthur. - Eu sei, dessa vez eu vacilei feio. - Você tem que resolver o lance com a empregada logo, se não quiser perder sua mulher tem que se decidir. - Eu já me decidi. Vou dispensar ela em alguns dias. - É o melhor a fazer. Está precisando de alguma coisa? - Nada que você possa me ajudar. Passei todo o dia na casa da minha sogra, minha mulher dormiu e falava baixo durante o sono.
Estamos na casa da minha mãe e isso fez com que eu interagisse mais com o Arthur, para não a deixar preocupada. Com isso minha mágoa foi saindo sem que eu sentisse. Acabo de sair do banho e o Arthur está sentado na cama com meu celular na mão. - Cadê o Lucas? Porque tomou o celular dele? - Cris, por que não me mostrou a gravação? Não entendo de imediato e pergunto: - Que gravação? Ele aciona e minha voz discutindo com Monica enche o quarto. - Eu ainda sou a dona dessa casa. Coloque o meu café de volta! - Não sou sua empregada, estou aqui para cuidar do Arthur e do seu filho. Você não é nada! Logo o Arthur te põe para fora. - Eu não espero que me sirva, mas não tem o direito de jogar meu café fora e me expulsar da minha cozinha. - Tem certeza que é sua cozinha? Ou que essa casa é sua? - Você está passando dos limites Monica. - Estou? Tenta mudar alguma coisa nessa casa para ver o que acontece. - Essa é a casa da única mulher que ele amou. Ele mantém tudo do jeito que a Bar
Arthur Estou com raiva de mim mesmo por tudo que a Cris passou e eu não estava ao seu lado. O remorso não me abandona, e passei quatro dias sem sair do seu lado. Hoje voltaremos para casa e farei de tudo para minha deusa ter a paz que ela precisa. Deixo ela no trabalho, o Lucas na escola e agora vou me livrar da Monica. - Sr Arthur, bom dia! - Bom dia! - O Sr veio cedo, precisa de alguma coisa? Olhei para ela e ainda custo á acreditar que ela estava provocando minha mulher gratuitamente. - Na verdade, vim para te dizer que não preciso mais de seus serviços. - O Sr está me mandando ir embora? - Não dá para te manter aqui. Sei que anda irritando minha mulher e tirando a paz da minha casa. - É mentira dela, eu não sei porque ela inventa essas coisas. - É mentira sua Monica. Eu ouvi uma gravação, e o jeito que você a tratou. Jogou o café dela fora e a expulsou da cozinha. Só queria entender o porquê. - Não é verdade, A gravação é falsa. - Chega Monica! Não me trate como um id
Cris Meu retorno ao trabalho foi um pouco agitado. Toda hora um colega vem falar comigo, fiquei comovida com tanta atenção. - Vamos Cristina, hora do almoço. - Só terminar essa planilha e já saio. Pode ir na frente. - Eu te espero, conheço você, distrai aí e acaba ficando sem almoçar. Falta muito? - Uns cinco minutos e termino. - Então vou ao banheiro e já volto. Quando saímos Roberto nos aguardava na saída e meu celular toca nesse momento. - E o Arthur! Pode ir que já te encontro. - Tranquilo. Dalila vai até o irmão e eu atendo. - Oi Arthur! - Como você está querida? - Estou bem, e você? - Tudo bem. Já almoçou? - Estou saindo agora com a Dalila. - Bom apetite, se alimenta bem. - Você também. Beijo! Desligo e vou de encontro aos dois. - Desculpa por fazer vocês esperarem. - Não é nada. O Roberto quer nos levar para almoçar em outro lugar. Tudo bem para você? - Sem problemas. O restaurante que ele escolheu não era longe, mas bem mais tranquilo que o outro, onde se
Arthur Estou no carro com o Lucas aguardando minha deusa sair do trabalho e os cinco minutos que espero, parecem uma eternidade. - Olha a mamãe lá papai! A espera é compensada quando a vejo vir andando em nossa direção, linda no seu terninho preto, cabelos voando e o leve sorriso que dá ao seu despedir da Dalila. - Boa tarde querida! - Boa tarde! Dá um beijo no Lucas e abre a porta do carona, entra e se senta ao meu, ganho um selinho nos lábios. Por hora estou satisfeito. - Vamos passar para ver como a mamãe está. - Claro que sim, podemos jantar com ela antes de irmos para casa. Sônia está um pouco melhor e até já tinha adiantado o jantar antes de chegarmos. - Como sabia que iríamos jantar? - Você trabalhou o dia todo, então não tem que se cansar mais. Minha mulher abraça a mãe e oferece. - Deixa que eu termino aqui. Descansa um pouco! - Não precisa, assim ocupo meu tempo. Pode ir ver TV ou dar banho no Lucas. A Cris não perde tempo e já coloca ele para fazer o dever. Q
Cris Acordei nos braços do Arthur e senti meu coração leve, voltamos ao normal e espero que continue assim. Sei que tenho que aprender a me impor e não deixar pessoas como Monica me afastar do homem que amo. E uma sensação indescritível acordar com ele nu ao meu lado. Lembro da noite passada e me pergunto como fiquei mais de um mês sem ele. Estico a mão e faço um carinho leve em seu rosto. Como se estivesse sendo chamado, seus olhos verdes se abrem e me encaram. - Bom dia querida! - Bom dia amor. Me aconchego em seus braços e ele me aperta junto ao seu corpo. O calor do contato nos deixa excitados nas primeiras horas do dia. - Eu te quero agora querida. - Vamos nos atrasar para o trabalho. - Temos tempo. Fizemos amor como loucos e saímos para buscar o Lucas. Tomamos café com a mamãe e eu aproveitei para pegar meu carro sob os protestos do meu marido. - Eu não me importo de te levar e buscar. - Mas tem que sair mais cedo do trabalho e se a gente tiver alguma emergência? El
Arthur Nos últimos dois meses minha casa era o paraíso, minha esposa é perfeita em tudo e cada dia que passa eu me sinto mais louco por ela. Ela foi às compras enquanto termino um trabalho, e eu vou buscar o Lucas na casa da minha sogra. Resolvi passar pelo supermercado e depois podemos ir juntos. Quando entro no estacionamento e vejo minha mulher nos braços do cretino do ex, fico louco. Acho que minha alma saiu do corpo, porque parei o carro sem sequer ver onde ou como parei e desci. Ele sorri para ela e sai disparado, tenho certeza que me viu chegando. Abro a porta do carro e puxo ela para fora. - É assim que vocês se encontram agora? E eu resolvi confiar em você. - Eu não marquei nada, ele apareceu do nada, eu disse que amo você, que nunca vou te deixar e ele me beijou à força. - Não sou um idiota Cristina! Te pedi várias vezes para ficar longe dele, mas você insiste em não me ouvir. Não vou facilitar para vocês. Estou a ponto de dar um infarto de raiva e me controlando p