Os últimos dias haviam sido de altos e baixos, mas hoje o café da manhã estava particularmente animado. A mesa estava cheia, o aroma de café recém-passado preenchia o ar, misturado ao cheiro doce do bolo de milho que minha mãe tinha preparado. Sophia, sempre sorridente, estava sentada na cadeirinha ao meu lado, brincando com alguns pedaços de fruta. Evilyn, como sempre, trazia uma energia vibrante à mesa, sua voz alta e entusiasmada preenchendo o ambiente.— Amanhã iremos à festinha no apartamento do Cadu, não é, maninha? — Evilyn perguntou de repente, com um brilho de animação nos olhos. Sua pergunta pegou minha mãe de surpresa, que logo me encarou, curiosa, enquanto eu dava mais uma colherada de fruta para Sophia.Eu me virei para minha irmã e fui direta. — Eu não vou — afirmei, tentando encerrar o assunto antes que ele começasse.— Nem começa, amiga. Vamos sim! — Karen interveio, sorrindo como se já tivesse planejado tudo.— Por que não, maninha? — Evilyn insistiu, um sorrisinho ma
Após uma semana corrida, finalmente, na sexta-feira, decidi convidar alguns amigos para almoçarmos no restaurante onde Emily trabalhava. Fazia dias que eu não via minha Cinderela, e a saudade de observar aquele rostinho perfeito começava a me incomodar mais do que eu queria admitir.Por conta do trabalho, não tinha conseguido ir ao restaurante antes, e como Emily ainda não me passou seu número, só consegui saber dela através de sua amiga, Karen. Ela garantiu que Emily estava bem, mas evitou me dar informações importantes, como se ela tinha finalmente conversado com o tal namorado ou se iria à minha festa. Eu precisava dessas respostas, e não podia esperar mais.Sentado à mesa com meus amigos, aguardava meu pedido, mas minha mente estava em outro lugar. Meus olhos permaneciam fixos naquela mulher. Emily tinha uma maneira única de me distrair, me fazendo esquecer tudo ao meu redor. Mesmo no meio de uma conversa, eu me perdia, incapaz de prestar atenção em qualquer coisa quando ela estav
O ambiente da minha suíte estava perfeitamente preparado para uma festa de arrebentar. As luzes suaves, a música no volume certo, a bebida fluindo e mulheres lindas circulando de um lado para o outro. Meus amigos estavam animados, curtindo cada segundo da noite, mas, por mais que eu tentasse entrar no clima, algo dentro de mim não deixava. Era como se eu estivesse desconectado de tudo. Bia, como sempre, estava lá, sexy e pronta para me satisfazer a qualquer momento, como havia feito tantas outras vezes. Ela estava deslumbrante, sem dúvidas, mas algo havia mudado. Eu não conseguia mais me sentir atraído por ela do jeito que costumava ser.E o motivo estava claro: Emily.Emily estava me deixando completamente maluco. Era como se, de alguma forma, ela tivesse invadido minha mente e agora nada mais importasse. Eu tentava me convencer de que ela era só mais uma garota, mas, por mais que tentasse, meu coração não acreditava nisso. Ela estava ali, me rondando, em cada pensamento, em cada gol
— Você ficou exatamente com essa cara — César continuou rindo, me encarando com aquele ar de quem sabia de tudo. **Alguns dias atrás**A noite tinha começado do jeito que eu mais gostava: o ambiente estava ótimo, cheio de gente bonita, e o sucesso do nosso faturamento anual ainda estava fresco na minha mente. Estávamos no bar para comemorar, e eu fazia questão de aproveitar ao máximo. À medida que a noite avançava, as garotas que me cercavam começaram a se soltar ainda mais. Era exatamente do jeito que eu gostava: bebida, mulheres e música alta. Aquele clima de festa e excitação sempre me deixava em êxtase. Uma das garotas com quem eu tinha ficado mais cedo estava me encarando de longe, com aquele sorriso malicioso, enquanto dançava provocadoramente perto de mim. Mesmo com Bia pendurada no meu pescoço, eu não resisti e devolvi o olhar, deixando claro que ainda a desejava. Para mim, aquele era o objetivo da noite: curtir sem apego.Depois de alguns minutos de dança e olhares provocan
Ao entrar na suíte de Cadu, o ambiente ao meu redor pareceu desaparecer. O som das vozes, a música suave, o burburinho da festa – tudo sumiu quando meus olhos se encontraram com os dele. Cadu me olhou de cima a baixo, e eu fiquei completamente paralisada. Havia algo na forma como ele me observava, um olhar intenso que parecia me prender, me hipnotizar, e por mais que eu quisesse, não conseguia desviar o olhar.O tempo pareceu desacelerar. Vi Cadu começar a caminhar em minha direção, e, por reflexo, olhei para os lados, sentindo o nervosismo tomar conta. Karen e Evilyn riam discretamente, claramente se divertindo com minha falta de reação. Eu engoli seco e esperei que ele se aproximasse, meu coração batendo descompassado.— Boa noite! — Cadu disse, em um tom de voz rouco, enquanto seus braços se estendiam para segurar minha cintura, e seus lábios encostavam em meu rosto em um beijo suave. — Você está linda — ele sorriu, aquele sorriso que fazia meu estômago dar voltas.Sorri timidament
Momentos depois de nosso beijo, Cadu segurou minha mão e, com um sorriso confiante, me conduziu até o lugar onde estava sentado quando cheguei. O ambiente estava repleto de conversas animadas e risos. A música suave preenchia o ar, enquanto as luzes baixas criavam um clima íntimo e acolhedor. O apartamento era luxuoso como eu lembrava, decorado com toques elegantes e uma vista deslumbrante para a cidade ao fundo. Porém, nada disso me distraiu do fato de que todos os meus sentidos estavam focados em Cadu.Quando chegamos ao grupo, ele me apresentou ao irmão, César, à cunhada, Marla, e à prima, Bia. César e Marla eram extremamente simpáticos, rindo e me cumprimentando com uma leveza que me fez relaxar um pouco. César era descontraído, com um sorriso fácil, enquanto Marla irradiava uma energia acolhedora e divertida. No entanto, o clima mudou quando meus olhos cruzaram com os de Bia. O desconforto foi imediato. Aquela era a mesma mulher que eu havia conhecido na festa de réveillon, e, pe
Emily chegou e, naquele instante, eu senti uma onda de animação tomar conta de mim. Havia algo nela que me deixava fascinado, maluco e completamente encantado, e, por mais que fosse estranho admitir, não tinha controle sobre isso. Não era apenas sua beleza que me deixava assim, mas o jeito com que ela me olhava, seus toques gentis, a forma como ficava vermelha de vergonha, e aquela boca... Deus, aquela boca que me fazia lembrar dos gemidos suaves dela, dizendo meu nome naquela noite que compartilhei com ela.Era quase assustador o quanto eu estava obcecado por essa mulher. Nunca antes havia me sentido assim com ninguém, mas ali estava eu, incapaz de desviar meus pensamentos de Emily. Enquanto conversávamos com meu irmão e minha cunhada, não conseguia resistir à vontade de tocá-la. Minhas mãos, quase instintivamente, buscavam o rosto dela, meus dedos entrelaçados com os dela, como se fosse impossível não manter algum tipo de contato físico. Cada momento ao lado dela parecia mais intens
— Entre! — Abri a porta e sorri, convidando Emily a entrar com um gesto. — Fique à vontade.Ela entrou devagar, olhando ao redor do quarto com uma mistura de curiosidade e desconfiança. Eu sabia que ela percebia que a leveza da conversa era uma cortina para a tensão que se formava entre nós.— Porque me trouxe aqui? — Questionou, o olhar desconfiado. — Só queria conversar com você em um lugar mais tranquilo — sorri, tentando suavizar o clima.— Como há dois anos? — perguntou, provocativa, com aquele sorriso que sempre me desarmava.— Por que não? — respondi com o mesmo tom, enquanto ela sorria e entrava de vez. Fechei a porta e a tranquei discretamente. Não queria que ninguém nos interrompesse. O quarto estava impecável, iluminado com a luz suave das luminárias e a lua cheia que invadia pela janela. Emily deu uma rápida olhada no ambiente, admirando.— Não lembrava que seu quarto era tão grande — disse ela, com um sorriso no rosto, ainda meio tímida.Por um momento, fiquei parado, c