Capítulo 2
Ponto de vista de Talia

— Damon... O que diabos há de errado com você?! — Gritei para ele, a fúria tomando conta de mim. Ele sempre fora frio, mas eu nunca imaginei que pudesse ser tão cruel.

O leiloeiro bateu o martelo com decisão e me declarou como vendida.

A cápsula de vidro se abriu, e a Beta de Damon, Abby, se aproximou de mim.

Ela usava seu típico rabo de cavalo alto. Suas maçãs do rosto angulosas e os olhos azuis gelados davam-lhe uma aparência feroz.

Quando Damon e eu estávamos juntos, ela não era exatamente gentil comigo, mas também não chegava a ser cruel de maneira tão explícita.

Ela se inclinou mais perto, sussurrando de forma zombeteira:

— Talia, Damon me pediu para te dar um presente especial.

Antes que eu pudesse reagir, ela rapidamente forçou uma pílula amarga na minha boca.

Tentei cuspir, mas ela apertou a mão sobre meus lábios. Não tive outra opção senão engolir, e uma onda de calor tomou conta do meu corpo.

— O que... o que era aquela pílula? — Gaguejei.

— Só estou ajudando você a aproveitar a festa! — Ela zombou, piscando para mim.

Minhas mandíbulas se fecharam, e a amargura se espalhou pelo meu peito.

Damon mandou me drogar. O homem que um dia me abraçou e disse que eu era a coisa mais preciosa do seu mundo agora me entregava a outros homens. Como ele pôde?

Há apenas quatro meses, ele me disse que eu era a coisa mais importante para ele, e hoje, ele me entregava a outros. Como ele pôde fazer isso?

Logo, os homens na plateia começaram a se aproximar, e Damon, de pé à distância, observava a cena se desenrolar.

Naquele momento, todo o amor que eu sentia por ele se transformou em um ódio absoluto.

De repente, uma dor insuportável se espalhou pelo meu abdômen, e minha consciência começou a se apagar. Estranhamente, eu senti uma pequena sensação de alívio.

Talvez morrer fosse uma opção melhor naquele momento.

Não sei quanto tempo estive inconsciente, mas quando acordei, o cheiro de desinfetante invadiu minhas narinas.

Pisquei os olhos e me dei conta de que estava no hospital. Minhas mãos se moveram instintivamente até minha barriga.

Ah, graças a Deus, meu bebê estava seguro.

Suspirei aliviada.

Vozes abafadas chegaram até mim através da cortina azul que cercava minha cama.

— Fique aqui e observe-a. Quando ela acordar, traga-a até nós.

— Sim, Alfa Damon.

Congelei.

Damon e Abby estavam lá. Eles não tinham intenção de me poupar.

Momentos depois, ouvi os passos de Damon se afastando, e Abby deslizou a cortina para o lado. Eu rapidamente fechei os olhos, fingindo estar dormindo.

— Quando você acordar, eu vou te mandar de volta para aquele lugar. Você acha que fazer de conta que está morta vai te ajudar a escapar? — Abby se inclinou e deu um tapinha em meu rosto, zombando.

Aquele lugar? Meu coração afundou.

Damon queria me mandar de volta para o leilão. Então ele ainda queria me punir. Ele não me salvou por amor ou pena.

Damon, como você pode ser tão cruel?

Forcei as lágrimas de volta, determinada a não deixar Abby perceber nada.

— Enfermeira, você não disse que ela acordaria logo? Já passou mais de uma hora, e ela ainda está inconsciente. O que está acontecendo? — Abby exigiu.

— Os sinais vitais dela estão normais. Já verificamos, mas provavelmente é por causa da gravidez. Não se preocupe, ela vai acordar logo. —Respondeu a enfermeira.

Abby suspirou de frustração enquanto a enfermeira ajustava meu soro e saía.

— Humanos são tão frágeis... — Abby murmurou antes que seu celular tocasse. Ela atendeu e saiu da sala.

No momento em que ela saiu, arranquei a agulha do meu pulso e saí da cama, descalça.

Espiando de fora, vi Abby ainda ao telefone, de costas para mim.

Esta era a minha única chance. Eu não podia deixar que me mandassem de volta! Eu tinha que me salvar e salvar o meu filho.

Juntei toda a minha coragem e corri em direção ao elevador.

Cada passo parecia uma lâmina sob meus pés, e meu coração batia forte no peito, mas eu consegui.

Me escondi em um beco estreito assim que saí do hospital.

Os lobisomens têm um faro centenas de vezes mais apurado que o meu. Eu precisava ir o mais longe possível antes que me encontrassem.

Um táxi se aproximou, e eu tropecei na rua, acenando para ele.

— Me leve para fora da cidade! — Gritei.

O motorista alternava os olhos entre minha roupa de hospital e minha barriga inchada.

— Você está bem? — Ele perguntou.

Tirei o colar de cristal rosa do meu pescoço e o entreguei a ele.

— Por favor, faça o que eu peço! — Implorei.

Esse colar era o presente de aniversário de Damon para mim, seis meses atrás. Eu continuei a usá-lo mesmo depois de rejeitá-lo, mas agora ele não significava nada.
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