Ponto de vista de Talia — Damon... O que diabos há de errado com você?! — Gritei para ele, a fúria tomando conta de mim. Ele sempre fora frio, mas eu nunca imaginei que pudesse ser tão cruel. O leiloeiro bateu o martelo com decisão e me declarou como vendida. A cápsula de vidro se abriu, e a Beta de Damon, Abby, se aproximou de mim. Ela usava seu típico rabo de cavalo alto. Suas maçãs do rosto angulosas e os olhos azuis gelados davam-lhe uma aparência feroz. Quando Damon e eu estávamos juntos, ela não era exatamente gentil comigo, mas também não chegava a ser cruel de maneira tão explícita. Ela se inclinou mais perto, sussurrando de forma zombeteira: — Talia, Damon me pediu para te dar um presente especial. Antes que eu pudesse reagir, ela rapidamente forçou uma pílula amarga na minha boca. Tentei cuspir, mas ela apertou a mão sobre meus lábios. Não tive outra opção senão engolir, e uma onda de calor tomou conta do meu corpo. — O que... o que era aquela pílula? — G
Ponto de vista de Talia — Senhora, já saímos de Turim. Onde exatamente a senhora deseja ir? — Perguntou o motorista, depois de mais de uma hora de viagem. — Por favor, me ajude a encontrar um motel por perto. — Respondi. — Claro. — Ele confirmou, e poucos minutos depois, parou em um motel decente. — Chegamos. — Você poderia... me emprestar mil reais? — Perguntei ao motorista, hesitante. — Este colar vale pelo menos 30 mil reais. Ele me olhou com uma expressão fechada. — Nós fizemos um acordo, não foi?! Eu te levo para fora da cidade, e você me dá o colar. Como pode quebrar sua palavra? Além disso, só porque você diz que vale 30 mil, não quer dizer que seja verdade. Agora, desça! Suas palavras me feriram, mas eu não tinha outra opção. Saí do carro e fiquei em pé na frente do motel, sem saber o que fazer sem dinheiro algum. Foi então que um grupo de homens em motocicletas parou na entrada do motel. — Olha só, olha o que temos aqui, uma bonitinha. — Disse um homem de
Ponto de Vista de Talia— Talia, você é acusada de envenenar a Alcateia Nightstar, violando a Lei de Paz Interespécies. De acordo com a legislação criminal, você foi condenada a três anos de prisão. Se estiver insatisfeita com essa decisão, tem o direito de recorrer...Enquanto ouvia o juiz ler o meu veredicto, minha mente ficou em branco.Voltei o olhar para o banco dos réus, onde Damon estava sentado. Seus olhos estavam tão frios quanto o gelo.Um sorriso amargo surgiu em meu rosto.— Damon, se eu te dissesse que realmente não fiz nada, você acreditaria em mim?— Não. — Respondeu ele, sem hesitar.Olhei para Abby, sentada ao seu lado, e minha mente se voltou para as palavras de Carson.— Talia!! Abby nos armou. Foi ela quem me pediu para vir te salvar, mas o Damon apareceu logo depois.Respirei fundo e encarei Damon novamente.— Damon, é a Abby! Foi ela quem armou contra Carson e contra mim!— Qual o motivo? — Damon zombou friamente, seus olhos cheios de desprezo. — Abby tem cicatr
Ponto de Vista de Talia Um dia se passou, depois dois dias, depois três dias, e no quarto dia, Damon finalmente chegou. Eu deveria odiá-lo, odiá-lo tanto que o simples pensamento dele fazia meus dentes rangerem. Mas, pelo bem da criança, ainda assim o convidei para vir. — Fale. Por que queria me ver? — Ele estava firme e imponente à minha frente, seus olhos gelados me penetrando. — Damon, eu sei que, não importa o quanto eu explique, você não vai acreditar em mim. Mas tenho algo a te pedir. — Comecei, minha voz tremia. — Damon, eu fui sua companheira, e você me amou uma vez, certo? Então, se eu morrer, você poderia, por favor, criar um fundo fiduciário para o meu filho? Apenas o suficiente para ele sobreviver e tenha uma educação. Isso é tudo o que eu quero agora, por favor. — Implorei, sincera e humilde. Os lábios de Damon se curvaram para cima. — Talia, parece que eu te mimei demais no passado. Você realmente quer que eu cuide do filho bastardo de você e de outro homem
Ponto de Vista de Talia Uma tarde, eu estava lendo um livro sobre criação de filhos quando uma dor aguda se espalhou repentinamente por todo o meu corpo. Eu ofeguei por ar, agarrando com força o tecido fino do meu macacão. Aquilo não era o desconforto usual. Eu sabia instintivamente. Era a hora. — Guarda! — Gritei. A porta de metal se abriu, e um guarda entrou, atrapalhado, tentando mexer no interfone. — Precisamos de assistência médica, agora! Outro guarda trouxe uma cadeira de rodas, e me ajudaram a me sentar nela. Meu corpo se contorcia a cada poucos segundos com contrações cada vez mais fortes e frequentes. Fui rapidamente levada para o hospital, onde o médico fez vários exames e decidiu realizar uma cesárea. Era a melhor opção para dar à luz a trigêmeos, sendo que um deles era meio-lobo. O suor cobria meu rosto, e eu senti como se fosse morrer. Nunca imaginei que o parto pudesse ser tão doloroso. Fui levada para a sala de cirurgia e deitei na mesa de parto.
Ponto de Vista de Damon O meu primeiro encontro com Talia não foi nada agradável. Dois anos atrás, durante uma viagem, eu senti a presença da minha companheira. O que me perturbou foi o forte cheiro de sangue no ar. Quando segui o cheiro e encontrei minha companheira, vi vários rogues rasgando as roupas de Talia enquanto ela lutava para se salvar. Derrotei um e matei outro. Eu fiquei ali, ofegante, com o sangue pingando no chão. Quando me virei, vi Talia encolhida no chão, tremendo incontrolavelmente, abraçando seus joelhos. Seu rosto estava manchado de lágrimas. Ela era minha companheira, mas eu me surpreendi ao ver que ela era apenas uma humana comum. — Não tenha medo. Eu não vou te machucar. — Disse, tentando me aproximar com um tom suave. Mas ela balançou a cabeça violentamente, seus olhos cheios de desespero e raiva. Ela levantou a cabeça, soluçando, e gritou: — Vocês, monstros! Saiam daqui! Minhas pernas congelaram, como se estivessem pregadas ao chão. Olhei pa
Ponto de Vista de Damon — Abby, como está Talia? — Eu tinha dirigido por mais de três horas para chegar ao hospital da prisão. Antes de entrar na sala de cirurgia, senti o forte e familiar cheiro de sangue. — Alfa Damon, o que está fazendo aqui? — Abby me olhou, visivelmente aflita. Uma sensação ruim subiu pelo meu peito. — Como está Talia? O bebê já nasceu? — Ambos os meninos estão saudáveis — Gaguejou ela, baixando o olhar. — Me leve até eles. Ela me conduziu até a enfermaria, onde vi os dois pequenos deitados lado a lado nos berços. O que me chamou a atenção foi que eles tinham olhos verdes e cabelos negros como os meus. Os olhos de Talia eram azuis, e seus cabelos, loiros. Seria possível que ela não tivesse mentido para mim e que as crianças realmente fossem minhas? Impossível. O relatório de DNA me foi entregue pela própria Abby, e o trabalho dela nunca havia falhado. Além disso, os olhos de Carson também eram verdes. Então, as crianças deveriam ser de Carso
Ponto de Vista de Damon A expressão do médico ficou ainda mais séria enquanto ele suspirava. — Sinto muito, não é mais possível. — O que quer dizer com isso? — Eu olhei para cima de repente, encarando-o. — O corpo dela... já foi enviado para cremação. — As palavras do médico me atordoaram. — Crematório? — Gritei. — Como ousa tomar essa decisão?! O médico deu um passo para trás, se escondendo atrás de Abby. — Ela não tinha família, e era uma prisioneira. Pensamos... ninguém viria reivindicar o corpo dela. Então, de acordo com o protocolo, depois da cirurgia dela esta manhã, o corpo foi processado. — Protocolo? — Roí os dentes. — Ela era minha! Como pôde tomar essa decisão sem me consultar? Mesmo que ela tenha morrido, eu tenho o direito de vê-la pela última vez! — Se você tivesse vindo esta tarde, teria podido vê-la. Mas agora já é noite... Não pensamos realmente que alguém viria vê-la. E Abby disse... — Damon, pare de culpar o médico. — Antes que o médico pudesse c