Capítulo 6
Ponto de Vista de Talia

Uma tarde, eu estava lendo um livro sobre criação de filhos quando uma dor aguda se espalhou repentinamente por todo o meu corpo.

Eu ofeguei por ar, agarrando com força o tecido fino do meu macacão. Aquilo não era o desconforto usual.

Eu sabia instintivamente. Era a hora.

— Guarda! — Gritei.

A porta de metal se abriu, e um guarda entrou, atrapalhado, tentando mexer no interfone.

— Precisamos de assistência médica, agora!

Outro guarda trouxe uma cadeira de rodas, e me ajudaram a me sentar nela. Meu corpo se contorcia a cada poucos segundos com contrações cada vez mais fortes e frequentes.

Fui rapidamente levada para o hospital, onde o médico fez vários exames e decidiu realizar uma cesárea.

Era a melhor opção para dar à luz a trigêmeos, sendo que um deles era meio-lobo.

O suor cobria meu rosto, e eu senti como se fosse morrer. Nunca imaginei que o parto pudesse ser tão doloroso.

Fui levada para a sala de cirurgia e deitei na mesa de parto.

— Doutor, salve o meu filho. — Disse, extremamente preocupada.

— Não se preocupe. Sua condição está estável agora. Você e o bebê ficarão bem.

— Minha condição está estável? — Pausei, confusa.

Por que esse médico está dizendo algo diferente do que o anterior me disse? Qual deles está certo?

— Sim, está estável. Pode relaxar. — O médico me tranquilizou.

Suspirei aliviada quando um anestesista entrou na sala. Olhei para cima e vi ninguém menos que Abby.

— Abby, o que você está fazendo aqui? Damon te mandou? Ele sabe que o filho que eu carrego é dele?

Abby deu um sorriso sarcástico.

— Você ainda está delirando? Que divertido! Você se vendeu em um leilão. Realmente acha que Damon vai reconhecer esse filho?

As palavras cruéis dela fizeram meu coração afundar. Eu pensei que os guardas estavam me tratando com um cuidado especial, possivelmente porque Damon estava ajudando a organizar as coisas. Mas agora, eu não estava tão certa.

De repente, um pensamento ainda mais aterrador cruzou minha mente:

— Ele estava só esperando esse momento, deixando-me acreditar que eu poderia ter o filho, e planejava me matar junto com os bebês assim que o parto começasse?

Eu apertei minha barriga, suportando a dor.

— Dê à luz ao seu filho. — Abby disse, me oferecendo um sorriso arrogante. Ela então se virou para o médico. — Comece o procedimento, com anestesia local.

— Anestesia local? Por que anestesia local? Não é a cesárea feita com anestesia geral? — Perguntei.

Antes que alguém pudesse responder, o toque do celular de Abby desviou o assunto.

— Alfa Damon. — Ela respondeu a chamada respeitosamente, com um sorriso, sua voz melosa. Precisei admitir, o sorriso dela era bonito.

Com medo de que eu pudesse ouvir, ela se virou e saiu da sala de cirurgia.

Não muito depois, Abby retornou à mesa de operação. O anestesista já havia aplicado a anestesia. Como era anestesia local, meu cérebro ainda estava acordado.

Eu olhei por cima do ombro de Abby. Damon não estava lá.

Eu sabia que ele não se importava com a minha vida, mas, por algum motivo, senti um vazio. A partir do momento em que meus filhos nascerem, eles nunca veriam o pai deles.

Uma dor aguda atingiu meu peito, e senti os bebês dentro de mim se debatendo violentamente.

Abby me ignorou e se virou para o cirurgião-chefe.

— Não se preocupe com a profundidade da incisão, corte imediatamente e tire os bebês em até dez minutos. — Ela disse, sua voz firme e clara.

— Entendido. — O médico respondeu, obedecendo.

Senti a lâmina do bisturi arranhando profundamente. Meu rosto ficou pálido, e meu coração afundou.

— O que... o que você está planejando fazer comigo?

Anestesia local, incisão direta e extração dos bebês em dez minutos. Abby queria que eu morresse.

E o que ela disse em seguida me deixou completamente aterrorizada.

— Damon quer os bebês, e ele quer os mais saudáveis. Quanto a você, não precisa sair dessa mesa de operação. — Ela disse, com uma voz severa, e eu tentei me contorcer, tentando impedi-los, mas meu corpo dormente não sustentava minha vontade.

Por quê? Por que Damon quer os bebês?

Por que ele ainda os quer, se ele não os reconhece como seus filhos? É por causa da promessa que ele fez a mim?

Minha cabeça estava zunindo. Eu queria dizer algo, mas as palavras não saíam. Eu só conseguia sentir meus bebês sendo retirados um a um e então algo saindo rapidamente do meu corpo.

— Não está bom, não está bom! A paciente está hemorrágica! — O médico gritou em pânico.

O cirurgião-chefe havia cortado um vaso sanguíneo importante.
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